Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DISCIPLINA DE CIRURGIA – UTP TEMA: CONTROLE DE INFECÇÃO NA PRÁTICA CIRÚRGICA INTRODUÇÃO É parte de extrema importância na cirurgia a preocupação com a manutenção da cadeia asséptica em todos os procedimentos. Isto é especialmente importante para os cirurgiões- dentistas, durante a realização de cirurgias, por 2 razões: primeiro, para realizar uma cirurgia, o dentista viola a superfície epitelial, a barreira mais importante contra uma infecção; segundo, durante a maioria dos procedimentos cirúrgicos orais, o profissional, seu auxiliar e equipamentos contaminam-se com sangue e saliva do paciente. Portanto, a manutenção da cadeia asséptica é fundamental tanto para proteção de contaminação entre paciente e profissional, como para evitar infecções, o que poderia trazer transtornos indesejáveis no pós- operatório. Para tanto, algumas medidas devem ser tomadas visando minimizar a contaminação durante o ato cirúrgico. São elas: • Uso de barreiras mecânicas. • Manejo correto do instrumental e destino adequado dos objetos contaminados. • Lavar as mãos antes e depois da cirurgia. TERMINOLOGIA Sépssis: colapso de um tecido vivo por ação de micro-organismos; Assepsia médica: tentativa de manter pacientes, profissionais e objetos o mais livre possível dos agentes que causam infecção; Assepsia cirúrgica: tentativa de prevenir o acesso de micro-organismos às feridas cirúrgicas; Antisséptico: substância que previne a multiplicação de organismos capazes de causar infecção, utilizada em tecidos vivos. Desinfetante: substância que previne a multiplicação de organismos capazes de causar infecção, utilizada em objetos inanimados. Esterilização: ausência de micro-organismos; representa um estado absoluto. Não existem graus de esterilização. Descontaminação: redução do número de micro-organismos a níveis considerados seguros. DESINFECÇÃO OPERATÓRIA Qualquer superfície que o paciente ou suas secreções toquem é um potencial meio de transmissão de micro-organismos. Além disso, quando se usa a alta rotação, sangue e secreções são dispersos por uma área muito mais ampla. As superfícies podem ser desinfetadas de 2 maneiras: 1ª) Desinfecção das superfícies, esfregando-se um desinfetante; 2ª) Cobertura de todas as superfícies com uma capa protetora descartável, trocada a cada paciente. Prof a Cintia Mussi Milani PREPARAÇÃO DA MESA, PACIENTE E EQUIPE CIRÚRGICA 1º - ANTES da lavagem das mãos, remoção de TODOS os adornos (alianças, anéis, pulseiras, relógios, brincos grandes, etc) Remoção dos adornos. Fonte: Araújo et al., 2007 2º - Colocação de gorro, touca e óculos de proteção ANTES da lavagem das mãos. EPIs ANTES da lavagem das mãos. Fonte: Hupp et al., 2008. 3º- Lavagem das mãos – PVPI ou clorexidina O PVPI é o que tem maior espectro de ação antisséptica, sendo efetivo para bactérias gram + e gram -, a maioria dos vírus, esporos, fungos e organismos M tuberculosis. A clorexidina tem efeito antibacteriano residual após cada enxágüe, mas é menos efetiva que o PVPI, porque não tem efetividade contra esporos, vários vírus e bacilos da tuberculose. Sequência para lavagem das mãos. Fonte: Araújo et al., 2007. Prof a Cintia Mussi Milani 4º - Secagem das mãos com compressa ESTÉRIL: Secagem das mãos. Fonte: Araújo et al., 2007 5º - Colocação do avental cirúrgico Colocação do avental cirúrgico ESTÉRIL. Fonte: Araújo et al., 2007. 6º - Colocação das luvas ESTÉREIS: O auxiliar abre a embalagem de luva sobre um campo estéril. O cirurgião desembala com o cuidado de não tocar na superfície externa; calça-se primeiro a mão direita (destros), pegando-a pelo punho (aba dobrada) com a mão esquerda. Pega-se a luva esquerda pelo lado interno da aba dobrada e calça a mão esquerda; Após ambas estarem calçadas, ajustam-se os dedos e cobrem-se os punhos sobre as mangas do avental. DESTE MOMENTO EM DIANTE O CIRURGIÃO DEVE SEMPRE MANTER SUAS MÃOS ACIMA DA CINTURA E NÃO TOCAR EM NADA QUE NÃO SEJA ESTÉRIL!!! Prof a Cintia Mussi Milani Sequência para colocação das luvas estéreis. Fonte: Hupp et al., 2008; Araújo et al., 2007 7º - Montagem da mesa cirúrgica: Coloca-se o campo estéril sobre a mesa cirúrgica, cobrindo-a totalmente e coloca-se a caixa estéril de instrumentais sobre a mesa, para arrumá-los. Os instrumentais devem ser posicionados de acordo com sua sequência de uso. Fonte: Araújo et al., 2007. Prof a Cintia Mussi Milani 8º - Antissepsia intrabucal do paciente: objetivo de reduzir o número de microorganismos; Bochecho com clorexidina 0,12% por 1 minuto ou gaze embebida em clorexidina ou PVPI por toda a mucosa bucal. Antissepsia intrabucal. Fonte: Araújo et al., 2007. 9º - Antissepsia extrabucal: objetivo é reduzir a flora residente e transitória da pele; gaze com PVPI 10% ou clorexidina 2%. Movimentos circulares de dentro para fora (do centro dos lábios para superfície externa). Antissepsia extrabucal. Fonte: Araújo et al 2007. 10º - Colocação dos campos estéreis no paciente, nas cânulas de aspiração, canetas e refletor. Campos nas cânulas somente após a colocação do campo sobre o paciente, prendendo-se a cânula sobre o campo estéril do paciente ou no campo da mesa cirúrgica. NUNCA COLOCAR OS CAMPOS SOBRE AS CÂNULAS OU SUGADOR E RECOLOCÁ-LOS NO EQUIPO!! Colocação do campo fenestrado e colocação dos campos das cânulas de aspiração e caneta, prendendo-as sobre o campo do paciente. Fonte: Araújo et al., 2007. Prof a Cintia Mussi Milani 11º - Descarte de objetos pérfuro-cortantes e resíduos: Agulhas, lâminas de bisturi, tubetes de vidro devem ser descartados na lixeira especial para perfuro-cortantes. Toucas, luvas, máscaras, gazes contaminadas, etc, devem ser descartados na lixeira de lixo hospitalar e NUNCA em lixeira comum !! Lixo especial para perfuro-cortantes. Fonte: Araújo et al., 2007. 12º - Pré-lavagem do instrumental: Desinfecção por 30 minutos (imersão) em: glutaraldeído a 2% ou solução enzimática (tempo de acordo com o fabricante). 13º - Lavagem do instrumental: SEMPRE utilizar luvas GROSSAS e ÓCULOS DE PROTEÇÃO!! Fonte: Araújo et al., 2007. REFERÊNCIAS Araújo A.; Gabrielli MFR.; Medeiros PJ. Aspectos atuais da cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial. São Paulo: Santos Livraria e Editora, 2007. Hupp JR, Ellis III E, Tucker MR. Contemporary Oral and Maxillofacial Surgery. St Louis: Mosby Elsevier, 2008. Prof a Cintia Mussi Milani
Compartilhar