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COMO 
PASSAR PARA 
DELEGADO 
10 PASSOS PARA A 
ESTRATÉGIA DE 
ESTUDO PERFEITA
LÚCIO VALENTE 
Delegado e Professor 
JEAN VALENTE 
Assessoria Técnica e Jurídica 
• contato@vouserdelegado.com.br
a Vou Ser Delegado
O @vouserdelegadooficial
@ @vouserdelegado
Q vouserdelegado
Índice
Copyright 3
Quais são os benefícios que você terá ao ler este ... 4
As Perguntas Mais Comuns do Programa Meta 5
Introdução 6
Primeiro Passo 8
Segundo Passo 18
Terceiro Passo 34
Quarto Passo 43
Quinto Passo 48
Sexto Passo 53
Sétimo Passo 64
Oitavo Passo 68
Nono Passo 83
Décimo Passo 90
Resumo dos Dez Passos 93
Dicas para Provas Discursivas 96
Dicas para Prova Oral 101
Como Estruturar a Peça Prática em 3 passos 112
Como Evitar a Preguiça e Procrastinação 133
Lidando com Problemas Pessoais 136
Sobre o Autor 139
O Programa Meta Vou Ser Delegado 141
2 
Copyright
Autor
Lúcio Valente
Editor
VSD Editora
Copyright
Todos os direitos pertencentes a Lúcio Valente
Primeira publicação usando Papyrus, 2016
TENHO CERTEZA DE QUE VOCÊ, COMO FUTURO DELEGADO, NÃO COMPACTUARÁ COM A 
ILEGALIDADE. PORTANTO, RESPEITE OS DIREITOS DO AUTOR E NÃO COMPARTILHE 
MATERIAL.
Embora toda precaução tenha sido tomada na preparação deste livro, a 
editora e os autores não assumem qualquer responsabilidade por erros ou 
omissões, ou por danos resultantes da utilização das informações aqui 
contidas.
3 
Quais são os benefícios que você
terá ao ler este livro?
• Vai aprender a estudar o que realmente cai, de forma estratégica e com
economia de tempo e energia. 
• Será capaz de aplicar técnicas absurdamente simples, que colocarão seus
estudos nos trilhos, gerando o máximo de aproveitamento. 
• Aprenderá a direcionar seus estudos de forma inteligente.
• Será capaz de se organizar para evitar dispersão de energia.
• Terá ferramentas contra a procrastinação que tanto o impede de avançar.
• Usará as micro revisões diárias para driblar a curva do esquecimento.
• Usará técnicas realmente eficazes para produzir resumos, sem deixar o estudo “travado”.
• Vai aprender a ter uma nova relação com os estudos, elevando os
padrões de aprendizado para “furar a fila” da aprovação. 
• Será orientado sobre o material mais adequado para a sua preparação.
4 
As Perguntas Mais Comuns do Programa Meta
1. Como ter mais foco e parar de procrastinar?
2. Como ter mais organização?
3. Como saber o que estudar?
4. Quanto tempo devo estudar por dia para ser aprovado?
5. Qual o melhor material?
6. Como fazer resumos eficientes sem perder tempo durante os estudos?
7. Como revisar?
8. Como usar as questões para enriquecer meus estudos?
9. Qual o melhor método de estudo?
10. Como deve ser o estudo sem edital? E quando sair o edital, o que fazer?
11. Como parar de me auto sabotar?
12. Como lidar com problemas pessoais que atrapalham meus estudos?
5 
Introdução
Há cerca de doze anos eu começava minha caminhada no mundo dos 
concursos. Naquela época, eu era um estudante universitário, vivendo em 
uma família de classe média e não passava dificuldades na vida. Nos finais 
de semana, gostava de estar com meus amigos, tomando cerveja e tocando 
saxofone em bares. Ao que parece, havia me conformado a ser um homem 
medíocre.
Para que você me entenda bem, estou usando o termo "medíocre", na forma 
como o autor argentino José Ingenieros define em seu livro O Homem
Medíocre. Para ele, os homens medíocres são aqueles que “(...) 
permanecem sujeitos a dogmas que os outros lhes impõem, escravos de 
fórmulas paralisadas pela ferrugem do tempo. Suas rotinas e seus 
preconceitos parecem-lhes eternamente invariáveis: sua obtusa imaginação 
não concebe perfeições passadas, nem vindouras; o estreito horizonte de 
sua experiência constitui o limite obrigatório de sua mente”.
O homem medíocre, enfim, é aquele que não busca a evolução intelectual, 
espiritual e humana. Vive preso na sua própria mediocridade e aspira 
apenas uma coisa: ser um homem mediano, fazendo coisas medianas.
A leitura desse livro foi um tapa na minha cara. Afinal de contas, eu estava 
fadado a viver a vida dos medíocres. Só que meu espírito se insurgiu contra 
aquilo. Eu estava no último ano da faculdade e aquela descoberta alimentou 
minha alma e abriu os meus olhos. A partir daquele momento, estava 
decidido a sair da mediocridade. Queria me tornar uma pessoa respeitável 
na sociedade. Assim, passei a me dedicar à faculdade como nunca antes. 
Organizei a minha vida e dei um direcionamento para ela, que não era para 
o norte, nem para o sul, nem
6 
para o leste, nem para o oeste. Era para o alto. E essa evolução nunca parou.
Se você está aqui neste momento é porque, de uma forma ou de outra, está 
buscando se livrar da mediocridade. E este livro pode ajudar muito. Durante 
esse processo de aprendizagem, acabei por concluir, com muita tentativa e 
erro, que existem passos que qualquer pessoa pode tomar para atingir 
excelência nos estudos e, por consequência, ser aprovado. Esses passos 
foram sendo burilados durante mais de dez anos de trabalho na preparação 
de pessoas que têm o sonho de ser Delegados de Polícia. Com isso, 
cheguei à formatação do método Vou Ser Delegado de estudo, que é fruto 
do nosso programa "META: VOU SER DELEGADO".
É esse o método que agora apresento para vocês na forma de livro. Puxa 
vida, como eu gostaria de ter iniciado os meus estudos com os 
conhecimentos reunidos nesta obra! Isso me pouparia horas e horas de 
frustração. Então, sinta-se um privilegiado por ter acesso ao método que vai 
colocar definitivamente seus estudos nos eixos.
Quero que ao terminar de ler este livro você tenha transformado a sua 
forma de estudar, saindo da média dos candidatos - da mediocridade – para 
a excelência. Estou com você nesse caminho!
ESTE LIVRO VAI TE TIRAR DA MEDIOCRIDADE!
7 
Primeiro Passo
Os dez passos do Método Vou Ser Delegado
PRIMEIRO PASSO: Conheça as Premissas Básicas
Como todo método, é importante que você considere que há premissas 
básicas que devem ser seguidas para que o respectivo processo funcione. 
Eu não vou filosofar sobre essas premissas, porque elas não são frutos de 
meus pensamentos e devaneios. Elas surgiram com a experiência, com a 
prática.
Com o passar dos anos e com o contato constante com diversas pessoas 
que orientei e oriento, percebi que o primeiro trabalho que eu tenho que 
fazer é na cabeça do aluno. Isso porque eu sei que você está aqui após 
tentar outras técnicas. E, muitas vezes, está aqui após tentar estudar por 
muito tempo sem técnica alguma, justamente da forma como eu comecei há 
12 anos.
Em tudo que se faz na vida, tudo mesmo, há alguma técnica envolvida. 
Mesmo que não se escreva a respeito, e mesmo que isso não seja 
formalizado em algum manual de instruções. Aprender essas técnicas pode 
te poupar meses, até anos de esforços inúteis.
Vou te dar um exemplo bastante prosaico. Certa vez, eu precisei varrer meu 
apartamento. Eu ainda era solteiro e morava sozinho. Isso foi logo após 
passar no concurso. Ocorre que a minha secretária teve um problema e não 
foi trabalhar. Só que eu acabei derramando pó de café por toda a cozinha. 
Por isso, peguei a vassoura e varri a sujeira. No dia
8 
seguinte, a secretária chegou e, assim que entrou na cozinha, exclamou: - Seu 
Lúcio, tá tudo sujo de pó de café!
Bom, parece que meu serviço não foi bem feito. Ocorre que, por mais 
simples que possa parecer, o ato de varrer exige alguma técnica, mínima que 
seja. E eu não domino essa prática – e nem pretendo dominar. Pense comigo: 
se o simples ato de varrer exige método, como você pode acreditar que o ato deestudar pode ser feito sem uma metodologia?
A minha filosofia de estudo é bastante pragmática. Tudo que aprendi sobre como 
estudar é fruto da antiga e eficaz técnica da tentativa e erro. Com isso, 
depois de quebrar muito a cabeça, cheguei à conclusão de que o estudo 
segue, basicamente, as seguintes premissas:
1ª premissa: estudar é melhor do que não estudar
Há alguns anos eu estava em um evento e fui apresentado a um sujeito que havia 
acabado de ser aprovado para Juiz de Direito do DF. Como eu sempre 
busco informações novas, passei a conversar sobre a forma com que ele 
estudava. Para minha surpresa, ele me disse que estudava uma matéria por 
vez. Lia um livro inteiro de Constitucional, depois um livro todo de 
Administrativo, e por aí vai. Fiquei abismado, porque eu poderia 
classificar esta como uma das piores estratégias do mundo. Ocorre que 
contra fatos não há argumentos. O cara estava aprovado. Fim de papo!
Acho importante colocar esse exemplo, porque muitas pessoas me 
procuram muito angustiadas, pois supostamente perderam muito tempo 
estudando sem uma metodologia adequada. Como eu exemplifiquei agora a 
pouco, você pode varrer, nadar, correr e estudar sem técnica. Mas, pode fazer 
tudo isso de forma muito melhor se seguir determinados passos. Agora, 
isso não quer dizer que o tempo que você passou realizando essas atividades 
na forma de tentativa e erro seja inútil. De forma alguma. A experiência é 
uma aliada muito importante. E você se tornou naturalmente mais forte e mais 
experiente.
9 
Como podemos extrair do exemplo acima, não existe técnica absolutamente 
certa ou absolutamente errada. Já vi gente estudando de todos os jeitos e 
passando em concursos. Pode demorar muito mais tempo, mas acaba 
passando.
A metodologia, como a que estou apresentando neste livro, existe para 
potencializar os seus esforços, para que você não perca a rota e siga no 
caminho certo, de forma rápida e constante.
"Nunca pare de estudar, já que estudar sem técnica é ainda
melhor do que não estudar de forma alguma".
2ª Premissa: se for simples, é bom
Certa vez, eu acompanhava um amigo numa palestra desses “gurus dos 
concursos”, que ensinam a “mágica” de como passar em pouquíssimo tempo.
Lá pelas tantas, o sujeito passou a falar da técnica de revisão que ele 
considerava a melhor. Depois dele explicar a técnica, teve que reexplicar 
umas três vezes porque o troço era complicado demais.
A técnica é o meio. Se o meio for complicado, não serve. O seu estudo 
deve deslizar no gelo. Você não pode perder muito tempo pensando na 
metodologia em si. Ela deve ser natural dentro dos seus estudos. Por isso, 
todas as técnicas ensinadas neste livro prezam pela simplicidade e 
aplicabilidade imediata de suas fórmulas.
"Preze pela simplicidade. Se for simples, é bom".
3ª Premissa: quem não revisa não se lembra
Há dez anos venho dando aulas de Direito Penal. Esses dias fui
10 
convidado para gravar uma série de cinco aulas para a TV Justiça. A produtora do 
programa disse que eu poderia escolher qualquer tema de Direito Penal, desde 
que não repetisse uma lista de assuntos que ela me enviara por e-mail. Escolhi 
falar sobre Culpabilidade. Acho que já dei aula sobre isso umas trezentas 
vezes, mas você acha que eu simplesmente fui lá na cara e na coragem” 
gravar? Claro que não. Eu tive que reestudar o tema.
Não importa o quanto eu sei a matéria, eu vou acabar me esquecendo de 
alguns detalhes.
Você já deve ter ouvido falar da chamada curva de esquecimento, 
descoberta pelo psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus no século 19. 
Segundo essa teoria, você esquece metade do que aprendeu só na 
primeira hora após aprender. E o esquecimento vai aumentado rapidamente com 
o passar do tempo.
“Estudar é um andar de caranguejo” dizia o professor Damásio de Jesus. Quanto 
mais você estuda, mais tem coisas pra esquecer. E você vai esquecer, 
pode ter certeza. O reestudo ativo, deste modo, é essencial para que as 
informações fiquem na sua memória de longo prazo. Ocorre que temos fazer 
isso de forma otimizada para ganhar tempo e conseguir avançar na 
velocidade adequada.
Em provas você vai precisar muito da memória de longo prazo. Como você tem 
que lidar com várias matérias, a capacidade de se lembrar do conteúdo estudado 
pode se tornar algo muito complicado se não for utilizada a técnica 
adequada de revisão.
Existem dois erros muito comuns quando o aluno planeja a revisão. Bom, na 
verdade, o primeiro grande erro é não revisar de forma alguma. Estou 
considerando, portanto, que você vai seguir a premissa de que “quem não 
revisa, não se lembra”. Pois então, como eu ia dizendo, há três erros 
básicos no planejamento dessa revisão:
Primeiro erro: amontoar as revisões em um dia específico para uma “revisão geral” 
11 
O grande problema de estabelecer um dia específico para uma “revisão geral” é 
que o aluno não cumpre. Geralmente, ele reserva o sábado ou domingo para 
essa revisão, ou mesmo que seja durante a semana, o aluno não cumpre.
E por quê? Acho que pelo fato de que psicologicamente o aluno achar que está 
perdendo tempo com a revisão. Ele tem muita coisa para estudar para poder 
fechar o edital, e isso acaba sendo mais importante na cabeça dele do que 
revisar e fixar os pontos já estudados. Além do disso, revisar pode ser bem 
chato. É chato reler. E aí está mais um problema: revisão não dever ser 
apenas releitura.
Segundo erro: revisar apenas relendo os resumos ou grifos
O Professor Píer costuma contar a história da mãe que, quando perguntada pelo 
filho caçula, afirmou que ele teria ido “para a escola estudar”. O Professor 
Píer replica dizendo que ele não foi para a escola “estudar”, ele foi para “assistir 
aula”.
E qual a diferença? Assistir aula é passivo (só receber informações). 
Estudar é ativo (intelectualizar a informação).
Ler e assistir a aula, persisto, são atividades passivas, no sentido de que você 
recebe a informação de forma inativa. Ocorre que logo você esquecerá 
o conteúdo, ou grande parte dele. É por isso que a revisão é tão importante. Para 
que o ciclo do aprendizado aconteça, você deve aplicar técnicas do estudo 
ativo. Essas técnicas serão aplicadas durante as micro revisões diárias, como 
veremos.
No passo nove vamos voltar neste ponto com mais cuidado.
Terceiro erro: revisar através de questões anteriores
12 
A realização de questões de provas anteriores é essencial para a evolução do 
aluno, conhecimento da banca, auto avaliação, treinamento para 
raciocínio prático etc. Na minha concepção, no entanto, especificamente a 
revisão não deve ser feita através de questões.
Por quê? Porque quando o aluno faz questões, ele apenas "faz as 
questões". Em geral, ele não "estuda as questões". Estudar as questões 
significa saber exatamente se o item está certo e o motivo dele estar certo, e se 
está errado e o motivo dele estar errado. Após, identificando novas 
informações, deveria o aluno alimentar seu material de revisão para voltar 
àquela informação sempre que fosse revisar a matéria.
O que ocorre é que o aluno resolve dezenas de questões e nunca mais 
retorna a elas. Fazer dezenas, talvez centenas de questões pode ser, 
portanto, menos eficiente do que fazer blocos de 10 ou 20 questões, 
minuciosamente analisadas.
Revisar é reavivar o que foi estudado, buscando levar a matéria 
compreendida para a memória de longo prazo. Resolver baterias de 
questões tão-somente não fecha esse ciclo. Você terá que praticar, mas com 
outras finalidades em mente, conforme veremos.
Falaremos sobre a resolução de questões no capítulo dez.
"Use as Micro Revisões diárias para driblar a curva de esquecimento."
4ª Premissa: constânciaé melhor do que quantidade
Eu andava muito insatisfeito com a minha condição física. Durante a 
gravidez da minha esposa, eu fui engordando junto com ela. Poucos meses 
depois do nascimento da nossa Larinha, minha esposa já estava no peso de 
antes da gravidez, e eu continuei gordinho.
13 
Para mudar isso, modifiquei um pouco a alimentação e voltei a fazer 
exercícios. Como eu queria resultados rápidos, entrei num sistema de 
treinamento que está na moda hoje em dia, o CrossFit. O treino consiste na 
variação de exercícios de alta intensidade em pouco tempo. No máximo, 
uma hora de suadeira.
Olha, o problema não está no treinamento. Muitas pessoas se beneficiam 
dele e chegam a resultados fantásticos. O problema é que eu saí do 
sedentarismo quase absoluto para ingressar em algo que exigia cento e 
cinquenta por cento da minha capacidade. O que ocorreu? Claro, desisti em 
um mês.
Eu estava chateado com isso, porque eu gosto de ser um “terminador” das 
coisas. Não gosto de iniciar determinada atividade ou projeto e pará-los no 
meio. Sempre encarei isso como uma falha de caráter. E eu havia desistido, 
e continuava gordinho.
Essa situação me deixava muito mal porque eu tinha a impressão de que eu 
pregava algo para os meus seguidores e na prática fazia outra. Eu era 
muito duro com meus alunos pela falta de foco e comprometimento de 
alguns deles e, na minha vida, eu estava sendo justamente aquela pessoa 
que eu pedia que eles não fossem.
Após meditar muito sobre isso, eu tive a ideia de aplicar o mesmo princípio 
que eu ensinava aos alunos do Programa META. Na verdade, são duas 
pequenas técnicas que você precisa conhecer e que vão te ajudar a 
começar qualquer coisa e nunca desistir no meio. Você será um 
“terminador” e não apenas um “começador”.
Primeira técnica: O Poder da Meia Hora
Tudo parte de um livro que eu li, denominado The Power of a Half Hour,
14 
de Tommy Barnett (Em tradução livre: O Poder da Meia Hora). No livro o 
autor parte do princípio de que a gente deve valorizar os períodos de meia hora 
do nosso dia. Em geral, as pessoas contam o tempo útil em horas 
completas. “Vou estudar por uma ou duas horas”, “vou fazer academia por uma 
ou duas horas”, “vou dormir por 6 horas” etc. Com isso, a gente perde a 
possibilidade de realizar muitas coisas, apenas por achar que algo só será bem 
feito se durar mais do que uma ou algumas horas. Isso é um equívoco.
Pois bem. Passei a usar o Poder da Meia Hora para fazer exercícios físicos. 
Como eu moro em um condomínio fechado, há uma academia interna. Bem 
simplesinha, com alguns aparelhos não muito modernos, mas tudo novinho. Eu 
desço todos os dias para a academia e ligo a esteira marcando 30 minutos. 
Nesse tempo eu corro, caminho, corro mais rápido, mais devagar, caminho de 
novo, até finalizar o tempo programado. Eu faço isso de segunda a sexta 
e raramente falho.
O que aconteceu? Emagreci. Em uma semana? Não. Lentamente, com a 
ajuda da alimentação mais balanceada, cortando o açúcar e essas coisas 
todas.
Tem dias que eu corro por uma hora ou mais. E se eu não correr, sinto que 
meu dia foi incompleto. Dá uma sensação bem ruim, pois virou HÁBITO. Mas 
tudo começou com meia horinha sagrada por dia. Por isso, a dica que eu dou é: 
sempre que for começar algo novo, vá aos poucos, de preferência inicie com 
meia hora, e vá aumentando em blocos de meia hora. Você vai perceber que a 
mágica vai acontecer, e essa mágica se chama CONSTÂNCIA.
"Quer ler mais? Leia por meia hora todos os dias. Quer aprender uma 
nova língua? Comece com meia hora por dia. Quer aprender a tocar
violão? Comece com meia hora por dia. Deixe a mágica da
CONSTÂNCIA acontecer".
15 
Segunda técnica: ligue o foda-se
Nós adultos temos uma dificuldade que as crianças em geral não possuem: 
nós temos vergonha de aprender algo novo. Pense, por exemplo, naquela 
ocasião em que você tentou aprender um instrumento musical, uma arte 
marcial ou qualquer outra arte. No início, naturalmente, mesmo as coisas 
mais simples parecem muito difíceis. Com isso, o adulto tende a desistir 
porque fica embaraçado em não conseguir realizar os atos perfeitamente 
logo de início (tocar um acorde no violão, fazer uma chave no Jiu Jitsu, 
fazer um passo de dança). O adulto fica com a sensação de que os outros 
acham que ele não é capaz, que é burro etc. e acaba desistindo, apenas 
por ficar embaraçado.
"Neste caso, a dica é muito simples: ligue o foda-se e seja feliz!"
5ª Premissa: estudar deve ser uma experiência emocional positiva
Estudar é a chave para você alcançar os seus sonhos. Imagine que você
é um atleta que vai participar de uma competição. A performance do atleta 
vai depender do quanto e quão bem ele treinou para a prova. Estudar é algo 
bem parecido. O seu desempenho na prova dependerá da qualidade da sua 
preparação. E para que sua preparação seja de alto nível você deve manter 
um relacionamento de afabilidade com seus estudos. Muitos alunos 
enxergam os estudos como algo penoso, como se fosse um sacrifício que 
devem aturar para alcançar a aprovação. Isso 
é errado. Se o estudo não representa uma atitude emocional positiva para 
você, estará perdendo seu tempo. Ninguém aprende qualquer coisa assim.
Para que a mágica do estudo aconteça, seu cérebro deve compreender que 
aquele assunto estudado é algo importante. Essa postura fará com que a 
informação fique por mais tempo na memória de longo prazo. Por isso, 
encontre valor e sempre estabeleça objetivos nos seus estudos.
16 
Estudar é algo transformador, faz de você uma pessoa melhor em todos os 
sentidos. Estudar não serve apenas para passar em concurso, serve para 
que você evolua como ser humano. Quanto mais você estuda, mais 
interessante você se torna. Entender as coisas e o mundo faz com que você 
mova a catraca da evolução. Se quiser ser sempre um MEDÍOCRE, 
contente-se em permanecer onde está agora.
Suas crenças sobre as suas capacidades e limites vão determinar aonde você 
vai chegar. Se você se autolimitar, naturalmente vai criar uma barreira para a 
sua evolução. Então, evite dizer que não gosta desta ou daquela disciplina, por 
exemplo. Você deve gostar de todas, pois elas são as chaves que abrem as 
portas de um futuro mais seguro para você e para a sua família.
"Estudar é parte da solução dos seus problemas, mesmo
que você não saiba disso".
17 
Segundo Passo
Os dez passos do Método Vou Ser Delegado
SEGUNDO PASSO: Organização do Tempo
Algum tempo deverá ser reservado para a organização dos seus estudos. 
Não cometa o erro de muitos em começar essa caminhada sem o devido 
planejamento. Eu perdi um tempo precioso em minha preparação porque 
não havia planejado como se daria o progresso dos meus estudos.
O direcionamento que você resolveu fazer ao estudar para Delegado de 
Polícia vai ser fundamental neste passo. Isso já vai te colocar na frente de 
milhares de pessoas. Ter o rumo correto, saber aonde quer chegar, é 
essencial para o planejamento estratégico dos estudos.
Neste momento, devemos buscar respostas para as seguintes perguntas:
• Vou estudar para um concurso específico ou vou me preparar para todos
os concursos para Delegado de Polícia que surgirem no país? 
• Quais disciplinas devo priorizar?
• Quanto tempo livre eu realmente tenho para estudar?
• Desse tempo total bruto, tenho resistência para estudar quantas horas
mantendo a qualidade de aprendizado? 
• Qual o melhor material? Posso usar resumos e videoaulas?
• Só passa num concurso desse nível quem estuda por livro?
• Tenho um ambiente adequado para estudar?
18 
• Vou precisar parar de trabalhar para estudar?
• Etc.
Vou buscar responder todas essas dúvidas, alémde outras que considero 
importante no transcorrer deste livro.
Conheça o PPCA
Inicialmente, é muito importante que você defina na sua cabeça se irá 
estudar para concursos de todo o país ou para um determinado concurso 
(ex.: Delegado Federal). Vou considerar as duas hipóteses e você vai 
pensando, caso já não tenha se decidido.
Independentemente do que venha escolher, existe um núcleo de disciplinas 
que são importantes para todas as provas. Elas caem em todas as provas 
de Delegado e em maior quantidade, fazendo você pontuar mais. Em 
algumas provas, o PPCA pode representar até 80% da prova. Então, a ideia 
básica é que você dê preferência ao PPCA, estudando as demais 
disciplinas de forma secundária.
E o que é o PPCA?
PENAL (Geral, Especial e Legislação Penal Especial), PROCESSO PENAL, CONSTITUCIONAL e 
ADMINISTRATIVO.
Essas quatro disciplinas devem estar no seu cinto de utilidades. Você deve 
dominá-las ao máximo para passar a banca examinadora no moedor de 
carne. Acreditem em mim, dominando essas quatro disciplinas, você estará 
mordendo até 80% das provas. Vou te provar com algumas estatísticas de 
provas anteriores.
Vejamos a última prova para Delegado de Polícia do Distrito Federal, 
realizado em 2015, por exemplo, na qual a banca foi a Funiversa. Foram
19 
cobradas 100 questões de múltipla escolha, no tipo ABCDE. Dessas 100 
questões, nada menos do que 64 eram de PPCA. Ou seja, mais de 60% da 
prova. Isso significa que quem arrebentou no PCCA ficou na briga pelas 
vagas.
No ano de 2014, a banca ACAFE realizou a prova para Delegado de Polícia de 
Santa Catarina com 120 questões. Dessas, 84 questões eram do PPCA, ou seja, 
70% da prova.
Esse padrão se repete mesmo nas provas para Delegado da Polícia Federal, 
realizadas pelo CESPE. Na última, realizada em 2013, o CESPE fez uma 
prova com 120 itens. Desses, 77 itens eram do PPCA, ou seja, cerca de 65%.
Neste momento, quero apenas que você entenda que é uma tremenda 
burrice estudar todas as matérias de forma uniforme. Estude mais o que cai mais. 
Parece simples, não é mesmo? Agora, a pergunta que você pode fazer é a 
seguinte: como devo dividir meu tempo para alocar de forma inteligente o 
PPCA?
Não se preocupe com isso agora. Eu vou usar um capítulo inteiro para falar disso. 
Quero apenas que você entenda que deve estudar o PPCA de forma prioritária. A 
partir de agora, você dará a máxima preferência para o PPCA, tratando as 
demais matérias como importantes, mas secundárias.
APLICANDO O PODER DA MEIA HORA NA ORGANIZAÇÃO DOS ESTUDOS
O Super-Homem da produtividade
No capítulo anterior nós conversamos sobre o poder da meia hora e como isso 
pode transformar a sua vida em vários aspectos. Vamos usar esse princípio 
em diversos momentos deste livro porque ele é realmente
20 
importante no meu método.
Em relação à organização do tempo, o poder da meia hora vai te ajudar a 
concentrar suas energias no que é realmente importante. Poupar energia 
mental e física é a coisa mais extraordinária que um candidato pode 
aprender.
Usar suas forças de forma equilibrada, sem desperdício, vai te transformar 
num tipo de super-homem. É assim que me sinto, às vezes, um "super-
homem da produtividade". Eu aplico tão seriamente o poder da meia hora 
que minha vida se transformou num mundo de realizações maravilhosas. 
Eu tenho a sensação que posso fazer tudo o que eu quero e bem feito. Eu 
consigo ser absurdamente produtivo realizando diversas tarefas durante o 
dia. Quando o meu dia termina, sinto uma sensação de plenitude e 
realização.
Mas como atingir isso? Vou te ajudar a organizar a sua vida usando a 
minha planilha de organização do tempo. Acesse agora o meu site 
www.vouserdelegado.com.br e vá ao ícone “materiais gratuitos” e, depois, 
“técnicas de estudo”. Baixe a planilha de organização do tempo e vamos 
trabalhar.
Aprendendo a usar a planilha
Existem duas abas inferiores referentes a duas planilhas diferentes. Neste 
momento, vamos trabalhar apenas com a primeira aba, denominada
“atividades diárias”. Veja a imagem:
21 
Perceba que o dia é dividido em frações de meia hora. O primeiro trabalho 
que você terá é preencher a tabela com todas as atividades diárias. Tente 
colocar tudo que você faz, considerando até mesmo tempo para higiene 
pessoal, deslocamento, alimentação etc. No site existe uma planilha já 
preenchida para você ter como modelo.
Qual a mágica disso? Saber o que você faz a cada meia hora te dá um 
mapa do seu dia. Com isso, você pode realizar todas as atividades sem se 
preocupar com as demais obrigações. Concentre toda a sua energia nas 
atividades daquele momento.
Todos os dias, eu abro a minha planilha logo pela manhã e vejo o mapa de 
atividades para aquele dia, desde o momento que eu acordo até o momento 
em que vou dormir. Dessa forma, minha cabeça fica “leve” para me dedicar 
ao que eu tenho que fazer. Não há procrastinação porque eu faço o que 
tenho que fazer na hora que devo fazer.
"Essa é a grande mágica: FAZER O QUE DEVE SER FEITO, NO MOMENTO
22 
EM QUE DEVE SER FEITO".
Minha primeira atividade do dia é uma pequena corrida na esteira, que dura 
30 minutos. Corro, em média, quatro quilômetros dentro desse tempo. É 
muito importante que você não tenha que decidir o que deve fazer no 
momento em que tem que fazer. Como assim?
Quando você organiza o seu dia dentro da planilha, você já decidiu quais 
atividades deve cumprir. Isso tira o peso de ter que decidir o que fazer a 
cada momento, pois isso já foi feito com calma em um momento anterior. 
Pode ser que você não tenha percebido isso até agora, mas o que faz você 
procrastinar é não ter certeza de que deve realizar essa ou aquela 
atividade, neste ou naquele momento.
Então, a solução é bem simples: planeje o seu dia, gastando alguns minutos 
todos os domingos com essa atividade. É claro que problemas podem ocorrer 
e podem atrapalhar o seu planejamento. Isso não traz prejuízos porque você 
poderá sempre voltar à planilha e fazer os ajustes necessários.
O grande pulo do gato é não perder energia decidindo a cada momento. 
Psicologicamente, não fazer é mais prazeroso do que fazer, e seu cérebro 
vai sempre buscar a inércia. Sempre que procrastinamos, a sensação de ter 
enganado a nós mesmos é inicialmente prazerosa, mas logo se torna em 
outro sentimento bastante destrutivo: a culpa.
Quando a gente planeja o que fazer, não há decisão de momento. Seu dia 
já está decidido. Dessa forma, você simplesmente cumpre o que tem de ser 
cumprido.
O Dr. Dráuzio Varela publicou um vídeo no canal dele no YouTube sobre a 
preguiça, que vai ao encontro do que estou falando. Ele diz que o homem 
primitivo só precisava guardar energia para três coisas: caçar,
23 
fugir do predador e acasalar. O resto do tempo ele ficava poupando energia. Em 
geral, os mamíferos são assim mesmo. Já observou um leão no 
zoológico? Ele fica lá deitadão, quase sempre bocejando. Ele está salvando 
energia, pois é a natureza dele e dos demais mamíferos. Dessa forma, a 
gente não deve buscar a motivação para iniciar a atividade porque é contra nossa 
natureza. O ser humano aprendeu a se satisfazer com o trabalho feito, e não 
com o trabalho a ser feito.
O Dr. Dráuzio dá o exemplo da corrida matinal. Ele sente uma preguiça 
monstruosa de ter que acordar de madrugada para treinar. Só que aquilo já está 
previamente planejado no dia dele. Assim, ele não perde energia 
pensando. Ele acorda, escova os dentes, coloca a roupa e o tênis e vai 
correr. Começar, ele diz, é muito doloroso. Depois de algum tempo 
correndo, ainda segundo ele, a atividade fica até suportável, mas tem um 
momento em que ela se torna maravilhosa: quandoela termina! Só aí ele 
pode se regozijar de ter cumprido a tarefa planejada. A sensação de 
terminar o que se propôs é deliciosa.
Eu gosto de colocar a planilha em vários lugares. Deixo os arquivos no meu PC, 
lap top, tablet e, também, imprimo uma cópia e deixo em um lugar visível da 
minha casa.
Sua tarefa de casa
Agora a tarefa de casa é sua. Baixe a planilha no meu site e a preencha 
detalhadamente. Não tem problema se você não tiver certeza dos horários. Faça 
o melhor que você puder. Depois, sempre ao acordar, leia a planilha e realize as 
atividades que devem ser realizadas, no momento em que devem ser realizadas.
"Torne-se você também um super-homem (ou a mulher
maravilha) da produtividade".
O CICLO DE ESTUDOS
24 
Estudando de forma equilibrada
Tendo preenchido a primeira aba (“atividades diárias”), obtemos o tempo 
bruto de estudo. Se, por exemplo, você reservou de 08h até 11h para 
estudar dentro da sua planilha, você terá três horas brutas de estudo por 
dia. Vamos supor que você estude de segunda a sexta, isso te dará quinze 
horas de estudos brutos semanais.
Pois bem. O segundo passo é preencher a segunda aba, denominada “ciclo 
de estudos”. Mas, antes, deixa eu te falar um pouco sobre esse tal ciclo. Em 
geral, as pessoas dividem as disciplinas por dia da semana, da seguinte 
forma: segunda estudam penal e processo penal; terça, constitucional e 
administrativo etc.
Nunca vou dizer que determinada organização é errada, pois já disse 
anteriormente que “o errado é não estudar”. Entretanto, essa divisão dos 
estudos, vinculando a disciplina por dia da semana, pode gerar desarmonia no 
avanço das disciplinas. Como assim? Ora, vamos supor que você trabalhe e 
estude. Sua semana é longa e cansativa. Na sexta-feira você estará sempre 
cansado, e estudará sempre a matéria de sexta com menos qualidade.
Outro problema que posso citar é a perda do dia de estudo. Vamos supor que 
todas as quartas você estude Constitucional, por exemplo. Ocorre que nesta 
quarta você teve médico pela manhã e não conseguiu estudar. Isso significa 
que você ficou uma semana esperando o Constitucional, e a agora terá que 
esperar mais uma semana. Ou seja, ficará 14 dias sem estudar essa matéria.
O estudo em ciclos resolve esses problemas. Além disso, como ele não 
vincula as disciplinas ao dia semana, mas sim trabalha com uma sequência 
preordenada, seus estudos avançarão de modo uniforme. Outra coisa: o 
estudo em ciclos é excelente para quem trabalha em
25 
regime de plantão e tem o tempo mais “quebrado”. Será uma revolução nos 
seus estudos, e tenho certeza que você sentirá um avanço gigantesco na 
qualidade do uso do tempo.
Preenchendo o ciclo
É simples. Primeiramente, abra a aba “ciclo de estudos” da sua planilha. 
Agora, faça uma lista de todas as disciplinas a serem estudadas. Veja o 
exemplo:
Já descobrimos acima que nosso tempo de bruto de estudo semanal é de 
quinze horas. Agora, precisamos dividir essas quinze horas entre as 
disciplinas. E como fazer isso?
Você pode fazer isso de duas formas. A primeira é simplesmente considerar 
60% para o PPCA e 40% para o restante. Então, você teria, nove horas 
para o PPCA e cinco horas para as demais disciplinas.
26 
A segunda forma de se fazer é mais detalhada. Caso você esteja estudando 
para um edital específico, você deve acessar a última prova e contar 
quantas questões foram cobradas de cada disciplina. Então, você faz a 
porcentagem exata dentro da sua planilha.
Uma dica importante é deixar algum tempo de sobra, cerca de 10% a 15% 
como gordura para queimar. Sim, porque no meu exemplo eu tenho quinze 
horas brutas, mas eu tenho que considerar as pausas, cafezinho, banheiro. 
Então, ao invés de considerar 15 horas, considere 13 horas líquidas. Assim 
você terá um tempo mais real de estudo. Veja um exemplo da planilha já 
preenchida:
O que fazer agora ?
Agora que você já preencheu corretamente a sua planilha, deverá obedecê-
la religiosamente. O grande macete aqui é respeitar o tempo destinado para 
cada disciplina. Para isso, não deixe de usar um cronômetro ou um 
aplicativo que marca o tempo de estudo. Eu indico o app Aprovado, que 
você pode baixar gratuitamente na loja de aplicativos do seu smartphone.
27 
"O tempo destinado a cada matéria deve incluir a Micro Revisão, 
leitura, resumo (se for o caso), leitura da lei etc. Para isso, veja no 
Passo Nove como fazer as Micro Revisões a cada início de disciplina".
Como inserir as questões, lei seca e jurisprudência (informativos) no tempo de estudo? 
Como eu disse, você deve planejar para que o tempo destinado para o 
estudo da matéria seja equilibrado. Por isso, vou ensinar as estratégias 
corretas para que você inclua na planilha a resolução de questões, leitura 
de lei e de informativos.
Micro Revisões
Primeiramente, devo te lembrar de que as Micro Revisões diárias devem 
ser feitas no início de cada disciplina, e deve tomar, em média, vinte e
28 
cinco por cento do tempo destinado a ela. No ciclo que usei como exemplo 
eu destinei duas horas para penal geral. Por isso, desses 120 minutos 
(duas horas) vou reservar, em média, 25 minutos para a revisão.
Sobre como fazer as Micro Revisões de forma adequada, veja o passo 
nove para maiores detalhes.
Questões
A melhor forma de você inserir questões na sua rotina é criar um tópico 
específico para isso ao fim do ciclo. Veja a imagem abaixo:
Perceba que coloquei "exercícios dos pontos finalizados". Isso significa que 
você deverá selecionar questões de todos os pontos das disciplinas que já 
foram estudados.
Sobre como utilizar questões de forma adequada nos seus estudos, veja o 
passo dez.
29 
É isso. Agora, a única coisa que você deve fazer é seguir a lista. Não pense no 
dia da semana, apenas na lista e na carga horária. Só passe para a próxima 
disciplina quanto terminar a anterior, e por aí vai.
Em resumo, você deve obedecer as seguintes regras:
1º Siga a lista na sequência e nunca pule disciplinas.
2º Respeite religiosamente o tempo de cada disciplina.Use o relógio ou o 
aplicativo indicado.
3º Sempre inicie o estudo de cada disciplina com a Micro Revisão.
4º Ajuste o ciclo com o passar do tempo. É natural que você avance mais 
rapidamente em matérias que tenha mais facilidade. Sempre que fizer os 
ajustes, respeite o tempo de estudo disponível.
5º Faça com que o ciclo gire, pelo menos, uma vez por semana.
Quais as vantagens?
Adapta-se a qualquer rotina (mesmo as mais loucas, como as de quem faz 
plantão).
O estudo fica mais harmonioso, uma vez que na vinculação ao dia da 
semana naturalmente a produção cai nos últimos dias da semana.
No estudo vinculado ao dia da semana, você pode ficar muitos dias sem 
estudar a disciplina, caso não consiga estudar no dia específico reservado a ela. 
No estudo em lista, você nunca pula matéria e se mantém sempre 
equidistante do próximo contato com ela.
30 
É mais motivador ver a lista sendo “girada”.
Nos dias de estudos extras (ex.: férias, feriado etc.) você sabe exatamente 
o que estudar a seguir, sem perder muito tempo se planejando.
Um alerta importante!
O ciclo deve girar, pelo menos, uma vez por semana. Por 
isso, nunca distribua mais tempo para as disciplinas do 
que o tempo bruto disponível para a semana.
Lei Seca
Aqui é o verdadeiro samba do crioulo doido. Cada professor fala uma coisa:
“leia só lei seca e faça exercícios”; “não leia lei seca”; “só leia lei seca”; “lei 
seca mais doutrina”; “lei seca com limão e gelo”, e por aí vai.
Em um ponto todos os professores concordam: é importante o contato com a 
lei. Só que ler a norma é muito chato porque os códigos não seguem a ordem 
didáticados assuntos, mas sim uma sequência prática deles. Códigos servem 
para consulta, não para estudo. É por isso que defendo que a leitura da lei é 
importante, mas deve ser contextualizada. E como se faz isso? Simples. Leia a 
lei de forma REMISSIVA. Quero dizer que você deve ler a lei na medida em 
que ela for sendo citada no texto, assim: “De acordo com o art.29 do CP, blá, 
blá, blá (...)”. Abra o CP e, de fato, leia o art. 29.
31 
O que ocorre é que o aluno não tem o bom hábito de CONSULTAR a lei. 
Desenvolva esse costume. E isso vale mesmo para aquelas situações em que 
o autor descreve a norma literalmente, porque a leitura direta na fonte pode 
enriquecer mais os seus resumos, uma vez que pode haver no texto legal um 
parágrafo com certa exceção não citada pelo autor, por exemplo. Seja religioso 
com isso. Não tenha preguiça, leia a lei!
Claro que leis pequenas (ex.: lei de drogas, lei de tortura etc.) podem ser lidas 
em uma tacada só. Por isso, em tais casos, vale a pena dar uma lida geral na 
lei diretamente.
"Enfim, a minha dica é: leia a norma na medida em que 
ela for sendo citada, a não ser que a lei seja tão pequena 
que você consiga vencê-la em uma só tacada".
Informativos
Os informativos nasceram como um clipping de jurisprudência dos tribunais, ou 
seja, um apanhado das decisões semanais. Servia para jornalistas e não para 
concurseiros. Ocorre que as bancas viram aí uma forma de criar novas questões. 
Chegou-se ao ponto de cobrarem sempre os últimos informativos. Por muitas 
vezes, eles não representam a posição do Tribunal.
Como muitas decisões eram isoladas, podia (e pode) haver mudanças de uma 
semana para outra, o que deixa os concurseiros loucos. Isso tem 
diminuído, graças a Deus. As questões retiradas diretamente dos 
informativos acabam por gerar muitos recursos, justamente porque as 
informações não representam sempre a posição majoritária do tribunal.
Ainda há provas, principalmente da magistratura, que cobram muitos 
informativos. O Cespe também gosta, em certa medida. Só que, em geral, para 
as provas de Delegado, tão-somente mantenha alguma rotina
32 
de leitura dos informativos da semana, sem se preocupar em comprar livros 
específicos. Leia com calma e sem grandes preocupações. Se o seu 
material (livro, pdf etc.) estiver atualizado, você não terá problemas.
Um recurso que você pode usar é o site www.dizerodireito.com.br. Esse site 
é dirigido pelo Dr. Márcio, um juiz federal. Se você já vem se preparando há 
algum tempo, deve conhecer o trabalho de excelência que ele desenvolve. 
Inclua uma horinha por semana no seu ciclo para ler os informativos mais 
atuais (apenas do ano presente). 
33 
Terceiro Passo
Os dez passos do Método Vou Ser Delegado
3º PASSO: A Escolha do Material
Na época em que comecei a estudar, a gente não tinha muita opção. 
Existiam as doutrinas tradicionais e algumas apostilas impressas, as quais 
não eram muito confiáveis. A vida era até mais fácil nesse sentido porque 
não se perdia muita energia e tempo escolhendo os materiais.
Hoje a coisa mudou drasticamente. Com a evolução da internet, os materiais 
se tornaram mais numerosos e as formas de apresentação também variaram 
muito. Em geral, o aluno se depara com as seguintes opções:
• Aulas em PDF
• Livros físicos e digitais de grandes doutrinadores
• Livros físicos e digitais voltados para concursos
• Videoaulas
• Resumos que podem ser encontrados na internet ou preparados por coachs
• Apostilas tradicionais
Qual desses é mais adequado para concursos de Delegado de Polícia?
Antes de responder a essa pergunta, quero te alertar para que você 
evite cometer dois erros básicos:
1º) adquirir vários materiais de formatos diferentes.
34 
2º) estudar por mais de um material a mesma disciplina.
Um erro leva ao outro. Em geral, os alunos acreditam que se estudarem por 
vários materiais da mesma disciplina, fecharão todas as possibilidades de 
questionamentos em provas. Na cabeça deles é como se um material 
completasse o outro. Dessa forma, eles passam a adquirir vários materiais 
sobre a mesma disciplina e acabam ficando sobrecarregados, e nunca 
conseguem finalizar o planejamento.
Estou te dizendo, por conseguinte, que você deve ter apenas um material por 
disciplina. Um livro ou uma videoaula ou um PDF ou um resumo.
Mas, qual desses formatos é o melhor? A resposta é: depende. A 
possibilidade de escolha é muito vasta, e qualquer um dos materiais 
adquiridos pode ser adequado, desde que a técnica de estudo seja correta. Outra 
coisa é que para cada disciplina você pode escolher um material de formato 
diferente.
Principais doutrinas analisadas
A seguir, apresento os materiais mais indicados para concursos de 
delegado (civil ou federal).
DIREITO PENAL
Direito Penal (Parte Geral): Manual do Rogério Sanches
Em Direito Penal Geral eu dei duas opções. O aluno pode trabalhar com 
minhas apostilas em PDF ou usar o Manual do Sanches. O que ele não 
pode fazer é usar os dois. Costumo brincar que material é igual à esposa: só 
se pode ter uma.
Eu indico o Manual do Sanches porque ele consegue condensar toda a
35 
doutrina de forma objetiva. Não é o melhor livro do mercado do ponto de vista 
acadêmico, mas é o mais objetivo, abrangente e direto. O Rogério Sanches 
sabe o que ele é (professor de cursinho), e sabe o que não é (um acadêmico). 
Isso facilita a vida dos alunos. Espero que ele mantenha a objetividade de 
suas obras e não caia no equívoco de autores com Pedro Lenza e Renato 
Brasileiro, os quais foram inchando suas obras, perdendo a proposta inicial.
Em parte geral, você pode escolher, também:
- Nucci
- Capez
- L. F. Gomes
- Bitencourt
- R. Greco
- Prado
- Masson
Apostilas VSD de Direito Penal
Eu indico também as minhas apostilas porque elas já estão direcionadas 
para o Programa Meta e, também, porque eu a atualizo semanalmente. O 
aluno estará sempre com o material atualizado. Só que o ponto que quero 
ressaltar aqui é que você deve ter apenas um material de Penal Geral. 
Pode ser uma vídeoaula, um PDF ou um Manual. Não importa, desde que 
seja apenas um deles.
Direito Penal (Parte Especial): Código Para Concursos do Sanches ( OU apostila VSD) 
Não se estuda Penal Especial com livro doutrinário. É perda de tempo. 
Gosto dessa Série de códigos para concursos da Jus Podivm. Não use o 
manual do Sanches na Parte Especial, prefira o Código para Concursos.
36 
Aqui também indico a minha apostila em PDF, que é bem completinha.
LEGISLAÇÃO PENAL
Em legislação penal prefiro a Sinopse da Jus Podivm, do Professor Gabriel 
Habib. Pense que este material condensa na medida certa a teoria e a 
jurisprudência.
O Professor Renato Brasileiro possui um Manual bastante interessante da 
mesma editora, mas condensa poucas leis.
PROCESSO PENAL
Direito Processual Penal: Manual do Nestor Távora
Alguns preferem o Renato Brasileiro, mas acho-o muito “gordo”. Prefiro o 
Távora porque vem tudo separadinho (doutrina, jurisprudência e exercícios 
ao final).
Você poderia, da mesma forma, ter escolhida um PDF (Estratégia) ou uma 
videoaula (essa sim, do Renato Brasileiro, CERS). Mas, insisto, use apenas 
um material.
Uma dica muito legal que costumo dar em Processo Penal é a seguinte: leia 
os QUATRO GRANDES TEMAS em uma boa doutrina (Ação Penal, 
Inquérito, Provas e Prisões). O restante pode ser estudado em um bom 
resumo.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Constitucional: apostilas do Curso Estratégia ou Doutrina
37 
Direito Constitucional tem sido um problema. Como a jurisprudência nesta 
matéria é muito dinâmica, os autores não têm feito revisões adequadas nos 
livros, e o que tem acontecimento éque as doutrinas ficaram gigantescas. 
Por isso, passei a indicar materiais mais objetivos, sendo que o material do 
Estratégia é bem legal nesse sentido.
Eu indicaria apenas que você lesse a doutrina (livro) na parte de Controle 
de Constitucionalidade. O restante dos temas pode ser estudado pelo PDF 
ou por uma boa Sinopse. Entretanto, caso ainda prefira a doutrina, os livros 
mais indicados são (na ordem de preferência):
• Nathalia Masson (Jus Podivm)
• Marcelo Novelino (Jus Podivm)
• Pedro Lenza (Método)
DIREITO ADMINISTRATIVO
Administrativo: Sinopses para Concursos da Jus Podivm ou Matheus Carvalho
Eu gosto dessa Sinopse. Administrativo é muito importante, mas prefiro ler 
algo mais curto e fazer muitos exercícios, pois acho a matéria repetitiva. 
Caso prefira doutrina, a mais indicada é do Matheus Carvalho (Jus Podivm).
Na verdade, qualquer bom manual vai servir, com exceção do José dos 
Santos Carvalho Filho. Ele é excelente doutrinador, mas a obra não é 
exatamente voltada para concursos. Por isso, não há preocupação com a 
atualização dos informativos. Mais abaixo farei uma listagem das obras a 
serem evitadas.
TRIBUTÁRIO E EMPRESARIAL
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Tributário e Empresarial: videoaulas do CERS (carreiras jurídicas)
Não vale a pena estudar as matérias fora do PPCA com doutrina pesada. 
Use materiais resumidos. No caso de Tributário, pode usar uma boa 
videoaula do CERS do professor de sua preferência.
Como são matérias secundárias, prefiro usar videoaulas, pois dinamiza o 
tempo. Além do que acho essas matérias menos atraentes. Nesse sentido, 
consigo cobrir a matéria com boas aulas.
Caso prefira, pode substituir as aulas pelas Sinopses da editora Jus Podivm.
CRIMINOLOGIA
Em criminologia vou te dar as seguintes opções:
• Resumo de Criminologia, Lélio Braga Calhau (Impetus).
• Criminologia, Paulo Sumariva (Impetus)
• Coleção Preparatória Para Concurso de Delegado de Polícia -
Criminologia e Medicina Legal (Penteado Filho, Nestor Sampaio; 
Vasques, Paulo Agarate; Frugoli, Ugo Osvaldo) ( Saraiva). 
MEDICINA LEGAL
Se a tua prova cobrar medicina legal (PCRJ, por exemplo), você deverá 
usar um material bem objetivo e resumido, devendo fixar com muitas 
questões. Minhas sugestões:
• Sinopses Para Concursos - V.41 - MEDICINA LEGAL (Jus Podivm).
• Coleção Preparatória Para Concurso de Delegado de Polícia -
Criminologia e Medicina Legal (Penteado Filho, Nestor Sampaio; 
Vasques, Paulo Agarate; Frugoli, Ugo Osvaldo) ( Saraiva). 
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• Medicina Legal e Noções de Criminalística, Neusa Bittar (Jus Podivm).
Posso substituir tudo por Sinopses?
Todas as disciplinas, incluindo as do PPCA, podem ser estudadas apenas 
pelas sinopses.
Mas, se eu estudar por sinopses e videoaulas vou ter todo o conteúdo necessário? 
Não.
E se eu estudar por vários materiais para cada disciplina (livros, aulas etc.), 
vou ter todo o conteúdo necessário?
Também não. Não tem saída, você nunca vai conseguir abraçar todas as 
possibilidades apenas por ler mais materiais e assistir mais videoaulas. Eu, 
por exemplo, já li virtualmente todos os livros de Direito Penal publicados no 
Brasil, e ainda assim meu estudo tem lacunas. E olha que eu dou aula disso 
há dez anos.
Qual a solução então?
A solução é a técnica de bombar seus materiais com informações roubadas 
de questões (passo dez). Não é o momento de falar dela agora, mas 
apenas para adiantar, é a forma mais adequada de se usar questões.
Use questões como fontes de informações. Retroalimente seus resumos 
pessoais com novas informações roubadas das questões. Vamos aprender 
a fazer isso daqui a pouco.
Qual a melhor Sinopse?
40 
A série Sinopses para Concursos da Jus Podivm é indiscutivelmente a 
melhor. É a única do mercado que consegue abranger de forma adequada 
doutrina, jurisprudência e posições das bancas.
Quais são os livros que devem ser evitados?
Existem alguns doutrinadores que são mais adequados para a graduação. 
Apesar de respeitadíssimos academicamente, não os indico para as provas 
de Delegado, pois não costumam se pautar pela jurisprudência majoritária, 
mas sim por suas próprias posições. São leituras essenciais e recomendo 
que você as faça em algum momento da sua vida, mas não durante a 
preparação para concursos de Delegado.
Direito Penal
- Paulo C. Busato
- Paulo Queiroz
- Cirino dos Santos
Direito Processual Penal
- Eugênio Pacelli
- Tourinho Filho
- Paulo Rangel
Constitucional
- José Afonso da Silva
- Paulo Bonavides
- Ferreira Filho
Administrativo
- José dos Santos Carvalho Filho
- Di Pietro
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- Hely Lopes Meirelles
- Diógenes Gasparini
Alerta!
Escolha apenas um material por disciplina. Não caia no erro de achar 
que um livro complementa o outro. Complemente seus estudos com 
informações roubadas das questões de provas anteriores.
42 
Quarto Passo
Os dez passos do Método Vou Ser Delegado
4 º PASSO: Desenvolvendo Resistência para Estudar
Considero este um ponto essencial. Como você pode aumentar sua 
resistência física e mental para suportar horas de estudo de qualidade? 
Sim, porque não adianta você ficar se enganando e estudar por cinco ou 
seis horas sem a concentração necessária.
Aqui, mais uma vez, eu uso o poder da meia hora. Para você entender a 
minha ideia, vou fazer uma analogia com algo mais corriqueiro na nossa vida, 
mas que as pessoas têm muita dificuldade de seguir: exercícios físicos.
Eu sempre tive um relacionamento conturbado com a atividade física. Eu sei 
da sua importância, mas sempre tive dificuldades em manter uma rotina de 
exercícios. Isso fez com que eu tivesse alguma dificuldade no controle do 
peso. A sorte, por assim dizer, é que não gosto muito de doces e não sou 
muito comilão, mas mesmo assim, cheguei a ficar dez quilos acima do meu 
peso. Isso aconteceu porque a Divina Magda ficou grávida, e isso altera nossa 
rotina, inclusive a alimentar. Depois do nascimento da Larinha, a Divina Magda 
voltou ao peso normal em dois meses, e eu continuava gordinho.
Para combater esse problema, caí no mesmo erro no qual oriento meus 
alunos a não caírem: a ideia do "tudo ou nada" ou do "oito ou oitenta". 
Segundo esse pensamento, ou estou completamente comprometido com a 
minha meta, ou é melhor nem começar. Isso é um equívoco!
43 
A Teoria do Desconforto Mínimo
Como eu ia dizendo, eu caí no erro de acreditar que deveria entrar de 
cabeça em algum programa de treinamentos que me levasse à perda de 
peso de forma rápida. Por isso, matriculei-me no CrossFit.
O CrossFit é um programa de treinamento de força e condicionamento 
físico geral baseado em movimentos funcionais, feitos em alta intensidade. 
Basicamente, a gente fica num espaço cheio de objetos, como caixas, 
cordas, argolas, pesos etc., e a cada aula é realizado ciclo com atividades 
variadas. Os exercícios são muito parecidos com um treinamento militar.
O problema não foi o CrossFit em si. Na minha opinião, é uma modalidade 
bastante interessante, mas não para quem estava cem por cento sedentário. 
Ao sair do oito e pular diretamente para o oitenta, eu me desmotivei. Ir para a 
aula era um tormento. Tinha dias de eu literalmente cair no chão de exaustão. 
O meu erro foi em pensar que para sair do sedentarismo, deveria sair da 
minha zono de conforto para a zona de desconforto máxima.
Então, em um determinado dia eu passei a refletir sobre isso. Não fazia 
sentido eu exigir dos meus alunos que permanecessem firmes com suas 
metas, sendo que eu mesmo não conseguia seguir o que eu pregava. Então, 
passei a aplicar aos exercícios a mesma ideia que aplicava aos estudos.
Surge daí o que eu chamo de a Teoria do Desconforto Mínimo. 
Basicamente, adotoa ideia de que em determinadas atividades, as quais 
exigem esforço mental e/ou físico, a tendência é de que busquemos o 
conforto. É por isso que quem não estuda tende a continuar não estudando 
e quem não faz exercícios físicos tende a continuar sedentário.
44 
Para driblar isso, podemos desenvolver uma estratégia mais inteligente, que 
consiste em criar pequenos desconfortos suportáveis, de forma gradual. 
Veja a figura abaixo:
A zona de conforto atual, por exemplo, é não fazer exercícios físicos. Fazer 
uma aula de CrossFit, três vezes por semana, seria o desconforto máximo. 
Não seria mais inteligente criar um desconforto intermediário e ir aumentando 
gradualmente? Claro que sim e foi o que eu fiz. Eu criei um desconforto 
mínimo fazendo pequenas caminhadas na esteira, intercaladas com troques, 
atividade que me tomava trinta minutos, quatro dias por semana.
Após algum tempo, esse desconforto mínimo se transformou em conforto 
atual. Assim, fui criando novos desconfortos mínimos até atingir o que eu 
considero desejável. Hoje, corro uma hora por dia, cinco vezes por semana. 
Meu próximo desconforto será inserir musculação nessa atividade diária.
45 
Com os estudos a ideia é exatamente a mesma. No lugar de sair da inércia 
total para programar uma rotina de quatro ou cinco horas por dia de 
estudos, comece aos poucos e vá aumentando gradualmente. Vou criar 
uma fórmula mais ou menos geral para quem está iniciando ou reiniciando. 
Entretanto, você pode aplicar a mesma ideia para aumentar gradualmente a 
sua resistência nos estudos.
Fórmula do desconforto mínimo
1º) Comece com uma hora na primeira semana.
2º) Aumente 30 minutos a cada semana, até chegar a três horas.
3º) Se achar necessário, aumente 30 minutos a cada mês, até atingir o 
tempo desejado.
Qualquer bom treinamento de corrida segue essa ideia. Não existe fórmula 
mágica no que estou ensinando. Maratonistas e ultra maratonistas aplicam 
essa técnica, triatletas também.
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Não caia na armadilha do "tudo ou nada". Comece de algum ponto
e vá aumentando gradualmente.
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Quinto Passo
Os dez passos do Método Vou Ser Delegado
5º PASSO: Escolha o Melhor Ambiente de Estudos
Nas pesquisas para a elaboração deste e-book, li um livro escrito pelo 
jornalista americano Benedict Carey, denominado How We Learn. Pelo que 
eu saiba, não existe a versão dele em português, mas se você entende 
inglês, vale a pena dar uma olhada.
Carey descreve vários aspectos da forma como aprendemos e dá muitas 
dicas bacanas. Em um dos capítulos, ele fala do ambiente de estudo. 
Segundo a visão dele, o aluno deve variar constantemente os locais de 
estudo para que haja novos estímulos e para que não gere tédio.
Mas, nem todos os professores concordam com isso. Em geral, ensina-se 
que o aluno deve manter o mesmo local de estudo para que o hábito seja 
solidificado, e para que a memória seja relacionada também ao aspecto 
espacial. Nesse sentido, o Dr. Marty Lobdell possui um vídeo no YouTube 
denominado Study Less, Study Smart, onde ele explica que o local de 
estudo deve ser específico para isso. Ou seja, não se deve estudar no 
quarto ou na sala de TV, ou na cozinha. Porque, segundo ele, o ambiente 
interfere no nosso rendimento.
Ele dá um exemplo interessante. Quando conversamos face a face com 
alguém, respondemos às perguntas feitas de forma verbal. Quando 
estamos em grupo e alguém faz uma pergunta, a resposta é dada com o 
levantar das mãos. Isso porque, a depender do ambiente em que 
estivermos, os estímulos geram diversas formas de reação.
48 
De fato, o mais indicado é ter um local específico para estudar, e esse local não 
pode ser o seu quarto, por exemplo. E a razão é muito simples. No quarto 
você dorme, assiste a TV, faz amor, conversa com seus familiares. Não é o 
ambiente que o seu cérebro aceite como um estímulo à concentração 
aos estudos.
Aqui em casa eu tenho o privilégio de ter um escritório. A mágica disso é que, 
quando eu fecho a porta, ninguém me incomoda. Sim, porque ao fechar a 
porta, sinalizo para a minha esposa e para a secretária que não quero ser 
incomodado. E casamento não é sinônimo de falta de privacidade, 
concordam?
Só que na época de estudos para concursos eu morava com a minha mãe e mais 
dois irmãos, além de um sobrinho. Lá, não tínhamos um escritório ou um 
cômodo reservado para estudar. Na verdade, nós dividíamos os quartos. 
Você acha, sinceramente, que eu conseguiria estudar nesse ambiente? Eu 
tive que achar uma solução, e achei nas bibliotecas da minha cidade. Eu estudei 
em praticamente todas elas. Também, usei salas de estudos de cursinhos. 
Mas, eu evitava ficar em casa.
Sair de casa é muito bom porque envolve aspectos psicológicos e sociais 
importantes. O aspecto psicológico se relaciona, principalmente, com os 
alunos que estão sem trabalhar. Sair de casa gera sensação de “ocupação”, de 
rotina. Em relação ao aspecto social, que é consequência, as pessoas te 
enxergam com uma pessoa ocupada. A pressão social tende a diminuir. 
Ficar em casa é mais cômodo, mas pode ser um veneno.
Eu entendo que muitos alunos residem em cidades pequenas, sem 
bibliotecas públicas, e isso, em geral, impede a aplicação prática do que 
estou dizendo. A solução pode ser usar espaços de escolas públicas ou 
mesmo de outros órgãos públicos. Veja se na prefeitura da sua cidade não existe 
um local para estudo, por exemplo. Na pior das hipóteses, vá para a casa de um 
parente ou amigo, só para ter a desculpa de sair de
49 
casa.
Entenda que o mais importante é a criação de uma rotina que se pareça, ao 
máximo, com uma ocupação, com uma profissão. Isso porque as pessoas 
enxergam nos concurseiros, principalmente naqueles que não trabalham, 
pessoas desocupadas e que “só estudam”. Percebam, portanto, que ao criar 
essa rotina de acordar, sair de casa e voltar para casa, gera benefícios que 
vão além do aspecto pedagógico e de como o cérebro funcional e coisa e tal.
Agora, cada pessoa tem suas próprias características. Pode ser que você 
não tenha se identificado com nada do que falei. Pode ser que você tenha 
um ambiente de estudos na própria casa e que se sinta muito produtivo 
nele. Excelente, você tem menos um problema com que se preocupar! 
Quem sabe, essa dica ainda seja válida para que você use locais diferentes 
apenas nos finais de semana.
Agora, cuidado! Usar bibliotecas e salas de estudo pode ser bastante 
perigoso, se você perde muito tempo com conversas de corredor. Ao sair de 
casa, você, naturalmente, vai se socializar. Controle seu tempo e respeito-o 
religiosamente. Se você separou cinco minutos para o cafezinho, respeite 
esse limite.
Na minha época de estudos, eu percebia que muitos estudantes iam para a 
biblioteca para paquerar, jogar conversa fora, e por aí vai. Ficam lá por 
horas e depois voltavam para casa. Talvez porque queriam apenas mostrar 
para os familiares que estavam cumprindo uma rotina de estudos. Não se 
engane. Controle seu tempo e sua língua.
Evite as distrações
Eliminar as distrações é um elemento importante no seu ambiente de 
estudo. A primeira coisa é desabilitar as redes sociais. Apenas exclua o 
ícone da página de entrada do seu celular que o aplicativo ficará apenas
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desabilitado. Depois, você volta à app store e reabilita tudo de novo. Você não 
perde as informações e nem é cancela sua conta na rede social. Eu faço isso 
sempre que estou trabalhando, estudando ou preparando material. É incrível o 
tempo que a gente perde com as redes sociais.
Comunique a todos os seus amigos e familiares sobre os seus horários de 
estudo. Deixe claro que esse momento é sagrado e reaja de forma firma 
contra quemnão o respeita.
Por isso, reafirmo que a melhor coisa é você sair de casa. Na biblioteca ou na 
sala de estudo o ambiente e as pessoas já estão com essa mentalidade. Menos 
um problema para se preocupar.
Parceiro de estudo e grupos do Whatsapp
Muitos alunos me questionam se o estudo em grupo, seja real ou virtual, é 
proveitoso. A resposta é sim e não. Não como regra. O estudo diário, 
habitual, deve ser solitário. Daqui a pouco vou falar do estudo passivo e do 
estudo ativo e você vai compreender que o estudo passivo, que é o avanço na 
matéria, deve ser feito pelo estudo individual.
Já o e estudo em grupo ou mesmo os grupos do Whatsapp podem ser úteis 
quando os participantes possuem objetivos claros com o grupo. Por exemplo, 
se o grupo for usado aos finais de semana para debater uma prova ou uma 
bateria de questões. O que ocorre é que a maioria das pessoas não tem foco. 
Então, a gente acaba perdendo muito tempo com conversas paralelas.
Então, se você tem uma galera legal, focada e com objetivos claros, grupos 
(reais ou virtuais) podem ser bastante úteis. Mas, use com moderação.
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Alerta!
Sair de casa pode dar uma sensação de ocupação,
gerando bons efeitos psicológicos.
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Sexto Passo
Os dez passos do Método Vou Ser Delegado
6º PASSO: Decodificação da Informação
Quando você estuda, você sempre começa por inserir novas informações 
no seu cérebro, um processo conhecido como encoding. Basicamente, 
quando você presta atenção à informação, você a está decodificando. Ler, 
assistir a aula e tomar notas são formas de decodificação, onde as 
informações estão sendo decifradas pela sua mente.
Muito bem. Eu defendo que o processo de estudo deve ser divido em três 
partes: decodificação, recuperação e internalização. Falaremos da 
recuperação e internalização nos próximos capítulos.
Na primeira etapa, decodificação, você deve realizar as seguintes 
atividades: ler (ou assistir), entender, resumir e fazer perguntas.
Ler (ou assistir) e entender
A decodificação é um trabalho, portanto é uma atividade ativa. Quando eu 
digo, portanto, que a primeira parte do estudo é decodificação, 
simplesmente quero dizer que você estará recebendo a informação. Mas, 
para que você ganhe essa informação com qualidade e entendimento você 
deve se esforçar.
Para que a DECODIFICAÇÃO ocorra, você deve se envolver com a leitura. 
E como fazer isso?
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Vejamos o seguinte texto retirado do meu e-book de Direito Penal. Leia o 
texto até o final, sem regressão e sem paradas.
Crimes Formais
"No crime formal (de consumação antecipada ou de resultado cortado) os tipos penais 
descrevem uma ação e um resultado material possível, mas não exige tal resultado para 
sua consumação. É o que o ocorre na extorsão mediante sequestro (Art. 159, CPB). 
O tipo descreve a seguinte ação: “Sequestrar pessoa com o fim de obter, para 
si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate”.
Note que o agente sequestra pessoa com uma determinada finalidade – obter vantagem 
como condição ou preço do resgate -, mas não há necessidade que o criminoso, 
efetivamente, receba o resgate para que se faça consumado o crime em tela (resultado 
material). A extorsão mediante sequestro consuma-se com a privação da liberdade da 
vítima, independentemente da obtenção da vantagem pelo agente. Nesse caso, um 
possível resultado material, apesar de não influenciar na adequação típica, poderá 
influenciar o juiz na dosimetria da pena (aplicação da pena). 
Esses dias eu estava vendo no noticiário que um médico cirurgião de um hospital 
conveniado ao SUS estava exigindo dinheiro dos pacientes para realização da 
cirurgia. Caso o valor não fosse pago, o paciente perderia a vez na fila. A cirurgia 
já seria paga pelo SUS, mas mesmo assim médico faz a sórdida exigência.
Veja o que diz a lei: Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida (Concussão, art. 316 do CPB).
Vamos supor que o paciente (no caso, vítima do crime) negue-se a pagar o 
valor exigido e comunica o fato à polícia. Você, como Delegado, o indiciaria 
pela concussão consumada ou tentada?
O caso é de concussão consumada, por se tratar de crime formal. Perceba que se o 
resultado material (naturalístico) ocorrer será mero exaurimento do crime, leia-se, não 
poderá ser considerado para aumentar a pena, a menos que seja descrito na lei como tal." 
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Muito bem. Agora, eu vou repetir o texto com algumas anotações para 
que você entenda decodificação que ocorre na nossa mente. Vamos lá:
Crimes Formais
No crime formal (de consumação antecipada ou de resultado cortado)
os tipos penais descrevem uma ação e um resultado material possível, mas 
não exige tal resultado para sua consumação. É o que o ocorre na extorsão 
mediante sequestro (Art. 159, CPB).
- Neste parágrafo, entendi o conceito de crime formal.
O tipo descreve a seguinte ação: “Sequestrar pessoa com o fim de obter, 
para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do 
resgate”.
-Neste parágrafo, entendi que o exemplo do crime de extorsão mediante
sequestro como crime formal.
Note que o agente sequestra pessoa com uma determinada finalidade – 
obter vantagem como condição ou preço do resgate -, mas não há 
necessidade que o criminoso, efetivamente, receba o resgate para que se 
faça consumado o crime em tela (resultado material). A extorsão mediante 
sequestro consuma-se com a privação da liberdade da vítima, 
independentemente da obtenção da vantagem pelo agente. Nesse caso, um 
possível resultado material, apesar de não influenciar na adequação típica, 
poderá influenciar o juiz na dosimetria da pena (aplicação da pena).
- Neste parágrafo, entendi quando ocorre a consumação nesses crimes.
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Esses dias eu estava vendo no noticiário que um médico cirurgião de um 
hospital conveniado ao SUS estava exigindo dinheiro dos pacientes para 
realização da cirurgia. Caso o valor não fosse pago, o paciente perderia a vez 
na fila. A cirurgia já seria paga pelo SUS, mas mesmo assim médico faz a sórdida 
exigência.
Veja o que diz a lei: Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem 
indevida (Concussão, art. 316 do CPB).
Vamos supor que o paciente (no caso, vítima do crime) negue-se a pagar o valor 
exigido e comunica o fato à polícia. Você, como Delegado, o indiciaria pela 
concussão consumada ou tentada?
O caso é de concussão consumada, por se tratar de crime formal. Perceba que 
se o resultado material (naturalístico) ocorrer será mero exaurimento do crime, 
leia-se, não poderá ser considerado para aumentar a pena, a menos que seja 
descrito na lei como tal.
- Nestes parágrafos, entendi que a mesma concepção se aplica ao crime de
concussão.
A DECODIFICAÇÃO DEVE "DESLIZAR NO GELO"
Na medida em que você vai lendo e entendendo a informação, ocorre a 
decodificação. É óbvio que você não fica pensando que “neste parágrafo você 
entendeu isso ou aquilo”. Isso acontece em nossas mentes sem que 
percebamos. Só quero chamar a atenção para o processo em si. O grande erro 
das pessoas é tentar fazer os três trabalhos ao mesmo tempo. Quero dizer, elas 
leem o texto (ou assistem a aula), ao mesmo tempo em que querem evocar 
e internalizar a informação. Os processos, como veremos, devem ser 
apartados, e devem ser, além disso, abordados em momentos diferentes e com 
táticas distintas.
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Neste primeiro momento, você deve apenas seguir DESLIZANDO NO 
GELO. É isso mesmo. Decodificar é deslizar no gelo. Ou seja, a leitura deve 
ser fluída, fluente, sem percalços.Para-se aqui e ali somente para se 
certificar de que compreendeu cada parágrafo. Em seguida, continua a 
caminhada. Não se preocupe em memorizar qualquer coisa neste 
momento. Você está apenas avançando e entendendo, avançando e 
entendendo, avançando e entendendo. Está deslizando no gelo.
A técnica de resumo
Durante esse momento em que você está avançando e entendendo 
(deslizando no gelo), a tendência a perder a concentração é muito grande. 
Por isso, defendo que o aluno deve estudar escrevendo e, se possível, 
falando em voz alta, pois você ocupa mais áreas do seu cérebro na 
atividade e isso ajuda a manter concentração.
Quando eu digo isso, as respostas que mais escuto são:
• Resumir toma muito tempo
• Meus resumos ficam muito grandes
• Eu prefiro grifar
• Eu não sei resumir
• etc.
Dentro do método Vou Ser Delegado eu enfatizo muito a necessidade de criar 
os próprios resumos. Ouço muitos alunos afirmarem que não sabem resumir; 
que não sabem o que deve conter no resumo; que seus resumos acabam 
ficando grandes etc. Bom, esse já foi um problema meu também. Quando não 
dominamos a matéria, é natural essa sensação. Só que tudo na vida é prática. 
Na medida em que vamos praticando, tendemos a melhorar.
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Importância dos resumos no método VSD
O VSD dá muita importância às revisões. Elas exercem uma função 
fundamental no processo de estudo. Tanto que eu costumo dizer que “quem não 
revisa, não estuda”. O método, portanto, considera que a revisão deve ser 
diária. A técnica da micro revisão diária, que você aprenderá neste livro, é o 
grande pulo do gato nos seus estudos. Só que essas micro revisões não são 
realizadas com a releitura do material simplesmente. Obrigatoriamente você 
deve ter um material para que sua revisão seja dinâmica, e isso só é possível 
com resumos. Assim, fazer resumos (e não apenas grifar) é essencial 
para que você consiga criar os movimentos de avançar e retroceder de 
forma mais inteligente, ágil e eficaz.
Deste modo, caso você não estude fazendo resumos, deverá começar a 
partir de agora. Eu vou te ajudar nesse processo, não se preocupe.
Resumos são demorados e incompletos?
Existem duas preocupações básicas em relação aos resumos: eles são 
demorados para fazer e acabam ficando incompletos.
As duas situações são parcialmente verdadeiras. De fato, se o aluno ler e 
resumir vai gastar mais tempo comparado com a mera leitura. Também, 
como ele não pode colocar tudo que está no material em seu resumo, ele 
acaba ficando incompleto, pois deixaria de ser um resumo e transformaria em 
transcrição. Mas essas duas coisas não são desvantagens. Ao contrário, 
são vantagens que podem ser usadas em benefício dos seus estudos. 
Quero que você comece a pensar fora da caixinha. Se ficar pensando 
como a maioria, vai ficar como a maioria. E, pelo que eu saiba, quem passa 
em concurso é a minoria.
Tornando os resumos mais ágeis
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No programa META os alunos podem escolher uma modalidade do 
programa no qual eles têm o direito a uma conversa por Skype comigo. 
Adoro esse contato com os alunos, e acabo fazendo muitas amizades no 
Brasil todo. Durante essas conversas, eu abordo todos esses pontos dos 
quais estamos tratando neste livro. Por isso, eu acabo recebendo muitas 
informações sobre como as pessoas têm estudado. Isso se torna uma mina de 
ouro de informações para mim. Eu ensino e aprendo. Acredito que venho 
aprendendo mais do que ensinando.
Esses problemas relacionados aos resumos que listei acima são quase 
sempre mencionados pelos alunos, o que me fez pensar muito sobre como 
melhorar esse ponto no programa. Assim, eu desenvolvi uma metodologia de 
resumo que a torna mais ágil e eficaz. Mas antes, eu quero que você 
compreenda que resumos são o que são, ou seja, são extrações das ideias 
principais do que você está estudando.
O grande erro que percebo em meus alunos é que alguns deles - e, 
provavelmente, você também - confundem resumir com transcrever. Eu 
mencionei o atendimento pelo Skype porque eu sempre peço para o aluno ler 
pra mim trechos dos resumos que ele tem feito. Quase sempre eu 
identifico esse mesmo problema: os alunos transcrevem o material ao invés de 
fazerem efetivos resumos.
Só que o que você precisa entender é que RESUMOS SÃO 
INCOMPLETOS, e devem ser assim. Mas, Valente, se meus resumos forem 
incompletos, meus estudos não ficarão incompletos? Não, sabe por quê? 
Porque eles serão sempre ALIMENTADOS com informações direcionadas para 
a sua prova. E como se faz isso? Vamos aprender mais a frente.
O que colocar e o que não colocar no resumo
Aqui a dica é muito simples: não pense muito nas dificuldades. Faça seus 
resumos e vá andando. Os ajustes no caminho são comuns.
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Em geral, eu coloco as seguintes informações:
a) Conceituações e nomenclaturas em geral;
b) Classificações;
c) Comparações e diferenciações;
d) Informações que resolvem uma situação prática.
Existem duas técnicas básicas: o resumo com anotações de ideias 
principais de cada parágrafo, e a formulação de perguntas sobre essas 
ideias. Eu prefiro esta última.
Vou aproveitar aquele mesmo extrato sobre o qual trabalhamos acima. Vou 
fazer todo o processo juntamente com você, mas também gravei um vídeo 
bastante detalhado para que você entenda em passo a passo o que estou 
te explicando. Não deixe de assistir ao vídeo, pois é muito importante que 
você faça tudo certinho.
"Crimes Formais
No crime formal (de consumação antecipada ou de resultado cortado) os tipos penais 
descrevem uma ação e um resultado material possível, mas não exige tal resultado para 
sua consumação. É o que o ocorre na extorsão mediante sequestro (Art. 159, CPB). 
O tipo descreve a seguinte ação: “Sequestrar pessoa com o fim de obter, para 
si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate”.
Note que o agente sequestra pessoa com uma determinada finalidade – obter vantagem 
como condição ou preço do resgate -, mas não há necessidade que o criminoso, 
efetivamente, receba o resgate para que se faça consumado o crime em tela (resultado 
material). A extorsão mediante sequestro consuma-se com a privação da liberdade da 
vítima, independentemente da obtenção da vantagem pelo agente. Nesse caso, um 
possível resultado material, apesar de não influenciar na adequação típica, poderá 
influenciar o juiz na dosimetria da pena (aplicação da pena). 
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Esses dias eu estava vendo no noticiário que um médico cirurgião de um hospital 
conveniado ao SUS estava exigindo dinheiro dos pacientes para realização da 
cirurgia. Caso o valor não fosse pago, o paciente perderia a vez na fila. A cirurgia 
já seria paga pelo SUS, mas mesmo assim médico faz a sórdida exigência.
Veja o que diz a lei: Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida (Concussão, art. 316 do CPB).
Vamos supor que o paciente (no caso, vítima do crime) negue-se a pagar o 
valor exigido e comunica o fato à polícia. Você, como Delegado, o indiciaria 
pela concussão consumada ou tentada?
O caso é de concussão consumada, por se tratar de crime formal. Perceba que se o 
resultado material (naturalístico) ocorrer será mero exaurimento do crime, leia-se, não 
poderá ser considerado para aumentar a pena, a menos que seja descrito na lei como tal." 
Resumo descritivo
- Crimes Formais: a lei descreve resultado material, mas a consumação é
antecipada. 
- Exemplos: extorsão (CP, art. 159) e concussão (CP, art. 316).
- Se o resultado ocorrer será mero exaurimento.
O melhor é transformar essas informações em perguntas, pois a revisão 
ficará mais ativa. Por isso, uma segunda opção

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