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Boletim ABNT 147 set out 2015 NET

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boletim
 AB
N
T, v. 12, n. 147, Set/O
ut 2015 
 
 
 
A
B
N
T CO
M
EM
O
R
A
 75 A
N
O
S
DIA MUNDIAL DA 
NORMALIZAÇÃO
As Normas: A linguagem 
mundial comum
ABNT COMEMORA 
75 ANOS
Capa_boletim_ABNT_147_05.indd 1 02/10/2015 14:34:25
IBTEC_ABNT_147.indd 2 29/09/2015 14:35:51
EDITORIAL
EDITORIALSet/Out 2015 | boletim ABNT • 3
75 ANOS de 
Normalização Brasileira
Desde a sua fundação, em 28 de setembro de 1940, a As-
sociação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tem sido um 
exemplo de que nada se sobrepõe à vontade de pessoas deter-
minadas a buscar a inovação, incorporar os avanços tecnológi-
cos e contribuir para o desenvolvimento econômico e social e 
a preservação do meio ambiente.
O Foro Nacional de Normalização derrubou barreiras e 
chegou bravamente ao 75º aniversário, um marco histórico 
que consolida a vitoriosa trajetória de um verdadeiro patrimô-
nio da sociedade brasileira. 
A ABNT disponibiliza à sociedade um acervo com mais de 
10 mil normas, desde as que tratam de sistemas de gestão da 
qualidade, gestão ambiental e responsabilidade social, aplicá-
veis por organizações de todos os per�s, até aquelas de foco 
especí�co a determinado setor. São documentos que traduzem 
a experiência adquirida por especialistas e, portanto, ofere-
cem contribuições valiosas para a melhoria do desempenho de 
qualquer empresa e a satisfação dos consumidores. 
A �rmeza de objetivos da atual diretoria assegura ao País 
uma ABNT forte administrativamente, preparada para desem-
penhar cada vez mais e melhor o seu papel de foro Nacional de 
Normalização. Conquistamos novos parceiros dentro e fora do 
Brasil, e crescemos no cenário internacional. 
Queremos uma organização ainda mais vigorosa em suas 
atividades de normalização, disseminação e certi�cação, com 
desempenho à altura do que a sociedade brasileira precisa 
e merece. Para chegarmos até aqui, foi essencial o apoio de 
nossos colaboradores, conselheiros, associados, entidades 
parceiras e órgãos governamentais, aos quais manifestamos 
nossa gratidão. Nosso desejo é que continuemos juntos, fa-
zendo dos ideais do passado a inspiração para construir a 
ABNT de amanhã.
Ricardo Fragoso
Diretor Geral
Editorial.indd 3 01/10/2015 10:45:16
4 • boletim ABNT | Set/Out 2015
Conselho Deliberativo - Presidente: Dr. Pedro Buzatto Costa 
Vice-Presidente: Dr. Pierangelo Rossetti 
São Membros Natos: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Ministério do Desenvolvimento, In-
dústria e Comércio Exterior, Ministério da Defesa. Sócios Mantenedores: Associação Brasileira de Ci-
mento Portland (ABCP), Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Confederação Nacional 
da Indústria (CNI), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Instituto Nacional de Me-
trologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Petróleo Brasileiro 
S/A (Petrobras), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Siemens Ltda., 
Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Estado de São Paulo (SINAEES), 
Sindicato da Indústria de Máquinas (Sindimaq), WEG Equipamentos Elétricos S/A. Sócio Contribuinte 
Microempresa: DB Laboratório de Engenharia Acústica Ltda. Sócio Contribuinte: Associação Brasilei-
ra de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e 
Equipamentos (Abimaq), Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Associação 
Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Departamento de Ciência e Tecnologia 
Aeroespacial (DCTA), Schneider Electric Brasil, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), 
Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon/SP). Sócio Colaborador: 
Mario William Esper. Conselho Técnico – Presidente: Haroldo Mattos de Lemos. Comitês Brasileiros: Co-
mitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-03), Comitê Brasileiro de Máquinas e Equipamentos Mecânicos 
(ABNT/CB-04), Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados (ABNT/CB-18), Comitê Brasileiro 
Odonto-médico-hospitalar (ABNT/CB-26). 
CONSELHO FISCAL
Presidente: Nelson Carneiro
São membros eleitos pela Assembléia Geral - Sócio Coletivo Mantenedor: Associação Brasileira da 
Indústria Óptica (Abióptica), Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP). Sócio Coletivo 
Contribuinte: Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). Sócio Contribuinte Microempresa: Alcon 
Química Ltda. Sócio Individual Colaborador: Marcello Lettière Pilar
CONSELHO TÉCNICO:
Presidente: Haroldo Mattos de Lemos (ABNT/CB-38)
DIRETORIA EXECUTIVA:
Diretor Geral – Ricardo Rodrigues Fragoso/ Diretor de Relações Externas – Carlos Santos Amorim Júnior/ 
Diretor Técnico – Eugenio Guilherme Tolstoy De Simone/ Diretor Adjunto de Certificação - Antonio Carlos 
Barros de Oliveira/ Diretor Adjunto de Negócios – Odilão Baptista Teixeira
ESCRITÓRIOS:
Rio de Janeiro: Av. Treze de Maio, 13 – 28º andar – Centro – 20031-901 – Rio de Janeiro/ RJ – Tele-
fone: PABX (21) 3974-2300 – Fax (21) 3974-2346 (atendimento.rj@abnt.org.br) – São Paulo: Rua 
Conselheiro Nebias, 1131 – Campos Elíseos – 01203-002 – São Paulo/SP – Telefone: (11) 3017-3600 
– Fax (11) 3017.3633 (atendimento.sp@abnt.org.br) – Minas Gerais: Rua Bahia, 1148, grupo 1007 
– 30160-906 – Belo Horizonte/MG – Telefone: (31) 3226-4396 – Fax: (31) 3273-4344 (atendimento.
bh@abnt.org.br) – Paraná: Rua Lamenha Lins, 1124 – 80250-020 – Curitiba/ PR – Telefone: (41) 
3323-5286 (atendimento. pr@abnt.org.br) – Rio Grande do Sul: Rua Siqueira Campos, 1184 – conj. 
906 – 90010-001 – Porto Alegre/RS – Telefone: (51) 3227-4155 / 3224-2601 – Fax (51) 3227-4155 
(atendimento.poa@abnt.org.br) – Bahia: Av. Sete de setembro, 608 – sala 401 – Piedade – 40060-
001 – Salvador/BA – Telefone: (71) 3329-4799 (atendimento.ba@abnt.org.br)
EXPEDIENTE – BOLETIM ABNT:
Produção Editorial: Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) / Tiragem: 5.000 exemplares/ Pu-
blicidade: imprensa@abnt.org.br / Jornalistas responsáveis: Monalisa Zia (MTB 50.448) e Priscila Souza 
(MTB 69.096) / Coordenação, Redação e Revisão: Monalisa Zia e Priscila Souza / Colaboração: Oficina da 
Palavra / Boletim ABNT: Set/Out 2015 – Volume 12 – Nº147 / Periodicidade: Bimestral / Projeto Gráfico, 
Diagramação e Capa: Dídio Art & Design (comunicacao@didionet.com.br) / Impressão: Mais Type.
PARA SE COMUNICAR COM A REVISTA:
www.abnt.org.br – Telefone: (11) 3017-3660 – Fax: (11) 3017-3633
12
16
6
International 
Organization 
Standardization
International 
Electrotechnical 
Commission
Comisión 
Panamericana de 
Normas Técnicas
Asociación 
Mercosur de 
Normatización
Sumario_147.indd 4 01/10/2015 10:01:12
Set/Out 2015 | boletim ABNT • 5
6 4XDQGo toGo FXiGDGo ¹ SoXFo
12 &oQTXiVtD bUDVileiUD QD ,(&
16 8m eVt½mXlo ³ TXDliGDGe
20 &omSUDV SÇbliFDV VXVteQt²YeiV Qo BUDVil
22 ASiFXltXUD� D DUte Ge FUiDU DbelKDV
28
ABNT� �� DQoV z 8mD KiVtÂUiD Ge QoUmDli]D¸¶o e 
FeUtiIiFD¸¶o� Fom GeVemSeQKo ³ DltXUD Go TXe D 
VoFieGDGe bUDVileiUD SUeFiVD e meUeFe
46 )eiUDV
50 3DYimeQtoV SeUme²YeiV Ge FoQFUeto
51 A mDUFD ABNT em eYiG»QFiD
52 3eUJXQte ³ ABNT
54 &eUtiIiFDGDV
56 &XUtDV GD NoUmDli]D¸¶o
57 NoYoV VÂFioV
58 3DUD VeX FoQKeFimeQto
6et�2Xt ����
2220
28
Sumario_147.indd 5 01/10/2015 10:01:29
6 • boletim ABNT | Set/Out 2015
Quando todo CUIDADO É POUCO
Consumidor_03.indd 6 02/10/2015 14:32:08
Set/Out 2015 | boletim ABNT • 7
Quando todo CUIDADO É POUCO
No poema Sapato Florido, Mário Quinta-
na (1906-1994) compara as crianças aos ve-
lhos, que “conhecem a volúpia de viver dia 
a dia, hora a hora, e suas esperas e desejos 
nunca se estendem além de cinco minutos”. 
O poeta gaúchofoi certeiro. Curiosas, trans-
bordando energia e acreditando que tudo é 
possível, as crianças têm uma inquietação 
natural. Em um breve espaço de tempo, por 
um brinquedo inadequado, uma distração 
dos adultos, por exemplo, a diversão pode se 
transformar em enorme fonte de preocupa-
ção. Por isso precisam de atenção e proteção.
Consumidor_03.indd 7 02/10/2015 14:32:10
8 • boletim ABNT | Set/Out 2015
Segurança, não por acaso, é o principal objeti-
vo das Normas Técnicas relacionadas a crianças. 
De artigos de puericultura, como chupetas e ma-
madeiras, aos brinquedos, dos berços aos móveis 
escolares, do andador aos dispositivos de retenção 
em veículos – as conhecidas cadeirinhas -, a nor-
malização técnica é direcionada para assegurar a 
integridade física dos pequeninos.
“A cada dia, 13 crianças morrem e outras 300 
são hospitalizadas devido a acidentes”, destaca Ga-
briela de Freitas, coordenadora nacional da ONG 
Criança Segura, cujo trabalho é focado no público 
de zero a 14 anos. 
Embora o ambiente doméstico possa oferecer 
muitas armadilhas para as crianças, é o trânsito 
que tem sido o maior vilão entre os casos de mortes 
por acidentes (38%). Em seguida vêm afogamento 
(24%), sufocação (18%), queimaduras (6%), ar-
mas de fogo, animais e outros (7%), quedas (5%) 
e intoxicações (2%). Os índices são tabulados pela 
ONG, com base em dados do Ministério da Saúde. 
De acordo com Gabriela, os números mudam 
quando se observam as internações: quedas repre-
sentam 48% dos casos, queimaduras 17%, trânsito 
13% e outros acidentes cerca de 20%.
Normas orientam
Há mais de uma dezena de normas elaboradas 
apenas no âmbito do Comitê Brasileiro de Segu-
rança em Artigos para Bebês e Crianças (ABNT/
CB-210). Mas o acervo da Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT), com foco no pú-
blico infantil, é ampliado com a contribuição de 
especialistas em outros comitês. 
Entre os documentos publicados mais recen-
temente no âmbito do Comitê Brasileiro de Brin-
quedos (ABNT/CB-198) está a ABNT ISO/TR 
8124-8:2015 - Segurança de brinquedos - Parte 8: 
Diretrizes para a determinação do início da faixa 
etária. Trata-se de um Relatório Técnico que forne-
ce diretrizes para a determinação do início da faixa 
etária em que as crianças começam a brincar com 
brinquedos especí�cos e é essencialmente dirigido 
à fabricantes e agências que avaliam a conformida-
de desses artigos com as normas de segurança.
Destaca-se também a ABNT NBR 16365:2015 
- Segurança de roupas infantis - Especi�cações de 
cordões �xos e cordões ajustáveis em roupas infan-
tis e aviamentos em geral - Riscos físicos, elabora-
da no Comitê Brasileiro de Têxteis e do Vestuário 
(ABNT/CB-17). Esta norma especi�ca os requisi-
tos para cordões �xos e ajustáveis em roupas in-
fantis, incluindo aquelas com capuz, para crianças 
com até 14 anos de idade. Ainda descreve outros 
riscos com aviamentos presentes nas roupas, 
como botões que podem se soltar e ser engolidos, 
causando sufocação. 
Consumidor_03.indd 8 02/10/2015 14:32:10
Set/Out 2015 | boletim ABNT • 9
Atenção aos brinquedos
“As normas técnicas para brinquedos devem ga-
rantir a segurança do consumidor mais vulnerável, 
a criança, e sua utilização permite que as indústrias 
produzam com tranquilidade, sempre da mesma 
forma”, alerta Synésio Batista da Costa, gestor do 
ABNT/CB-198 e presidente da Associação Brasi-
leira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). 
De acordo com o gestor, a principal preocupa-
ção quando se elabora uma norma técnica, espe-
cialmente no caso de brinquedos, é “não deixar 
brechas para os maus concorrentes, porque as 
regras valem para todos os fabricantes”. Práti-
cas desleais não só prejudicam o mercado, como 
podem trazer consequências indesejáveis para o 
consumidor �nal. 
Gabriela de Freitas, por sua vez, adverte que 
supervisão é um fator importante para manter 
as crianças protegidas de acidentes com brin-
quedos. “O envolvimento do responsável na 
brincadeira, ao invés da observação à distância, 
permite um cuidado ainda maior. Além disso, as 
crianças adoram quando os adultos participam 
de seus jogos”, ela a�rma, complementando que 
brincar com a criança é uma forma de aprender 
mais sobre ela e uma oportunidade para ensinar 
importantes lições.
|6XSeUYiV¶o ¹ Xm IDtoU imSoUtDQte 
SDUD mDQteU DV FUiDQ¸DV SUoteJiGDV 
Ge DFiGeQteV Fom bUiQTXeGoV}
Consumidor_03.indd 9 02/10/2015 14:32:10
10 • boletim ABNT | Set/Out 2015
A coordenadora nacional da ONG Criança Se-
gura oferece algumas dicas:
•	 2uando	 selecionar	 os	 brinquedos	 consi-
dere a idade, o interesse e o nível de habi-
lidade da criança. Siga as recomendações 
do fabricante e procure aqueles com selo 
do Inmetro;
•	 Inspecione	 regularmente	 os	 brinquedos	
à procura de danos que podem ocorrer 
durante a brincadeira. Observe também a 
presença de potenciais riscos, como partes 
pequenas que podem se soltar, pontas a�a-
das e arestas. Conserte o brinquedo ime-
diatamente ou mantenha-o fora do alcan-
ce da criança;
•	 Brinquedos	 com	correntes,	 tiras	 e	 cordas	
com mais de 15 cm devem ser evitados 
para reduzir o risco de estrangulamento;
•	 Brinquedos	 elÏtricos	 podem	 causar	 quei-
maduras. Evite artigos com elementos de 
aquecimento, como baterias e tomadas elé-
tricas, para crianças com menos de 8 anos;
•	 Certiĕque�se	de	que	os	brinquedos	 serão	
usados em ambientes seguros. Brinque-
dos conduzidos pela criança não devem 
ser usados próximo a escada, rua, piscina, 
lago etc;
•	 Presentes	como	bicicletas,	patins,	patinetes	
e skates são boas oportunidades para ensi-
nar às crianças sobre segurança na diversão. 
Presenteie a criança com os equipamentos 
de segurança necessários como capacete, 
joelheira, cotoveleira, luvas e buzina;
•	 'ique	 atento	 ao	 recall de brinquedos com 
problemas ou defeitos, divulgado através da 
mídia, e siga as orientações do fabricante.
•	 Ensine	a	criança	a	guardar	os	brinquedos	
depois de usá-los como atitude de preven-
ção aos acidentes.
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UeJXlDUmeQte oV 
bUiQTXeGoV ³ SUoFXUD 
Ge GDQoV TXe SoGem 
oFoUUeU GXUDQte D 
bUiQFDGeiUD}
Consumidor_03.indd 10 02/10/2015 14:32:11
XVII FIMAI
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Anunc_Fimai_1pg.indd 2 9/15/15 12:24 PM
FIMAI_ABNT_147.indd 11 29/09/2015 14:35:21
12 • boletim ABNT | Set/Out 2015
CONQUISTA BRASILEIRA 
na IEC
Maior organização mundial dedicada à elaboração 
e à publicação de normas técnicas internacionais para 
as áreas de tecnologia relacionadas com eletrotécnica e 
eletrônica, a International Electrotechnical Commission 
promove anualmente o IEC 1906 Award, prêmio que 
homenageia especialistas de todo mundo cujos traba-
lhos tenham sido fundamentais para a entidade. En-
tre os premiados de 2015 destaca-se um brasileiro, o 
engenheiro Roberval Bulgarelli, por seus trabalhos de 
pesquisa e desenvolvimento na área de proteção tér-
mica de motores elétricos industriais. 
0embUo Go ABNT�&B���� o eQJeQKeiUo 5obeUYDl BXlJDUelli 
¹ Xm GoV KomeQDJeDGoV GeVte DQo Fom o ���� AZDUG
Premio_IEC.indd 12 29/09/2015 15:09:48
Set/Out 2015 | boletim ABNT • ��
|A e[SeFtDtiYD Go eQJeQKeiUo ¹ Ge TXe D SUemiD¸¶o 
ViUYD Fomo e[emSlo SDUD TXe oXtUDV emSUeVDV e 
eQtiGDGeV iQFeQtiYem e DSoiem oV eVIoU¸oV Ge VeXV 
SUoIiVVioQDiV Qo VeQtiGo Ge tUDbDlKDU SelD QoUmDli]D¸¶o 
GD ,62 e GD ,(&}
O IEC 1906 Award fazrefe-
rência ao ano de fundação da 
organização, que envolve em 
suas atividades de normalização 
mais de 10 mil especialistas de 
166 países, representantes das 
áreas da indústria, universida-
de, laboratórios de pesquisa, 
organismos de certi�cação e en-
tidades governamentais. Neste 
ano, 142 especialistas de Comi-
tês Nacionais de Normalização 
de 21 países foram honrados 
com a premiação, que também 
reconhece recentes e excepcio-
nais realizações, incluindo pes-
quisas, desenvolvimentos e ou-
tras contribuições especi�cas, 
relacionadas com as atividades 
“Este reconhecimento inter-
nacional pode ser considerado 
como um evento pioneiro na 
história da normalização téc-
nica brasileira, desde a funda-
ção da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT) em 
1940 e do Cobei em 1908”, ava-
lia Bulgarelli, que é engenheiro 
sênior e consultor da Petrobras, 
trabalhando na Re�naria Pre-
sidente Bernardes em Cuba-
tão (SP). Ele ainda é membro 
da Comissão de Normalização 
Técnica (Contec) da Petrobras, 
na Subcomissão SC-06, respon-
sável pela elaboração de nor-
mas técnicas sobre eletricidade.
Agora, a expectativa do enge-
nheiro é de que a premiação sirva 
como exemplo para que outras 
empresas e entidades incentivem 
e apoiem os esforços de seus pro-
�ssionais no sentido de trabalhar 
pela normalização da ISO e da 
IEC, lembrando que essa con-
tribuição se consolida também 
nas normas equivalentes ABNT 
NBR ISO e ABNT NBR IEC, pu-
blicadas pela ABNT.
de normalização técnica e de 
certi�cação da IEC. 
A premiação é concedi-
da por meio de indicação dos 
coordenadores dos Comitês 
Técnicos da IEC, a partir de 
trabalhos desenvolvidos e os 
resultados alcançados pelos es-
pecialistas dos diversos Países 
envolvidos. Bulgarelli foi in-
dicado pelo Comitê Nacional 
Brasileiro da IEC, sob respon-
sabilidade do Comitê Brasilei-
ro de Eletricidade, Eletrônica, 
Iluminação e Telecomunica-
ções (Cobei), que também res-
ponde pela Secretaria Técnica 
do Comitê Brasileiro de Eletri-
cidade (ABNT/CB-03). 
Premio_IEC.indd 13 29/09/2015 15:09:48
14 • boletim ABNT | Set/Out 2015
Novo algoritmo
Com mais de 30 anos de atuação como pro�s-
sional nas áreas de engenharia industrial elétrica 
e de normalização técnica, Roberval Bulgarelli é 
representante do Brasil em grupos de trabalho e 
no IECEx, sistema da IEC para certi�cação de ser-
viços, competências pessoais e equipamentos em 
atmosferas explosivas. É coordenador do Subco-
mitê SC-31 do ABNT/CB-03, que se dedica à nor-
malização técnica nacional e internacional sobre 
atmosferas explosivas, e membro da Comissão 
de Estudo encarregadas da elaboração de normas 
técnicas sobre motores elétricos industriais. 
O engenheiro relata que, ao longo de sua car-
reira pro�ssional, teve a oportunidade de veri�car 
e de reconhecer a grande importância das normas 
técnicas, tanto em nível de empresas, nacional, re-
gional e internacional, porque representam o re-
gistro contínuo da consolidação do estado da arte 
das boas práticas, experiência e conhecimento. 
“Em função da consciência desta importância, 
tenho dedicado grande parte de meus esforços à 
normalização técnica, envolvendo o desenvolvi-
mento nas áreas de segurança, desempenho, con-
�abilidade, qualidade, automação e tecnologia, 
aplicável a equipamentos, instalações, empresas 
de prestação de serviços e competências pessoais”, 
ele a�rma.
As pesquisas que garantiram a Bulgarelli o IEC 
1906 Award foram realizadas para um trabalho de 
Mestrado na Escola Politécnica da Universidade 
de São Paulo (USP), em 2006, com o tema “Pro-
teção térmica de motores de indução trifásicos in-
dustriais”. A partir desse estudo, foi desenvolvido 
um novo algoritmo matemático, destinado a ser 
implantado nos modernos relés digitais para pro-
teção térmica de equipamentos elétricos indus-
triais, como motores, geradores, transformadores, 
reatores e cabos de circuitos de energia.
Enviado pelo Cobei para apreciação da IEC, 
o resultado do trabalho do engenheiro brasileiro 
foram aprovados e, depois, totalmente utilizados 
como base de uma norma técnica internacional 
sobre a função de proteção térmica de equipa-
mentos elétricos industriais. Bulgarelli foi convi-
dado a participar da elaboração da IEC 60255-149 
– Measuring relays and protection equipment - Part 
149: Functional requirements for thermal electrical 
relays, publicada em 2013.
A norma internacional IEC 60255-149 esta-
belece requisitos para a avaliação, desempenho e 
ensaios funcionais de relés que fazem a proteção 
de equipamentos elétricos contra danos térmi-
cos. O documento incorporou tanto o algoritmo 
apresentado nas pesquisas do engenheiro brasilei-
ro, como a apresentação de todo o seu desenvol-
vimento, incluindo as equações matemáticas que 
são utilizadas para o modelamento de um sistema 
térmico representativo de um equipamento elétri-
co industrial.
Premio_IEC.indd 14 29/09/2015 15:09:48
www.abnt.org.br/catalogo
9000 e 9001
-anÇamento Eas normas A#/5 /#3 *40 
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AceTTe agora noTTo catÂlogo e garanta a TVa� 
$lientes Rue aERuiriram a Ùltima WersÄo e associaEos
 terÄo conEiÇÕes especiais por tempo limitaEo�
Anuncio 1 pagina.indd 24 29/09/15 15:51ISO9000_9001_ABNT_147.indd 15 29/09/2015 16:19:10
16 • boletim ABNT | Set/Out 2015
Um estímulo à 
QUALIDADE
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'eVemSeQKo eQtUe SUoIiVVioQDiV 
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Ge UeYeVtimeQtoV
Portobello.indd 16 29/09/2015 15:08:34
Set/Out 2015 | boletim ABNT • 17
De um lado, a demanda do mercado. De outro, 
a oportunidade de dividir conhecimento que tor-
nasse projetos mais e�cientes e seguros. Os dois 
fatores foram determinantes para que a fabrican-
te de revestimentos cerâmicos Portobello, uma 
das maiores da América Latina, decidisse criar 
um portal disponibilizando documentos técnicos 
agrupados por temas, para auxiliar o trabalho de 
pro�ssionais de decoração, arquitetura e engenha-
ria. Na base dessa iniciativa está a ABNT NBR 
15575:2013 - Edi�cações habitacionais – Desempe-
nho, publicada pela Associação Brasileira de Nor-
mas Técnicas. 
Especi�cador Virtual (http://especi�cador-
virtual.portobello.com.br/downloads/index) é o 
nome da ferramenta, oferecida ao público desde 
julho de 2014. “Ela trata de revestimentos como 
um todo, ou seja, não se restringe às especi�ca-
ções para produtos Portobello, podendo ser utili-
zada com pedras, madeiras, carpete, cimentícios e 
muito mais”, informa o engenheiro Luiz Henrique 
Manetti, gerente da Portobello Técnica.
Para Manetti, a especi�cação técnica de reves-
timentos sempre foi uma necessidade do mercado 
e tornou-se uma obrigação a partir da publicação 
da Norma de Desempenho e, depois, com a Nor-
ma de Reformas (ABNT NBR 16280:2015 – Refor-
ma em edi�cações – Sistema de gestão de reformas 
– Requisitos). “A correta especi�cação é uma tarefa 
muito complexa que envolve diversas variáveis, 
como conhecimento químico, físico e experiência 
prática dos produtos”, ele justi�ca.
Quando optou por compartilhar conhecimen-
tos com o mercado, a Portobello, sediada em Ti-
jucas (SC), adotou duas medidas. Na primeira, de 
médio e longo prazo, Manetti encarregou-se de 
treinar cada um dos principais clientes em todo o 
Brasil para o uso da Norma de Desempenho. Fo-
ram cerca de 90 em 2013 e mais de 100 em 2014.
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18 • boletim ABNT | Set/Out 2015
Foi por causa da ABNT NBR 15575:2013, por 
sinal, que a empresa tomou a decisão estratégica 
de liderar um movimento de aperfeiçoamento 
técnico no mercado de revestimentos, criando a 
Portobello Técnica. Esse departamento multidis-
ciplinar, integrado por cinco especialistas (um 
ceramista,duas arquitetas, um engenheiro civil e 
uma designer de interiores), tem a incumbência 
de capacitar funcionários e clientes, criar ferra-
mentas de apoio e desenvolver sistemas constru-
tivos inovadores focados na industrialização do 
canteiro de obras.
A segunda ação foi a implementação do Espe-
ci�cador Virtual, com produtos para os diferentes 
ambientes de uma obra. “Essa ferramenta reúne 
todas as normas e regulamentos aplicáveis aos re-
vestimentos de pisos de forma a facilitar o dia a 
dia do arquiteto”, comenta o engenheiro.
Receptividade crescente
Manetti avalia que o Especi�cador Virtual “caiu 
como uma luva” para o setor de projetos, como 
atestam as manifestações positivas de clientes e da 
própria equipe comercial. “A Portobello acompa-
nha o uso deste site pelo Google Analytics e desde 
o lançamento sua utilização apenas cresce, mesmo 
com a crise no setor de projetos”, comemora o en-
genheiro. São aproximadamente 1.100 visualiza-
ções por dia e quase 250 mil desde seu lançamento. 
“Hoje temos 32 mil usuários, o aplicativo possui 
714 ambientes diferentes cadastrados e contempla 
mais de 20 normas diferentes”, ele complementa.
O Especi�cador Virtual, ao promover a qua-
lidade, ajuda os departamentos de compras das 
construtoras a “não levar gato por lebre”, como 
observa o engenheiro. E apesar da linguagem téc-
nica, até mesmo o consumidor �nal tem utilizado 
a ferramenta.
 Com tamanho sucesso, o aplicativo ganhou re-
forço em 2015, passando a abrigar a Área Técnica. 
“O novo ambiente centraliza diversos materiais de 
consulta para download, como manuais de insta-
lação, dicas de assentamento, palestras, vídeos de 
treinamento, entre outros”, conclui Manetti.
|2 DSliFDtiYo (VSeFiIiFDGoU 9iUtXDl UeÇQe 
toGDV DV QoUmDV e UeJXlDmeQtoV DSliF²YeiV 
DoV UeYeVtimeQtoV Ge SiVoV Ge IoUmD D 
IDFilitDU o GiD D GiD Go DUTXiteto}
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20 • boletim ABNT | Set/Out 2015
COMPRAS PÚBLICAS 
sustentáveis no Brasil
Os governos do mundo inteiro buscam a ado-
ção de políticas que lhes permitam intervir efeti-
vamente nos mercados, demonstrando a sua lide-
rança em prol do desenvolvimento sustentável. O 
setor público gasta quantias consideráveis ao ano 
na aquisição de bens, serviços e obras, sendo que 
grande parte desse gasto é destinado a setores que 
exercem considerável impacto ambiental, como 
o transporte, a construção e a alimentação. Essa 
despesa corresponde a investimentos que podem 
representar até 20% do PIB em países industriali-
zados e à metade do orçamento dos governos dos 
países em desenvolvimento. É de crucial impor-
tância que o setor público passe a usar o seu poder 
de compra para estimular o desenvolvimento sus-
tentável, por exemplo, através de Compras Públi-
cas Sustentáveis. Compras Públicas Sustentáveis 
(SPP, na sigla em inglês) compreendem bens, ser-
viços ou obras em cuja contratação os órgãos pú-
blicos buscam encontrar o equilíbrio apropriado 
entre os três pilares do desenvolvimento sustentá-
vel (econômico, social e ambiental), em todos os 
estágios de um projeto. 
O crescimento populacional e o número cada 
vez mais expressivo de megacidades exigirão in-
vestimentos sem paralelo em infraestrutura viária, 
o que demanda planejamentos e execuções inte-
ligentes amparados por diretrizes de sustentabi-
lidade claras que garantam a adoção de práticas 
sustentáveis nas contratações públicas. 
A implementação do SPP e do GPP (sigla em 
inglês para compras públicas verdes) requerem 
a revisão ou a criação de leis, políticas e práticas 
para integrar riscos econômicos, sociais e ambien-
tais aos processos e decisões em torno de contrata-
ções públicas. Trata-se aqui basicamente de obter 
“valor pelo dinheiro” ao longo do ciclo de vida do 
produto (neste caso, a infraestrutura viária) me-
diante a consideração das consequências ambien-
tais, sociais e econômicas dos seguintes fatores: 
projeto; uso de materiais não renováveis; métodos 
de manufatura e produção; distribuição e comer-
cialização; operações e/ou vida do usuário; opções 
de disposição, reuso e reciclagem; e a capacidade 
dos fornecedores de administrar essas consequên-
cias ao longo da cadeia de valor. 
2 VetoU SÇbliFo GeYe tiUDU SUoYeito Ge VeX SoGeU Ge 
FomSUD SDUD imSXlVioQDU o GeVeQYolYimeQto VXVteQt²Yel
Por: Marisa Cruz, Evonik Corporation
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Set/Out 2015 | boletim ABNT • 21
O rótulo ECOLÓGICO 
8mD FeUtiIiFD¸¶o Ge teUFeiUD SDUte TXe 
tUDGX] JDQKoV DmbieQtDiV em iQIoUmD¸ÆeV 
imeGiDtDmeQte UeFoQKeF½YeiV
O rótulo ecológico (Ecolabelling) é um programa de rotulagem 
ambiental composto por uma metodologia voluntária de certi�ca-
ção e rotulagem relativa ao desempenho ambiental de produtos e 
serviços que vem sendo adotado como prática no mundo inteiro. 
A rotulagem ambiental é uma certi�cação baseada em requisitos 
ambientais que atesta que determinado produto ou serviço exerce 
menor impacto ambiental que outros produtos ou serviços “compa-
ráveis” disponíveis no mercado. 
Em 2011, a ABNT desenvolveu e concedeu o primeiro rótulo eco-
lógico para o setor de infraestrutura rodoviária no Brasil. A sinali-
zação viária Plástico a Frio, amplamente utilizada para proporcio-
nar uma maior segurança a usuários de estrada em todo o mundo, 
recebeu o rótulo ecológico da ABNT, graças, inclusive, à sua maior 
durabilidade e, consequentemente menor impacto ambiental em 
comparação a sinalizações tradicionais. 
O rótulo ecológico para a sinalização horizontal viária é um 
exemplo bastante simples para ajudar a evocar uma cultura positiva 
em torno de compras sustentáveis, e um “benchmark” sobre como se 
preparar orientações para aquisições sustentáveis. Esta iniciativa po-
deria, potencialmente, ser estendida para outros bens relacionados a 
infraestruturas rodoviária.
O Brasil deu um passo decisi-
vo em 2012 ao aprovar o Decre-
to 7.746 que estabelece os crité-
rios, as práticas e as orientações 
para a promoção do desenvolvi-
mento nacional sustentável por 
O Brasil deu um passo decisivo em 2012 ao aprovar o 
DECRETO 7.746
2V UeJXlDmeQtoV VXVteQt²YeiV GemoQVtUDm XmD moYimeQtD¸¶o QD 
GiUe¸¶o FoUUetD� No eQtDQto� oUieQtD¸ÆeV FlDUDV VobUe Fomo UeDli]DU 
DTXiVi¸ÆeV mDiV VXVteQt²YeiV Ve ID]em QeFeVV²UiDV
meio de contratos preparados 
diretamente pelo governo fede-
ral, pelas autarquias, fundações 
e empresas estatais. No entanto, 
o efeito multiplicador gradual 
que se poderia esperar ainda 
não se fez sentir. Em outras pa-
lavras, as autoridades viárias do 
setor de infraestrutura pratica-
mente ainda não estão incluin-
do considerações ambientais 
em seus processos de licitação. 
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NEGÓCIOS
PEQUENOS
Desde sua criação, em setembro de 2007, a 
Comissão de Estudo Especial de Cadeia Apícola 
(ABNT/CEE-87) vem desempenhando papel es-
tratégico para o desenvolvimento da apicultura 
brasileira, contribuindo nos processos de padro-
nização de equipamentos e utensílios, e na com-
provação da qualidade dos produtos apícolas bra-
sileiros.
Por meio das normas técnicas, produzidas no 
âmbito da ABNT/CEE-87, inúmeros processos, 
como sistemas de produção no campo para os 
principais produtos apícolas (mel, própolis e pó-
len), com mercados, tanto internos como externos 
altamente demandantes, assim como, aspectos 
voltados ao controle da qualidade desses produtos 
(normas de métodos de ensaio) e de padronização 
de equipamentos e utensílios (colmeia, centrífuga) 
e de segurança e durabilidade (vestimentas apíco-
las) vêm sendo trabalhados no âmbito da Comis-
são, com inúmeras normas publicadas.
APICULTURA: a arte de 
criar abelhas
22 • boletim ABNT | Set/Out 2015
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“Alguns desses aspectos abordados pela ABNT/
CEE-87 são demandas históricas do setor, como é 
o caso da norma da colmeia langstroth, que objeti-
vou estabelecer os padrões de dimensão e de qua-
lidade de sua construção e uso de materiais. Esse 
utensílio fundamental para a prática de uma api-
cultura racional apresentava uma situação de total 
despadronização dimensional, o que leva a uma 
série de repercussões negativas, tanto do ponto de 
vista do manejo das abelhas, como da vida útil dos 
materiais e sua relação com os equipamentos a se-
rem utilizados para a retirada do mel dos favos, 
que dependem de um padrão de quadros para a 
sua correta fabricação e utilização”, relata o coor-
denador da comissão, Ricardo Camargo. 
Set/Out 2015 | boletim ABNT • 23
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NEGÓCIOS
PEQUENOS
Para o coordenador, o conceito de normaliza-
ção ainda precisa ser amplamente difundido junto 
aos diferentes atores dessa cadeia produtiva, para 
que essa cultura possa ser devidamente incorpora-
da ao seu planejamento setorial. 
Entretanto, o setor já dispõe de exemplos 
positivos do uso da norma como vantagem mer- mer-
cadológica, onde algumas empresas tiveram ao in-
corporar em seus sistemas de industrialização as 
normas já disponíveis, como é o caso da norma da 
colmeia, onde as empresas que passaram a seguir 
os requisitos estabelecidos nessa norma para a fa-
bricação das colmeias, apresentaram forte cresci-
mento comercial.
Isso mostra, que mesmo sem a devida incorpo-
ração do conceito de normalização nesse segmen-
to, o setor reconhece o diferencial da aplicação de 
uma norma técnica em seu negócio, e passa a dar 
preferência aqueles produtos ou serviços que de-
monstrem sua aplicação.
Segundo o coordenador, a disponibilização 
de normas para o setor permite que os órgãos 
o�ciais venham a utilizá-la como padrão técnico 
referencial e assim seus requisitos possam ser in- possam ser in-
seridos na descrição de processos licitatórios em 
compras governamentais, o que impede que ma-
teriais de baixa qualidade e sem a devida padroni-
zação dimensional possam vir a serem escolhidos 
nesses processos, apenas por apresentarem menor 
preço, contribuindo para a competitividade e cre-
dibilidade dos Pequenos Negócios. 
“Tal aspecto é fundamental para se evitar a 
concorrência desleal nesse setor, onde empresas 
oportunistas acabam entrando nesse cenário, sem 
a devida competência técnica para a fabricação 
desses equipamentos, o que irá afetar diretamen-
te na condução da atividade e no seu desenvolvi-
mento”, comenta Ricardo. 
24 • boletim ABNT | Set/Out 2015
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Esse aspecto vem sendo abordado na norma de 
tipi�cação e caracterização da própolis brasileira e 
que já se encontra em fase �nal de elaboração para 
envio à Consulta Nacional. O mesmo caminho 
trilhado pelo produto própolis, deverá ser seguido 
para os outros produtos como o mel e pólen apí-
cola, o que demandará novos processos de elabo-
ração de normas para essa �nalidade.
A disponibilidade de normas com essas carac-
terísticas permite que o setor venha a fazer uso 
delas em processos de certi�cação e denominação 
de origem e identi�cação geográ�ca, assim como 
está ocorrendo para as própolis vermelha produ-
zida no estado de Alagoas e com a própolis verde 
produzida no estado de Minas Gerais, contribuin-
do assim para sua valoração e agregação de valor 
no mercado internacional desse produto.
“Apesar do potencial de produção e crescimen-
to que a apicultura brasileira apresenta, esse setor 
ainda tem desenvolvimento tecnológico abaixo do 
que pode ser observado em outros países desen-
volvidos, principalmente nos aspectos de automa-
ção e uso de equipamentos para minimização do 
esforço físico envolvido na atividade. Pela alta di-
versidade biológica de nossos biomas, os produtos 
apícolas produzidos no País também apresentam 
características e propriedades diferenciadas dos 
produtos encontrados no mercado internacional, 
o que leva a uma necessidade de tipi�cação para 
sua devida valoração”, explica Ricardo. 
Set/Out 2015 | boletim ABNT • 25
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NEGÓCIOS
PEQUENOS
Outro fator positivo que pode ser observado 
nesse processo de normalização do setor apícola 
é o fato de que o arcabouço legal para esses pro-
dutos, principalmente aqueles voltados ao seu 
controle de qualidade, como é o caso dos Regu-
lamentos Técnicos de Identidade e Padrão estão 
desatualizados e as normas que vem sendo pro-
duzidas estão levando em consideração o que 
“mudou” no cenário internacional para essa classe 
de produtos e assim disponibilizando materiais 
atuais ao setor, permitindo que os próprios ór-
gãos regulamentadores dessa atividade venham a 
utilizá-los como referência, tanto em processos de 
revisões da legislação existente, como na constru-
ção de novas legislações para produtos ainda não 
contemplados.
“Essa última situação é claramente evidenciada, 
quando consideramos a situação da meliponicul-
tura brasileira (criação racional das abelhas sem 
ferrão), que está totalmente desassistida de arca-
bouço legal para seus produtos. Dessa forma, o�-
cinas de levantamento de demandas já estão sen-
do realizadas em todas as regiões do País e onde o 
processo de construção de normas técnicas para o 
setor, por sua agilidade operacional e participação 
efetiva de todos os elos da cadeia permitirá que em 
breve sejam disponibilizados aos meliponicultores 
materiais referenciais de suma importância para o 
desenvolvimento do setor, que além dos gargalos 
regulatórios atuais, ainda enfrenta uma situação de 
despadronização generalizada e carência de mate-
riais orientadores e referenciais”, �naliza Ricardo. 
O Sebrae e a ABNT oferecem ao Pequeno Ne-
gócio o acesso às normas técnicas brasileiras por 
1/3 do preço. Algumas normas estão disponíveis, 
gratuitamente, mediante cadastro, que podem au-
xiliar os empresários a se tornarem mais competi-
tivos no mercado. Acesse: www.abnt.org.br/pagi-
nampe e saiba mais sobre o convênio.
|2 6ebUDe e D ABNT 
oIeUeFem Do 3eTXeQo 
NeJÂFio o DFeVVo 
³V QoUmDV t¹FQiFDV 
bUDVileiUDV SoU ��� Go 
SUe¸o}
26 • boletim ABNT | Set/Out 2015
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ROTULO_ECOLOGICO_ABNT_147.indd 27 29/09/2015 14:37:53
28 • boletim ABNT | Set/Out 2015
No dia 28 de setembro, a Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT) completou 75 anos 
de história. 
Ao longo de sua trajetória, a ABNT manteve 
relações estreitas com o governo, mas sempre pre-
zou por sua independência como entidade priva-
da. Ainda assim, desde a sua fundação ela é muitas 
vezes confundida com um órgão governamental. 
Contudo, ao longo dos seus 75 anos de existência, 
vem se mantendo como é de praxe nos países de-
senvolvidos: atua de acordo com as necessidades e 
anseios da sociedade. O Estado, por sua vez, pode 
se valer do texto das normas organizadas por ela 
para regular atividades ou implementar diretrizes 
para suas políticas públicas. 
8mD KiVtÂUiD Ge 
QoUmDli]D¸¶o� Fom 
GeVemSeQKo ³ DltXUD 
Go TXe D VoFieGDGe 
bUDVileiUD SUeFiVD e 
meUeFe
28 • boletim ABNT | Set/Out 2015
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Set/Out 2015 | boletim ABNT • 29
Desta maneira, ainda que 
uma entidade da sociedade ci-
vil, a ABNT foi reconhecida 
em novembro de 1962, como 
um órgão de utilidade pública. 
Anos depois, com a criação do 
Sistema Nacional de Metrolo-
gia, Normalização e Qualidade 
Industrial (Sinmetro), o Conse-
lho Nacional de Metrologia, Nor-
malização e Qualidade industrial 
(Conmetro) e o Instituto Nacio-
nal de Metrologia, Qualidade e 
Tecnologia (Inmetro), foi reco-
nhecida como ForoNacional 
de Normalização para apoiar 
essas instâncias. Mas em 1992, 
tornou-se o único foro, tendo, 
de�nitivamente, o reconheci-
mento de seu papel como agen-
te privado de políticas públicas. 
Nem tudo são flores
Mas a vida da ABNT, nestes 75 anos de 
história, já foi diferente. Quando assumiu 
a entidade, de formação como Coronel do 
Exército e empresário, ele jura ter dado 
muito mais ouvidos do que ordens. “Até 
porque a minha diretoria sempre foi mais 
madura, hoje eu diria que praticamente 
100% são sexagenários. Portanto, eu não 
podia virar as costas para a voz da experi-
ência. ” Contudo, ele não nega que a dis-
ciplina militar teve e ainda tem um papel 
relevante em sua administração. Até hoje, 
Pedro Buzatto Costa, conhecido como 
Coronel, chega diariamente a associação 
no mesmo horário e sempre é o último a 
sair. E isto vem desde o tempo em que par-
ticipou ativamente de outra entidade de 
peso, a Associação Brasileira da Indústria 
de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). 
3eGUo BX]Dtto &oVtD� 
3UeViGeQte Go &oQVelKo 
'elibeUDtiYo
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30 • boletim ABNT | Set/Out 2015
Desde o início Buzatto também percebeu que 
há uma grande diferença entre norma e normali-
zação. “O conceito de norma é muito voltado para 
fazer a norma e na verdade esta é a arte fácil da 
missão da ABNT. Você mobiliza especialistas, sen-
ta e faz a norma. O grande desa�o está na norma-
lização, ou seja, como fazer com que a sociedade 
entenda o quanto as normas são importantes em 
seu dia a dia. Até o governo deve entender como 
usar a normalização como instrumento para au-
xiliar na implementação de políticas públicas. A 
norma, quando utilizada a favor da sociedade, en-
volve promoção, ensino, educação, comunicação 
e marketing. O conceito é muito mais abrangente 
e de um valor ímpar para a sociedade. Normali-
zação é a criação da cultura e é nisso que residem 
todos os esforços da ABNT hoje”, argumenta.
Na síntese: para o cidadão o papel da norma é 
servir à sociedade e para o empresário é funcionar 
como um instrumento de vendas. 
E se ao �nal tudo convergir positivamente 
para a sociedade, por que não deixá-la partici-
par desde o início do processo? A ABNT man-
tém há algum tempo uma plataforma digital 
(www.abnt.org.br/consultanacional) para discutir 
e acompanhar normas em andamento e sugerir 
novas. Uma forma inteligente de plantar a semen-
te da normalização na cabeça do cidadão, desmis-
ti�cando a norma como instrumento engessado e 
sem propósito. 
O futuro das normas no Brasil e 
no mundo 
Pensar em normalização a longo prazo envol-
ve uma série de variáveis que vão desde a política 
econômica do País, passando pelo investimento em 
tecnologias e programas voltados à inovação e qua-
lidade, e até mesmo os esforços de empresários e so-
ciedade em participar do desenvolvimento de nor-
mas, bem como sua exigência em tudo o que cerca 
seu cotidiano. Como defende Ricardo Fragoso, Di-
retor Geral da ABNT, “esse dia chegará quando um 
consumidor agir em relação à norma, como já age 
com a veri�cação da data de validade dos produtos. 
Ninguém leva para casa algo vencido. E porque ad-
quiriria um produto fora da conformidade?”
5iFDUGo )UDJoVo� 
'iUetoU *eUDl
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Set/Out 2015 | boletim ABNT • 31
Segundo Israel Guratti, da assessoria de Co-
ordenação, da Associação Brasileira da Indústria 
Elétrica e Eletrônica (Abinee), ao elaborar uma 
norma técnica nacional, é fundamental que o tex-
to descreva os requisitos mínimos para um pro-
duto ou serviço. Também deve atender de forma 
harmoniosa e consensual às necessidades do con-
sumidor, a capacitação fabril do produtor e esta-
belecer os critérios que avaliarão a conformidade 
pelos organismos de avaliação e laboratórios de 
ensaios. Dessa forma, o que ele espera para o fu-
turo é uma continuidade. “Com as convergências 
tecnológicas e de mercado, é fundamental que te-
nhamos um conjunto sólido de normas técnicas 
alinhadas com as normas internacionais, adotadas 
pelo mercado mundial, para que nossos produtos 
sejam compatíveis com os do mercado globaliza-
do, fomentando as exportações do nosso País, co-
laborando para o crescimento social e econômico 
de nossa sociedade”. Competição internacional
A sustentabilidade dos negócios, a médio e lon-
go prazo, exige cada vez mais das empresas e in-
dústrias maior competitividade em nível interna-
cional. Assim pensa Maria Luiza Leal, da Agência 
Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). 
Ela explica que nesse contexto de mercado globa-
lizado, as normas técnicas são fundamentais para 
o alinhamento tecnológico e maior competitivida-
de de produtos com melhor desempenho e ade-
rência de uso. Isso ressalta em maior qualidade e 
penetração nos mercados.
Estudo realizado recentemente pela ABDI so-
bre a normalização técnica e seus impactos sobre 
as indústrias e economia de países, destaca que, 
além dos signi�cativos impactos na economia, em 
nível macro e/ou microeconômico, a normaliza-
ção técnica tem papel fundamental na promoção e 
potencialização da inovação. Especialmente quan-
do associada às atividades de pesquisa e desenvol-
vimento, desde os seus primeiros momentos. “O 
estudo também aponta que a maioria dos países 
desenvolvidos colocou e priorizou a normalização 
como um dos eixos estratégicos para o desenvolvi-
mento tecnológico. O Brasil precisa avançar com a 
sua estratégia, e a ABDI está disposta a contribuir 
efetivamente na superação desse desa�o”, aponta 
Maria Luiza.
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32 • boletim ABNT | Set/Out 2015
Oportunidade para 
empreendedores
Por sua vez, Luiz Eduardo Barreto, Presidente 
do Sebrae, observa o constante crescimento do 
empreendedorismo no Brasil e vê na normaliza-
ção e na utilização de normas técnicas, fatores re-
levantes para o incremento e para a promoção da 
competitividade aos Pequenos Negócios, motivo 
pelo qual a parceria com a ABNT tem sido impor-
tante para sensibilizar o empreendedor a �m de 
melhorar a qualidade de seus serviços e produtos. 
“A normalização traz benefícios como a racionali-
zação dos processos produtivos, a redução de des-
perdícios, e o atendimento a requisitos legais de 
produtos e serviços”, a�rma Barreto.
Além disso, ele vê com bons olhos as expecta-
tivas para o futuro da normalização. “Percebemos 
que há uma tendência de incorporar, cada vez 
mais, as normas na área de serviços. Já existem 
diversas iniciativas no segmento da beleza, meios 
de hospedagem, turismo, com destacada partici-
pação dos Pequenos Negócios”, ressalta. 
Para Leo Persi, que trabalha há mais de 20 anos 
com Turismo de Aventura e atua no Comitê Bra-
sileiro do Turismo (ABNT/CB-54), a normaliza-
ção tem ajudado a pro�ssionalizar empresas que 
prestam serviços no segmento, em especial com o 
Programa Aventura Segura, que teve início entre 
2008 e 2009. Como esse tipo de atividade acontece 
comumente em áreas abertas, na natureza, e con-
ta com a expertise de condutores que conhecem 
bem a região, a ideia é aproveitar essa experiência 
e agregá-la às boas práticas que devem ser adota-
das pelas empresas, além de disseminar a cultura 
da segurança como forma de promover o próprio 
destino turístico. 
Hoje, as Normas Brasileiras já são referência 
em vários países. A aposta é a constante articula-
ção com o Ministério do Trabalho e do Turismo, 
bem como com as entidades normalizadoras in-
ternacionais, para garantir a inclusão dos Peque-
nos Negócios no setor. “Nós já falamos na ISO 
sobre normalização para os Pequenos Negócios. 
Estivemos ao lado, inclusive, de referências como 
a Nova Zelândia. Eu tenho muita con�ança no fu-
turo e acredito que ainda temos muito a desenvol-
ver”, explica Leo Persi. 
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Set/Out 2015 | boletim ABNT • 33
A ABNT e os próximos 10 anos 
Há um consenso na ABNT: um dos maiores de-
sa�os da entidade é o desenvolvimento de uma cul-
tura da normalização. Não há tecnologia, apoio ou 
investimento que possa ser mais forte que a educa-
ção da sociedade no sentido de vencer a resistência 
que o brasileiro tem hoje quando o assunto são re-
gras, estas normalmente associadas a atividades de-
sinteressantes. Eis aí, também, uma grande oportu-
nidade de mostrar à população que as normas têm 
uma razão de ser; são instrumentos que podem ser 
usados para defender os direitos do consumidor, 
apoiar o desenvolvimento de cidades mais inteli-
gentes, com menos desperdício de recursos, mais 
justas, seguras e melhores para se viver. 
Mas para Ricardo Fragoso, Diretor Geral da 
ABNT, essa perspectiva vai além. “A norma é co-
nhecimento. Ela é a disponibilização da informa-
ção e é uma ferramenta democrática. Cada vez 
mais são pensadas normas que atendam às de-
mandas sociais coletivas e abrangentes. E a ABNT 
pretende enfocar questões como utilização racio-
nal de água, energia elétrica e mobilidade urbana. 
Também é preciso pensar, de forma alinhada com 
a ISO, como otimizar os recursos de uma cidade.”
Uma de nossas preocupações é organizar o co-
nhecimento técnico - que é de posse de todos - em 
forma de normas, e difundi-lo para que o maior 
número de pessoas possível tenha acesso às melho-
res práticas de fabricação e utilização dos produtos. 
“A cada dia percebemos a necessidade de cons-
cientizar empresários de que normas não são cus-
to, e sim investimento. Além disso, é fundamental 
a participação dos setores na criação das normas, 
não apenas aqui no Brasil, mas em nível interna-
cional. Enviar delegações à ISO e incluir, desde o 
início do desenvolvimento, questões da realidade 
brasileira, é pensar à frente, pois essas mesmas 
normas depois serão adotadas pelas companhias 
nacionais”, relata o Diretor Técnico, Eugenio Gui-
lherme Tolstoy De Simone. 
Segundo Eugenio, essa visão é importante, por-
que parece dispendioso enviar pessoas daqui para 
reuniões no exterior, mas é um fator estratégico, 
não apenas para a empresa – que sai na frente e se 
atualiza sobre o que acontece com concorrentes –, 
como também para o posicionamento da própria 
indústria brasileira, que cedo ou tarde deverá se-
guir padrões estabelecidos internacionalmente.
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34 • boletim ABNT | Set/Out 2015
Para o Diretor de Relações Externas da ABNT, 
Carlos Santos Amorim Junior, as normas técnicas 
não nascem ao acaso e são baseadas nas melhores 
práticas de um país. “Se você olhar bem, de modo 
geral, os líderes da normalização são aqueles pa-
íses em pleno desenvolvimento tecnológico. De 
modo geral, esta é importante para que as em-
presas mantenham sua qualidade e competitivi-
dade e um incentivo para que possam inovar. Por 
outro lado, o consumidor também precisa exigir 
e fazer sua parte. Ainda há um longo caminho 
a percorrer na promoção do que chamamos de 
Cultura da Normalização, que estamos empe-
nhados em difundir no Brasil. Para isso, temos 
trabalhado com nosso departamento de Marke-
ting e participado de redes sociais, promovendo 
eventos, com intenção de sensibilizar o próprio 
cidadão sobre o impacto das normas na con�abi-
lidade, segurança e qualidade dos produtos que 
são parte de seu cotidiano”. 
“Há muitas maneiras de fazer isso e a cada dia 
acompanhamos o mercado e o comportamento da 
própria sociedade e tentando atender às necessi-
dades novas que surgem. Nesse sentido, os canais 
de comunicação, cada vez mais dinâmicos têm nos 
ajudado muito a entrar em contato com as pesso-
as diretamente, desde o pequeno empresário, até a 
dona de casa que requer mais facilidades no uso de 
um aparelho eletrodoméstico. Com esse retorno, 
temos mais escopo para informar como utilizar da 
melhor maneira possível as normas já existentes, 
criar cursos, treinamentos ou direcionar solicita-
ções para técnicos que possam ajudar a elaborar 
uma possível norma futuramente”, comenta Odi-
lão Baptista Teixeira, Diretor Adjunto de Negócios. 
ABNT Certificadora 
A ABNT passou a atuar na área de certi�cação, 
em 1949. Em 2015, é reconhecida como uma das 
melhores do País no segmento. Caso sejam consi-
derados números absolutos de certi�cados junto 
ao sistema brasileiro de avaliação da conformida-
de, pode-se dizer que é a maior certi�cadora de 
produtos do Brasil.
Na primeira década que se dedicou a essa ativi-
dade, o foco eram os extintores de incêndio e ou-
tros itens relativos à prevenção de sinistros. Acon-
tece que, à época, o Ministério do Trabalho regulou 
a certi�cação tornando-a obrigatória, o que levou a 
uma procura grande por esse segmento.
Se, por um lado, a busca foi positiva, por outro 
atrelou a imagem da entidade e da certi�cação a 
esse tipo especí�co de produto, o que acabou tor-
nando o desenvolvimento de outros nichos de cer-
ti�cação menos atraentes naquele momento.
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A mudança começou a acontecer quando 
a ABNT e a Associação Brasileira de Cimen-
to Portland (ABCP) realizaram convênio para 
efetuar a certificação de ensaios de materiais. 
Em seguida, houve um crescimento natural 
em função da necessidade demonstrada pela 
própria sociedade. De forma compulsória (por 
regulamentações) ou voluntária (para garantir 
a competitividade), cada vez mais empresas 
ansiavam por mecanismos capazes de atestar 
e comprovar a qualidade de seus mais diversos 
produtos e processos.
Há 10 anos havia uma paleta de produtos ain-
da muito pequena, a ideia era expandi-la através 
de um processo de gestão moderna. E a ABNT 
conseguiu reconhecimento. Hoje, no processo de 
certi�cação no Brasil há mais de 100 organismos 
certi�cadores, o que signi�ca que a ABNT disputa 
com um número considerável de players.
Atualmente, em um mercado acirrado e com-
petitivo e em um contexto cuja indústria é mais 
desenvolvida, a ABNT Certi�cadora reforça sua 
importância e realiza auditorias para a certi�cação 
de produtos em mais de 20 países, especialmente 
nas Américas, Ásia e Europa. No Brasil, está base-
ada em três escritórios regionais: RJ, SP e MG.
 “Qualidade deve ser uma constante para em-
presas que queiram se diferenciar. Tenho certe-
za que se a ABNT continuar com a política de 
avaliação e análise de mercado, há uma enorme 
possibilidade de crescimento contínuo, porque 
trabalhamos a sustentabilidade desse processo. 
Antes, as empresas tinham uma grande quantida-
de de material refugado e não analisavam o custo, 
com a ISO 9001 isso começou a mudar. E nós aju-
damos a adequar esses parâmetros. O que eleva o 
nível de processos, produtos que são oferecidos à 
sociedade”, relata Antonio Carlos, Diretor Adjun-
to de Certi�cação. 
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36 • boletim ABNT | Set/Out 2015
Associação Brasileira da Indústria 
Elétrica e Eletrônica (Abinee)
Humberto Barbato – Presidente
 “Desde sua fundação, em 1963, a Abinee tem 
atuado em estreita parceria com a ABNT, pois o 
setor eletroeletrônico sempre entendeu que o tema 
normalização desempenha um papel fundamental 
para a indústria e na vida das pessoas. Está claro 
para nós que as normas contribuem para o aumento 
da qualidade e da segurança dos produtos, além de 
ajudar no combate à concorrência desleal, inibindo 
produtos que não atendem aos requisitos mínimos.
Dentro deste cenário, temos participado de di-
versos fóruns, nacionaise internacionais, visando 
contribuir com a elaboração e aprimoramento das 
normas para o setor eletroeletrônico.
Para estar sempre presente nos debates e deci-
sões, a Abinee e o Sindicato da Indústria de Apa-
relhos Eletrônicos e Similares do Estado de São 
Paulo (Sinaees-SP) são parte integrante do Con-
selho Deliberativo da ABNT. Tendo em vista o 
mercado globalizado, temos destacado a impor-
tância das normas internacionais e em particular 
das normas da IEC, por sua utilização como fator 
de competitividade para a indústria. Ao mesmo 
tempo, a Abinee tem recomendado que a ABNT 
procure adotar, como base, as normas da Interna-
tional Electrotechnical Commission (IEC), levando 
em conta nossa realidade nacional, os costumes e 
a infraestrutura disponível, de maneira a atender 
às diferentes classes sociais e em particular às clas-
ses com menor poder aquisitivo.
Por ser um dos maiores mercados mundiais, e 
pela dimensão de sua indústria, o Brasil há muito 
deixou de ser um mero tradutor de normas. Além 
disso, dependendo do caso, as normas publicadas 
pela ABNT são utilizadas como base para as nor-
mas dos países, alvo dos nossos produtos, motivo 
pelo qual devemos participar mais ativamente dos 
diferentes fóruns de normalização internacionais, 
regionais e sub-regionais.
IMPORTANTES INSTITUIÇÕES que ajudam a contar a 
história da ABNT e das normas no Brasil
Diante de todo o trabalho desenvolvido pela 
ABNT aos longos de seus 75 anos - do qual a Abinee 
é testemunha presente e participante -, o principal de-
sa�o que temos para os próximos anos é a ampliação 
da conscientização da sociedade, instituindo, de for-
ma perene, uma cultura de normalização no Brasil. ”
Associação Brasileira da Indústria de 
Máquinas e Equipamentos (Abimaq)
Carlos Buch Pastoriza – Presidente
“O relacionamento da Abimaq com a ABNT 
é de longa data e bem próximo. Qualquer nação 
com uma indústria relevante de bens de capital 
precisa atuar de mãos dadas com uma entidade de 
normalização; e é o que acontece aqui. 
O Brasil é uma potência industrial. É funda-
mental a existência da ABNT, para ajudar a codi-
�car, organizar e disponibilizar o conhecimento 
que fabricantes, usuários e fornecedores têm sobre 
os processos dos equipamentos, além de democra-
tizar a informação da tecnologia industrial básica. 
E ainda enxergamos que há espaço para desenvol-
ver muito mais normas que atendam às necessida-
des brasileiras. E, nesse trabalho árduo, Abimaq e 
ABNT certamente seguirão se apoiando. 
Logo que me formei em engenharia, nos anos 1980, 
um dos primeiros trabalhos que �z foi justamente par-
ticipar de um Comitê Técnico da ABNT, enviado pela 
empresa em que trabalhava. Hoje, como Presidente da 
Abimaq, posso a�rmar que essa experiência me mos-
trou a importância da Associação e me fez reconhecer 
o papel fundamental dessa atividade. Por isso não falo 
de forma teórica, mas com vivência prática. ”
3M do Brasil
Camila Cruz Durlacher, Diretora de Pesquisa e 
Desenvolvimento
“A 3M parabeniza a Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT) pelos seus 75 anos, e 
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Set/Out 2015 | boletim ABNT • 37
enaltece seu papel de fundamental importância no 
País, por ter sido a responsável pela uni�cação de 
códigos, condição básica à comunicação humana, 
sob a perspectiva comercial. Somente a partir do 
estabelecimento de padrões de comparação entre 
produtos ou processos passamos a ter clareza so-
bre eles. Seguindo suas normas, governos sabem o 
que �scalizar ou comprar, empresas têm um norte 
sobre como produzir, respeitando o meio ambien-
te, e cidadãos sabem o que exigir como consumi-
dores. Não é pouca coisa. O processo de se per-
mitir a comparação entre produtos ou processos é 
uma evolução nos marcos competitivos, pois con-
tribui para se evitar (ou criar) barreiras comerciais 
e para facilitar a cooperação tecnológica.
Se algum dia a normalização foi de interesse 
restrito de técnicos, modernamente toma a enver-
gadura que lhe é devida: é uma atividade estraté-
gica. Por meio da atividade da ABNT, como único 
Foro Nacional de Normalização no País, damos 
grandes passos para a inserção do Brasil nos mer-
cados globais, bem como para recepcionarmos 
apenas importados que respeitem os padrões que 
desejamos para nossa sociedade. ”
Orgulho de ser ABNT 
Regiane Contier – Gerente Comercial 
Comecei minha jor-
nada na ABNT, em 1981, 
na área de normaliza-
ção, antigamente cha-
mada de área técnica, 
foi aí que me apaixonei 
pela ABNT, conhecen-
do mais profundamente 
todos os passos para um 
conglomerado de conhecimento se tornar um do-
cumento tão útil e necessário para nossa socieda-
de. Ao longo destes anos exerci funções em secre-
tarias de Comitês Técnicos, área de associados e 
exerci funções também nas áreas administrativas. 
Há aproximadamente 20 anos faço parte da área 
comercial, mais especi�camente no setor de dis-
ponibilização das normas técnicas. 
Sem dúvida alguma a tecnologia oriunda, não 
só dos computadores como também da internet, 
gerou uma velocidade e avanço indescritível na 
disponibilização não só das normas técnicas, como 
também de informações para uma tomada de de-
cisão com uma velocidade enorme. Hoje através 
destas ferramentas conseguimos abrir fronteiras 
com outros países, temos clientes na China, Espa-
nha, Estados Unidos, entre outros países que con-
seguem usufruir de toda tecnologia contida em 
nossas normas com praticamente quatro cliques 
em seus computadores. 
Passamos na ABNT por momentos muito difí-
ceis, mas nunca deixamos de acreditar no poten-
cial que ela representa ao nosso País. Como o que 
importa são momentos ou acontecimentos bons, 
em minha opinião, a gestão que abraçou e ainda 
abraça esta causa, num momento de crise, não só 
�nanceira, mas a pior de todas que é de credibi-
lidade que estávamos enfrentando em 2003, foi a 
responsável pelos grandes acontecimentos favorá-
veis nos últimos doze anos. 
Atualmente somos reconhecidos e também re-
cuperamos credibilidade tanto em nível nacional 
como internacional. Trouxemos ao nosso país reu-
niões importantes para a normalização brasileira, 
nunca imaginei que realizaríamos uma Assembleia 
Geral da ISO no Brasil, como em setembro de 2014, 
tenho orgulho em dizer que paramos o Rio de Janei-
ro por uma semana para a realização deste evento. 
O que aprendi, o que me tornei e tudo que con-
quistei devo à ABNT, como não me orgulhar!
Tânia Regina Sousa Salomão, Gerência do Processo 
de Normalização
Charles Chaplin escre-
veu: “Que nossos esforços 
desa�em as impossibili-
dades”. Esse pensamento 
resume minha trajetória 
na ABNT. Sempre me es-
forcei para bene�ciar o 
próximo e para que toda a  
empresa evoluísse. Sem-
pre busquei a qualidade nestes 39 anos de envolvi-
mento. São muitos anos vividos na empresa. Iniciei 
na ABNT em 1976, trabalhando no Comitê Bra-
sileiro da Construção Civil (ABNT/CB-02) como 
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secretária, e em 1992 fui transferida para o Depar-
tamento de Normalização, atual Gerência do Pro-
cesso de Normalização (GPR). 
Nesse universo, cresci muito nessa rede de re-
lação com os outros: meus chefes e meus colegas. 
Aprendi a admirar e respeitar a �loso�a da em-
presa. Vivi momentos estressantes, mas também 
muitos momentos felizes e alegres, como as festas 
do �nal de ano. Atravessei, junto com a ABNT a 
crise �nanceira. A própria palavra mostrou o ca-
minho a ser seguido: Coragem, Responsabilidade, 
Inteligência, Superação e Entusiasmo. Vencemos 
porque todos da empresa estiveram empenhados 
e comprometidos com os resultados. E que resul-
tados! A ABNT projetou-se internacionalmente. 
E no Brasil, onde desenvolve importantetraba-
lho, continuou criando normas para que diferen-
tes públicos pudessem atingir padrões cada vez 
mais elevados no exercício de suas atividades.
A normalização tem uma importância decisiva 
nas economias modernas, como uma ferramenta 
que apoia a oferta de produtos e serviços compe-
titivos, seguros, e�cientes, e�cazes e que re�etem 
as necessidades e expectativas da sociedade. Sem a 
normalização, o País não é competitivo no mercado.
Sinto muito orgulho de trabalhar há tanto tem-
po na mesma empresa privada. Sinto orgulho de 
saber que, de certa forma, estou contribuindo com 
o desenvolvimento da ABNT e, consequentemen-
te, também com o do Brasil. Minha dedicação e 
meu entusiasmo não diminuíram com o passar 
dos anos. Sinto-me honrada e agradecida por fa-
zer parte dessa empresa.
Vitor Jardim – Diretoria Técnica/Assessor da ABNT
“Tudo começou em novem-
bro de 1976, quando vim à sede 
da ABNT, há poucos dias ins-
talada na Av. Treze de Maio, no 
Rio de Janeiro, para pegar com 
o então Secretário Executivo da 
ABNT, Cel. Epitácio Cardoso 
de Brito, uma encomenda para 
um colega de Grupo Executivo da Integração da 
Política dos Transportes/Ministério dos Transpor-
tes (GEIPOT/MT) e então recebi um convite para 
vir trabalhar na ABNT e participar da elaboração de 
um projeto a ser assinado entre a ABNT e a Asso-
ciação Francesa de Normalização (Afnor). Projeto 
este, que acabou não se realizando. Curiosamente, 
tempos depois, em 1981, fui fazer uma especializa-
ção em Normalização e Qualidade na Afnor.
Iniciei carreira na ABNT como engenheiro do 
Departamento Técnico e aos poucos fui galgando 
postos de che�a até alcançar, em 1993, o cargo de 
secretário executivo, hoje o equivalente ao cargo 
de diretor geral. Atualmente exerço a função de 
assessor da Diretoria Técnica, tendo como prin-
cipais atividades: representar a ABNT em eventos 
(reuniões, seminários, congressos, conselhos etc.); 
participar das negociações e elaboração de Proje-
tos/Convênios/Contratos; cuidar do desembolso 
�nanceiro de projetos (Ordenador de Despesas); 
manter relacionamento com representantes de 
órgãos de fomento (FINEP, CNPq etc.) e com re-
presentantes das entidades partícipes dos Projetos 
(Cetem, Inmetro, IRD, INT etc.).
A ABNT completa 75 anos de existência. Isso 
por si só já é extraordinário. E o que é mais extra-
ordinário é o seu passado. Como se produziu este 
êxito extenso e sustentável? Certamente não foi 
por acaso. A ABNT enfrentou vários períodos de 
crises políticas e �nanceiras, mas sempre se reer-
gueu, e cada vez mais forte e presente nos cenários 
nacional e internacional.
A ABNT é uma organização singular e, durante 
este período, vivenciei e participei de alguns fatos e 
acontecimentos inesquecíveis, como, por exemplo: 
a participação em assembleias da ISO, Copant e 
AMN, no Brasil e no exterior, com destaque espe-
cial para a Assembleia Geral da ISO, realizada no 
Brasil, em 2014; a compra e adaptação das instala-
ções da ABNT no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Tenho o orgulho de poder dizer que conheci o 
engº. Paulo Sá, idealizador e fundador da ABNT, 
e também tive o privilégio de aprender a ser “nor-
malizador” e a trabalhar com alguns de seus prin-
cipais auxiliares, como Paulo Maurício Guimarães 
Pereira, Luiz Alberto Palhano Pedroso e Félix Er-
nest Von Ranke dentre outros.
Fica a pergunta: Que importância terá a ABNT 
daqui a 75 anos? Eis aqui minha resposta: Terá 
suma importância.
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Set/Out 2015 | boletim ABNT • 39
Mozart Filho – Gerência do Processo de 
Normalização 
Iniciei como estagiário, em 
1978, e fui admitido como 
engenheiro em novembro de 
1980. Quando comecei a tra-
balhar na ABNT foi logo no 
início de implantação do De-
partamento Técnico, o qual 
tinha a função de apoiar os di-
versos Comitês Brasileiros, ou seja, nós tínha-
mos por função fazer a adequação dos Projetos 
de Norma à NB-0 – Regras de elaboração de 
Normas Técnicas, a qual estabelecia sete Tipos 
de Norma, ou seja:
NB- Norma de Procedimento (normalmente 
Normas de Projeto e Execução de obras)
EB – Norma de Especi�cação (produtos, ma-
teriais etc.)
MB – Norma de Método de ensaio (materiais 
e produtos em geral)
PB – Norma de Padronização (formatos e di-
mensões)
TB – Terminologia (termos e de�nições)
CB – Classi�cação (materiais, produtos, pro-
cesso etc.) 
SB – Simbologia 
Aproximadamente 35 anos de casa. Foram 
muitos acontecimentos, principalmente quando 
as Normas da ABNT, conhecidas pelas suas deno-
minações NB, EB, MB, PB, CB, TB e SB, passaram 
a ser denominadas NBR (Normas Brasileiras). No 
início a nossa NB-0, de elaboração de Normas, 
passou a ser denominada “NBR 6822 – Preparo e 
apresentação de Normas Brasileiras”.
Com a criação do novo modelo para elabora-
ção de Normas Técnicas – conforme Resolução nº 
6 do Conmetro, de 24 de agosto de 1992, e com 
o alinhamento da normalização nacional com a 
internacional, adotamos a Norma de fazer Nor-
ma Internacional (Diretiva Parte 3), adaptada às 
condições do Brasil (ABNT), e os sete tipos de 
Normas anteriormente mencionados deixaram de 
existir, pois a recomendação era de que as normas 
fossem as mais completas possíveis, ou seja, englo-
bassem os sete tipos de norma, re�etindo a estru-
tura das Normas Internacionais.
Lembro-me também das di�culdades pelas 
quais passamos, principalmente no tocante às 
condições �nanceiras, porém sobrevivemos e hoje 
estamos �rmes e trabalhando fortemente na difu-
são do desenvolvimento tecnológico do País. 
Continuo trabalhando com os Comitês Técni-
cos, orientando e auxiliando no desenvolvimento 
de Normas Brasileiras, bem como acompanhando 
os trabalhos em nível internacional que sejam do 
interesse do Brasil.
A normalização é fundamental para o desen-
volvimento tecnológico de um País, podendo ser 
veri�cado que os países que mais possuem Nor-
mas Técnicas são os mais desenvolvidos e, de mi-
nha parte, espero que o nosso Brasil venha, em um 
futuro próximo, fazer parte desse seleto grupo de 
países desenvolvidos, pois desta maneira a ABNT 
será ainda mais evidenciada. 
Sinto muito orgulho de trabalhar há tanto 
tempo na mesma empresa, ter desenvolvido di-
versos trabalhos importantes e ainda ter feito 
inúmeros amigos. 
Janaina Mendonça – Gerente de Editoração e Acervo
Comecei na ABNT em 
1981, no Departamento de 
Normalização, como da-
tilógrafa. Depois, fazendo 
o mesmo trabalho, fui ser 
a primeira recepcionista. 
Com o tempo fui promovi-
da à secretária, chefe de di-
visão e chefe de departamento, trabalhando com 
normas, no seu controle, diagramação, revisão e 
�guras. Fui transferida para a área comercial por 
um período e mais tarde voltei para a Diretoria 
Técnica, passando a exercer o cargo de gerente da 
atual Editoração e Acervo.
Fui precursora da base de dados de normas, da 
editoração eletrônica e do acervo de normas, ati-
vidades que fazem parte da atual gerência, com as 
quais tenho grande comprometimento.
Em 34 anos de ABNT, realmente testemunhei 
acontecimentos relevantes, como o surgimento de 
novos Comitês Técnicos e a crescente participação 
da ABNT na ISO.
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40 • boletim ABNT | Set/Out 2015
E ainda destaco, por exemplo:
•	 A	 resolução	 do	 Conmetro,	 de	 1992,	 que	
designou a ABNT como o Foro Nacional 
de Normalização, que foi uma conquista 
imprescindível para a Normalização Bra-
sileira;
•	 A	exigência	de	normalização	dos	produtos	
e serviços explicitados no Código de Pro-
teção e Defesa do Consumidor;
•	 A	exigência	da	utilização	de	Normas	Bra-
sileiras, explicitada na Lei das Licitações;•	 1º	e	2º	Congressos	Internacionais	de	Nor-
malização e Qualidade (1990 e 1991);
•	 Passagem	 da	 Diretoria	 descentralizada	
para Diretoria Executiva, com dedicação 
exclusiva, atual modelo de gestão (1996);
•	 A	criação	da	Associação	Mercosul	de	Nor-
malização, em 2000;
•	 A	 eleição	 de	 Mário	 Gilberto	 Cortopassi	
para presidir a ISO (2000 a 2002);
•	 A	 criação	 do	 Exponorma	 –	 Congresso	 e	
Exposição;
•	 Evento	 de	 comemoração	 dos	 70	 anos	 da	
ABNT, na sala São Paulo;
•	 A	Assembleia	Geral	da	ISO	2014	sediada	
no Brasil;
•	 A	 conquista	 de	 uma	 nova	 sede	 para	 a	
ABNT, em São Paulo.
Atualmente, lidero uma equipe multidiscipli-
nar formada por nove pro�ssionais, sempre com 
atenção aos objetivos na ABNT. Nossa gerência 
está vinculada à Diretoria Técnica, e é a área en-
carregada pela gestão da demanda, do processo e 
da publicação dos documentos técnicos ABNT. 
A Gerência de Editoração e Acervo responde 
pelas atividades de editoração dos documentos 
técnicos e da manutenção do acervo técnico da 
ABNT. Entretanto, tenho orientado minha equipe 
a também buscar novas publicações com base em 
nossas normas. Além disso, sou responsável pelo 
controle de diversos indicadores da Normaliza-
ção, para facilitar o processo decisório da Direto-
ria Técnica.
Quando recebemos o documento a ser edito-
rado, ele passa por algumas etapas até a sua pu-
blicação, sendo primeiramente a editoração, onde 
o texto passa por uma padronização de forma. E, 
em um segundo momento, registramos em nossa 
base de dados e divulgamos aos clientes sobre a 
publicação das Normas. Ao �nal todo o processo 
�ca armazenado no acervo, onde é possível resga-
tar essas informações a qualquer tempo.
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Set/Out 2015 | boletim ABNT • 41
Essa sequência de atividades com o documen-
to técnico ABNT me deixa orgulhosa, por saber 
que nosso cliente receberá um produto �nal de 
grande qualidade. Temos uma preocupação em 
assegurar que nossos clientes, ao pesquisarem 
uma norma, consigam a informação imediata no 
nosso ABNT Catálogo.
A crescente complexidade e a so�sticação das 
atividades humanas exigiram cada vez mais da so-
ciedade o estabelecimento de normas técnicas que 
consolidassem questões que vão desde a seguran-
ça das pessoas à competitividade. A normalização 
é, portanto, uma atividade importantíssima para 
relações comerciais praticadas entre consumido-
res e empresas. Ressalto ainda o aspecto demo-
crático e progressista que a Normalização propor-
ciona, pois no desenvolvimento de cada norma é 
possível congregar as muitas partes interessadas 
na busca pelo bem comum. É uma relação onde 
todos ganham. A Norma Técnica, fruto dessa ati-
vidade, é a materialização de um perfeito acordo 
entre as partes. O orgulho de ser ABNT começou há 34 anos, 
quando aqui iniciei meu segundo emprego, e me 
orgulho muito de tê-lo até hoje. Trabalhar na 
ABNT é um prazer. Estar neste time e fazer parte 
de sua história é uma honra.  Aqui tenho a conve-
niência de trocar experiências com diversos espe-
cialistas sobre os mais variados temas. E também 
a oportunidade de trabalhar com pro�ssionais de 
altíssima qualidade. Foi aqui na ABNT que cons-
truí minha carreira pro�ssional, obtive o sustento 
do meu lar, �z amigos eternos e vivi momentos 
marcantes que só poderiam ser vividos aqui. 
Com o comprometimento individual a um es-
forço conjunto é possível fazer um time funcionar, 
fazer uma empresa funcionar. Todos passamos por 
percalços e, pro�ssionalmente, não é diferente. O 
que devemos ter orgulho é de poder contar com 
todos e por todo tempo. É poder ter liberdade de 
criar, recriar, evoluir, participar e ter um reconhe-
cimento na hora certa. É também ver uma nova 
geração demonstrando que devemos acreditar no 
futuro, apoiando nossa empresa no presente. 
Após 34 anos dedicados à ABNT, tenho a certeza 
de que ela continua a cumprir sua missão de contri-
buir para o desenvolvimento do País, atenta à prote-
ção do meio ambiente e em prol da defesa do consu-
midor. Por tudo isso, eu sou e sempre serei ABNT!
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Dia Mundial
Um dia multiplicado por 365
Celebrado em 14 de outubro, o Dia Mundial 
da Normalização foi estabelecido em 1998, como 
forma de prestar reconhecimento às pessoas que 
voluntariamente se empenham no apoio, pesquisa, 
desenvolvimento e organização de normas técnicas. 
Coordenada pela International Organization 
for Standardization (ISO), pela International Tele-
communication Union (ITU) e International Elec-
trotechnical Commission (IEC), a comemoração 
não se restringe à prestação de homenagens. Isso 
porque com o passar dos anos, temas relevantes 
relacionados às principais pautas das agendas dos 
países, como meio ambiente, desenvolvimento 
sustentável, construções inteligentes, facilidade de 
comunicação, entre outros, também são aborda-
dos e discutidos para sempre trazer à tona a im-
portância que as normas têm para a sociedade. 
A ideia é que cada vez mais, a normalização seja 
vista como uma ferramenta capaz de empoderar o 
consumidor, a indústria, o comércio e in�uenciar 
o relacionamento entre os países. Há a preocu-
pação constante de rea�rmar o papel da norma: 
ampliar o acesso ao conhecimento já consolida-
do e à melhor tecnologia disponível, permitindo 
que mesmo os pequenos e médios empresários 
possam se bene�ciar das descobertas inovadoras 
recentes e não parem no tempo quando o assun-
to é qualidade, segurança e con�abilidade de um 
produto, serviço ou processo. 
Em 2015, foi lançado um desa�o especial: uma 
competição de vídeos, de 15 segundos no máximo 
cada um, que mostrassem como seria o mundo 
desprovido de normas técnicas. Tudo para evi-
denciar que a presença da norma é tão intrinsica-
mente ligada à vida cotidiana que todo dia é dia da 
normalização. O vídeo vencedor pode ser acessa-
do pelo site da ISO (www.iso.org). 
A ABNT comemora o Dia Mundial da Norma-
lização desde 2001. Este ano, essa data será cele-
brada no mesmo dia do aniversário da associação, 
em um evento que será realizado no prédio da 
ABNT, em São Paulo.
Neste evento também terá o lançamento do 
selo e carimbo comemorativo, dos correios, pelos 
75 anos da ABNT. Também terá um painel com 
palestras voltadas a normalização para o Pequeno 
Negócio, e a entrega dos Prêmios ABNT de Exce-
lência em Normalização que acontece todo ano. 
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Set/Out 2015 | boletim ABNT • 43
Dia Mundial
da Normalização 
Dia Mundial da Normalização 
Dia Mundial
da Normalização 
Dia Mundial
da Normalização 
Dia Mundial
da Normalização 
Dia Mundial
da Normalização 
Imagine um mundo em que seu cartão de cré-
dito não funcionaria em qualquer máquina ou 
que você não achasse encaixe adequado para uma 
lâmpada. Um mundo sem códigos telefônicos, 
código de país, moedas, sem acesso à internet. 
Como poderia saber de onde vem uma chamada 
Agora imagine como seria difícil encomendar 
produtos e peças de fornecedores internacionais, se 
não tivéssemos unidades de medidas normalizadas. 
Os termos “pequeno”, “médio” e “grande” signi�-
cam diferentes tamanhos para diferentes pessoas.
As normas não somente são boas para o co-
mércio, mas também facilitam para que as pessoas 
em todo o mundo trabalhem juntas.
As normas internacionais são como pilares da 
tecnologia. São essenciais para que os produtos tra-
balhem juntos, sem problemas e para que as pesso-
as se comuniquem facilmente. Quando possuem 
normas, as coisas funcionam facilmente, mas se 
não são utilizadas, logo notaremos. Em um mundo 
sem normas, as atividades rotineiras, como fazer 
uma ligação, navegar pela Web ou utilizar nossos 
cartões de crédito quando viajamos, seriam muito

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