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O cristal partido (1)

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o cristal partido
A causalidade psíquica e 
A causalidade psíquica 
Do que é composto e a origem do psiquismo humano? 
 - surge do corpo pulsional e as significações culturais (junção da pulsão com a capacidade de representação humana e nas mediações da linguagem)
 - situa-se entre a pulsão e a história, entre o desejo e o sentido
A causalidade psíquica 
Causalidades psicológicas são regidas por leis descobertas pelas investigações sobre o sujeito enquanto objeto (investigação científica nas diversas disciplinas psicológicas)
 X
Perspectiva psicanalítica  qualificação do sujeito, tentativa de mostrar uma causalidade específica do psiquismo onde a dimensão particular tem um valor maior
A causalidade psíquica 
O Eu se constitui nas relações com o outro, mediado pela linguagem, pelas produções da consciência e permeado pelas pulões originadas no corpo
História pulsional é marcada pelo conflito  narcisismo propicia a luta contra as pulões  surgimento do conflito como essencial na atividade humana 
A causalidade psíquica 
A causalidade psíquica se enraíza no corpo e na cultura, e é inconcebível a adoção de critérios derivados de uma única direção 
O inconsciente determina o Eu que se constitui em processo e ao mesmo tempo em obstáculo a satisfação pulsional 
Determinação do sujeito pela sua história arcaica, na qual desde os primórdios se instalam as disposições fundamentais fundadoras do modo de funcionar do sujeito 
causalidade psíquica x compulsão a repetição 
Adoecer psíquico implica com a idéia de repetição, ou seja, o adoecimento psíquico pressupõe o conceito de compulsão de repetição  a história de vida do sujeito se bloqueou, impossibilitando a resolução criativa dos conflitos que a vida humana comporta  as pulsões obrigam o psiquismo a um trabalho permanente e são fonte de desequilíbrio e de insatisfação 
causalidade psíquica x compulsão a repetição 
O pp sujeito, sem saber, é causador do seu sofrimento
Recalque/defesa  operação psíquica ics que leva o sujeito a não se implicar no que sente, pensa, quer e age  qq operação que venha sustentar a ilusão de “tudo bem” e que vise a apaziguar as exigências narcísicas do pp sujeito para consigo mesmo
 ǁ 
Pulsão(bios) – Representação(psico) – Objeto(social) 
Investigação objetiva x investigação pathica
O sujeito pathico sente uma dor não só objetiva, capaz de ser comunicada com alguma precisão a outrem, mas tb subjetiva, pessoal e intransferível 
O que o sujeito experimenta e diz deverá ser privilegiado
Esclarecer o dispositivo é fundamental para compreender a disposição que levou o sujeito a ser o que é e que se projeta no futuro como destino final 
Corpo pulsional x corpo biológico
Pulsão  conceito que visa dar conta das relações entre o psíquico e o somático
Corpo que se constitui entre esse duplo componente somato-psíquico  “...o sujeito experimenta o pulsional que trabalha nele. Não se trata apenas de um corpo biológico, mas da idéia de que, além de excitável, o corpo é passível de representação  corpo erógeno 
Corpo pulsional x corpo biológico
Corpo pulsional  não visa somente atender as necessidades de autoconservação
 ǁ
 Corpo somático – pulsão - aparelho psíquico
montagens e programas (re)presentação
neurobiológicos ǁ 
 sobre elas q os investimentos pulsionais se fazem: ics, pré-cs e cs 
Corpo pulsional x corpo biológico
A pulsão apoia-se em algumas atividades do organismo  o termo “apoio” indica que a pulsão emergirá sempre articulada a uma região do corpo (zonas erógenas)
Corpo pulsional x corpo biológico
pulsões e as (re)presentações estão na base do funcionamento do modelo do aparelho psíquico, derivado ao mesmo tempo do bios (pulsão) e do psico (representação)
 ǁ
coisas (ics) – palavras(pré-cs) – objetos(cs)  via representações  as pulsões atravessam o aparelho psíquico
Corpo pulsional x corpo biológico
 aparelho psíquico
 
 
 
 pulsão (bios) representação
 coisas (ics)
 palavras(pré-cs)
 objetos (cs)
A pulsão cm motor da história do sujeito
Influências da cultura e de suas exigências 
Amor (sexualidade) e Fome (autoconservação) 
 ǁ
 dois eixos essenciais em torno dos quais uma multidão de atividades pulsionais se organizam 
aparelho psíquico x pulsão x lei edípica
Aparelho psíquico que sofre um desenvolvimento 
Aparelho mediado pelas pulsões  objetivo de autoconservar a espécie e assegurar a imortalidade através da sexualidade
 ǁ
Vida cultural implica em renúncias pulsionais; cultura obrigada a autolimitação, à autocastração ǁ
A dificuldade em se autocastrar  modo de funcionar de um sujeito dominado por suas impulsões
aparelho psíquico x pulsão x lei edípica
“Aparelho não visa somente à mediação da estimulação do mundo exterior, mas, principalmente, a dar conta das impulsões advindas da estimulação interna do organismo.” (p. 184)
Corpo somático  capacidade de consciência, atividade representativa e cognitiva e possibilidade de acesso à linguagem e ao mundo dos objetos humanos
aparelho psíquico x pulsão x lei edípica
Aparelho psíquico dispositivo pulsional, mas diferencia cm aparelho de linguagem e portanto minimamente mediado  pto de vista sócio expressa acordo entre os homens  externamente a linguagem tb o constitui  evento simbólico por excelência 
“O evento organizador mesmo do psiquismo, dos destinos pulsionais, das metamorfoses representacionais e das relações objetais se faz nos tempos de Édipo.” (p. 184) 
aparelho psíquico x pulsão x lei edípica
Aparelho 
 psíquico Lei Cultura
Organização Objetos
 edípica 
aparelho psíquico x pulsão x lei edípica
Objetos  construções e processos apreendedores da realidade psíquica, cm a percepção, integrados com operações de significação (linguagem)  constitui mundos e não só o mundo 
Os mundos de cada um podem se isolar definitivamente
A comunicação e a linguagem serão sempre insuficientes para regular a constituição de um mundo comum
O ics não se encontra dentro nem fora do sujeito, mas naquilo que é insuportável, q o sujeito reconheça cm seu  esquecimento, ato falho, projeção, importando q não seja reconhecido cm um atributo de si mesmo
“...a psicanálise vem acentuar a presença de um sujeito pathico, que experimenta as pulsões enquanto forças que atuam entre o biológico e o mental, e dos seus destinos situados entre o aparelho psíquico e a cultura.” (p. 187) 
Escutar implica em qualificar o mal-estar, a dor e o sofrimento a partir da experiência vivida do próprio sujeito e não somente do puro dado observado do exterior
Sujeito pulsional  desejante e capaz de tecer destinos felizes e infelizes
Sujeito como detentor de sua verdade pessoal
O cristal partido
A partir das objetivações clássicas procura-se neste capítulo levar o leitor para o reconhecimento das particularidades do sujeito e do “estar com”;
A disposição de cada um + disposição geral permitida pela clínica  permite alcançar a noção da idéia de estrutura;
A psicopatologia traz uma vasta descrição das síndromes preocupando-se com o estudo das doenças e suas causas (nosologia) # insuficiente para chegar à dimensão das questões humanas, modos de sofrimento e de existência;
Psicopatologia: contribuição para o início do entendimento do humano
Conceito
de estrutura: contribuição para o entendimento dos fatores constituidores das destinações possíveis do ser humano;
Conceito de estrutura vai do universal para o aspecto particular e vincula-se a noção pulsional freudiana; fala sobre o modo de ser e as disdposições do sujeito no que diz respeito do sentir, querer, agir e pensar do sujeito;
 ||
 contrução do PATHOS ou das disposições essenciais humanas 
Usufruir dos conhecimentos da investigação clássica (qualificação a partir de objetivações exteriores) atrelada a importância da primeira infância, valorização da história que o sujeito conta e o contato com o próprio paciente;
O passado não retorna, a não ser nos desejos e repetições, mas orienta o futuro, pois foi nele que as disposições essenciais se fixaram e se desenvolveram  os destinos mais diversos se organizam em torno das disposições e do acaso;
ESTRUTURA  definida pelo termo “(dis)posição” que veicula a idéia de pathos, qualifica o sujeito e se relaciona com o pulsional, ou seja, designaria de forma constante as disposições ou modos de vir a ser do sujeito  engloba onde se assentam e se realizam o sentir, pensar, querer e agir;
Psicopatologia: estuda os processos psíquicos patológicos, adquirindo certa independência da psicologia e de outras ciências em independência de critérios normativos  os fenômenos adquirem um valor em si;
Psicopatologia: estuda os processos patológicos em relação as variações ou desvios da norma que seria adotada a partir do estudo dos processos psicológicos ditos normais;
Psicopatologia  tradições e bases teóricas onde predominam as descrições e classificações a partir de sintomas – Kraepelin
Classificações orgânicas – Henri Ey  associação das teorias organofisiológicas com uma concepção dinâmica de influência freudiana;
Bergeret concepção fisiológica e psicológica 
Kraepelin  adota como critério essencial a evolução da doença, sua história “natural” mas não considera o que não é natural: o cultural, os produtos humanos, ou seja, estudo de uma semiologia física e seu funcionamento – maior contribuição de seus estudos foi poder atribuir as doenças mentais uma causalidade orgânica;
Jaspers traz diversos tipos de possibilidade e de causalidade do adoecimento psíquico, ou seja, uma assimilação entre o campo neurológico e o campo psicológico  propõe os grupamentos como parte de um esquema diagnóstico onde a classificação seja objetivamente compulsiva, de modo que os observadores diferentes concluam pela mesma classificação dos casos. Privilegia a busca de sinais de doenças orgânicas;
A partir de Jaspers Freud propõe o entendimento levando-se em consideração a causalidade psíquica onde os destinos humanos se realizam de forma trágica e radical  pensar somente por uma causalidade biológica desconhecendo a especificidade do psiquismo é impossível de tratar pois a loucura, por exemplo, ocorre no âmbito do sentido onde o Eu funciona mas de um modo rudimentar (perda de determinadas funções do ego);
O somático como condição para o psíquico mas o psíquico não é condição para todos os fenômenos somáticos;
Jaspers aponta para a importância dos conceitos de reação e desenvolvimento histórico da personalidade para uma classificação adequada  conceitos mais relacionados com a dimensão biológica – facilita classificações de orientação médica 
Exigência do dado empírico factual para a classificação das formas de existência; 
Há modalidade de funcionamento, por exemplo do cérebro, que servem de base física para a expressão de sentimentos como a raiva ou mesmo de atividades altamente sublimadas, como a benevolência; 
Jaspers introduz a noção de humano na psicopatologia clássica. Seu esquema contribui também para a qualificação da causalidade psíquica – confunde a necessidade de bem diagnosticar do ponto de vista médico, em que a causalidade biológica é essencial, com setores nos quais a causalidade psicológica e psíquica é preponderante; 
Doenças psíquicas: variáveis; estilo, desejo e a especificidade do sujeito fazem ficarem diferentes  deve-se adotar critérios que impliquem o sujeito e sejam internos ao psiquismo;
Estrutura: definição mais ou menos permanente do funcionamento psíquico do sujeito  é essencial o que o sujeito tem a dizer  funcionamento psíquico do sujeito é definido anteriormente à quebra do sujeito  qualificação do plano latente; 
Freud rompe com o campo neurológico e cria um campo psíquico específico
Preocupações de ordem clínica não se evidencia de imediato pois trata-se de um sujeito desejante e não só de distúrbios e doenças 
Investigação para os dados mais além de uma pura aparência sintomatológica, situando o sujeito no que ele experimenta; 
Existência de fenômenos que se manifestam somente na crise, no tempo decisivo de mudança; 
Realizar não mais uma exclusão entre o normal e o patológico, mas o entendimento do que um pode informar sobre o outro;
Os destinos humanos são diferentes para cada um, ou seja, as formas mais loucas de destinos humanos são exemplos da radicalidade definidora que cada um pode vir a ser; 
Doenças mentais para Freud são exemplos de definições em que o sofrimento pessoal ou coletivo se evidencia  mostra como um sujeito de definiu de forma mais ou menos permanente; 
Psicopatologia como o estudo do sujeito antes que o normal e o anormal se instale;
O anormal ensina acerca do normal. Anormal – aquele sujeito que quebrou-se diante de si mesmo, sentindo-se e mostrando-se desintegrado e sem autonomia na maioria dos contatos;
 O princípio do cristal
Se atirarmos ao chão um cristal, ele se parte, mas não em pedaços ao acaso. Ele se quebra, segundo linhas de clivagem, em fragmentos cujos limites, embora fossem invisíveis, estavam predeterminados pela estrutura do cristal. Os doentes mentais são estruturas partidas e fissuradas do mesmo tipo. (FREUD, 1974, p. 77)
Psicopathologia: existe articulações entre as formas mais severas de doenças mentais têm o poder de ensinar sobre as formas mais loucas dos destinos humanos  formas especificamente psíquicas de adoecimento;
Do ponto de vista semiológico e conceitual, os distúrbios ditos neurológicos passam a ser distintos dos ditos do desenvolvimento;
As doenças mentais implicam a questão da humanização do sujeito e da possibilidade radical de existência  deve-se entender o vir-a-ser humano; 
Quatro grupos essenciais de formas de adoecimento psíquico humano. Quatro formas mais radicais de ruptura do cristal que é o ser humano. Aqui parte-se do princípio da universalidade e da necessidade de que seus constituintes estejam potencialmente em todos os indivíduos, restaura a idéia de unidade do campo psíquico:
Distúrbios do humor: mania e depressão, distúrbios cíclicos do humor e que geram um modo de estruturação predominantemente timopático;
Distúrbios que envolvem o modo de experimentar o corpo próprio e o do outro: formas diferentes de sexuação, modalidades de sadismo e masoquismo, modo de estruturação predominantemente perverso; 
Distúrbios em que a problemática essencial é de ordem moral, demandam uma estruturação neurótica;
Distúrbios em que a problemática essencial envolve as formas clássicas de loucura, demandam uma estruturação conhecida como psicótica; 
O adoecimento psíquico toca sempre suas estruturas essenciais  são distúrbios que implicam as dimensões biológicas, psicológica e sociológica, insuficiente contudo, para esclarecer a problemática:
São distúrbios de ordem pulsional;
São distúrbios endógenos;
São de essência discordancial, implicando causalidade psíquica;
Ensejam ao aparelho psíquico organizar-se e configurar-se de diferentes modos a cada vez;
Tendem a ser excludentes, determinando uma forma de funcionamento psíquico preferencial;
Envolvem sempre o Eu, mas de maneira diferenciada a cada tipo;
Implicam a elaboração da temporalidade de diferentes maneiras;
Implicam a espacialização do sujeito de maneiras diversas;
Envolvem problemáticas
de estética, moral, ética e lógica;
Implicam sempre a questão da lei.

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