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ASSISTENTE SOCIAL

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RESUMO
Os Assistentes Sociais tem uma grande importância para a nossa sociedade, mas quando se é perguntado para uma pessoa que não tenha um contato próximo com alguém que exerça essa profissão o que faz esse profissional, em sua maioria, a resposta será “tirar dos pais a guarda da criança”. Nesse projeto, abordo sobre outras vertentes, o que mais um Assistentes Sociais pode fazer, e de que maneira faria. 
Palavras-chave: Assistentes Sociais; Profissão.
INTRODUÇÃO 
Os Assistentes Sociais são profissionais que durante ou após a sua graduação (em Serviço Social), irão atuar defendendo os direitos de humanos e achando uma maneira de possibilitar o acesso da sociedade a políticas sociais como a saúde, previdência social, assistência social, educação e cultura. 
Com base em uma entrevista que fiz com pessoas próximas a mim que cursam Serviço Social, cheguei à conclusão de que esses profissionais deixam de lado suas preferencias para saber lidar com o outro, pois na prática da profissão, nenhum dos seus valores, crenças, dogmas e cultura podem te influenciar. Na hora de trabalhar, você é o Serviço Social, você pensa como tal e só então você orienta o usuário que necessita do serviço. É estar garantindo que aquela pessoa, como qualquer outra, não seja privada de seus direitos e necessidades. 
 A PROFISSÃO
Um assistente social lida com a diversidade, ele quer o bem-estar físico, psicológico e social de quem ele está auxiliando. 
O Assistente Social ocupa um lugar privilegiado no mercado de trabalho: na medida em que ele atua diretamente no cotidiano das classes e grupos sociais menos favorecidos, ele tem a real possibilidade de produzir um conhecimento sobre essa mesma realidade. E esse conhecimento é, sem dúvida, o seu principal instrumento de trabalho, pois lhe permite ter a real dimensão das diversas possibilidades de intervenção profissional. (SOUSA , 2008)[1: SOUSA, Charles Toniolo de. A prática do assistente social: conhecimento, instrumentalidade e intervenção profissional. 2008.]
Por causa das situações em que um assistente pode lidar, durante a faculdade, eles reforçam sobre o bem estar da psique. 
Toda a sociedade dispõe de um sistema de classificação para o mundo natural parece não haver mais dúvida, mas é importante reafirmar que esses sistemas divergem entre si porque a natureza não tem meios de determinar ao homem um só tipo taxionômico. Por isso o morcego é muitas vezes colocado numa mesma categoria com as aves, da mesma forma que a baleia é vulgarmente considerada um peixe. (LARAIA pg.48)[2: LARAIA, Roque de Barros. A CULTURA TEM UMA LÓGICA PRÓPRIA. In: LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. p. 48.]
Laraia basicamente fala que cada ser vivo está predestinado a ter uma predefinição de onde pertence, por isso, quando a divergências nesse quesito, cabe a um Assistente Social a saber lidar com a situação, como por exemplo o caso da Oxana Malaya, que foi encontrada aos 8 anos por um vizinho como uma criança selvagem na Ucrânia em 1991, tendo vivido grande parte da sua vida na companhia de cães. Ela adaptou-se a uma série de hábitos de cachorro e assim foi difícil para a mesma aprender a falar. Atualmente ela vive numa clínica em Baraboy, Odessa, para sujeitos com deficiência mental. O auxilio que o assistente poderia vir a dar para um caso como esse seria a partir de uma denúncia, solicitar uma conversa com a família, com a criança (individualmente) e com as pessoas mais próximas, e após uma pesquisa para tentar entender a perspectiva externa e interna, fazem uma visita domiciliar, são verificadas as condições em que a criança vive, e partir de toda essa análise, se for constatada que a criança tem alguma deficiência psicológica ela será guiada por um profissional especializado. Se constatado que ela é oprimida dentro do lar, serão orientados os pais num primeiro momento, dando todo o suporte que for necessário, sempre mediando os direitos básicos e obrigatórios que as pessoas têm e não sabem, seja ele médico, psicológico, ou qualquer outro tipo de encaminhamento ou orientação, se ainda sim não for resolvida a situação, será considerado que os responsáveis são inaptos de possuir a guarda da criança, e isso tudo usando o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). [3: WIKIPÉDIA. Oxana Malaya. ]
Aliados às condições objetivas do trabalho – baixos salários, contratações temporárias, precarização dos vínculos e das condições de trabalho – encontram-se, ainda, os aspectos subjetivos, quais sejam, as ideologias neoliberais, as concepções pós-modernas e neoconservadoras. São, muitas vezes, “o canto da sereia”, que encanta os menos avisados e que impacta diretamente na forma de se compreender o real e, consequentemente, no agir do assistente social. (Revista UERJ, 2015)[4: CONDIÇÕES DE TRABALHO DAS/OS ASSISTENTES SOCIAIS: PRECARIZAÇÃO ÉTICA E TÉCNICA DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL. RJ: Revista da Faculdade de Serviço Social da UERJ, 2015.]
Longe de ser um trabalho fácil, mas sua importância não pode ser negada, ele é bem detalhado, para que não haja erro e nem injustiça. Questionei a um aluno de Serviço Social por qual motivo ele quis seguir essa carreira, sua resposta foi: 
“...a desigualdade. Eu sinceramente não sou capaz de ver esse desmonte dos direitos da nossa população, a precarização social, a culpabilidade nas vítimas das desigualdades e a vulnerabilidade social. Essa área não estuda só a desigualdade, mas também o comportamento de cada ser da sociedade para com seu próximo dentro de todos os sistemas que dialogam com o cidadão. Fazer o que ama não tem preço!” (Augusto, 2017)[5: AUGUSTO, Guilherme. Entrevista concedida a Beatriz de Lima Martins. São Paulo, 30 ago. 2017.]
Sua resposta me recordou um trecho do livro Everardo Rocha, onde ele fala que cada ser é único e tem suas diferenças, mas ainda assim pode ser igual ao outro, pode ser incluído no todo:
A nossa sociedade já vem, há alguns séculos, construindo um conhecimento ou, se quisermos, uma ciência sobre a diferença entre os seres humanos. Esta ciência chama-se Antropologia Social. Ela, como de resto quase todas as atitudes que temos frente ao “outro”, nasceu marcada pelo etnocentrismo. Ela também possui o compromisso da procura de superá-lo. Diferentemente do saber de “senso comum”, o movimento da Antropologia é no sentido de ver a diferença como forma pela qual os seres humanos deram soluções diversas a limites existenciais comuns. Assim, a diferença não se equaciona com a ameaça, mas com a alternativa. Ela não é uma hostilidade do “outro”, mas uma possibilidade que o “outro” pode abrir para o “eu”. (ROCHA, 1988) [6: ROCHA, Everardo P. Guimarães. Pensando em partir. In: ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é Etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 1988.]
Mauss fala sobre essa diversidade:
"Habitus": Variam em indivíduos, sociedade, educações, conveniência, modar prestígios. (MAUSS, 1934)[7: MAUSS, Marcel. I – Noção de técnica do corpo. In: MAUSS, Marcel. As técnicas do Corpo. Paris: Journal de Psychologie, 1934. p. 405.]
Graças aos Assistentes Sociais, em minha percepção, a desigualdade é diminuída. São pessoas que irão lutar pelos seus direitos e garantir que você seja acolhido caso não tenha um suporte. Ele irá garantir que você tenha o seu direito de escolha, garantindo a liberdade de expressão. 
CONCLUSÃO
Foi gratificante fazer um estudo sobre essa profissão, conheci pessoas que trabalham na área e que estudam sobre, para entender melhor. Esse projeto me ajudou tanto na orientação do que eu desejo fazer no meu futuro acadêmico, quanto a conhecer novas perspectivas desta área, o que me estimulou muito a trabalhar com algo voltado para o social. 
REFERÊNCIAS
SOUSA, Charles Toniolo de. A prática do assistente social: conhecimento, instrumentalidade e intervenção profissional. 2008. 132 f. Tese (Doutorado) - Curso de Serviço Social, Universidade
Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2008.
LARAIA, Roque de Barros. A CULTURA TEM UMA LÓGICA PRÓPRIA. In: LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. p. 48.
WIKIPÉDIA. Oxana Malaya. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Oxana_Malaya>. Acesso em: 17 mar. 2017.
CONDIÇÕES DE TRABALHO DAS/OS ASSISTENTES SOCIAIS: PRECARIZAÇÃO ÉTICA E TÉCNICA DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL. Rio de Janeiro: Revista da Faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: <http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaempauta/article/viewFile/21057/15716>. Acesso em: 30 jul. 2015.
AUGUSTO, Guilherme. Entrevista concedida a Beatriz de Lima Martins. São Paulo, 30 ago. 2017. [A entrevista encontra-se transcrita no Apêndice "A" desta monografia]
ROCHA, Everardo P. Guimarães. Pensando em partir. In: ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é Etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 1988. Cap. 03131080, p. 9.
MAUSS, Marcel. I – Noção de técnica do corpo. In: MAUSS, Marcel. As técnicas do Corpo. Paris: Journal de Psychologie, 1934. p. 405.
APÊNDICE
Fiz várias entrevistas com pessoas do Serviço Social, mas irei colocar apenas um aqui. 
Dia 30 de Agosto de 2017, entrevista feita por Beatriz de Lima Martins com Guilherme Augusto.
Beatriz: Irei fazer três perguntas, iniciando com: O que te incentivou a cursar Serviço Social? 
Guilherme: O maior incentivo pra minha escolha, foi a desigualdade. Eu sinceramente não sou capaz de ver esse desmonte dos direitos da nossa população, a precarização social, a culpabilidade nas vítimas das desigualdades e a vulnerabilidade social. Ganhar uma bolsa integral para cursar algo que além de abrir minha mente, me faz conhecer diversos conceitos, pensamentos e filosofias diferentes, é simplesmente sensacional. Essa área não estuda só a desigualdade, mas também o comportamento de cada ser da sociedade para com seu próximo dentro de todos os sistemas que dialogam com o cidadão. Fazer o que ama não tem preço! 
Beatriz: É uma área abrangente aqui no Brasil para se trabalhar?
Guilherme: Com certeza! Além de abrangente, é uma área de atuação que está em crescente expansão. Hoje, no Brasil, nós temos entre 120 e 150 mil assistentes sociais espalhados nas mais diversas áreas, o que, apesar de apresentar um grande crescimento em relação a anos anteriores, mostra que precisamos de cada vez mais profissionais éticos, habilitados e capacitados para exercer essa função, pois o Brasil é um dos países em que se tem um dos maiores índices de desigualdade, conceituada pelos desdobramentos do que chamamos de questão social, no mundo. Falando um pouco sobre a atuação em si, pode-se dizer que hoje se encontram mais assistentes sociais trabalhando no governo e em hospitais, pois a grande meta é ser concursado, porém somos habilitados a atuar em escolas, grandes empresas, universidades, etc.
Beatriz: Qual vertente mais lhe interessa?
Guilherme: Dentro das propostas do Serviço Social, a vertente que mais me identifico é habitação e assentamentos precários, pois além de sofrerem no seu dia-a-dia corrido e cansativo, sentem a desigualdade na pele dentro do "conforto" de suas casas, pois não é nada fácil dormir sabendo que sua casa, e sua família, podem ser vítimas de um deslizamento, que é um exemplo entre todas as outras centenas. Eu penso também que nós sempre tendemos a pesar para um lado em que vivemos de perto na pele, o que também foi meu caso. Além dessas áreas de atuação que o curso me habilita, eu também quero dar aulas na área e também sobre os assuntos que me couberem, uma possibilidade que uma especialização me proporcionaria, pois acredito que o professor tem a profissão mais nobre do mundo, e apesar da falta de valorização, acredito na satisfação de ver alguém ganhando conhecimento através de suas palavras e seus métodos, acaba recompensando todo o resto!

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