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Planejamento Social Estratégico
Escrito por Cecilia Studart Guimarães
Sáb, 09 de Abril de 2005 00:00
A política social deixa de ser um enunciado abstrato desde o momento em que é colocada em
prática, a partir da sua operacionalização em intervenções, programas e projetos sociais. A
questão principal é que essa operacionalização não se pode constituir de ações erráticas
simplesmente por ter um selo com cunho social. Fortalecer a estrutura social e ampliar o
espectro da efetiva implementação de políticas sociais, exige um “processo racional para a
formulação periódica de orientações estratégicas explícitas, formais e de longo prazo, tendo
em vista garantir clareza e estabilidade na sua direção e trajetória.”[1]
 
A frase citada é uma das premissas do planejamento estratégico de intervenções públicas ou
privadas. As outras premissas indicam, em primeiro lugar, a existência de um processo
permanente de controle e avaliação, que tem por objetivo garantir a implantação efetiva das
decisões planejadas; indicam, em segundo lugar, a necessidade de identificar mecanismos
para detectar e processar mudanças no contexto interno e externo da intervenção; e indicam,
por último, a garantia da participação de todos os segmentos relevantes na intervenção, tanto
no processo de formulação como o de implantação e avaliação dos resultados, como meio de
se atribuir maior legitimidade às decisões tomadas desde o início do processo.
O termo “planejamento estratégico” é definido conceitualmente pelo mesmo autor como o
caminho que a instituição [ou intervenção] escolhe para “evoluir de uma situação presente, até
uma situação desejada no futuro”[2]. O plano estratégico abrange todas as ações críticas de
uma intervenção, dotando-as de unidade, direção e propósito.
Fontes (2001) indica que a lógica do planejamento estratégico foi adotada pela área social,
desde o momento em que se viu a necessidade de demonstrar claramente os benefícios que
seriam gerados pela intervenção para toda a sociedade. Para isso, afirma, são necessárias
metodologias e tecnologias sociais inovadoras que possam melhorar a efetividade dessas
intervenções, “diminuindo seus custos e, consequentemente, o preço a ser pago por toda a
sociedade.”[3]
 
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Planejamento Social Estratégico
Escrito por Cecilia Studart Guimarães
Sáb, 09 de Abril de 2005 00:00
No Brasil, a efetividade das intervenções sociais era, até a década passada, praticamente nula,
pela monopolização e centralização por parte do Estado do processo de planejamento [quando
existia] e de implementação de políticas públicas e sociais. Segundo Ferrarezi (1997), com o
surgimento de novos atores sociais que reforçam e complementam o papel do Estado de
formulador e implementador de políticas públicas, a situação está sendo revertida. A isto se
acrescenta a constatação de que toda política social possui um elemento político que lhe é
inerente e inalienável, mas também outro técnico que deve, segundo Cohen e Franco (1993),
incluir tanto diretrizes adequadas como processos técnicos para o planejamento e execução da
política social. 
“O arranjo institucional sobre o qual se constituíram as políticas sociais brasileiras determinou,
em grande medida, o baixo desempenho de seus programas, comprometidos por problemas de
gestão, desenho e ausência de avaliação dos resultados. Por isso, a implementação das
políticas deve, necessariamente, dar-se em novas bases que pressupõe, a descentralização
política, administrativa e financeira, possuir maior consistência em seus objetivos,
complementaridade da capacidade institucional, participação, controle social e avaliação.”[4]
 
Já que a vontade política de levar adiante determinadas ações depende de considerações que
transcendem à esta discussão, é necessário manter o foco nos técnicos [sociais] já que eles
podem viabilizar e materializar essa vontade mediante recomendações viáveis e eficientes.
“Os técnicos têm a responsabilidade de facilitar as decisões políticas expondo alternativas que
ultrapassem o meramente declarativo e os diagnósticos pessimistas, esboçando soluções
teoricamente fundamentadas e que se apoiem na análise dos êxitos e sucessos do
passado.”[5]
A efetividade conseguida pelo planejamento adequado das intervenções sociais levará à
consolidação de políticas sociais, à conseqüente equidade social e também ao fortalecimento
da estrutura social.
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Planejamento Social Estratégico
Escrito por Cecilia Studart Guimarães
Sáb, 09 de Abril de 2005 00:00
 
“A atuação social deve ser sempre estratégica; ou seja, definida a partir do entendimento da
realidade em que se vive. O processamento dessa realidade e o desenvolvimento de novas
intervenções que contribuam para a consolidação de políticas públicas e sociais são diretrizes
que oferecem a oportunidade de se viver em uma sociedade transformada, convivendo sob
preceitos éticos e buscando a eqüidade social.”[6]
A superficialidade e dificuldade no entendimento específico sobre as populações com que se
deseja trabalhar, a falta de levantamento sobre os níveis de necessidade e demanda social
desses grupos, a desorganização gerencial e a falta de vínculos diretos com a política pública
permeiam ainda marcadamente muitas ações sociais e assistencialistas. O paradigma de
soluções emergenciais “ainda faz parte do processo de planejamento – ou não planejamento –
das intervenções.”[7] 
 
 
[1] Porto, Cláudio e Belfort, Andréa. Introdução ao planejamento estratégico institucional.
Apostila do Curso de Formação para a Carreira de Analista de Planejamento e Orçamento.
MACROPLAN – Prospectiva e Estratégia, Brasília, 2001, p. 9
[2] Ibidem, p.10
[3] Fontes, Miguel. Marketing social revisitado. Novos paradigmas do mercado social. Editora
Cidade Futura, Florianópolis, 2001, p. 241.
[4] Ferrarezi, Elizabeth. Estado e setor público não estatal: Perspectivas para a gestão de
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Planejamento Social Estratégico
Escrito por Cecilia Studart Guimarães
Sáb, 09 de Abril de 2005 00:00
novas políticas sociais. Texto apresentado no II Congresso Interamericano del CLAD: Reforma
del Estado y de la Administración Pública, Venezuela, 15-18 de outubro de 1997, p. 12 
[5] Cohen, Ernesto e Rolando Franco. Avaliação de Projetos Sociais, Petrópolis, RJ, Editora
Vozes, 1993, p.15
[6] Fontes, Miguel. Op.cit, p. 63
[7] Fontes, Miguel. Op. Cit., p.128
 
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