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O QUE É MORFOPEDOLOGIA, IMPORTÂNCIA E APLICAÇÕES ABORDAGEM QUE VALORIZA O CONHECIMENTO DO AMBIENTE POR MEIO DA INTERRELAÇÃO DOS SEUS COMPONENTES E PERMITE INTERPRETAR O FUNCIONAMENTO HÍDRICO DE VERTENTES. Prof. Dr. Fernando Ximenes T. Salomão UFMT – Cuiabá 2010 O QUE É MORFOPEDOLOGIA, IMPORTÂNCIA E APLICAÇÕES ABORDAGEM QUE VALORIZA O CONHECIMENTO DO AMBIENTE POR MEIO DA INTERRELAÇÃO DOS SEUS COMPONENTES E PERMITE INTERPRETAR O FUNCIONAMENTO HÍDRICO DE VERTENTES. MEIO FÍSICO MEIO BIÓTICO MEIO ANTRÓPICO Rocha Relevo Solo Água Atmosfera Fauna Flora Prof. Dr. Fernando Ximenes Contexto social População Economia Infra-estrutura Teorias procurando demonstrar a interrelação entre os meios físico e biótico de sistemas naturais foram apresentadas por autores diversos, especialmente a partir do século XIX (Dokuchaev, 1846; Clementy, 1916; Passage, 1922; Tansley, 1935; Gregoriev, 1938; Sukaslev, 1944; entre outros. Vale a pena citar a definição de ECOSSISTEMA, introduzida por Tansley (1935): “Conjunto de seres vivos mutuamente dependentes uns dos outros e do meio em que vivem”. A Teoria dos Sistemas formulada por Bertalanffy (1950) representa um marco histórico, consolidando o entendimento das relações entre os meios físico e biótico existentes na natureza, realizadas por meio de fluxos de energia e ciclagem de materiais, incluindo o ser humano como principal agente modificador do ambiente. Diversos trabalhos foram, e vem sendo desenvolvidos, adotando-se a concepção da Teoria de Sistemas ou trilhando por ela: Stewart, G.A. e Perry, R.A., 1953; Odum, H.T., 1956; Erhart, 1958; Odum, E., 1963; Patten, 1966; Bertrand, 1968; Van Dyne, 1969; Sotchava, 1972; Tricart, 1977; Tricart e Killian, 1982; Pianka, 1983; dentre outros. Retomando ao que mais nos interessa: a MORFOPEDOLOGIA Abordagem introduzida por Tricart e Killian (1982), permite determinar e delimitar cartograficamente superfícies ou compartimentos morfopedológicos: “porções do território onde coexistem determinadas unidades geomorfológias e de solos correspondentes caracterizados a partir de processos complexos de morfogênese e pedogênese associados uns em relação aos outros”. Abordagens similares, voltadas à produção de Cartas Temáticas, mas com diferentes objetivos e aplicações, foram concomitantemente introduzidas. Mapas de Sistemas de Relevo: unidades que sintetizam topografia, solos e vegetação, correlacionados com geologia, geomorfologia, e clima (Stewart e Perry, 1953) Abordagens similares, voltadas à produção de Cartas Temáticas, mas com diferentes objetivos e aplicações, foram concomitantemente introduzidas. Carta Geotécnica: “Tipo de mapa geológico que classifica e representa os componentes do ambiente geológico, os quais são de grande significado para todas as atividades de engenharia, planejamento, construção, exploração e preservação do ambiente” (IAEG, 1976) Abordagens similares, voltadas à produção de Cartas Temáticas, mas com diferentes objetivos e aplicações, foram concomitantemente introduzidas. Cartas Geopedológicas: unidades relativamente homogêneas que integram o substrato geológico, formas e feições de relevo e tipos pedológicos, com aplicação para a interpretação do comportamento geotécnico dos terrenos, e elaboração de Carta Geotécnica (Salomão, 1984) Planalto Dissecado dos Parecis Chapada dos Parecis Compartimento morfopedológico formado por Neossolos Quartzarênicos em superfície rampeada Planalto dos Parecis Planalto Dissecado dos Parecis Chapada dos Parecis Compartimento morfopedológico formado por afloramento rochoso em escarpa Planalto dos Parecis Planalto Dissecado dos Parecis Chapada dos Parecis Compartimento morfopedológico formado por superfície rampeada com solos rasos e afloramentos de rocha Planalto dos Parecis Planalto Dissecado dos Parecis Chapada dos Parecis Planalto dos Parecis Compartimento morfopedológico formado por morrotes isolados (relevo de transição) com solos rasos e afloramentos de rocha Planalto Dissecado dos Parecis Chapada dos Parecis Compartimento morfopedológico formado por superfícies aplanadas e colinas amplas com Neossolos Quartzarênicos Planalto dos Parecis Planalto Dissecado dos Parecis Chapada dos Parecis Compartimento morfopedológico formado por fundo de vale com solos hidromórficos (Neossolo Quartzarênico Hidromórfico) Planalto dos Parecis O estudo/caracterização do solo por meio da abordagem conhecida por “Análise Estrutural da Cobertura Pedológica”, iniciada por Bocquier (1973) e desenvolvida por Boulet (1978) permitiu significativo avanço metodológico para conhecer as interações solo-relevo- substrato geológico, e aplicações não só para o estudo da morfogênese e pedogênese, mas também para a compreensão dos processos da dinâmica superficial, principalmente erosão. Essa abordagem dá continuidade à “Teoria de Catena” apresentado por Milne (1935) que demonstra as variações do solo com o relevo, e observações de Butler (1959) mostrando variações pedogenéticas em vertente. Uma nova escola de pedologia foi, assim concebida: “Pedoestratigrafia”. Segundo essa escola, não somente a diferenciação vertical dos horizontes (perfil) deve ser considerado, mas também a variação lateral ao longo da vertente. Essa análise permite mostrar que existem redistribuição interna de matéria ao longo da vertente que tem papel essencial na evolução do relevo. Loteamento Parque Eldorado Cuiabá - MT Compartimento morfopedológico de colina média com solos rasos (Neossolo Litólico e Plintossolo Concressionário) e solos hidromórficos, e substrato geológico formado por filitos e metarenitos com veios de quartzo do Grupo Cuiabá. LOTEAMENTO PARQUE ELDORADO Lagoa do CPA Córr. Quarta-feira Pantanal Shoping Toposseqüência 1 TOPOSSEQUÊNCIA 1 Horizonte Apc, textura franco argilo arenosa muito cascalhento, granular, fraca, solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa, muitos poros intergrãos Horizonte C e/ou CR, textura franco argilosa, blocos subangulares, pequena, fraca, com intercalações laminares, média, moderada, freável, plástica e pegajosa, poros poucos a ausentes. Filito sericítico Transição clara Transição difusa e/ou gradual Trincheiras - TR Sondagem a tradoS1 Escala: EH: EV: ES: 0 10 20 30 m 0 10 20 m 0 1 2 3 m Fluxo das águas S1 S2 S3 S4 TR3 TR4 TR2 TR1 Talvegue Toposseqüência 1 Trincheira 1 Apc – 0 a 35 cm; vermelho amarelado (5YR 5/6); franco argilosa muito cascalhenta; (material de remoção das áreas de entorno); muitos poros intergrãos; transição clara e plana. Abc – 35 a 50 cm; amarelo brunado (10YR 6/6); franco argilo arenosa muito cascalhenta; granular, média, fraca; solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; poucos poros resultantes de raízes; transição clara e ondulada; C – 50 a 105 cm; amarelo (10YR 7/8) e vermelho (2,5YR 5/8); franco argilo arenosa com cascalho; blocos angulares, pequena, fraca, com intercalações laminares, pequena, moderada; macia, friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; poucos poros resultantes de raízes; transição difusa e ondulada. R – 105 a 135 +cm; Filito sericítico de coloração cinza muito escuro (2,5Y 3/1), apresentando lamelas de cor cinza muito clara (2,5Y 7/1) e bruno amareladoclaro (2,5Y 6/3); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho variando de 30º a 50º para noroeste. Descrição Morfológica da Trincheira TR1 Toposseqüência 1 Trincheira 2 Apc – 0 a 40 cm; bruno claro (7,5YR 3/3); franco argilo arenosa muito cascalhenta; granular, média, fraca; solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; muitos poros intergrãos; transição gradual e plana CR – 40 a 95 cm; vermelho amarelado (5YR 5/6) e amarelo brunado (10YR 6/6); franco argilosa; blocos angulares, pequena, fraca, com intercalações laminares, média, moderada; macia, friável, plástica e pegajosa; poros ausentes; transição gradual e plana R – 95 a 260 +cm; Filito sericítico de coloração vermelho claro (2,5YR 6/6), apresentando lamelas de cor amarelo (10YR 7/6), amarelo avermelhado (5YR 5/6) e bruno avermelhado (5YR 4/4); foliação com direção principal de noroeste – sudeste e com mergulho variando de 30º a 60º para sudoeste. Raízes: poucas e finas no Apc; raras e finas no CR. Descrição Morfológica da Trincheira TR2 Toposseqüência 1 Trincheira 3 Apc – 0 a 12 cm; bruno (10YR 5/3); franco argilo arenosa muito cascalhenta; granular, média, fraca; solta, muito friável, plástica e pegajosa; muitos poros intergrãos; transição clara e ondulada CR – 12 a 85 cm; amarelo (10YR 7/6), vermelho (2,5YR 5/8) e cinza muito escuro (10YR 3/1); franco argilosa; blocos subangulares, média, moderada, com intercalações laminares, média, moderada; macia, friável, plástica e pegajosa; poros ausentes; transição clara e plana. R – 85 a 200 +cm; Filito sericítico de coloração bruno avermelhado claro (5YR 3/4), amarelo avermelhado (7,5YR 6/6), bruno amarelado claro (10YR 6/4) e amarelo acinzentado (2,5Y 4/3); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho variando de 60º a 70º para noroeste. Raízes: muitas e finas no Apc e poucas e finas no CR. Descrição Morfológica da Trincheira TR3 LOTEAMENTO PARQUE ELDORADO Lagoa do CPA Córr. Quarta-feira Pantanal Shoping Toposseqüência 2 TOPOSSEQUÊNCIA 2 Transição clara Transição difusa e/ou gradual Trincheiras - TR Sondagem a tradoS1 Escala: EH: EV: ES: 0 10 20 30 m 0 10 20 m 0 1 2 3 m Fluxo das águas Horizonte Apc, textura franco argilo arenosa muito cascalhento, granular, fraca, solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa Horizonte C e/ou CR, textura franco argilosa, blocos subangulares, pequena, fraca, com intercalações laminares, média, moderada, freável, plástica e pegajosa Horizonte Cf – amarelo com mosqueados, muitos, pequeno e distintos, e plintitas; textura franco argilo arenosa; blocos angulares, média, fraca; macia, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa Horizonte Cg – cinza esverdeado claro; franco arenosa; laminar, pequena, moderada; macia, friável, plástica e pegajosa Metarenito Horizonte Ap, textura franco arenosa; granular, pequena, fraca; solta, friável, não plástica e não pegajosa Transição inferida Córr. Quarta-feira S1 TR1 TR2 TR3S2 Nível freático oscilante Toposseqüência 2 Trincheira 1 Apc – 0 a 10 cm; bruno (7,5YR 4/2); franco argilo arenosa muito cascalhenta; granular, pequena, fraca; solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; muitos poros intergrãos; transição clara e ondulada. CR – 10 a 40 cm; bruno amarelado claro (2,5YR 6/4), com intercalações laminares, vermelho amarelado (5YR 5/8); franco argilo arenosa; blocos angulares, média, fraca com intercalações laminares, muito pequena, moderada; ligeiramente dura, firme, plástica e pegajosa; poros ausentes; transição difusa e ondulada. R – 40 a 160 +cm; Filito sericítico de coloração cinza escuro (2,5Y 4/1), cinza (10YR 5/1) e cinza esverdeado claro (G1 8/3); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho variando de 10º a 20º para noroeste. Raízes: comuns e finas no Apc e poucas e finas no CR Descrição Morfológica da Trincheira TR4 Toposseqüência 2 Trincheira 2 Ap – 0 a 12 cm; bruno amarelado claro (10YR 6/4); franco arenosa; granular, pequena, fraca; solta, friável, não plástica e não pegajosa; muitos poros intergrãos e resultantes de raízes; transição clara e plana. Cf – 12 a 110 cm; cinza claro (2,5YR 7/1) com plintitas vermelhas (2,5YR 5/8); franco arenosa; blocos angulares, média, fraca; macia, muito friável, não plástica e não pegajosa; poucos poros; transição difusa e ondulada. Cg – 110 a 180 cm; cinza esverdeado claro (G1 5GY); franco arenosa; laminar, pequena, moderada; macia, friável, plástica e pegajosa; poros ausentes. Raízes: poucas e muito finas no Ap. Descrição Morfológica da Trincheira TR 2 Toposseqüência 2 Trincheira 3 Ap – 0 a 50 cm; bruno amarelado claro (10YR 6/4); franco arenosa; granular, pequena, fraca; solta, friável, não plástica e não pegajosa; muitos poros resultantes de raízes; transição clara e ondulada. Cf – 50 a 95 cm; amarelo (10YR 7/6) com mosqueados, muitos, pequenos e distintos de cor amarelo brunado (10YR 6/8), amarelo acinzentado claro (2,5Y 7/3) e plintitas vermelhas (2,5YR 5/8); franco argilo arenosa; blocos angulares, média, fraca; macia, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; poucos poros; transição gradual e ondulada. Cg – 95 a 190 cm; cinza esverdeado claro (G1 5GY); franco arenosa; laminar, pequena, moderada; macia, friável, plástica e pegajosa; poros ausentes. Raízes: comuns e finas no Ap. Descrição Morfológica da Trincheira TR 3 Mapa Morfopedológico de Parte da Bacia do Alto Curso do Rio Itiquira Colinas amplas e chapadas com latossolos Mapa Morfopedológico de Parte da Bacia do Alto Curso do Rio Itiquira Colinas amplas e chapadas com latossolos Colinas médias, morrotes isolados, e superfícies em rampa com Podzólicos e Areias Quartzosas Mapa Morfopedológico de Parte da Bacia do Alto Curso do Rio Itiquira Colinas amplas e chapadas com latossolos Colinas médias, morrotes isolados, e superfícies em rampa com Podzólicos e Areias Quartzosas Colinas amplas arenosas Mapa Morfopedológico de Parte da Bacia do Alto Curso do Rio Itiquira Colinas amplas e chapadas com latossolos Colinas médias, morrotes isolados, e superfícies em rampa com Podzólicos e Areias Quartzosas Colinas amplas arenosas Morros e morrotes com solos rasos e pouco profundos Mapa Morfopedológico de Parte da Bacia do Alto Curso do Rio Itiquira Colinas amplas e chapadas com latossolos Colinas médias, morrotes isolados, e superfícies em rampa com Podzólicos e Areias Quartzosas Colinas amplas arenosas Morros e morrotes com solos rasos e pouco profundos Planícies e terraços com solos hidromórficos Mapa Morfopedológico de Parte da Bacia do Alto Curso do Rio Itiquira Colinas amplas e chapadas com latossolos Colinas médias, morrotes isolados, e superfícies em rampa com Podzólicos e Areias Quartzosas Colinas amplas arenosas Morros e morrotes com solos rasos e pouco profundos Planícies e terraços com solos hidromórficos Obaaaaaa Hora do coffe break
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