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Volume II Litoral Norte Diagnóstico Socioeconômico da Pesca Artesanal do Litoral de Pernambuco

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Prévia do material em texto

ENTIDADE DE UTILIDADE PÚBLICA 
LEI Nº 13.483, DE 25 DE JUNHO DE 2008 
D.O. 26 DE JUNHO DE 2008 
Rua Benigno Cordeiro Galvão, 900 – Jaguaribe – Ilha de Itamaracá – PE 
CNPJ: 01.888.264/0001-96 
 Fone/Fax: (81) 3266.4414 
Rua Dom Manoel de Medeiros, s/nº - Dois Irmãos – Recife – PE 
CEP: 52171-900 – Pró-Reitoria de Extensão - UFRPE 
E-mail: oceanario@oceanario.org.br www.oceanario.org.br 
 
 
Prezado(a) Senhor(a), 
 
Estamos disponibilizando o Diagnóstico Socioeconômico da Pesca Artesanal do Litoral de 
Pernambuco em formato digital. 
 
O diagnóstico é um retrato da Pesca Artesanal do litoral pernambucano. Seu objetivo é registrar 
o perfil socioeconômico e socioambiental dos pescadores que trabalham nas indústrias 
naturais de alimentos, que são considerados os rios, estuários, manguezais, lagoas e a 
plataforma continental de Pernambuco. Foram visitadas 71 comunidades e entrevistados 5.077 
pescadores (homens 3.365 e 1.712 mulheres). 
 
Esta pesquisa foi elaborada pelo Instituto Oceanário de Pernambuco e o Departamento de Pesca 
e Aquicultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco, com financiamento do Governo 
do Estado através da Secretaria Especial de Juventude e Emprego. Tivemos a colaboração do 
Ministério da Pesca e Aquicultura em Pernambuco, Fundação Joaquim Nabuco, Pastoral dos 
Pescadores, Movimento dos Pescadores de Pernambuco (MOPEPE) além de Colônias e 
Associações de Pescadores. 
 
O presente diagnóstico está apresentado em quatro arquivos, cada um representando um 
volume, devido à complexidade de informações. O volume I ou inicial, aborda de uma forma 
generalizada, os elementos dos municípios e das comunidades que encontram-se detalhados nos 
volumes restantes. Consta neste volume: a introdução, a metodologia, os resultados estatísticos 
das áreas litorâneas estudadas, incluindo a Ilha de Fernando de Noronha. 
 
A divisão em quatro áreas foi embasada nas condições geológicas e geomorfológicas, 
ecossistemas aquáticos, ocupação demográfica e atividades pesqueiras. Os volumes seguintes, 
II, III e IV, correspondem às áreas Norte, Metropolitana e Sul, respectivamente. 
 
O interesse é que este trabalho sirva como base de análise para diversos públicos, como: 
governo federal, estadual e municipal, organizações não governamentais, os movimentos 
sociais dos pescadores, pesquisadores, estudantes, e os próprios atores do processo: os 
pescadores (as) artesanais e seus familiares. 
 
 
 
 
 
Luiz Lira 
Coordenador da Pesquisa Diagnóstico 
Diretor Científico do Instituto Oceanário 
DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO 
DA PESCA ARTESANAL DO LITORAL DE 
PERNAMBUCO
VOLUME - II 
 LITORAL NORTE
 2010
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ficha catalográfica 
 
 
 Pernambuco / coordenador geral Luiz Lira; comissão de 
 redação Luiz Lira, Beatriz Mesquita, Mônica Maria 
 Cavalcanti Souza, Cezar Augusto Leite, Ana Paula de 
 Almeida Leite, Amanda Machado Farias, Carolina Galvão. 
 4 v. : il. ; 30 cm 
 
 Conteúdo: v. 1. Síntese do litoral pernambucano, incluso 
 Fernando de Noronha – v. 2. Área Norte – v. 3. Área 
 Metropolitana – v. 4. Área Sul. 
 Inclui referências e anexos. 
 
 
 CDD 639.098134 
 
1. Pesca artesanal – Pernambuco 
2. Análise socioeconômica 
3. Análise socioambiental 
4. Educação ambiental 
 I. Lira, Luiz, coord. 
II. Mesquita, Beatriz 
 III. Souza, Mônica Maria Cavalcanti 
 IV. Leite, Cezar Augusto 
 V. Leite, Ana Paula de Almeida 
 VI. Farias, Amanda Machado 
 VII. Galvão, Carolina 
 VIII. Instituto Oceanário de Pernambuco 
 IX. UFRPE. Departamento de Pesca e Aquicultura 
 
 
 
Instituto Oceanário de Pernambuco 
Rua Benigno Cordeiro Galvão, 900 – Jaguaribe – Ilha de Itamaracá – PE 
CNPJ: 01.888.264/0001-96 
Fone/Fax: (81) 3266.4414 
Rua Dom Manoel de Medeiros, s/nº - Dois Irmãos – Recife – PE 
CEP: 52171-900 – Pró-Reitoria de Extensão - UFRPE 
E-mail: oceanario@oceanario.org.br Site: www.oceanario.org.br 
 
D536 Diagnóstico socioeconômico da pesca artesanal do litoral de 
 -- 1. reimpr. -- Recife : Instituto Oceanário de Pernambuco : 
 Departamento de Pesca e Aqüicultura da UFRPE, 2010. 
Governo do Estado de Pernambuco
Eduardo Henrique Accioly Campos
Governador
Secretaria Especial de Juventude e Emprego - SEJE
Pedro José Mendes Filhos 
Secretário Estadual de Juventude e Emprego
Ins! tuto Oceanário de Pernambuco
Presidente 
Alexandre Carvalho 
Diretor Cien" fi co 
Luiz Lira
Diretora de Projetos
Ana Paula de Almeida Leite
Pesquisadores
Cezar Augusto de Almeida Leite
Mônica Mª Cavalcan! de Azevedo Souza
Hermon Augusto da Costa Braga Junior 
Coordenador Geral
Luiz Lira
Coordenador Administra! vo
 Alexandre Carvalho
Coordenadores de Área
Silvanda Galvão de Arruda
Vanildo Souza de Oliveira
Litoral Sul
Consultores do Diagnós! co
Ricardo Gama Soares
André Luis San! ago Maia
 Gecynalda Soares da Silva Gomes 
Jasiael Felipe da Costa
Ana Paula de Almeida Leite
Equipe Técnica
Equipe do Diagnóstico ^ocioeconƀŵico 
da Pesca Artesanal no litoral de Pernambuco
Cezar Augusto de Almeida Leite
Litoral Metropolitano
Litoral Norte 
José Carlos Pacheco dos Santos
Beatriz Mesquita Jardim Pedrosa
Ana Paula Gonçalves da Silva
Amanda Machado de Moura Farias
Bernardo Ramos de Barros Dias
Carolina da Cunha Galvão Cardoso
Darlany Benedita Cabral Sá da Rocha
Felipe César Barros da Silva
Hermon Augusto da Costa Braga Junior
Isabela Maria da Silva Araújo
Mirela Assunção Simões
Mônica Mª Cavalcan! de Azevedo Souza
Sandra Regina da Silva Galvão
Wellane Cassett Araújo Guedes
Daniel Locatelli Santos
O Instituto Oceanário e o Departamento de Pesca 
e Aquicultura da UFRPE, dedicam o Diagnóstico 
da Pesca Artesanal ao Prof. Hamilton Cavalcanti 
Costa (in memorian), pelos serviços prestados aos 
pescadores e pescadoras do litoral pernambucano.
 “Di! cil não é a compreensão, é querer compreender” 
Mestre Gabriel 
Agradecimentos
O Instituto Oceanário de Pernambuco (IOPE) vem expressar, através do seu Presidente 
Alexandre Carvalho e do Coordenador Geral do Diagnóstico Socioeconômico da 
Pesca Artesanal do Litoral de Pernambuco, Luiz Lira, o reconhecimento e apoio 
de todas as instituições e pessoas que contribuíram para o presente trabalho. 
Agradecemos:
Ao Governo do Estado de Pernambuco através do Dr. Pedro Mendes, Secretário 
Especial de Juventude e Emprego (SEJE), pelo apoio fi nanceiro e pela credibilidade 
depositada. Aos técnicos da SEJE: Pedro Mello, Zafi ra Peixoto, Maria Ribeiro e 
Marta Loreto.
Ao Ministério da Pesca e Aqüicultura na pessoa do superintendente em Pernambuco, 
Dr. Sérgio Mattos, que facilitou as entrevistas junto aos pescadores registrados 
naquela instituição. 
À Universidade Federal Rural de Pernambuco, por meio da Pró-Reitoria de Extensão, 
pelo acolhimento em seu espaço físico, e do Departamento de Pesca e Aqüicultura, 
porliberar os pesquisadores Vanildo Souza de Oliveira e José Carlos Pacheco, bem 
como, à Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento Educacional pela gerência 
fi nanceira dos recursos do Projeto Diagnóstico.
Ao Movimento de Pescadores de Pernambuco (MOPEPE), que iniciou a ação e 
mobilizou os pescadores, líderes e comunitários contra a poluição dos rios que 
cortam a cidade do Recife, e que com postura equilibrada e ética, juntou-se a nós no 
acompanhamento do trabalho de campo. À Pastoral dos Pescadores (CPP), pelas críticas
e auxílio no processo de discussão. Às Colônias de Pescadores e Associações 
de Pescadores, pelo acolhimento e informações concedidas ao longo da nossa 
caminhada por todo o litoral de Pernambuco, muitas vezes nos concedendo seu 
espaço físico e agendando reuniões. 
No sentido de homenagear e agradecer a todos os pescadores, pescadoras e 
cidadãos que militam em prol da causa da Pesca Artesanal, listamos os seguintes 
representantes: Jasilma Amorim Muller (Cabo - MOPEPE), Terezinha Filha (Ilha 
de Deus - MOPEPE), Edson da Cruz Correia (Fly- Ilha de Deus - MOPEPE), 
Manoel Vicente Rodrigues Filho (Dega – Jatobá - MOPEPE), Valdir de Souza 
Gonzales (Ponte de Limoeiro - MOPEPE), Bartolomeu José Souza (Ilha do Maruim 
- MOPEPE), Luciane Santos do Nascimento (Morena - MOPEPE), Renata Manzi 
de Souza (CPP), José Jonas Pereira Silva (Comunidade do Bode), Edileuza Silva 
do Nascimento (Dª Leu - Brasília Teimosa), Josias Clementino (Jorge da Praia- 
MONAPE), Cícero Santino de Oliveira (Itapissuma), Manoel Messias (Sirinhaém). 
À Fundação Joaquim Nabuco, pela colaboração dos pesquisadores Tarcísio 
Quinamo, Beatriz Mesquita e Cristiano Ramalho e a Fundação de Amparo à Pesquisa 
de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva (FUNDAÇÃO PROZEE), na 
pessoa do presidente Natalino Matsui. 
À equipe do projeto: os coordenadores Silvanda Galvão, Vanildo Oliveira e 
José Carlos Pacheco; os consultores, pela assessoria e disponibilidade, Beatriz 
Mesquita, Ricardo Gama, André Luis Maia e Gecynalda Gomes; aos educadores/
entrevistadores de campo, que acreditaram no sucesso desse trabalho, Amanda 
Farias, Ana Paula Silva, Bernardo Dias, Carolina Cardozo, Cezar Leite, Darlany 
Rocha, Felipe Silva, Isabela Araújo, Jasiael Costa, Mirela Simões, Sandra Galvão 
e Wellane Guedes; as pessoas que reuniram e formataram todo esse material: Mônica 
Souza, Cezar Leite, Beatriz Mesquita, Ana Paula Leite, Amanda Farias e Carolina 
Galvão. À Hermon Augusto Braga Júnior, que estava sempre na retaguarda, para 
facilitar o trabalho de campo e de laboratório com dedicação e profi ssionalismo.
 
Agradecemos também, aos pesquisadores, técnicos e representantes de classe que 
nos concederam as entrevistas: Sérgio Mattos (MPA) Fernando Acioli (APA Costa 
dos Corais), Cláudio Rabelo (FAEPE), Assis Lacerda (CPRH), Laurineide Santana e 
Bill Santos (CPP), Magnus Machado (Centro de Mamíferos Aquáticos) e João Carlos 
Borges (Projeto Peixe Boi). 
À Administração da Ilha de Fernando de Noronha na pessoa de Marieta Borges Lins 
e Silva, ao Museu do Tubarão através de Leonardo Veras, a José Martins, do Projeto 
Golfi nho Rotador, pelo acolhimento e disponibilidade. 
Apresentação
Este volume, assim como os antecedentes, foi escrito numa linguagem simples com 
intuito de facilitar seu entendimento a qualquer cidadão, especialmente aos pescadores. 
Ao mesmo tempo, pretende fazê-los sentir como parte responsável dos ecossistemas 
aquáticos que empregam milhares de pessoas. 
O Volume II completa a pesquisa do Diagnóstico Socioeconômico da Pesca Artesanal, 
retratando os municípios do Litoral Norte: Goiana, Itapissuma, Igarassu, Abreu e 
Lima, Itamaracá e suas respectivas comunidades pesqueiras, que trabalham nos rios, 
estuários, manguezais e ambiente marinho. 
Este livro reúne: os resultados estatísticos, as condições socioambientais e o perfi l 
socioeconômico de cada uma das 32 comunidades presentes neste litoral, indicações 
sobre as necessidades de cada aglomerado pesqueiro, além das entrevistas com pessoas 
envolvidas com a causa dos pescadores. 
É importante ressaltar que as informações gerais do Litoral de Pernambuco, encontram-
se contextualizadas no Volume I, por isso fi ca sugerida sua consulta, para uma melhor 
compreensão dos leitores sobre a pesquisa.
 
 Luiz Lira
 Coordenador da Pesquisa Diagnós" co
 
 
2 
 
Lista de Figuras 
Figura 1. Comunidades Pesquisadas: Litoral Norte. ..............................................................................16 
Figura 2. Comunidades presentes no Município de Goiana. ..................................................................22 
Figura 3. Produção pesqueira do Município de Goiana. ........................................................................23 
Figura 4. Localização de Atapuz. Os rios, estuários e manguezais garantem o trabalho dos pescadores.
 ................................................................................................................................................................24 
Figura 5. Tipos de habitações: alvenaria, madeira e taipa. .....................................................................26 
Figura 6. Nível de escolaridade dos pescadores. ....................................................................................26 
Figura 7. Meios flutuantes onde se destaca o mangotão como arte de pesca. ........................................28 
Figura 8. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. .....................................................30 
Figura 9. Pescadores à oferta de capacitação. ........................................................................................30 
Figura 10. Renda familiar total por mês. ................................................................................................31 
Figura 11. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais. ....................................................31 
Figura 12. Percentual de pescadores filiados à Associação/ Colônia. ....................................................32 
Figura 13. Ecossistema onde a comunidade desenvolve sua atividade econômica................................33 
Figura 14. Exploração de areia e construção de viveiros de camarão. ...................................................34 
Figura 15. Colônia Z-15, hoje utilizada basicamente para reuniões. .....................................................35 
Figura 16. Girau, processo artesanal de secagem do pescado. ...............................................................36 
Figura 17. Localização de Tejucupapo. Os rios, estuários e manguezais são fontes de alimentos. .......38 
Figura 18. Residências em taipa, principal tipo de habitação dos pescadores. ......................................41 
Figura 19. Nível de escolaridade dos pescadores. ..................................................................................42 
Figura 20. Pescadores (as) retornando da pesca no estuário. .................................................................43 
Figura 21. Embarcação e Arte de Pesca. Pescadores iniciando a jornada da pesca (a) e confeccionando 
a rede de pesca (b). .................................................................................................................................43 
Figura 22. Beneficiamento artesanal de peixe (a) e de siri (b). ..............................................................44 
Figura 23. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...................................................46 
Figura 24. Pescadores à oferta de capacitação. ......................................................................................46Figura 25. Renda familiar total por mês. ................................................................................................47 
Figura 26. Pescadores/família contemplados por benefícios sociais......................................................47 
Figura 27. Pescadores filiados à Associação/ Colônia. ..........................................................................48 
Figura 28. Embarcações no Porto Ferreiro. Observe o branqueamento do mangue. .............................49 
Figura 29. Pescadora exibindo seu pescado obtido pela coleta manual. ................................................50 
Figura 30. Trabalho familiar no beneficiamento de siri. ........................................................................51 
 
 
 
3 
 
Figura 31. Fogão artesanal alimentado por lenha...................................................................................52 
Figura 32. Fogão Ecológico consome menos lenha. ..............................................................................52 
Figura 33. Comunidades de Pontas de Pedra e Malvinas. Os estuários fertilizam ou poluem o mar. 
Saneamento básico é fundamental. ........................................................................................................55 
Figura 34. Nível de escolaridade dos pescadores. ..................................................................................57 
Figura 35. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...................................................60 
Figura 36. Pescadores à oferta de capacitação. ......................................................................................60 
Figura 37. Renda familiar total por mês. ................................................................................................61 
Figura 38. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais. ....................................................61 
Figura 39. Pescadores filiados à Associação/Colônia. ...........................................................................62 
Figura 40. Lixo descartado pela comunidade em curso d'água – Malvinas ...........................................63 
Figura 41. Comunidades de Carne de Vaca, Povoação de São Lourenço, Cana Brava. ........................66 
Figura 42. Nível de escolaridade dos pescadores. ..................................................................................68 
Figura 43. Percentual de pescadores que participaram de cursos de capacitação. .................................71 
Figura 44. Percentual de pescadores à oferta de capacitação. ................................................................71 
Figura 45. Renda familiar total por mês. ................................................................................................72 
Figura 46. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais. ....................................................72 
Figura 47. Pescadores filiados à Associação/Colônia. ...........................................................................73 
Figura 48. Utilização da Lavanderia Comunitária para diversos fins. ...................................................74 
Figura 49. Trabalho em família no beneficiamento de siri. Povoação de São Lourenço. ......................75 
Figura 50. Entrevista com pescador/ agricultor em Sítio Cana Brava. ..................................................75 
Figura 51. Rio Goiana e afluentes. Observe parte da Reserva Extrativista Acaú-Goiana. ....................76 
Figura 52. Casa revestida com conchas de marisco. ..............................................................................76 
Figura 53. Comunidade de Barra de Catuama. Atividade pesqueira no mar de dentro e estuários dos 
rios Carrapicho e Catuama. ....................................................................................................................79 
Figura 54. Percentual do nível de escolaridade dos pescadores. ............................................................81 
Figura 55. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...................................................84 
Figura 56. Pescadores à oferta de capacitação. ......................................................................................84 
Figura 57. Renda familiar total por mês. ................................................................................................85 
Figura 58. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais. ....................................................85 
Figura 59. Pescadores filiados à Associação /Colônia. ..........................................................................86 
Figura 60. Ecossistema preservado funciona como indústria natural de alimentos. ..............................87 
Figura 61. Delito ambiental relacionado a pobreza. Lenha do mangue. ................................................88 
Figura 62. Erosão marinha provocando destruição de estruturas construídas. .......................................88 
 
 
 
4 
 
Figura 63. Localização da comunidade de Baldo do Rio. ......................................................................91 
Figura 64. Nível de escolaridade dos pescadores. ..................................................................................93 
Figura 65. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...................................................95 
Figura 66. Pescadores à oferta de capacitação .......................................................................................96 
Figura 67. Renda familiar total por mês. ................................................................................................96 
Figura 68. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais. ....................................................97 
Figura 69. Pescadores filiados à Associação/Colônia. ...........................................................................97 
Figura 70. Lixo acumulado nas proximidades do rio. ............................................................................98 
Figura 71. Canoas que são utilizadas fundamentalmente em água doce. ...............................................99 
Figura 72. Liderança da colônia Z-14 mobiliza a comunidade do Baldo do Rio. ..................................99 
Figura 73. Comunidades do Município de Itapissuma. ........................................................................104 
Figura 74. Produção pesqueira do Município de Itapissuma. ..............................................................105 
Figura 75. Localização das comunidades de Espinheiro e Veloz. .......................................................106 
Figura 76. Nível de escolaridade dos pescadores. ................................................................................109 
Figura 77. Canoas da comunidade Veloz e ao fundo a ponte que liga Itapissuma a Itamaracá. ..........110 
Figura 78. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. .................................................112 
Figura 79. Pescadores à oferta de capacitação. ....................................................................................112 
Figura 80. Renda familiar total por mês. ..............................................................................................113 
Figura 81. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais. ..................................................113 
Figura 82. Pescadores filiados à Associação/Colônia. .........................................................................114 
Figura 83. Colônia de Pescadores Z-10. Espinheiro, Itapissuma. ........................................................114 
Figura 84. Encontro de pescadores na “Praça da Mentira” (a). Aspecto da praça onde se vê apetrechode pesca e um ângulo do Canal de Santa Cruz e embarcações atracadas (b). ......................................115 
Figura 85. Atracagem desordenada das embarcações, materiais de pesca em locais impróprios no 
trecho do Canal de Santa Cruz. Espinheiro. Itapissuma. ......................................................................116 
Figura 86. Processamento do pescado desde sua captura até comercialização. Espinheiro. ................117 
Figura 87. Uma mostra de esgoto lançado diretamente no Canal de Santa Cruz. ................................117 
Figura 88. Construção e conserto de baiteras em pequena oficina “estaleiro”.....................................118 
Figura 89. Comunidades localizadas no centro do município de Itapissuma-PE .................................120 
Figura 90. Nível de escolaridade dos pescadores. ................................................................................122 
Figura 91. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. .................................................125 
Figura 92. Pescadores à oferta de capacitação. ....................................................................................125 
Figura 93. Renda familiar total por mês. ..............................................................................................126 
Figura 94. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais. ..................................................127 
 
 
 
5 
 
Figura 95. Pescadores filiados à Associação/Colônia. .........................................................................127 
Figura 96. Siris capturados no tamanho contrário a legislação. ...........................................................129 
Figura 97. Dos 101 pescadores, apenas três têm registro de pesca. .....................................................130 
Figura 98. Entrevistadores do IOPE ao encontro de pescadores. .........................................................133 
Figura 99. Localização da Comunidade de Botafogo. Os rios, estuários e manguezais que garantem o 
trabalho dos pescadores. .......................................................................................................................136 
Figura 100. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................138 
Figura 101. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...............................................141 
Figura 102. Pescadores à oferta de capacitação. ..................................................................................141 
Figura 103. Renda familiar total por mês. ............................................................................................142 
Figura 104. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais.................................................142 
Figura 105. Pescadores filiados à Associação/Colônia. .......................................................................143 
Figura 106. Vista da comunidade de Botafogo nas margens da BR 101 Sul e detalhe da rua S. .........144 
Figura 107. Localização da Comunidade de Mangabeira. ...................................................................147 
Figura 108. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................149 
Figura 109. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...............................................152 
Figura 110. Pescadores à oferta de capacitação. ..................................................................................152 
Figura 111. Percentual da renda familiar total por mês. ......................................................................153 
Figura 112. Percentual de pescadores/família contemplados por benefícios sociais. ..........................153 
Figura 113. Percentual de pescadores filiados à Associação/ Colônia. ................................................154 
Figura 114. A reflexão do papel laminado reflete os raios solares. .....................................................155 
Figura 115. Pescadores expressando questões de ordem ambiental.....................................................156 
Figura 116. Produção pesqueira do Município de Igarassu. ................................................................161 
Figura 117. Produção pesqueira do Município de Abreu e Lima.........................................................163 
Figura 118. Comunidades dos Municípios de Igarassu e Abreu e Lima. .............................................164 
Figura 119. Localização da comunidade de Mangue Seco. .................................................................165 
Figura 120. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................167 
Figura 121. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...............................................170 
Figura 122. Pescadores à oferta de capacitação. ..................................................................................170 
Figura 123. Renda familiar total por mês. ............................................................................................171 
Figura 124. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais.................................................171 
Figura 125. Pescadores filiados à Associação/ Colônia. ......................................................................172 
Figura 126. Banco areno-lamoso de onde os pescadores/marisqueiras retiram seu sustento. ..............173 
Figura 127. Entrevistas, no momento de coleta (a) e no aguardo do transporte (b). ............................173 
 
 
 
6 
 
Figura 128. Passivo ambiental de marisco. Praia de Mangue Seco. ....................................................174 
Figura 129. Localização das comunidades de Nova Cruz I e Nova Cruz II. .......................................177 
Figura 130. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................178 
Figura 131. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...............................................181 
Figura 132. Pescadores à oferta de capacitação. ..................................................................................181 
Figura 133. Renda familiar total por mês. ............................................................................................182 
Figura 134. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais.................................................182 
Figura 135. Pescadores filiados à Associação/ Colônia. ......................................................................183 
Figura 136. Família sem registro civil, o que impede receber os benefícios sociais............................184 
Figura 137. Residência em risco de desabamento. ...............................................................................184 
Figura 138. Terreno baldio com lixo nas proximidades das residências. .............................................185 
Figura 139. Localização das comunidades Beira Mar no complexo hídrico salgado. .........................189 
Figura 140. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................191 
Figura 141. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...............................................193 
Figura 142. Pescadores à oferta de capacitação. ..................................................................................194 
Figura 143. Renda familiar total por mês. ............................................................................................194 
Figura 144. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais.................................................195Figura 145. Pescadores filiados à Associação/ Colônia. ......................................................................195 
Figura 146. Conchas de marisco cobrindo o mangue. .........................................................................197 
Figura 147. Afluente do rio Igarassu poluído, observe desmatamento do mangue..............................198 
Figura 148. Dona Maria do Peixe sendo entrevistada. .........................................................................199 
Figura 149. Acúmulo de conchas de mariscos assoreando o rio São Domingos. ................................199 
Figura 150. Local de beneficiamento do marisco. ...............................................................................200 
Figura 151. Localização das comunidades de Cuieiras, Sítio Inhamã e Porto de Jatobá. ....................204 
Figura 152. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................206 
Figura 153. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...............................................209 
Figura 154. Pescadores à oferta de capacitação. ..................................................................................209 
Figura 155. Renda familiar total por mês. ............................................................................................210 
Figura 156. Pescadores /família contemplados por benefícios sociais.................................................210 
Figura 157. Pescadores filiados à Associação/ Colônia. ......................................................................211 
Figura 158. Entrevistas sendo realizadas no Porto Jatobá, no local de descarga do pescado. .............212 
Figura 159. Marisqueira sendo entrevistada em plena atividade. ........................................................213 
Figura 160. Armazenamento do pescado com ausência de gelo e condicionamento precário. ............213 
 
 
 
7 
 
Figura 161. Diversidade de cultura agrícola. Destacando-se o cocho para ruminantes na última foto.
 ..............................................................................................................................................................214 
Figura 162. Ubiratã, ex- pescador de Cuieiras. ....................................................................................216 
Figura 163. Produção pesqueira do Município de Itamaracá. ..............................................................222 
Figura 164. Comunidades presentes no Município de Itamaracá.........................................................223 
Figura 165. Localização da Comunidade do Pilar. Pesca de mar de dentro e de fora..........................223 
Figura 166. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................225 
Figura 167. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...............................................228 
Figura 168. Pescadores à oferta de capacitação. ..................................................................................228 
Figura 169. Renda familiar total por mês. ............................................................................................229 
Figura 170. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais.................................................230 
Figura 171. Pescadores filiados à Associação/ Colônia. ......................................................................230 
Figura 172. Assembléia da Colônia de Pescadores Z-11. ....................................................................231 
Figura 173. Ato religioso - Buscada de Nossa Senhora do Pilar - participação de turistas. ................232 
Figura 174. Pescadores aguardam início de reunião, onde o Projeto Diagnóstico fez contato com a 
Colônia Z-11, levando questões socioeconômicas e ambientais. .........................................................232 
Figura 175. Saneamento básico e Educação Ambiental possibilitam turismo saudável. .....................233 
Figura 176. Comunidade de Vila Velha. ..............................................................................................236 
Figura 177. Vista panorâmica do alto de Vila Velha. ..........................................................................236 
Figura 178. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................238 
Figura 179. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...............................................240 
Figura 180. Pescadores à oferta de capacitação. ..................................................................................241 
Figura 181. Renda familiar total por mês. ............................................................................................241 
Figura 182. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais.................................................242 
Figura 183. Pescadores filiados à Associação /Colônia. ......................................................................242 
Figura 184. Diversificação de artesanato em Vila Velha. ....................................................................244 
Figura 185. Entrevistadora analisa o lixo acumulado no mangue. .......................................................244 
Figura 186. Os ecossistemas aquáticos e a cobertura vegetal favorecem a pesca e o turismo 
comunitário. .........................................................................................................................................247 
Figura 187. Localização da Comunidade de Chié. ...............................................................................248 
Figura 188. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................250 
Figura 189. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...............................................253 
Figura 190. Pescadores à oferta de capacitação. ..................................................................................253 
Figura 191. Renda familiar total por mês. ............................................................................................254 
 
 
 
8 
 
Figura 192. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais.................................................254 
Figura 193. Pescadores filiados à Associação/ Colônia. ......................................................................255 
Figura 194. Dona Maria Rosa, representante feminina de atividade pesqueira da comunidade de Chié, 
onde administra uma carcinicultura de pequeno porte. ........................................................................256 
Figura 195. Localização da comunidade de Jaguaribe. Pesca no mar de dentro e mar de fora............259 
Figura 196. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................260 
Figura 197. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...............................................263 
Figura 198. Pescadores à oferta de capacitação. ..................................................................................263 
Figura 199. Renda familiar total por mês. ............................................................................................264 
Figura 200. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais.................................................264 
Figura 201. Pescadores filiados à Associação/Colônia. .......................................................................265 
Figura 202. Educadores/entrevistadores ainda em período de pré-teste na comunidade de Jaguaribe (a). 
Caiçaras onde residem os pescadores e trabalham no conserto dos apetrechosde pesca (b). ..............267 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Lista de Tabelas 
 
Tabela 1. Georeferência das comunidades do Município de Goiana. ....................................................22 
Tabela 2. Georeferência das comunidades do Município de Itapissuma. ............................................105 
Tabela 3. Georeferência das comunidades dos Municípios de Igarassu e Abreu e Lima. ...................164 
Tabela 4. Georeferência das comunidades do Município de Itamaracá. ..............................................222 
 
 
 
 
 
10 
 
Sumário 
Apresentação 
 
Lista de Figuras 
Lista de Tabelas 
 
Lista de Figuras 
Lista de Tabelas 
Introdução ........................................................................................................................... 15 
 Metodologia ........................................................................................................................ 16 
Caracterização dos Municípios....................................................................................... 18 
1 – Município de Goiana................................................................................................... 19 
 
 
 
1.1- Comunidade de Atapuz............................................................................................. 24 
 1.1.1– Análise Estatística........................................................................................... 25 
 1.1.1.1 - Perfil Socioeconômico............................................................................ 25 
 1.1.1.2 – Atividade Econômica............................................................................. 27 
1.1.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
33 
1.1.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
36 
 
1.2- Comunidade de Tejucupapo.................................................................................... 38 
1.2.1 – Análise Estatística.......................................................................................... 
 
40 
 1.2.1.1 - Perfil Socioeconômico............................................................................ 
 
40 
 1.2.1.2 - Atividade Econômica.............................................................................. 
 
42 
1.2.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
49 
1.2.3 - Considerações Finais...................................................................................... 52 
 
1.3- Comunidade de Pontas de Pedra e Malvinas........................................................... 54 
1.3.1 – Análise estatística........................................................................................... 
 
55 
 1.3.1.1 - Perfil Socioeconômico............................................................................. 55 
 1.3.1.2 - Atividade Econômica............................................................................... 
 
57 
1.3.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
63 
1.3.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
64 
 
 
 
11 
 
 1.4 - Comunidades de Carne de Vaca, Povoação de São Lourenço e Cana Brava......... 66 
 1.4.1 – Análise Estatística.......................................................................................... 66 
 1.4.1.1 - Perfil Socioeconômico............................................................................ 67 
 1.4.1.2- Atividade Econômica............................................................................... 
 
2.1.2 – Análise Socioambiental................................................................................. 
2.1.3 – Considerações Finais..................................................................................... 
2.2 – Comunidade do Açude de Apipucos.................................................................... 
2.2.1– Análise Estatística 
2.2.1.1- Perfil Socioeconômico 
2.2.1.2- Atividade Econômica 
2.2.2 – Análise Socioambiental 
2.2.3 – Considerações Finais 
 
 
 
 
68 
1.4.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
 
74 
1.4.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
77 
1.5 – Comunidade Barra de Catuama............................................................................. 
 
 
79 
1.5.1– Análise Estatística........................................................................................... 
 
79 
 1.5.1.1- Perfil Socioeconômico............................................................................. 
 
80 
 1.5.1.2- Atividade Econômica............................................................................... 
 
82 
1.5.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
87 
1.5.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
89 
1.6 – Comunidade de Baldo do Rio................................................................................ 
 
91 
1.6.1– Análise Estatística........................................................................................... 
 
91 
 1.6.1.1- Perfil Socioeconômico............................................................................. 
 
91 
 1.6.1.2- Atividade Econômica............................................................................... 93 
1.6.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 98 
1.6.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
100 
 2 – Município de Itapissuma............................................................................................ 
 
102 
2.1 Comunidade de Espinheiro e Veloz......................................................................... 106 
2.1.1– Análise Estatística........................................................................................... 
 
107 
 2.1.1.1- Perfil Socioeconômico............................................................................. 
 
107 
 2.1.1.2- Atividade Econômica............................................................................... 
 
109 
2.1.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
115 
2.1.3 – Considerações Finais...................................................................................... 118 
2.2 – Comunidades do Centro de Itapissuma: Nossa Senhora da Conceição, Grêmio, 
Cajueiro, Beira Mangue e Várzea................................................................................... 
 
120 
 
 
 
12 
 
2.2.1– Análise Estatística........................................................................................... 
 
121 
 2.2.1.1- Perfil Socioeconômico.............................................................................121 
 2.2.1.2 -Atividade Econômica............................................................................... 
 
123 
2.2.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 128 
2.2.3- Considerações Finais....................................................................................... 
 
133 
2.3 – Comunidade de Botafogo...................................................................................... 
 
136 
2.3.1– Análise Estatística........................................................................................... 137 
 2.3.1.1- Perfil Socioeconômico............................................................................. 
 
137 
 2.3.1.2- Atividade Econômica............................................................................... 
 
139 
2.3.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
143 
2.3.3 – Considerações Finais...................................................................................... 144 
2.4 - Comunidade de Mangabeira................................................................................... 
 
147 
2.4.1– Análise Estatística........................................................................................... 
 
148 
 2.4.1.1 - Perfil Socioeconômico............................................................................ 
 
148 
 2.4.1.2 - Atividade Econômica.............................................................................. 
 
150 
2.4.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
155 
2.4.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
156 
 3 - Municípios de Igarassu e Abreu e Lima...................................................................... 159 
3.1 – Comunidade de Mangue Seco............................................................................... 
 
165 
3.1.1 – Análise Estatística.......................................................................................... 
 
165 
 3.1.1.1 - Perfil Socioeconômico............................................................................ 
 
166 
 3.1.1.2 - Atividade Econômica.............................................................................. 
 
168 
3.1.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
173 
3.1.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
174 
3.2- Comunidades de Nova Cruz I e II........................................................................... 176 
3.2.1– Análise Estatística........................................................................................... 177 
 3.2.1.1- Perfil Socioeconômico............................................................................. 177 
 3.2.1.2 - Atividade Econômica.............................................................................. 
 
179 
 
 
 
13 
 
3.2.2 - Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
184 
3.2.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
186 
3.3- Comunidades de Beira Mar, Beira Mar I, Beira Mar II e Escorregou ta Dentro.... 188 
3.3.1– Análise Estatística........................................................................................... 
 
189 
 3.3.1.1- Perfil Socioeconômico............................................................................. 
 
189 
 3.3.1.2- Atividade Econômica............................................................................... 
 
191 
3.3.2 - Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
196 
3.3.3– Considerações Finais....................................................................................... 
 
201 
3.4- Comunidades de Porto jatobá, Cuieiras e Sítio Inhamã.......................................... 
 
203 
3.4.1– Análise Estatística........................................................................................... 
 
204 
 3.4.1.1– Perfil Socioeconômico............................................................................ 
 
204 
 3.4.1.2- Atividade Econômica............................................................................... 
 
206 
3.4.2 - Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
212 
3.4.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
216 
 4 – Município de Itamaracá.............................................................................................. 221 
4.1 - Comunidade de Pilar.............................................................................................. 
 
223 
4.1.1– Análise Estatística........................................................................................... 
 
224 
 4.1.1.1- Perfil Socioeconômico............................................................................. 224 
 4.1.1.2- Atividade Econômica............................................................................... 
 
226 
4.1.2 - Análise Socioambiental.................................................................................. 
.. 
231 
4.1.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
233 
 4.2 – Comunidade de Vila Velha.................................................................................... 
 
235 
 4.2.1 – Análise Estatística.......................................................................................... 
 
236 
 4.2.1.1 – Perfil Socioeconômico........................................................................... 237 
 4.2.1.2 – Atividade Econômica............................................................................. 238 
 4.2.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 243 
 4.2.3 – Considerações Finais...................................................................................... 245 
 4.3 – Comunidade do Chié.............................................................................................. 248 
 
 
 
14 
 
 4.3.1 – Análise Estatística.......................................................................................... 249 
 4.3.1.1 – Perfil Socioeconômico........................................................................... 249 
 4.3.1.2 – Atividade Econômica............................................................................. 251 
 4.3.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
256 
 4.3.3 – Considerações Finais...................................................................................... 256 
 4.4 – Comunidade de Jaguaribe......................................................................................258 
 4.4.1 – Análise Estatística.......................................................................................... 259 
 4.4.1.1 – Perfil Socioeconômico........................................................................... 259 
 4.4.1.2 – Atividade Econômica............................................................................. 261 
 4.4.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 266 
 4.4.3 – Considerações Finais...................................................................................... 267 
Conclusões.........................................................................................................
................ 
270 
 Intervenções Necessárias............................................................................................ 271 
Anexos.................................................................................................................................
. 
273 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Introdução 
 
O litoral de Pernambuco possui 187 km de extensão e ocupa 2,3% de todo o litoral brasileiro. 
Abriga em suas 14 zonas estuarinas um ecossistema produtivo aos quais estão associadas 
inúmeras espécies de peixes, crustáceos e moluscos. Essas fábricas naturais de alimentos são 
responsáveis por mais de 60% do pescado estadual e se destacam por gerar alternativa de 
renda para milhares de pessoas, que encontram no manguezal e na plataforma continental 
fontes importantes de alimento. 
A Pesca Artesanal representa a maior parcela da produção pesqueira do Estado, caracterizada 
pelo trabalho familiar e comunitário, utilizando técnicas e tecnologias tradicionais, quer a pé 
ou com uso de embarcações, como: jangadas, canoas, baiteras e barcos motorizados de 
pequeno porte. As artes de pesca empregadas nesta modalidade para captura do pescado 
incluem: coleta manual, vara de pesca, linha e anzol, tarrafa, redes de cerco, de emalhe, de 
arrasto e armadilhas, com fins comerciais e/ou de subsistência. 
O presente volume retrata a Pesca Artesanal no Litoral Norte e objetiva conhecer o perfil 
socioeconômico dos pescadores e pescadoras que utilizam os ecossistemas fluvial, estuarino e 
marítimo como recurso alimentar e financeiro. 
 
 
16 
 
Metodologia 
 
Para que o atual estudo abrangesse todo litoral pernambucano foi preciso dividi-lo em: Ilha de 
Fernando de Noronha, Litoral Norte, Litoral Metropolitano e Litoral Sul, que encontram-se 
distribuídos nos volumes I, II, III e IV, respectivamente. A estratégia do trabalho de campo 
utilizou o procedimento da pesquisa fenomenológica, onde a maioria das 71 comunidades 
estudadas foram sugeridas pelos próprios pescadores. 
No Litoral Norte foi possível identificar nos municípios de Goiana, Itapissuma, Igarassu, 
Abreu e Lima, e Itamaracá um total de 32 comunidades, disponibilizadas na figura 1. 
O trabalho realizado em campo baseou-se 
na Pesquisa-Ação, a qual o entrevistador 
procurava adentrar o mundo dos 
entrevistados na busca de uma relação de 
troca. No processo da escuta e no 
estabelecimento de uma relação de 
respeito e confiança surgiram informações 
da realidade do pescador e da sua 
comunidade. As respostas das 52 
perguntas constantes no questionário eram 
respondidas com interesse e 
conhecimentos empíricos, que afloravam 
enriquecendo a troca entre o profissional 
do Instituto Oceanário e o „trabalhador 
aquático‟. 
 
 
 
 
 
Figura 1. Comunidades Pesquisadas: Litoral 
Norte. 
 
 
17 
 
 
Os questionários, assim como as observações do contexto ambiental, foram aplicados de 
janeiro de 2008 a fevereiro de 2009. Procurou-se enfocar o perfil socioeconômico do 
entrevistado, a sua atividade econômica, a participação em organizações representativas, o 
envolvimento no campo do meio ambiente, entre outros. Todos os dados foram tratados por 
um programa estatístico e, posteriormente analisados por consultores complementando as 
conclusões e sugestões explicitadas neste Diagnóstico. 
 Os dados de produção pesqueira e principais espécies capturadas por municípios são oriundos 
do ESTATPESCA (2006). As informações socioeconômicas sobre os municípios foram 
transcritas do Serviço Geológico do Brasil/CPRN (2005) além do site do IBGE. 
A localização das comunidades entrevistadas foram plotadas nas imagens de satélite do 
Programa Google Earth, assim como os registros dos municípios do litoral pernambucano. 
A quantidade e complexidade dos dados trabalhados possibilitarão, ainda, vários trabalhos 
científicos que juntamente com artigos publicados, contribuirão para a verticalização do 
conhecimento da Pesca Artesanal no litoral pernambucano. 
As informações geradas foram discutidas em seminários internos e os resultados apresentados 
através do evento “Oficina Técnica Diagnóstica”, realizado na Universidade Federal Rural de 
Pernambuco (UFRPE), para pescadores e pescadoras, diretores de Colônias e Associações, 
pesquisadores da UFRPE, pesquisadores da Fundaj, técnicos da Agência Estadual do Meio 
Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH), representantes da Comissão da Pastoral de 
Pescadores de Pernambuco (CPP) e da ONG Caranguejo-Uçá. Neste encontro foram 
discutidas propostas de intervenções necessárias nas comunidades estudadas. Ficou 
evidenciado tanto no evento quanto na pesquisa, que o maior inimigo da Pesca Artesanal, e 
conseqüentemente do pescador é a poluição dos rios, estuários e manguezais associados. 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS 
DO LITORAL NORTE
 Município: Goiana
 
 
20 
 
1-Município de Goiana 
 
O município de Goiana possui limites ao norte com o estado da Paraíba, ao sul com 
Itaquitinga, Igarassu, Itapissuma e Itamaracá, ao leste com o Oceano Atlântico e ao oeste com 
Condado e Itambé. A área que Goiana ocupa equivale a 492,1 km
2 
e representa 0,50 % do 
Estado de Pernambuco. A sede do município tem uma altitude aproximada de 13,0 m e 
coordenadas geográficas de 7º33”38‟ de latitude sul e 35º00”09‟ de longitude oeste, distando 
65,7 km da capital, cujo acesso é feito pela rodovia pavimentada BR101. 
Goiana é formada pelo Distrito Sede, Tejucupapo e Ponta de Pedras. De acordo com o censo 
2000 do IBGE a população residente total foi de 71.177 habitantes, sendo 43.531 (61,2 %) na 
zona urbana e 27.646 (38,8 %) na zona rural. Os habitantes do sexo masculino totalizaram 
35.056 (49,3 %), enquanto que os do feminino totalizaram 36.121(50,7 %), resultando numa 
densidade demográfica de 144,6 hab/km
2
. A contagem da população do IBGE resultou num 
crescimento inexpressivo de 71.796 habitantes para o ano de 2007. 
O Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 446.043.000,00 e o PIB per capita de R$ 5.840,00, 
levam o município ao nono lugar entre as cidades costeiras, ficando atrás apenas dos 
municípios industrializados com predominância da atividade agrícola na formação do seu 
PIB. Goiana é o terceiro município com menor incidência de pobres no litoral (46,48 %), 
perdendo apenas para os municípios de Recife e Sirinhaém, porém, possui a sexta maior 
diferença de classes medida pelo índice de Gini (0,41) 
1
. 
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de 0,69 situa o município em 24
o
 
no ranking estadual e em 3129
o
 no nacional. 
O Índice de Exclusão Social, que é construído por 07 (sete) indicadores (pobreza, emprego 
formal, desigualdade, alfabetização, anos de estudo, concentração de jovens e violência) é de 
0,429 ocupando a 12
a
 colocação no ranking estadual e a 2847
a
 no nacional.Os aspectos fisiográficos ressaltam que o município de Goiana está inserido na Mata Norte do 
estado de Pernambuco. O relevo faz parte predominantemente da unidade dos Tabuleiros 
 
1
 Índice de Gini é o coeficiente expresso em pontos percentuais utilizado para calcular a desigualdade de 
distribuição de renda. 
 
 
21 
 
Costeiros que acompanha o litoral de todo o nordeste, apresentando altitude média entre 50 e 
100 m. Compreende platôs de origem sedimentar, que apresentam grau de entalhamento 
variável, ora, com vales estreitos e encostas abruptas, ora, abertos com encostas suaves e 
fundos com amplas várzeas. O clima é do tipo tropical chuvoso com verão seco e a 
precipitação média de 1.634.2 mm ao ano. 
Do ponto de vista geológico, Goiana encontra-se na Província Borborema, sendo constituído 
por rochas sedimentares pertencentes à Formação Beberibe, do Grupo Barreiras e dos 
Depósitos Flúvio-marinhos, Flúvio-lagunares e Aluvionares. 
As águas superficiais que circulam no município de Goiana encontram-se nos domínios da 
Bacia Hidrográfica do Rio Goiana. Seus principais tributários são os rios Goiana, Capibaribe-
Mirim, Tracunhaém, Megaó, Barra do Goiana, da Guabiraba, Itapessoca, Itapirema, Corope e 
Arataca e os riachos: Cupissura, Milagre, da Pitanga, Farias, João marinho, Água do Bicho, 
da Ponta Branca, Ibeapecu e do Boi. Os principais corpos de acumulação são os açudes: 
Jacaré, Zombeiro, da Mata, Santa Tereza, da Prata e a Lagoa de Catuama. Todos os cursos d‟ 
água têm regime de escoamento perene e o padrão de drenagem é o dendrítico. 
Em relação a sua atividade pesqueira, encontra-se como o segundo maior produtor de 
pescado do Estado. Nele estão localizadas 4 Colônias de pescadores: Pontas de Pedra (Z-3), 
Atapuz (Z-15), Tejucupapo (Z-17) e Baldo do Rio (Z-14), além de uma Associação em Barra 
de Catuama. A pesquisa visualizou nove comunidades, que se autodenominam comunidades 
de pescadores: Baldo do Rio, Atapuz, Tejucupapo, Ponta de Pedras, Malvinas, Carne de 
Vaca, Povoação de São Lourenço, Cana Brava e Barra de Catuama (Figura 2). Para fins 
estatísticos estas comunidades foram agrupadas em seis. Essas comunidades com suas 
respectivas localizações geográficas encontram-se citadas na tabela 1. 
 
 
22 
 
 
Figura 2. Comunidades presentes no Município de Goiana. 
 
Tabela 1. Georeferência das comunidades do Município de Goiana. 
Comunidades Latitude Longitude 
Atapuz 7°40'48.72"S 34°51'39.96"O 
Tejucupapo 7°36'11.61"S 34°53'38.39"O 
Pontas de Pedra 7°37'53.44"S 34°49'4.02"O 
Carne de Vaca 7°34'60.00"S 34°50'0.00"O 
Povoação de São Lourenço 7°35'8.13"S 34°50'53.92"O 
Barra de Catuama 7°40'31.27"S 34°49'48.64"O 
Malvinas 7°38'20.51"S 34°49'15.47"O 
Baldo do Rio 7°33'26.87"S 34°59'35.81"O 
Cana Brava 7°35'50.02"S 34°50'53.18"O 
 
Segundo os dados do ESTATPESCA
2
 o município produziu, em 2006, 2.864,7t de pescado, 
sendo quase 50% deste total é composto por mariscos (1.010,1t), seguidos de ostras (197,2t), 
 
2
 Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira no Litoral Nordestino, desenvolvido pela Fundação de 
Amparo à Pesquisa de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva (Fundação PROZEE), pela Secretaria 
Especial de Pesca e Aquicultura da Presidência da República (SEAP/PR) e pelo Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). 
 
 
23 
 
Sururu (169,1t) e do peixe Saramunete (168,0t) (Figura 3). Como artes de pesca são utilizadas 
a coleta manual (marisco, sururu e ostra), o covo para peixe, a rede de espera e o mangote. 
 
 
 
 
 
Figura 3. Produção pesqueira 
do Município de Goiana. 
 
Por ser uma região onde a pesca tem uma alta expressividade e serve como fonte de renda 
para uma grande parcela da população, foi criada em outubro de 2007, a primeira Reserva 
Extrativista Marinha Interestadual do Brasil, a RESEX 
3
 Acaú-Goiana. Ela foi estabelecida 
através do pleito dos pescadores da Paraíba (Acaú) e de Pernambuco (Goiana) e o apoio de 
diversas instituições (CPP, IBAMA, ONGs e Fundaj). Após um período de incertezas sobre o 
órgão gestor (criação do ICMBio) a criação da RESEX voltou a ter movimentação, em maio 
de 2009, com a nomeação da responsável institucional pelo processo de elaboração do Plano 
de Manejo e, conseqüente, composição do grupo de coordenação do processo e planejamento 
prévio das atividades para elaboração do plano. 
Paralelamente a criação da RESEX, existe uma demanda para a criação de uma Reserva de 
Desenvolvimento Sustentável (RDS)
4
 no Canal de Santa Cruz, complementando a área da 
RESEX. Esta demanda, existente há mais de 10 anos, está com processo paralisado no órgão 
responsável. 
 
3
 Reserva Extrativista são espaços territoriais destinados à exploração auto-sustentável e conservação dos 
recursos naturais renováveis, por populações tradicionais. Exige, na sua implementação, a desapropriação de 
áreas particulares. Existem duas modalidades de Reservas Extrativistas: da Amazônia e Marinhas. 
 
4
 Se assemelha a RESEX , no entanto, as áreas particulares incluídas em seus limites não necessitam ser 
desapropriadas, só quando necessário, de acordo com o que dispõe a lei”. A RDS é mais recomendada quando 
existe área urbana dentro dos limites desejados para a Unidade de Conservação. 
 
Produção pesqueira anual do Município de Goiana-PE 
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Pro
duç
ão 
(t)
Fonte: ESTATPESCA 2006 
 
 
24 
 
Mais recentemente (2008) o Governo do Estado criou a APA
5
 de Santa Cruz (Decreto nº 
32.488, de 17 de outubro de 2008), compreendendo os Municípios de Itamaracá e Itapissuma 
e parte do Município de Goiana, com o objetivo de proteger o complexo estuarino do Canal 
de Santa Cruz e dos rios Itapessoca e Jaguaribe, entre outros. 
 
1.1 – Comunidade de Atapuz 
Atapuz é uma pequena ilha que se situa nas proximidades da Barra de Catuama no extremo 
norte do Canal de Santa Cruz e por trás da Ilha de Itamaracá (Figura 4). O acesso é feito pela 
PE-49 (estrada de Pontas de Pedra), precisando ainda, entrar na estrada de Atapuz e trafegar 
por 7 km de estrada de barro para chegar à comunidade. 
 
Figura 4. Localização de Atapuz. Os rios, estuários e manguezais garantem o trabalho dos pescadores. 
 
 
5
 Área de Proteção Ambiental. É uma área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de 
atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-
estar das populações humanas, e tem com objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o 
processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. 
 
 
 
25 
 
1.1.1 – Análise Estatística 
 
A estatística foi calculada com o número total de 88 pescadores (as) correspondendo ao 
percentual de 100%. Em algumas questões presentes no questionário do Anexo I, o 
entrevistado poderia marcar várias opções, o cálculo do percentual, neste caso, precisou ser 
realizado em cima dos 100% (88) para cada múltipla escolha, assim não excedendo o número 
total de questionários aplicados. 
 
1.1.1.1 - Perfil Socioeconômico 
 
Em Atapuz as 88 entrevistas realizadas contemplaram 71 homens e 17 mulheres. Desses 
entrevistados, 52 (59,1%), representados por 45 homens e 7 mulheres, são chefes de família. 
Quanto ao estado civil, 22,7% são casados, 35,2% moram juntos, 35,2% estão solteiros, 4,5%são separados/divorciados e 2,3% são viúvos. 
Ao descrever o perfil familiar e domiciliar os (as) pescadores (as) entrevistados (as), nota-se 
que, o número médio de moradores nas residências é de 4,12 e de famílias por residências é 
1,07. As pessoas possuem em média 2,01 filhos, sendo 1,17 a média dos filhos que dependem 
financeiramente do entrevistado. 
Os resultados, referentes à questão sobre remuneração, mostram que 73,9% dos entrevistados 
tem, em sua residência, pelo menos um familiar com 10 anos ou mais trabalhando de forma 
remunerada. Desses, 59,1% trabalham de forma remunerada na pesca. 
 
a) Habitação: condições físicas e sanitárias 
Observa-se entre os pescadores que 75 (85,2%) possuem casa própria e 13 (14,8%) casa 
alugada, cedida ou emprestada. Os materiais predominantes (Figura 5) utilizados na 
construção dessas residências foram alvenaria 82 (93,2%), madeira 1 (1,1%), taipa 4 (4,5%) e 
caiçara 1(1,1%). Ainda nos domicílios, de acordo com as questões sanitárias, 71 (80,7%) dos 
entrevistados possuem água encanada, já 63 (71,6 %) fossa, 79 (89,8%) tem banheiro, 9 
(10,2%) rede de esgoto e 93,2% coleta de lixo. Os que possuem energia elétrica totalizam 
93%. 
 
 
26 
 
Escolaridade 
9,1%
1,1%
8,0%
30,7% 25,0%
10,2%
12,5%
1,1% Escreve o nome
Fundamental I incompleto
Fundamental I completo
Fundamental II incompleto
Fundamental II completo
Médio incompleto
Médio completo
Outros
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5. Tipos de 
habitações: alvenaria, 
madeira e taipa. 
 
b) Bens materiais: transporte, utensílios domésticos e telefonia 
Dos bens materiais relacionados ao transporte, o mais utilizado é a bicicleta com 33%, 
seguida pelo carro (1,1%). Com relação aos eletrodomésticos, destacam-se: o fogão (88,6%), 
microondas (1,1%), a geladeira (68,2%), freezer (18,2%), a TV (80,7%), o liquidificador 
(65,9%), o aparelho de som (59,1%), máquina de lavar roupas (1,1%), ventilador (27,3%) e o 
vídeo/DVD (46,6%). Na telefonia, os aparelhos móveis (celulares) representaram 46,6% das 
respostas, enquanto que o telefone fixo não é utilizado nas residências nesta comunidade. 
 
c) Escolaridade 
Segundo o grau de escolaridade, verifica-se que o maior valor entre os entrevistados (30,7%), 
bem como os chefes de família 
(22,7%), representa o Ensino 
Fundamental II incompleto. O 
total correspondente para os que 
escrevem o nome é de 12,5% 
para os pescadores (Figura 6). 
 
Figura 6. Nível de escolaridade 
dos pescadores. 
 
 
27 
 
d) Saúde 
O histórico de doenças mostra que, 51,1% do total de pessoas entrevistadas declararam ter 
algum tipo de doença. Dentre os problemas de saúde de interesse deste estudo, os mais 
representativos são: problemas de coluna (15,9%), catarata (3,4%), outras doenças nos olhos 
(12,5%), hipertensão (10,2%), artrose (6,8%), diabetes (2,3%), doenças de pele (5,7%), 
doenças nos rins (1,1%), reumatismo (4,5%) e apresentam outras doenças que não foram 
citadas acima (14,8%). 
Segundo os pescadores, 98,9% costumam utilizar serviços de posto de saúde ou hospital. 
Considerando esta afirmação, observa-se que, 31,8% utilizam os serviços médico-hospitalares 
encontrados na vizinhança, 67% no próprio município e 1,1% nas capitais. 
 
1.1.1.2- Atividade Econômica 
 
Das 88 entrevistas realizadas em Atapuz, 68 homens (82,9%) e 14 mulheres (17,1%), são 
pescadores (as) e apenas 4 entrevistados não se identificam como, mas fazem parte da cadeia 
produtiva da pesca. A principal atividade exercida por eles é a pesca estuarina (55,7%), 
seguida da pesca de mar de dentro (31,8%). A relação trabalhista dos (as) pescadores (as) 
mostra que 51,1% são autônomos, 29,5% são empregados/parceiros e 11,4% são donos de 
barcos. 
 
a) Jornada de Trabalho na Pesca 
O tempo médio que trabalham na atividade pesqueira é de 22,67 anos, a média de dias 
trabalhados por semana é de 4,73. Os maiores índices encontrados para a média de horas 
trabalhadas por dia estiveram entre 4 e 8 horas ou mais de 8 horas, correspondendo a 86,4% e 
9,1%, respectivamente. Apesar de existir um mito sobre o pescador como um profissional que 
trabalha “pouco”, constata-se aqui que tanto o período de trabalho diário e semanal se 
assemelha as outras profissões, desmitificando então a idéia de pescador como “preguiçoso”. 
 
 
 
28 
 
b) Embarcações e Aparelhos de Pesca 
O tipo de embarcação mais presente é a baitera (79,5%), seguida 1,1% o bote motorizado, 
2,3% a canoa e 1,1% outro tipo de embarcação (Figura 7), utilizados por 84% das pessoas 
com atividades gerais relacionadas diretamente à pesca. Na questão referente aos aparelhos 
utilizados para tal atividade, 
representando 34,1% do total, o 
mangote encontra-se entre as mais 
citadas, acompanhadas das redes 
(emalhar/espera/ caçoeira/malhadeira) 
com 29,5%, o mangotão com 20,5% e 
13,6% realizam coleta manual. 
 
Figura 7. Meios flutuantes onde se 
destaca o mangotão como arte de 
pesca. 
 
 
Uma vez sabendo quais as embarcações e os aparelhos de pesca mais utilizados, foram 
realizados cruzamentos no intuito de investigar com detalhe qual a relação que possuíam. 
Verificou-se que os 70 (79,5%) pescadores que utilizam baitera, 24 (34,3%) tem a pesca com 
mangote como principal técnica para captura do pescado, seguida pelas pescas com as redes 
de emalhar/espera/caçoeira/malhadeira 25 (35,7%), 18 (25,7%) com mangotão, 6 (8,6%) linha 
de mão, 5 (7,1%) linha/vara de pescar siri, 11 (15,7%) coleta manual, 2 (2,9%) de mergulho, 
1 (1,4%) o curral e 1 (1,4%) utiliza outro tipo de apetrecho . Já os 2 (2,3%) pescadores que 
usam canoa, 1 (50%) utiliza o mangote e 1 (50%) a linha de mão. O único bote motorizado 
(1,1%) utiliza redes de emalhar/espera/caçoeira/malhadeira. 
 
c) Comercialização do Pescado 
Segundo os (as) pescadores (as), 13,6% da produção do pescado é para consumo para 
consumo próprio, o restante é vendido diretamente, para: o consumidor (21,6%), o 
peixeiro/atravessador (62,5%). É importante notar que o mesmo entrevistado pode 
comercializar parte de sua produção e consumir outro percentual, mas a venda para os 
atravessadores é responsável por mais de 60% de todas as respostas dos entrevistados. 
 
 
29 
 
d) Impactos na Atividade Pesqueira 
Para os pescadores, vários fatores tem prejudicado a atividade pesqueira. Entre eles, os que 
mais merecem destaque são: a aqüicultura (26,1%), a pesca predatória (17%), a poluição da 
água (14,8%), a diminuição dos recursos naturais (4,5%) e a pesca excessiva (3,4%). 
 
e) Alternativas de Fontes de Renda 
Verificando a estatística voltada para esta questão, é possível perceber que alguns pescadores, 
no intuito de aumentar sua renda, acabam desenvolvendo atividades extras não relacionadas à 
pesca. Ainda no questionário, existem os que almejam outra fonte de renda e os que já 
experienciaram outros trabalhos. Para os que disseram possuir rendas extras, as mais citadas 
foram: serviços gerais (6,8%), construção civil (5,7%), comércio (2,3%) e como 
caseiros/serviço doméstico (2,3%). Constatou-se que a atividade secundária é realizada por 
menos de 15% dos entrevistados, configurando a pesca como atividade muito importante em 
Atapuz. Por outro lado, dos que gostariam de ter um rendimento alternativo, os mais 
almejados são: serviços gerais (11,4%), comércio (9,1%), construção civil (6,8%), 
aposentadoria/benefício (5,7%), caseiro/serviço doméstico (3,4%), indústria (2,3%), 
funcionário público (2%), pesca do mar de fora (1,1%), aqüicultura (1,1%) e em outra 
atividade (33%). Para os pescadores que já tiveram outras

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