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22/09/2016 1 Emissão Molecular Fluorescência 1 Prof. Clésio Paim Átomos no estado fundamental absorvem radiação ultravioleta ou visível; Passam ao estado excitado; Quando retornam ao estado fundamental – podem emitir radiação que é medida pelo equipamento. Fundamento da emissão molecular conversão interna, externa e energia vibracional + Radiação UV/visível Transições Eletrônicas Fundamento da emissão molecular 3 E Ligante Ligante Não ligante n Antiligante * Antiligante * Luminescência molecular Fosforescência Fluorescência Quimiluminescência Fotoluminescência Fluorescência: as transições eletrônicas NÃO envolvem mudança do spin eletrônico, tempo de vida curta (10-10 a 10-5 segundos). Fosforescência: as transições eletrônicas envolvem mudança do spin eletrônico, tempo de vida mais longo (10-5 até segundos ). Emissão de radiação por espécie formada em reação química Fundamento da emissão molecular 4 5 S0 = fundamental; S1 = estado singlete; T = estado triplete; R = relaxamento vibracional. Fundamento da emissão molecular Conversão interna e intersistemas: processos não radiativos Relaxamento vibracional: energia vibracional transferida para outras moléculas (colisões) - liberação de energia como calor Estado fundamental singleto Estado excitado singleto Estado excitado tripleto metaestável Dois elétrons por orbital molecular Estado emparelhado singleto Spin Eletrônico Fluorescência Fosforescência São paralelos Direção do spin Fundamento da emissão molecular Placas de transito, uniforme garis Pulseiras de festa (sulfeto de Zn) 22/09/2016 2 7 Fenantreno Fundamento da emissão molecular Relação energia x comprimento de onda Na maioria dos casos a fotoluminescência ocorre em maiores que os da excitação. Espectros de excitação e emissão do quinino No entanto, número de métodos que envolve a fluorescência é muito maior que as aplicações propostas para a fosforescência e quimiluminescência. Métodos que podem ser utilizados como detectores em cromatografia líquida de alta eficiência e eletroforese capilar; Fundamento da emissão molecular 8 Métodos de fotoluminescência: menor aplicação em análise quantitativa que os métodos de absorção (muitas moléculas absorvem radiação UV e visível, mas não apresentam fotoluminescência); Estados excitados são susceptíveis à desativação pelas colisões e outros processos Rendimento Quântico (f) É a fração da radiação incidente que é reemetida como fluorescência ou fosforescência em um determinado λ; f = n° de fótons emitido / n° de fótons absorvido; Quanto mais próximo da unidade (valor:1), maior é a fosfo ou fluorescência; Valores próximos de zero: não fluorescem. Tipos de transição eletrônica Comprimentos de onda () menores que 250 nm dificilmente resultam em fluorescência * (baixo , alta energia) Fluorescência * (estado singleto excitado) Variáveis que afetam a fluorescência e a fosforescência Tempo de vida dos estados excitados são pequenos (sem inversão) e os processos de desativação são menos prováveis. Fosforescência n * (estado tripleto excitado - menos susceptível a desativação) Efeitos de temperatura e solvente Temperaturas alta e baixa viscosidade do solvente: aumento das colisões entre os elétrons e elevação do número de transições externas; Presença de átomos pesados na molécula (iodo, bromo); Diminuição da fluorescência Variáveis que afetam a fluorescência e a fosforescência 10 Mudança de spin Condições que tendem a reduzir o número de colisões entre as partículas (baixa temperatura e alta viscosidade) geralmente levam a um aumentam da fluorescência. SN H O N A maioria dos hidrocarbonetos heteroaromáticos não substituídos : Não apresentam fluorescência Pirrol Tiofeno Furano Piridina * Geralmente a fluorescência mais intensa é observada em compostos contendo grupos aromáticos: Estruturas alifáticas e carbonilas alicíclicas podem apresentar fluorescência em menor grau que as aromáticas. Fluorescência e estrutura química Compostos heterocíclicos nitrogenados: transição de energia mais baixa envolve transições n-π (fosforescência). N N N H Estruturas aromáticas bifundidas (condensadas) apresentam fluorescência A substituição do anel causa deslocamento de máximos de absorção e mudanças nos picos de emissão de fluorescência. Indol Isoquinolina Quinolina Fluorescência e estrutura química 12 22/09/2016 3 benzeno Ácido benzoico Substituição de um grupo carboxílico ou carbonílico em anel aromático Intensidade relativa da fluorescência = 10 Inibição da fluorescência: energia de transição n – π* é menor do que a energia π – π* (rendimento da fluorescência em sistemas n – π* é geralmente baixo). Fluorescência e estrutura química 13 Intensidade relativa da fluorescência = 3 Composto Comprimento de onda da fluorescência (nm) Intensidade relativa da fluorescência Benzeno 270 – 310 10 Tolueno 270 – 320 17 Propilbenzeno 270 – 320 17 Bromobenzeno 290 – 380 5 Iodobenzeno - 0 Nitrobenzeno - 0 Inserção de grupos substituintes no anel benzeno Efeito da substituição na fluorescência do benzeno 14 Alteração da eficiência quântica Moléculas grandes – cruzamento intersistema para o estado tripleto Efeito de rigidez estrutural fluoreno bifenil A fluorescência é favorecida em moléculas estruturalmente rígidas. Eficiência quântica 1,0 Eficiência quântica 0,2 Moléculas com estruturas mais flexíveis podem sofrer vibrações de baixa frequência com perda de energia; RIGIDEZ = diminui a velocidade de relaxação não radiativa. Fluorescência e estrutura química 15 N+ O * Zn Agentes quelantes orgânicos complexados com um íon metálico Aumentam a fluorescência A 8-hidroxiquinolina apresenta menor fluorescência do que o complexo de Zn; Complexo com Zn: molécula mais rígida – impede a desativação não radioativa (choques entre as moléculas). Fluorescência e estrutura química 16 A potência de emissão de fluorescência (F) é proporcional a potência radiante do feixe de excitação absorvido pelo sistema. F = 2,303 f K’’ A P Onde: f é a eficiência quântica; K’’ é a constante dependente de geometria (ângulo); A é a absorbância; P é a radiação de emissão. A potência da fluorescência de uma solução deve ser linear com a concentração de uma amostra; Concentração elevada de analito provoca colisões entre espécies e formação de complexos, os quais são interferentes em análises quantitativas. Efeito da concentração na fluorescência 17 18 Métodos por fluorescência 22/09/2016 4 Características: Alta sensibilidade; Limite de detecção: 0,001 ng (1 pg) – 0,01 ng (UV: 0,1 a 1 ng); Intervalo de resposta linear para soluções diluídas - A < 0,05; Interferências de matriz são relevantes (alta sensibilidade); Poucas substâncias exibem fluorescência (derivação); Utilizados como detectores para cromatografia líquida de alta eficiência e eletroforese capilar. Método por fluorescência 19 Similares aos equipamentos de absorção molecular; Tipos: fluorímetros ou espectrofluorímetros. Equipamentos Método por fluorescência Fluorímetros: quando são empregados apenas filtros; Espectrofluorímetros: empregam dois monocromadores (um para excitação e outro emissão) ou podem ser híbridos (filtro e monocromador); - Permitem a produção de espectro de excitação ou de emissão de fluorescência. São utilizados como detectores em equipamentos de CLAE e ELETROFORESE CAPILAR Fluorímetro ou Espectrofluorímetro Equipamentos Geometria do ângulo: minimiza as contribuições do espalhamento da radiação intensa da fonte. Método por fluorescência 22 - Intensidade de emissão é muito menor do que a intensidade da radiação de excitação - Equipamento de duplo feixe Equipamentos: Espectrofluorímetro Método por fluorescência 23 Equipamentos Método por fluorescência 24 Microscópio de fluorescência FONTE DE RADIAÇÃO ocular 1 – Primeiro filtro de corte: deixa passar luz azul de λ entre 450 e 490 nm 3 – Segundo filtro de corte: elimina sinais de fluorescência não desejada e deixa passar emissão de λ entre 520 e 560 nm 2 – Espelho: reflete a luz com λ inferior a 510 nm e transmite luz de λ superior a 510 nm Equipamentos Método por fluorescência 22/09/2016 5 Fontes de radiação • Lâmpadas de vapor de mercúrio de baixa pressão com determinados λ (254, 302, 313, 546, 578, 691, 773 nm), equipada com janela de sílica fundida. • Lâmpadas de xenônio de alta pressão (75 - 450W) (emissão contínua 300 - 13000 nm) • Diodos emissores de Luz - Emitem radiação em 450 – 475 nm. - Adequados a alguns fluoróforos (mais específicos) • Lasers - Mais caros e menos usados que as lâmpadas - Importantes em baixas concentrações do analito Sistema óptico • Filtros (absorção e interferência) • Monocromadores 25 Equipamentos Método por fluorescência Células de medida (cubetas ou célula de fluxo) • Cilíndricas ou retangulares; • Material utilizado: vidro, sílica e quartzo; • Pequenos volumes de amostra; • Alguns equipamentos podem apresentar controle de temperatura. Detectores • Fotomultiplicadoras; • Arranjos de sensores (diodos). 26 Equipamentos Método por fluorescência Sensibilidade do detector de fluorescência acoplado a CLAE -Elevada sensibilidade -Exemplo: análise de antraceno; - Exemplo: detector de fluorescência Shimadzu® Uma relação sinal/ruído (S/N) igual a 21,5 foi alcançada para uma injeção de 10,48 fg de antraceno, com limite de detecção de apenas 1,5 fg (S/N= 3). 1 fentograma = 10-15 g Equipamentos Método por fluorescência Métodos Quantitativos baseados em fluorescência Métodos Diretos: detecção direta do analito ou detecção da reação de complexação da amostra com agente complexante; Método indireto: análise da redução da fluorescência do agente fluorescente (supressão); - Agente fluorescente + amostra = fluorescência (medida que é quantificada). Aplicações de modo geral: fármacos, ânions, proteínas, vitaminas, alcaloides, esteroides, flavonoides, identificação da origem de petróleo, entre outros. 28 Aplicações Método por fluorescência Método quantitativos para determinação de etinilestradiol 29 Dose = 35 μg Dissolução = 1 dose / 500 ml [ ] = 0,07 μg/ml ou 70 ng/ml Aplicações na indústria farmacêutica Método por fluorescência Determinação de histamina em peixes Formação da histamina (Descarboxilases exógenas produzidas por micro- organismos Processo de extração e purificação (troca-iônica) da histamina Excitação: 350 nm Emissão: 444 nm Extração da matriz Reação com agentes de fluorescência Aplicações na indústria de alimentos Método por fluorescência MO 22/09/2016 6 Aplicações na análise clínica – testes imunológicos Método por fluorescência Íon Reagente Absorção (nm) Fluorescência (nm) Sensibilidade (g/mL) Al3+ Alizarina garnet R 470 500 0,007 F- Alizarina garnet R (+Al) 470 500 0,001 Li+ 8-hidroxiquinolina 370 580 0,2 Sn4+ Flavonol 400 470 0,1 Necessidade de reagentes de complexação (derivatizantes) Determinações de espécies inorgânicas Método por fluorescência 33 Fosforescência Alguns espectrofluorímetros realizam medidas de fosforescência: Equipamento - Fosforímetros 34 Procedimento de análise: Irradia a amostra (lâmpada de xenônio) e após período de tempo realiza-se a medida da amostra – tempo de atraso para diferenciar a fluorescência da fosforescência. 35 Quimiluminescência Quimiluminescência Bioluminescência (energia química transformada em energia luminosa) - bactérias, fungos, plantas e animais (vagalumes) 36 Reação química que produz uma espécie eletronicamente excitada que emite luz quando retorna ao seu estado fundamental Produção de luz está principalmente na reação em que uma enzima, denominada luciferase, oxida o substrato da proteína luciferina, a qual fica excitada e libera a energia química na forma de energia luminosa. 22/09/2016 7 xxxx Geralmente a quimiluminescência usa equipamentos simples com um fotomultiplicador (não necessita de fonte para excitação da amostra) Equipamentos 37 O sinal típico é dependente do tempo e aumenta rapidamente para um máximo à medida que a mistura do reagente para o analito se completa. Análise quantitativa: sinal geralmente integrado por um tempo fixo e comparado com padrões tratados de forma idêntica Quimiluminescência Leitura de vestígios de sangue em local de crime. Luminol 3-aminoftalato máx = 425 nm Ativação do luminol com um oxidante Fe+2 Aplicação – toxicologia forense Quimiluminescência Análise de gases Determinação de monóxido de nitrogênio (NO) que reage com ozônio (O3). NO + O3 NO2* + O2 NO2* NO + hv (λ = 600 a 2800 nm - emissão de luz). Determinação de poluentes atmosféricos Quimiluminescência Aplicação na análise ambiental Referências HOLLER, J. F., SKOOG, D. A., CROUCH, S. R. Princípios em Análise Instrumental. 6. ed., Editora Bookman, Porto Alegre, 2009. HARRIS, D. Análise Química Quantitativa. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2001. SKOOG, D. A., WEST, D. M., HOLLER, F. J.; CROUCH, S.R. Fundamentos de Química Analítica. 8. ed., Editora: Cengage Learning, São Paulo, 2006. 40
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