Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PRINCÍPIOS GERAIS DO ATENDIMENDO DA VÍTIMA LUCINETE DUARTE Rotina de Avaliação da Vítima 1. Chegue ao local. 2. Estabeleça comunicação e controle. 3. Conduza uma investigação primária. 4. Conduza um exame neurológico. 5. Determine a queixa principal. 6. Avalie os sinais vitais. 7. Veja se a vítima é portadora de algum tipo de identificação médica. 8. Levante a história. 9. Conduza uma investigação secundária. Avaliação da Vítima Como controlar o local: -Movimente-se de forma suave e ponderada. -Posicione-se em um nível confortável em relação à vítima. Fique em lugar onde a vítima possa vê-lo sem girar a cabeça ou o pescoço. -Mantenha o nível de seus olhos acima da vítima. -Conduza a investigação de modo sistemático e sem pressa. Avaliação da vítima Como Controlar o Local: -Se houver mais de uma vítima, determine qual(is) vítima(s) precisa(m) de cuidados mais imediatos. -As emoções aumentam progressiva e rapidamente em situações de tensão, portanto, mantenha sua voz calma e tranquila. Avaliação Inicial A Avaliação Inicial tem a finalidade de identificar e corrigir os problemas que ameaçam a vida, prioritariamente aqueles relacionados às vias aéreas, respiração e circulação. A avaliação inicial começa quando o socorrista tem acesso ao paciente. A avaliação inicial tem seis componentes: 1) Impressão geral do paciente. 2) Avaliação do nível de consciência. 3) Avaliação da abertura das vias aéreas. 4) Avaliação da respiração. 5) Avaliação da circulação. 6) Tomada de decisão sobre a urgência do transporte. Avaliação Inicial Avaliação Inicial - Identifique os problemas de risco em três principais áreas: 1) Vias aéreas: as vias aéreas do paciente estão obstruídas? 2) Respiração: o paciente respira normalmente? 3) Circulação: o pulso do paciente está normal? Há algum ponto de sangramento? Há alguma grande mancha de sangue no local? O paciente tem sinais de choque? Avaliação Inicial O ABC da assistência de emergência: A – Abertura das vias aéreas; B – Respiração; C – Circulação. ABC da Assistência em Emergência A – Vias aéreas/Coluna cervical - Verifique se as vias aéreas estão desobstruídas; - Use a manobra de inclinação da cabeça/elevação do queixo ou a manobra modificada da mandíbula para desobstruí-las. - Verifique se há deformidade na coluna cervical (atentar para o Traumatismo Raquimedular) Manobra de Elevação do queixo Fonte: BLS, 2004 Manobra da Mandíbula Fonte: BLS, 2004 O ABC da Assistência de Emergência B - Respiração - Uma pessoa responsiva está sempre respirando. - Para determinar se uma vítima não responsiva está respirando: VER – observe o movimento do tórax; OUVIR – Ouça os sons da respiração; SENTIR – Sinta em sua face o ar passando para dentro e para for a da boca ou do nariz. Avaliando a Respiração Ver Ouvir Sentir O ABC da Assistência de Emergência B – Respiração - Não demore mais do que 10 segundos para avaliar a respiração. - A ausência da respiração será considerada, quando não forem percebidos movimentos no tórax, mesmo que o socorrista escute alguns ruídos na boca do paciente – respiração agônica. O ABC da Assistência de Emergência C – Circulação - Verifique o pulso radial. - Se a vítima estiver inconsciente ou você não conseguir encontrar o pulso radial, verifique o pulso carotídeo. Verificação do Pulso Radial Avaliação do Pulso carotídeo Fonte: Primeiros Socorros para estudantes, 2002 Consideração pediátrica • Para avaliar a circulação em bebê, procure sentir o pulso na artéria braquial • Sinta o pulso braquial por 10 segundos procurando simultaneamente por outros sinais de circulação O ABC da Assistência de Emergência C – Circulação - Demore de 5 a 10 segundos na avaliação do pulso carotídeo. - Se a vítima estiver respirando e tiver pulso, continue procurando sangramento profuso ou sério. - Faça isso de forma rápida e minuciosa, porém delicada, verificando sempre se há sangue nas luvas. O ABC da Assistência de Emergência C – Circulação - Sangue com coloração vermelha, brilhante e saindo em jorros: Sangramento arterial. - Sangue com coloração vermelha, porém mais escura: Sangramento venoso. - Atenção: Faça o que for possível para controlar a hemorragia, mas nunca negligencie as condições das vias aéreas e da respiração. O ABC da Assistência de Emergência C – Circulação - A hemorragia (sangue jorrando o fluindo livremente) é o único tipo de sangramento que deve ser tratado durante a investigação primária. Avaliação Inicial Considerações especiais para bebês e crianças: - A maioria dos bebês e das crianças são tímidas e desconfiadas na presença de pessoas estranhas. - Ao avaliar a capacidade de resposta de um bebê, fale com ele e dê tapinhas na planta dos pés. Avaliação Inicial Considerações especiais para bebês e crianças: - A abertura das vias aéreas do bebê e da criança é realizada mantendo-se a posição neutra, podendo ser necessário utilizar um coxim. - As freqüências do pulso e respiração no bebês e na crianças são mais elevadas que nos adultos. Avaliação Inicial Considerações especiais para bebês: -A verificação do pulso nos bebês e crianças é feita na artéria braquial. -Realizar a verificação do preenchimento capilar: retorno do fluxo sanguíneo aos capilares após um interrupção forçada pela pressão do leito ungueal. O tempo de retorno normal é inferior a 2 segundos. Avaliação Inicial Posicionamento da cabeça da criança Exame Neurológico/Incapacidade O Exame Neurológico verifica: - O nível de consciência; - As funções motoras (como movimentos voluntários); - As funções sensoriais (o que a vítima pode sentir). Avaliação da Consciência/Incapacidade Classificação do nível de consciência: AVDI -Alerta: o paciente alerta está desperto, orientado, responde às questões e conversa com o socorrista. -Verbal: o paciente aparenta está desacordado, mas ao ser chamado ou estimulado auditivamente consegue reagir. Avaliação da consciência Classificação do nível de consciência: AVDI -Dor: o paciente não responde aos estímulos auditivos, mas reage aos estímulos dolorosos. -Insconsciente: o paciente não responde aos estímulos auditivos e dolorosos. Ele está arreativo. Avaliação Inicial Queixa Principal - Motivo do pedido de ajuda, habitualmente expressa pelo próprio paciente. - É a resposta da pergunta: Onde dói? - Mesmo que a lesão seja óbvia é importante perguntar. Avaliação Inicial – Sinais Vitais Pulso – É a onda da pressão gerada quando o coração bate; Ao tomar o pulso observe: -A freqüência (Normal: 60 a 100 batimentos por minuto no adulto/ 80 a 160/200 para crianças) -A força -O ritmo Avaliação Inicial – Sinais Vitais Respiração - A respiração compreende uma inalação (inspiração) e uma exalação (expiração) - As respirações normais são fáceis e espontâneas, sem dor ou esforço. - Freqüência normal: 12 a 20 por minuto Avaliação Inicial – Sinais vitais Temperatura - Avalie a temperatura relativa da pele. - A pele normal é razoavelmente seca e apresenta temperatura regular. - Temperatura elevada:febre, calor. - Temperatura baixa: lesão medular, exposição ao frio. Avaliação Inicial – Sinais Vitais Cor da pele - A palidez pode ser causada por choque ou ataque cardíaco; - A vermelhidão pode ser causada por pressão alta, os últimos estágios de intoxicação por monóxido de carbono, uso abusivo de álcool, queimadura solar, febre ou doença infecciosa. Avaliação Inicial – Sinais Vitais Cor da pele - A coloração azulada (cianose) pode ser causada por sufocação, falta de oxigênio, ataque cardíaco ou envenenamento. - O refil ou permeabilidade capilar deve ser verificado para verificar a presença de choque. Histórico do Paciente Ao levantar uma história: - Avalie o local. - Se a situação for urgente, faça perguntas do tipo sim ou não. - Se a situação for menos urgente, faça perguntas não direcionadas. Histórico do Paciente Utilize a sigla: SHAMAR S – Sinais/sintomas. H – Histórico médico. A – Acontecimentos que levaram à doença ou à lesão. M – Medicamentos. A – Alergias. R – Refeição (última) Histórico do paciente - Se a vítima não apresentar responsiva, parecer confusa ou for uma criança, obtenha a história conversando com os amigos ou familiares. Avaliação Secundária -A Investigação secundária é a observação mais atenta da vítima depois que as condições potencialmente fatais forem controladas e os sinais vitais, registrados. -Durante essa investigação, você conduz uma verificação completa do corpo com as mãos, procurando inchaço (edema), depressões, deformidades, sangramentos e outros problemas. Avaliação Secundária -Explique a vítima o que você está fazendo. -Mantenha a cabeça e o pescoço da vítima alinhados e não mova desnecessariamente antes de concluir a avaliação e descartar a possibilidade de lesões no pescoço ou na coluna. Ordem de exame na Investigação secundária 1) Face 2) Crânio e Pescoço 3) Tórax 4) Abdome 5) Pelve e região lombar 6) Membros inferiores e pés 7) Braços punhos e mãos Fonte: Brent, 2002 Exame Secundário -Procure deformidades, feridas, sangramento, descoloração, penetração, orifícios no pescoço e movimento incomum do tórax. -Faça uma palpação para detectar anormalidades. -Tente perceber odores incomuns na respiração, corpo ou roupas da vítima. Avaliação Secundária -Esforce-se ao máximo para garantir a privacidade da vítima, mas corte qualquer pedaço de roupa que impeça que você a examine de forma apropriada. -Após concluir a investigação secundária, cuide das lesões que encontrar, se houver tempo suficiente. -A duração da investigação secundária e o atendimento de emergência prestado por você dependerão da rapidez com que a equipe de resgate chegar no local. VEJA, não apenas olhe. OUÇA, não apenas escute. SINTA, não apenas toque. Na Avaliação da Vítima....
Compartilhar