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Tutela Cautelar Antecedente

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Itaúna/Mg 
2017 
 
UNIVERSIDADE DE ITAÚNA 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO 
 
 
 
Ana Paula Macedo de Souza 
André Luiz de Oliveira 
Emiliane Danielle Prado 
Felipe Faria Campelo 
Izabella Silva Sousa 
Jaqueline Duarte Gaia 
Lara Diana Reis Oliveira 
Marcelo Ribeiro Silva 
Mauro Lúcio Ribeiro de Carvalho Filho 
Orly Valentim Júnior 
Paloma Fernanda de Oliveira 
Patrícia Nogueira 
Rafaella Santos da Silva 
 
 
TUTELA CAUTELAR 
Itaúna/Mg 
2017 
Ana Paula Macedo de Souza 
André Luiz de Oliveira 
Emiliane Danielle Prado 
Felipe Faria Campelo 
Izabella Silva Sousa 
Jaqueline Duarte Gaia 
Lara Diana Reis Oliveira 
Marcelo Ribeiro Silva 
Mauro Lúcio Ribeiro de Carvalho Filho 
Orly Valentim Júnior 
Paloma Fernanda de Oliveira 
Patrícia Nogueira 
Rafaella Santos da Silva 
 
 
TUTELA CAUTELAR 
 
 
 
Relatório técnico apresentado como 
avaliação referente à primeira prova da 
disciplina de Processo Civil IV do Curso 
de Graduação em Direito, pela 
Universidade de Itaúna/MG. 
Professor: Márcia Pereira Costa 
 
 
 
 
 
Itaúna/Mg 
2017 
 
Sumário 
 
1. Introdução 
2. Análise doutrinária 
2.1. Sob o prisma do processualista Elpídio Donizete 
2.2. Sob a ótica dos processualistas Fredie Didier Júnior, Paula Sarno Braga e 
Rafael Alexandria de Oliveira 
3. O aditamento da causa de pedir 
4. Da fungibilidade da tutela provisória 
5. Da audiência de conciliação 
6. Da possível reparação do dano no julgamento de mérito improcedente 
7. Da responsabilidade 
8. Referências Bibliográficas 
 
Itaúna/Mg 
2017 
 
 
2. ANÁLISE DOUTRINÁRIA 
 
2.1. Sob o prisma do processualista Elpídio Donizete 
 
Tutelas jurisdicionais são idôneas e visam assegurar o direito. 
O processo cautelar, como instituto autônomo, não consta do novo CPC, o 
fato de ter suprimido a autonomia em nada interfere na tutela cautelar todas são 
concedidas com base no poder geral de cautela. 
A existência da tutela de urgência de natureza cautelar se justifica pela 
natural demora na atuação e satisfação do direito por meio do processo de 
conhecimento, surgindo então às medidas cautelares como forma de garantir a 
efetividade da tutela pleiteada, a tutela cautelar poderá ser concedida em caráter 
incidental ou antecedente utilizando da forma instrumental, porquanto objetiva 
assegurar a utilidade do processo em qualquer de suas fases, afastando, assim, o 
risco de inocuidade da prestação jurisdicional. 
Em caráter exemplificativo, o art. 301 do novo Código elenca o arresto, o 
sequestro, o arrolamento de bens, o registro de protesto contra alienação para 
assegurar o direito afirmado no processo, mas qualquer outra medida útil a tal 
finalidade pode ser concedida. 
 
Os requisitos da petição inicial da tutela cautelar antecedente 
 
A petição que veicula o pedido de tutela cautelar em caráter antecedente seja 
mais simplificada. Embora não conste do art. 305, a petição inicial deve conter os 
requisitos do art. 319, uma vez que será essa petição que instaurará a relação 
processual. 
Quando da formulação do pedido principal no aditamento ou complementação 
– há que se complementar os requisitos faltantes, conforme art. 308, § 2º. 
Juízo competente - Deve indicar o juízo ao qual é dirigida. Lembrando que o 
pedido de tutela cautelar pode ser formulado perante juízo monocrático de primeiro 
grau ou em tribunal, nos casos de competência originária. 
Itaúna/Mg 
2017 
 Identificação das partes - Deve-se constar da petição inaugural – é essa 
petição veiculadora do pedido de tutela cautelar antecedente que vai inaugurar ou 
instaurar a jurisdição o nome e qualificação das partes, isto é, de quem pede e 
contra quem é pedida a tutela cautelar e, de futuro, será requerida a tutela principal. 
Os legitimados (requerente, requerido e eventualmente um terceiro interveniente) 
serão aqueles que têm pertinência subjetiva com o direito substancial objeto da 
asseguração e que será acertado ou realizado. Consoante disposto no art. 319, II, a 
petição inicial indicará: “os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união 
estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a 
residência do autor e do réu”. 
A lide e seu fundamento - Para possibilitar a aferição da probabilidade do 
direito substancial (fumus boni iuris), além de outros requisitos que autorizam a 
apreciação do mérito (legitimidade e interesse, por exemplo), exige-se a indicação 
da lide principal (pretensão resistida), bem como os fundamentos do pedido, a 
exposição sumária do direito (substancial) que se objetiva garantir, além da 
demonstração do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo (art. 305). 
A exposição sumária do direito ameaçado e o perigo de dano ou de risco ao 
resultado útil do processo - Correspondem ao fumus boni iuris e ao periculum in 
mora. O primeiro relacionasse com a probabilidade da existência do direito afirmado 
pelo requerente da medida. O segundo tem relação com o perigo de dano ao direito 
(objeto do pedido principal) caso a prestação jurisdicional venha a ser concedida 
apenas ao final da demanda. Trata-se de requisitos da ação cautelar; dos elementos 
que devem ser comprovados para se obter a concessão da tutela cautelar. 
O pedido de tutela cautelar - formulado nessa fase, deve decorrer 
logicamente do direito ameaçado e do perigo da demora na prestação jurisdicional. 
A providência deve ser adequada para acautelar o direito substancial que será 
postulado no pedido principal. 
Valor da causa - as custas serão pagas quando do ajuizamento da ação, isto 
é, do protocolo da petição contendo o pedido de cautelar antecedente, assim, 
indispensável é o valor da causa, que servirá de base de cálculo para o pagamento 
do tribuno (taxa judiciária e outras despesas iniciais). 
Itaúna/Mg 
2017 
Provas - Havendo provas do fumus boni iuris e do periculum in mora, deve o 
autor com elas instruir a petição inicial. Tais elementos são relevantes para se 
aquilatar, de plano, os requisitos para deferimento liminar da tutela cautelar. A 
inexistência de provas documentais não inviabiliza o pedido de tutela cautelar 
antecedente, mas pode ensejar a necessidade de justificação prévia. Por ocasião do 
aditamento o autor poderá o juntar outros documentos pertinentes ao pedido 
principal. 
 
2.2. Sob a ótica dos processualistas Fredie Didier Júnior, Paula Sarno Braga e 
Rafael Alexandria de Oliveira 
 
É importante pontuar aqui, que na forma do artigo 294, CPC, a tutela 
provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. As tutelas provisórias de 
urgência (satisfativa ou cautelar) pressupõem a demonstração de “probabilidade do 
direito” e do “perigo da demora” (artigo 300 CPC). 
Ressalte-se que a tutela provisória de urgência pode ser requerida em caráter 
antecedente ou em caráter incidente (artigo 294, p. único, CPC), tema este de nosso 
estudo (grifo nosso). 
A tutela provisória antecedente é aquela que inicia o processo em que se 
pretende, no futuro, pedir a tutela definitiva. Em tese, é requerimento anterior à 
formulação do pedido de tutela definitiva e tem por objetivo adiantar seus efeitos 
(satisfação ou acautelamento). Primeiramente pede-se a tutela provisória; só depois, 
pode-se a tutela definitiva. 
No que pese a temática de nosso estudo, tutela provisória cautelar 
antecedente é requerida dentro do mesmo processo em que se pretende, 
posteriormente, formular o pedido de tutela definitiva, cautelar e satisfativa. 
Seus objetivos são a) adiantarprovisoriamente a eficácia da tutela definitiva cautelar 
e; b) assegurar a futura eficácia da tutela definitiva satisfativa. 
 Não obstante, a tutela provisória é amplamente cabível no procedimento 
comum do CPC (artigo 318 CPC) e também no procedimento das leis dos Juizados 
Especiais Cíveis. 
 
Segundo Athos Gusmão Carneiro, a antecipação da tutela 
provisória), a princípio não teria cabimento no procedimento 
Itaúna/Mg 
2017 
dos Juizados Especiais (Estaduais e Federais), tendo em vista 
a principiologia que informa este procedimento. Mas, na prática 
forense, não é isso que se tem observado. Os juízes têm 
lançado mão do instituto, para conceder tutela de urgência pelo 
fato de que, rapidamente, os juizados ficaram congestionados 
e seu procedimento tornou-se mais lento do que o esperado. 
 
 Conforme pontuado anteriormente, a tutela provisória antecedente só pode 
ser requerida in limine litis, na petição inicial do processo em que se pretende 
formular, no futuro, o pedido de tutela definitiva, ainda que sua concessão se dê 
mediante justificação prévia ou oitiva da outra parte (artigo 303, § 6.º, CPC). Isso, 
porém, não quer dizer que será decidida liminarmente, isto é, antes da citação e 
oitiva do requerido – é possível, por exemplo, a designação de justificação prévia 
(artigo 300, § 2.º, CPC). 
 É plausível enfatizar que assim, a tutela provisória de urgência antecedente é 
requerida liminarmente, mas não necessariamente será decidida liminarmente, 
assim sendo, poderá ser concedida liminarmente quando o perigo da demora estiver 
configurado antes ou durante o ajuizamento da demanda. 
 No que concerne a concessão da cautelar ou satisfativa (antecipada) 
pressupõe, genericamente, a demonstração da probabilidade do direito 
(tradicionalmente conhecida como “fumus boni iuris”) e, junto a isso, a demonstração 
do perigo de dano ou de ilícito, ou ainda do comprometimento da utilidade do 
resultado final que a demora do processo representa (tradicionalmente conhecido 
como “periculum in mora”) artigo 300, CPC. 
 No tocante a limitação do autor ante a situação de urgência, já existente no 
momento da propositura da ação, justifica-se na peça exordial os seguintes 
apontamentos: a) requerer a tutela antecipada; b) indicar o pedido de tutela definitiva 
– que será formulado no prazo previsto em lei para o aditamento; c) expor a lide, o 
direito que se busca realizar (e sua probabilidade), e o perigo da demora (artigo 303, 
caput, CPC); d) indicar o valor da causa considerando o pedido de tutela definitiva 
que pretende formular (artigo 303, § 4.º, CPC) e, enfim, f) explicitar que pretende 
valer-se do benefício da formulação do requerimento de tutela antecipada em 
caráter antecedente, nos moldes do caput 303, CPC (artigo 303, § 5.º, CPC). 
Itaúna/Mg 
2017 
Continuando com os ensinamentos dos processualistas supramencionados, 
entendemos que para a concessão, há um procedimento próprio tipificado nos 
artigos 305 e seguintes do CPC. 
No que toca a exordial, além de ser escrita deve preencher os requisitos do 
artigo 319, I, II, V e VI do referido codex, deve conter: a) requerimento de concessão 
de tutela provisória cautelar , em caráter antecedente – a ser confirmada em caráter 
definitivo -, se for o caso, liminarmente ou mediante justificação prévia (artigo 300, § 
2.º, CPC); b) indicação da lide, seu fundamento e exposição sumária da 
probabilidade do direito que se busca acautelar; e c) demonstração do perigo da 
demora (artigo 305 e seguintes, CPC). 
Ao fazer o juízo de admissibilidade inicial, o juiz poderá determinar a emenda 
da inicial, na forma do artigo 321, CPC, indeferi-la, nos casos do artigo 330, CPC, ou 
simplesmente deferi-la se estiver totalmente regular e em termos. 
Deferida a petição inicial, o juiz deverá: a) julgar o requerimento liminar de tutela 
cautelar, se assim formulado, ou mediante justificação prévia, se necessária; b) 
ordenar o cumprimento da medida (se deferida); bem como c) determinada a citação 
do réu para, no prazo de cinco dias, caso queira, contestar o pedido e especificar 
provas que pretende produzir (artigo 306, CPC). 
Não contestado o pedido de tutela cautelar antecedente, fica configurado a 
revelia, e os fatos alegados até então pelo autor serão tomados como ocorridos, de 
forma que o juiz proferirá decisão definitiva sobre o pedido cautelar no prazo de 
cinco dias (artigo 307 CPC). A presunção de veracidade desta revelia segue o 
regime jurídico geral, tipificado no rol taxativo do artigo 344 CPC. 
Promovida efetivação, com emprego de qualquer medida adequada para 
tanto (ex.: arresto, sequestro, arrolamento de bens e registro de protesto contra 
alienação de bens), começará a correr prazo de trinta dias para que o autor formule 
o pedido de tutela definitiva satisfativa (denominado “Pedido principal”) e adite a 
causa d pedir correlata, sob pena de cessação da eficácia da medida cautelar (artigo 
308, caput e § 2.º, 309, I, CPC). O prazo será contado da data em que foi praticado 
o primeiro ato de efetivação da medida. Não se exige o adiantamento de novas 
custas processuais (artigo 308, caput, CPC). 
A tutela cautelar é autônoma em relação a tutela satisfativa, contendo mérito 
próprio (pedido e causa de pedir). Essa autonomia também se destaca quando se 
Itaúna/Mg 
2017 
percebe que o resultado do julgamento da demanda cautelar não influência o 
resultado do julgamento da demanda satisfativa. Àquele que venceu a cautelar pode 
sair vencido no pedido principal e vice-versa. A cautelar é procedente ou 
improcedente pelos próprios fundamentos e não em função do mérito da demanda 
principal e satisfativa. (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Processo Cautelar, 22 ed., 
cit., p. 56 e 59). 
 
 
3. O ADITAMENTO DA CAUSA DE PEDIR 
 
Assegurado a existência do fumus boni juris e do periculum in mora na 
petição inicial, com base, art. 305/ CPC, concedida em a tutela em caráter 
antecedente, terá o prazo de 30 dias, sob pena de cessa-lo (art. 309, inc. II). 
Decorrido tal prazo, com sua efetivação, o autor formulará o pedido de tutela 
definitiva satisfativa “pedido principal” e aditará a causa de pedir correlata (art. 308 
inc. II). 
Não obstante, a não concretização da efetivação da medida, será imputável 
ao requerente e presumir-se-á que cessou o risco. 
Recebido o pedido de tutela definitiva satisfativa, o juiz intimará as partes 
para comparecer à audiência de conciliação ou de mediação (art. 334) 
 
4. DA FUNGIBILIDADE DA TUTELA PROVISÓRIA 
O Código de Processo Civil, unificou os pressupostos para a concessão das 
tutelas de urgência prevendo regime comum em caráter incidental. Destaca-se, que 
a fungibilidade da tutela pode ser vista sob dois aspectos: entre as tutelas cautelares 
e antecipadas, bem como as tutelas cautelares entre si. 
 Todavia, sobre o aspecto, de fungibilidade entre as tutelas cautelares e as 
tutelas antecipadas, ambas, o “fumus” consiste na probabilidade do direto da parte. 
Entretanto, institui regimes diferenciados. Isto é, em se tratando de tutela de 
urgência antecipada (satisfativa), preceitua-se o artigo 303 e seguintes do CPC. Já 
no caso de tutela de urgência cautelar, aplica-se a disposto do artigo 305 e 
seguintes CPC. 
Itaúna/Mg 
2017 
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de 
tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu 
fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva 
assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do 
processo. 
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se 
refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o 
disposto no art. 303. 
 
Assim, uma vez requerida a tutela cautelar em caráterantecedente, caso o 
juiz entenda que sua natureza é satisfativa (antecipatória), poderá assim recebê-la, 
desde que seguindo o rito correspondente. 
Para Daniel Amorim, entende que o princípio da fungibilidade deve ser 
aplicado à luz do princípio da adstrição do juiz ao pedido da parte, visto que ele não 
reconhece o artigo 305, como dispositivo que legitime o juiz conceder tutela diversa 
daquela que foi pedida, servindo assim como permissivo ao juiz para adequar o 
pedido de urgência formulado a tutela indicada. 
Ao admitir o legislador essa fungibilidade progressiva (da cautelar para a 
satisfativa), deve-se admitir, por analogia, a fungibilidade regressiva (da satisfativa 
para a cautelar), visto que o CPC é omisso. 
 Por conseguinte, se aceita, uma fungibilidade de mão dupla, exigindo-se 
que venha acompanhada da conversão do procedimento inadequado para o 
adequado, conforme discorre Fredie Didier. 
Todavia, para Alexandre Câmara, não trata de fungibilidade, usando a 
expressão “convertibilidade”, pois não é o simples aproveitamento de uma em outra, 
mas sim a conversão de uma em outra. 
Já sob o aspecto de fungibilidade entre as tutelas cautelares entre si, o juiz 
poderá conceder outras medidas, capazes de conservar o direito da parte (artigo 
301 CPC – Rol meramente exemplificativo). Surgindo assim, o poder geral de 
cautela, uma vez que não há processo cautelar autônomo nem procedimentos 
específicos conforme disponha o CPC/73. 
 
 
5. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO 
Itaúna/Mg 
2017 
Como exposto no artigo 308 em seu parágrafo 3º do CPP, cabe audiência de 
conciliação ou mediação após a efetivação da tutela cautelar, serão 
obrigatoriamente intimadas as partes na pessoa de seus advogados para a 
audiência , que seguirá o rito do artigo 334 CPP , não havendo necessidade de nova 
citação do réu. 
 Para maior compreensão, vejamos o que Fredie Didier Junior, Paula Sarno 
Braga e Rafael Alexandria de Oliveira escreveram a respeito do assunto aqui 
comentado: 
“Depois de formulado e recebido o pedido de tutela definitiva 
satisfativa (“pedido principal”), o juiz deverá determinar a 
intimação das partes, na pessoa de seu advogado (ou sociedade 
de advogados) ou pessoalmente, para comparecer a audiência de 
conciliação ou mediação na forma no art. 334, CPC. Não será 
necessária nova intimação do réu (art.308, § 3º, CPC). 
Bibliografia: Didier Jr., Fredier, Curso de direito processual civil, 12ª ed., v2, Editora 
Jus Podivm. 
 
 Tendo em vista o artigo 334 do CPP, só não haverá audiência de conciliação 
se ambas as partes expressamente assim desejarem, ou seja, manifestarem 
desinteresse em conciliar e ainda não haverá audiência de conciliação se não for 
admitida a auto composição. Vale destacar que não havendo a auto composição o 
réu terá o prazo de quinze dias para apresentar contestação, contado na forma do 
artigo 335. 
Imperioso ressaltar que, após a efetivação da tutela cautelar o autor terá que 
no prazo de trinta dias para apresentar o pedido principal, sendo facultado a ele 
formular o pedido principal em conjunto ou não com o pedido de tutela cautelar. E 
dentro da formulação de tal pedido a causa de pedir poderá ser prorrogada. 
 O prazo para contestação ao pedido principal começa a fluir da realização 
da audiência de conciliação ou mediação. 
Na prática, se já tivesse deferido em tutela e a parte já tiver cumprido a 
obrigação precisa de audiência de conciliação? E se o direito discutido for um direito 
indisponível e a parte não quiser conciliar/transigir, como é que funciona. 
A tutela de urgência demanda a ocorrência de providências concretas sendo 
importante que o deferimento da medida redunde na expedição de uma ordem 
judicial que possibilite o cumprimento da decisão (como por exemplo, um oficio ao 
Cartório de Protesto). 
 O parágrafo único do art. 9º excepciona a regra do contraditório para as 
tutelas provisórias fundadas na urgência e na evidência. Assim, quanto às tutelas 
provisórias, em qualquer uma de suas modalidades, a regra é que pode ser 
Itaúna/Mg 
2017 
concedida antes mesmo de ouvir o demandado. Das decisões (interlocutórias) que 
concedem tutela provisória (cautelar ou satisfativa, antecipada ou da evidência) cabe 
agravo de instrumento. As hipóteses de cabimento de agravo de instrumento 
encontram-se previstas, em numerus clausus, no art. 1.015. Logo no inc. I figura a 
decisão interlocutória que versa sobre tutela provisória. O agravo de instrumento não 
tem efeito suspensivo automático, mas o relator pode concedê-lo (art.1.019, I). 
 O § 3º do art. 300 veda a concessão da tutela de urgência de natureza 
antecipada quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
Embora a urgência sirva para qualificar essa modalidade de tutela, o legislador 
supervaloriza a probabilidade. Porque na tutela de urgência, a probabilidade é 
menos acentuada – vez que os requisitos referentes ao fumus boni iuris e ao 
periculum in mora se somam – do que na tutela da evidência, exige-se que os 
efeitos sejam reversíveis. Na ponderação, o provável e urgente vale menos que o 
irreversível. Essa exigência é justificada pela nossa cultura jurídica, que ao longo do 
tempo sedimentou-se no sentido de pressupor que a realização de um direito exige 
tutela definitiva. Exemplo: o autor, em juízo de delibação (provisório), demonstra que 
o réu é culpado pelo acidente automobilístico que o deixou tetraplégico e que tem 
extrema urgência de tratamento de saúde e alimentos. Mesmo assim, seguindo a 
literalidade da lei, não poderia o réu ser compelido a prestar alimentos, já que, em 
razão da situação de carência do autor, uma vez consumidos os alimentos, este não 
teria condições de restituí-los. Há situações em que, não obstante a irreversibilidade 
do provimento a ser concedida a urgência é tão premente que a espera pela 
cognição exauriente é capaz de inviabilizar a própria utilidade da medida. É um caso 
de potencial irreversibilidade para ambas as partes, diante da qual se permite ao 
julgador proceder a um juízo de ponderação e assim propender à proteção daquele 
que, não possuindo o bem da vida naquele momento, sofrerá maior impacto. 
Exemplo: consumidor que precisa fazer uma cirurgia de emergência, mas o 
fornecedor (plano de saúde) alega não haver previsão de cobertura. Nesses casos, 
a jurisprudência entende plausível a mitigação deste requisito negativo, sob a égide 
do princípio da proporcionalidade. 
 A fim de garantir a restituição das partes ao estado anterior, o beneficiário da 
tutela de urgência se obriga a indenizar a parte adversa pelos danos 
experimentados nas seguintes hipóteses, previstas nos incisos do art. 302. 
Itaúna/Mg 
2017 
 O patrimônio do beneficiário da medida responde pelos prejuízos que a 
efetivação da tutela acarretar, sendo estes liquidados nos mesmos autos e 
executados de acordo com as normas estabelecidas para as execuções por quantia 
certa. 
 A responsabilidade será subjetiva ou objetiva, dependendo da hipótese. Nas 
hipóteses dos incs. I e IV a responsabilidade será subjetiva, isto é, o ressarcimento 
do prejuízo dependerá da prova de que o beneficiário da medida agiu com dolo ou 
culpa ao exercer o direito afirmado. Em decorrência dos atributos do direito 
fundamental de ação não se pode cogitar de responsabilidade objetiva pelo simples 
fato de ter movimentado a máquina judiciária com vistas à certificação, com 
consequente antecipação ou acautelamento, de direito controvertido. Nas demais 
hipóteses (incs. II e III), a culpa já está inserida na descrição normativa. 
 Cabe ressalvar que alguns doutrinadores admitem a responsabilidade objetiva 
em qualquer hipótese. Também há precedentes no STJ no sentidode possibilitar a 
responsabilização objetiva pelo simples fato de a antecipação da tutela não ser 
confirmada na sentença. 
6. DA POSSÍVEL REPARAÇÃO DO DANO NO JULGAMENTO DE MÉRITO 
IMPROCEDENTE 
A obrigação de indenizar o dano causado pela execução de tutela antecipada 
posteriormente revogada é consequência natural da improcedência do pedido. De 
acordo com o código processo civil em seu artigo 302 inciso I, o autor responde 
pelos prejuízos causados ao réu devido à efetivação da tutela de urgência. 
“Art. 302. Independentemente da reparação por dano 
processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da 
tutela de urgência causar à parte adversa, se: 
 I - a sentença lhe for desfavorável; ” 
Trata-se de Responsabilidade Objetiva, vez que a conduta do autor não 
depende de comprovação de dolo ou culpa, mas do nexo de causalidade entre sua 
conduta e o dano causado ao réu. Desta forma mesmo o requerente não tendo 
agido com dolo, ele deverá indenizar a requerido. Galeno Lacerda fala a respeito da 
responsabilidade objetiva nas hipóteses do artigo 302 do CPC, quando expõe: 
“Quem tem interesse, para sua conveniência (cômodo), em 
Itaúna/Mg 
2017 
executar a cautelar ou a sentença provisória, suporta a 
inconveniência (incômodo) de indenizar o prejuízo causado, se 
decair da medida ou for vencido na ação. Nada mais certo e 
justo. Tudo não passa de responsabilidade objetiva, decorrente 
de livre avaliação de risco. (...) como consequência lógica 
dessa responsabilidade. Ao réu, sem culpa, é que seria 
sumamente injusto arcar com o dano causado pelo autor.” 
 
 Independe de pronunciamento judicial, dispensando também, por lógica, 
pedido da parte interessada. Com mais razão, essa obrigação também independe 
de pedido reconvencional ou de ação própria para o acertamento da 
responsabilidade da parte acerca do dano causado pela execução da medida.A 
sentença de improcedência, quando revoga tutela antecipadamente concedida, 
constitui, como efeito secundário, título de certeza da obrigação de o autor indenizar 
o réu pelos danos eventualmente experimentados, cujo valor exato será 
posteriormente apurado em liquidação nos próprios autos. 
 A tutela de urgência é deferida por conta e risco do requerente, essa 
responsabilização objetiva tem o objetivo de desmotivar a prática de atos que 
possam causar danos à parte contrária, inspira-se, conforme entendimento 
doutrinário, em princípios diversos daqueles que norteiam as demais disposições 
processuais, as quais buscam reprimir as condutas maliciosas e temerárias das 
partes no trato com o processo, o chamado improbus litigator. Com o objetivo de 
desmotivar a prática de atos que possam causar danos à parte contrária. 
 
8. DA RESPONSABILIDADE 
 
 Conforme observamos no questionamento feito através do referido trabalho, 
notamos que bens públicos são impenhoráveis, ou seja, não pode haver bloqueio de 
valores de entes públicos, mesmo que seja para tratamentos oncológicos. 
 O art. 100 da CF deixa nítido que decisões judiciais referentes a pagamentos 
devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, deverão 
ser efetuadas através de emissão de carta precatória. (Grifo nosso). 
Art. 100. “Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas 
Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de 
sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem 
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos 
créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de 
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pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais 
abertos para este fim. 
 § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos 
titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 
(sessenta) anos de idade, ou seja, portadores de doença 
grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma 
da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais 
débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os 
fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento 
para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem 
cronológica de apresentação do precatório.” 
Nesse caso, é de todo oportuno trazer à baila o entendimento da 
jurisprudência que obtempera: 
TRF-4 - Agravo Legal em Agravo de Instrumento AI 
50226788120144040000 5022678-81.2014.404.0000 (TRF-4) 
Data de publicação: 09/10/2014 
Ementa: AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO PEDIDO 
DE TRATAMENTO DE SAÚDE. PEDIDO DE BLOQUEIO DE 
VALORES. 1. No que concerne às disposições de bloqueio de 
valores, verifica--se tratar de medida frontalmente contrária ao 
art. 100, § 2º , da CF de 1988, bem como o art. 730 do CPC . A 
respeito, importa ter presente que 
os bens públicos são impenhoráveis e, consequentemente, 
insuscetíveis de apreensão, neles incluídos os bens das 
autarquias (in RT 568/107). Nesse sentido, deliberou o Pretório 
Excelso que os bens do então INPS, hoje 
INSS, são impenhoráveis (RE nº 69.010-PE, rel. Min. Cunha 
Peixoto, in RTJ 87/866). Ademais, pacificou-se a jurisprudência 
no sentido de que, inclusive, os créditos alimentícios estão 
sujeitos ao precatório, em razão do disposto no art. 100 da C. 
F. (in Revista Forense, 311/122; 314/94). 2. Mantida a decisão 
agravada. 
Encontrado em: Vistos e relatados estes autos em 
que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 3a. 
Turma. 
 
 
 
 
 
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
DONIZETE, Elpídio. Curso de direito processual civil. Última edição – São Paulo: 
Atlas, 2016. 
DIDIER Jr. Fredie, BRAGA, Paula Sarno e OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso 
de direito processual civil: teoria da prova, direito probatório, ações probatórias, 
decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela – 12. ed. – 
Salvador: Jus Podivm, 2016. 
DIDIER, Fredie Jr. Curso didático de direito processual civil – Teoria da prova, direito 
probatório, decisão, precedente, coisa julgada e tutela provisória. 12. ed. Salvador: 
JusPodivm. 2017 
MONTENEGRO Filho, Misael. Curso didático de direito processual civil. 12. ed. 
reform. e atual. – São Paulo: Atlas, 2016. 
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil. 9. ed. 
Salvador: Juspodivm. 2017 
ORTEGA, Flávia Teixeira. Artigo 515 comentado. Disponível em:> 
https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/artigos/317933437/tutela-provisoria-e-o-novo-
cpc-mudancas-significativas> Acesso em: 19 de agosto de 2017. 
DONIZETTI, Elpídio. – Curso didático de direito processual civil 19. ed. São Paulo: 
Atlas, 2016. 
TARTUCE, Fernanda, DELLORE, Luiz. Manual de prática civil .12. ed. rev. e atual. 
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016.

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