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Recife, 2009 Cálculo I Cláudia Dezotti Bruno Lopes Volume 1 Universidade Federal Rural de Pernambuco Reitor: Prof. Valmar Corrêa de Andrade Vice-Reitor: Prof. Reginaldo Barros Pró-Reitor de Administração: Prof. Francisco Fernando Ramos Carvalho Pró-Reitor de Extensão: Prof. Paulo Donizeti Siepierski Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Prof. Fernando José Freire Pró-Reitor de Planejamento: Prof. Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira Pró-Reitora de Ensino de Graduação: Profª. Maria José de Sena Coordenação Geral de Ensino a Distância: Profª Marizete Silva Santos Produção Gráfica e Editorial Capa e Editoração: Allyson Vila Nova, Rafael Lira, Italo Amorim e Heitor Barbosa Revisão Ortográfica: Marcelo Melo Ilustrações: Claudia Dezotti e Bruno Lopes Coordenação de Produção: Marizete Silva Santos Sumário Capítulo 1 - Limite e Continuidade .................................................................4 1.1 Introdução............................................................................................4 1.2 Noção Intuitiva de Limite .....................................................................4 1.3 Cálculo de Limites ...............................................................................6 1.4 Definição de Limite ..............................................................................8 1.5 Principais Propriedades dos Limites ...................................................8 1.6 Limites Infinitos ..................................................................................10 1.7 Limites no Infinito............................................................................... 11 1.8 Limite Fundamental Exponencial ......................................................14 1.9 Consequências do Limite Fundamental Exponencial .......................15 1.10 Limite Fundamental Trigonométrico ................................................17 1.11 Continuidade ....................................................................................19 Capítulo 2 - Derivação ...................................................................................23 2.1 Introdução..........................................................................................23 2.2 Retas tangentes ................................................................................23 2.3 Derivadas ..........................................................................................26 2.4 Estudo das derivadas como uma função ..........................................27 2.5 Regras de derivação .........................................................................29 4 Cálculo I Capítulo 1 - Limite e Continuidade 1.1 Introdução Para este módulo vamos trabalhar com Limites de Funções. Inicialmente estudaremos a noção intuitiva de um limite partindo de uma função, assunto já estudado na disciplina de Matemática I, analisando gráficos e tabelas até chegar à definição de limite. Também veremos as principais propriedades, características e os tipos de limites. A partir desse estudo definiremos continuidade e sua aplicação a uma função dada. Atividade de Pesquisa Para esse módulo a atividade de pesquisa é sobre produtos notáveis e fatoração de polinômios e frações algébricas. O estudo desses conteúdos é de grande importância para o cálculo de limites de uma função. 1.2 Noção Intuitiva de Limite Observe a função . O domínio desta função é o conjunto dos números reais, , ou seja, para qualquer que seja o número real , o valor de está definido. Vejamos alguns exemplos: 1. Para a função . Quando , temos Dessa forma, dizemos que a imagem de é o valor No gráfico: 5 Cálculo I Figura 1 Agora considere a função . Ela está definida para todo número real, com exceção quando assume o valor 2. Por quê? Quando fazemos a substituição de por 2, teremos uma indeterminação matemática. Observe: é uma indeterminação matemática. Que tal uma pesquisa sobre indeterminações matemáticas? A partir de agora vamos estudar o comportamento do gráfico da função quando assume valores próximos de 2. Através de tabelas, chamadas de tabelas de aproximações, observaremos o comportamento da função quando assume valores próximos (chamaremos de vizinhança) de 2, mas diferente de 2. Começaremos atribuindo a valores próximos de 2, porém, menores que 2: (Tabela 1) x 1 1,5 1,75 1,9 1,99 1,999 1,9999 3 3,5 3,75 3,9 3,99 3,999 3,9999 Atribuindo a valores próximos de 2, porém, maiores do que 2: (Tabela 2) x 3 2,5 2,25 2,1 2,01 2,001 2,0001 5 4,5 4,25 4,1 4,01 4,001 4,0001 6 Cálculo I Através da análise das tabelas 1 e 2, podemos tornar tão próximos de 4 quanto desejarmos, bastando, para isso, tornarmos suficientemente próximo de 2. Podemos escrever: O limite da função quando se aproxima de (tende a) 2 é igual a 4. Utilizando símbolos,escrevemos ou . Esses dois tipos de aproximações que fizemos utilizando as tabelas são chamados de limites laterais. Quando se aproxima (tende a) 2 por valores menores que do 2 (Tabela 1), dizemos que tende a 2 pela esquerda e representamos simbolicamente por . Quando se aproxima (tende a) 2 por valores maiores que do 2 (Tabela 2), dizemos que tende a 2 pela direita e representamos simbolicamente por . Temos então que . É importante deixar claro que o limite da função quando se aproxima de 2, somente existe se os limites laterais são iguais. Se a função se aproximasse de valores diferentes à medida que se aproximasse lateralmente de 2, pela esquerda e pela direita, o limite da função não existiria nesse ponto, e denotávamos simbolicamente: . Sempre que quisermos determinar o limite de uma função, caso ele exista, temos que construir as tabelas de aproximações? A resposta é não. Existe uma forma mais simples e veremos a seguir. 1.3 Cálculo de Limites Na secção anterior, vimos que o limite da função quando tende a 2 é igual a 4. Usaremos o recurso de simplificar a expressão da função envolvida. Para simplificar a expressão podemos fazer uso de racionalização, fatoração, dispositivo prático de Briot- Ruffini... 7 Cálculo I Voltando à função , vamos determinar seu limite quando tende a 2. Observe: Como tende a 2, . A conclusão foi a mesma de quando determinamos o limite de utilizando as tabelas de aproximação, porém de uma forma mais rápida e menos trabalhosa. A partir de agora não usaremos a tabela de aproximações para casos que se assemelhem a este. Vejamos o gráfico de quando . Figura 2 Mais exemplos: 1. Determinar . Ao simplificarmos a expressão , teremos: . Agora vamos substituir esse valor em , ficamos com: . Esse limite quando tende a 1 é dado por . . 8 Cálculo I 2. Calcular o Mais uma vez faremos uso de simplificações para determinar o limite da função dada. A expressão O nosso limite agora é 1.4 Definição de Limite Seja uma função definida num intervalo contendo a, exceto o próprio . Dizemos que o limite de quando se aproxima de é , onde , e escrevemos , se, e somente se, os limites laterais à esquerda e à direita de a são iguais à L. Simbolicamente: . Caso contrário, dizemos que o limite não existe e indicamos por . Uma proposição muito importante no estudo de limites é a Unicidade do Limite enunciada a seguir: Se e , então . Se o limite de uma função num ponto existe, então ele é único. 1.5 Principais Propriedades dos Limites Se e . existem um número qualquer, então: a) . b) c) . d) = . e) 9 Cálculo I Atividade de Estudo 1. Utilizando os limites laterais, determine o valor de: a. b. c. d. 2. Fatore as expressões e simplifique as frações para obter o valor de: a. b. c. d. 3. Aplicando as propriedades de limites, calcule em cada caso: a. b. c. d. e. 4. Calcule os limites abaixo: a. b. c. d. 5. Dada a função , definida por , calcule . 10 Cálculo I 1.6 Limites Infinitos Seja a função definida por . Iremos analisar o comportamento numérico dessa função através das tabelas de aproximações quando assume valores próximos de 0 (zero), mas diferentes de 0 (zero). Quando tende a 0 (zero) pela esquerda , temos a seguinte tabela (Tabela 3): x -1 -0,5 -0,1 -0,01 -0,001 -0,0001 -1 -2 -10 -100 -1000 -10000 Da tabela (tabela 3) acima, podemos observar que à medida que o se aproxima de 0 (zero) pela esquerda, os valores da função decrescem sem limite. Simbolicamente: . Quando tende a 0 (zero) pela direita , temos a seguinte tabela (Tabela 4): x 1 0,5 0,1 0,01 0,001 0,0001 1 2 10 100 1000 10000 Observemos a partir da tabela 4 que à medida que o se aproxima de 0 (zero) pela direita, os valores da função crescem sem limite. Simbolicamente: Como , podemos afirmar que quando tende a 0 (zero) o limite da função não existe. Figura 3 11 Cálculo I Agora vamos analisar o comportamento numérico da função quando x tende a 0 (zero). Mais uma vez faremos uso das tabelas de aproximação: : (Tabela 5) x -1 -0,5 -0,1 -0,01 -0,001 -0,0001 1 4 100 10000 1000000 100000000 : (Tabela 6) x 1 0,5 0,1 0,01 0,001 0,0001 1 4 10 10000 1000000 100000000 Observamos pelas tabelas de aproximação (tabelas 5 e 6) que quando tende a 0 (zero), pela esquerda ou pela direita, os valores da função crescem sem limite.Simbolicamente: . Como os limites laterais são iguais, indicamos que o limite da função quando é representado por . Figura 4 1.7 Limites no Infinito Estamos interessados agora em estabelecer o comportamento de uma função quando a variável cresce indefinidamente ou quando a variável decresce indefinidamente Vamos retomar a função , com e . Para , temos a seguinte tabela: (Tabela 7) 12 Cálculo I x 1 10 100 1000 10000 100000 1 0,1 0,01 0,001 0,0001 0,00001 Para , temos a seguinte tabela: (tabela 8) x -1 -10 -100 -1000 -10000 -100000 -1 -0,1 -0,01 -0,001 -0,0001 -0,00001 Da observação das tabelas (tabelas 7 e 8), concluímos que: » , pois à medida que o valor da variável aumenta indefinidamente, o valor da função diminui se aproximando de 0 (zero); » , pois à medida que o valor da variável diminui indefinidamente, o valor da função diminui se aproximando de 0 (zero). Também podemos ver esses dados nos gráficos a seguir: Figura 5 Figura 6 Mais exemplos: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 13 Cálculo I Solução: 6. Observe que quando fazemos a substituição de por , os termos e tem seu valor numérico igual à zero, pois o denominador das expressões crescem muito, e na divisão de uma constante, no exemplo é o 1 (um), por um numero muito grande o resultado se aproximará de zero à medida que o tende a . 2. 3. 4. 5. 6. Atividades de Estudo 1. Calcule os seguintes limites: a. b. c. d. e. f. g. 2. Para cada função a seguir e para cada , calcule : a. b. c. 14 Cálculo I d. e. f. g. 1.8 Limite Fundamental Exponencial Consideremos a função . À medida que x cresce, tendendo ao infinito, a fração tende a zero, porém essa fração somada a 1 e o seu resultado elevado a não tem tendência para um resultado evidente. Utilizaremos o recurso da tabela de aproximação (tabela 9) para visualizar o valor numérico que assume quando . 1 2 2 2,250000 5 2,488320 10 2,593742 20 2,653298 50 2,691588 100 2,704814 200 2,711517 500 2,715569 1000 2,716924 5000 2,718010 1000000 2,718280 ∞ (também conhecido como número de Euler) é um número irracional compreendido entre 2 e 3. Que tal uma pesquisa sobre o assunto? 15 Cálculo I Então: . Também se pode provar que quando x tende a menos infinito a função também da o número . 1.9 Consequências do Limite Fundamental Exponencial i. ii. . Vamos agora resolver alguns limites: 1. 2. 3. 4. Solução: 1. . 2. Para esse e os exemplos seguintes, iremos usar uma mudança de variável. Se : 3. Fazendo , ficamos com: 4. Para : 16 Cálculo I Atividade de Estudo 1. Calcule os seguintes limites: a. b. c. d. e. f. g. 2. Aplicando o limite exponencial fundamental, calcule: a. b c. d. 3. Calcule: a. Sugestão: Faça b. Sugestão: Faça c. Sugestão: Faça 17 Cálculo I 1.10 Limite Fundamental Trigonométrico O limite fundamental trigonométrico trata de limites que envolvem a função trigonométrica . A partir desse limite poderemos resolver muitos outros problemas. Iremos partir da proposição que que pode ser provada utilizando a tabela de aproximação (tabela 10). Uma característica da função é que ela é par, ou seja, (para todo x diferente de zero). Observemos agora a tabela de aproximação abaixo (Tabela 10): ± 0,1 0,9983341664683... ± 0,01 0,9999833334167... ± 0,001 0,9999998333333... ± 0,0001 0,9999999983333... ± 0,00001 0,9999999999833... x → 0 f (x) = 1 Calcule os limites abaixo: 1. 2. 3. 4. 5. Solução: 1. . Vamos multiplicar o numerador e o denominador da expressão por 3. . Fazendo . 2. 18 Cálculo I 3. . Nesse exemplo vamos multiplicar o numerador e o denominador da expressão por . Como (da relação ), . 4. . Como , . 5. . Iremos multiplicar o numerador e o denominador da expressão por 4. . Atividade de Estudo 1. Resolva os limites abaixo usando o limite trigonométrico fundamental: a. b. c. d. e. 2. Sabendo que , calcule: a. b. c. d. e. 19 Cálculo I f. g. 1.11 Continuidade Intuitivamente, ideia de uma função contínua decorre da análise do seu gráfico. Quando o gráfico de uma função não apresenta ‘‘saltos’’ (interrupções), dizemos que ela é contínua. Existindo algum ponto em que ocorre um ‘‘salto’’ (interrupção) dizemos que a função é descontínua nesse ponto. Vamos acompanhar alguns gráficos de funções nas figuras abaixo (figuras 7, 8 e 9). Figura 7 Figura 8 Figura 9 Fazendo a construção dos gráficos das funções e , temos as seguintes considerações: » Para a função , o seu gráfico é uma parábola (figura 7) onde o seu domínio é o conjunto dos números reais , ou seja, para qualquer valor real de , é verdade que: ; » Para a função se calcularmos o limite para tendendo a 0 (zero) veremos que e . Como . Temos que a função não é contínua no ponto ; » Para a função quando calculamos o seu limite para , teremos: , ou seja, o limite existe para x tendendo a 1,mas a função não está definida para . 20 Cálculo I Através da construção e análise dos gráficos das funções , e , vemos que, com exceção de , as demais funções apresentam ‘‘saltos’’ (interrupções) em algum ponto. No caso da função , o q caracteriza a ausência desses ‘‘saltos’’ é o fato de existir o limite em qualquer ponto do domínio e, além disso, esse limite ser igual a (imagem de na função ). De outra forma, escrevemos: Seja um ponto do domínio de uma função . Dizemos que é contínua no ponto se . Vejamos outros exemplos: 1. A função é contínua no ponto ? 2. Verificar se a função é contínua para . 3. A função é contínua para ? 4. Determinar o valor de de modo que a função seja contínua em . Solução: 1. Utilizando as tabelas de aproximação, podemos calcular os limites laterais de : e . Como , temos que é contínua no ponto . 2. O (você pode verificar através dos limites laterais ou ainda fatorando e simplificando a expressão e em seguida calculando o limite quando tende a 2). Pela definição, uma função será contínua se . Para esse exemplo e em a função não está definida. Temos que não é contínua para . 3. Ao calcularmos os limites laterais em quando e (você pode usar os limites laterais) obtemos como resultado 7 (sete). Já o valor de , e pela definição, temos que a função não é contínua para . 4. Quando calculamos e através das tabelas de aproximação, achamos que e pela definição de continuidade temos que ter , ou seja, tem valor igual a 2 (dois). Para ser contínua basta . 21 Cálculo I Resumo Vimos nesse módulo que a noção de limite de uma função é derivada do comportamento dessa função em um ponto dado. Definimos Limite usando a ideia de aproximações laterais e, em seguida, estudamos como determinar o Limite de uma função em um ponto. Outro conteúdo trabalhado nesse módulo foi os tipos de Limite, como, Limites no Infinito, Limite Exponencial, Limite Trigonométrico e suas consequências. Por fim, estudamos o conceito de Continuidade de uma função e sua visualização em gráficos. Atividade de Estudo 1. Dada a função . Diga se é continua nos pontos: a. b. c. 2. Dada a função . Diga se é continua nos pontos: a. b. 3. Se e seja a função definida por . Calcule para que contínua em . 4. Mostre se a função é contínua ou descontínua em . 5. Considere a função, definida em por: . Calcular o valor de para que a função seja contínua em . 22 Cálculo I Atividade de Interação Deixe sua contribuição no Fórum “Calculando Limites”. Nesse Fórum queremos que todos os estudantes postem uma mensagem com a resolução de um limite de uma função a sua escolha. Dessa forma todos os cursistas poderão observar diversas soluções. Lista de Exercícios No Ambiente Moodle está disponível uma lista de exercícios com o título de “2ª Lista de Exercícios”. Baixe o arquivo em pdf e realize essa atividade. Suas respostas deverão ser enviadas pelo próprio Ambiente. 23 Cálculo I Capítulo 2 - Derivação 2.1 Introdução O conceito de derivada pode ser interpretado como o coeficiente angular da reta tangente a uma curva. Iniciaremos o estudo deste módulo com ilustrações da utilização da derivada para determinação de retas tangentes ao gráfico de uma função. Também veremos como a derivada auxilia para o estudo do comportamento de uma função. Atividade de Pesquisa Durante esse módulo você vai acompanhar muitos exemplos de resolução de derivadas. É muito importante que também sejam feitas pesquisas em outras fontes (livros, internet...) de cálculos de derivadas. Pratiquem esses exemplos pesquisados e suas dúvidas poderão ser tiradas com o seu tutor virtual. 2.2 Retas tangentes Vamos iniciar com uma função , e sobre seu gráfico escolhemos ao acaso um ponto P de coordenadas .Observe a figura 1. Figura 1 Que reta, se houver, pode ser chamada de tangente a esse ponto P? Vamos escolher um numero h muito pequeno tal que ≠ 0 e sobre o gráfico de marcamos o ponto . Tracemos agora 24 Cálculo I uma reta secante que passa pelos pontos P e Q (figura 2) Figura 2 Fazendo tender a zero pela direita e pela esquerda, a reta secante que passa por P e Q tende a posição limite indicada pela linha tracejada. A reta nesta posição limite é o que se chama de “reta tangente ao gráfico no ponto ”. Na figura 3 temos a representação desta ideia. Figura 3 Das figuras acima, podemos observar que à medida que o valor de de muda, a reta secante determinada por P e Q se aproxima da posição limite representada pela linha tracejada. Da geometria analítica, sabemos que o coeficiente angular das retas secantes é dado pela expressão . A reta tangente, determinada pela posição limite dessas secantes, tem o coeficiente angular expreso por , ou ainda, . Vejamos um exemplo: 1. Dada a função : 25 Cálculo I a. Determinar o coeficiente angular da reta secante em cada caso abaixo. i. c = 1 e = 2 ii. c = 1 e = 1 iii. c = 1 e = 0,5 iv. c =1 e = 0,1 b. Trace o gráfico de de todas as retas secantes obtidas no item anterior. c. Através das observações anteriores, escreva o que acontece com a posição da reta secante quando se aproxima de zero. Solução: a. Vimos que o coeficiente ( ) angular de uma reta secante é dado através da expressão . Vamos agora substituir os valores fornecidos nos itens i, ii, iii e iv na expressão fornecida. i. ii. iii. iv. b. Figura 4 c. Quando se aproxima de zero as retas secantes obtidas no item b tendem à reta tangente da função no ponto c = 1. 26 Cálculo I 2.3 Derivadas Na seção anterior falamos sobre retas tangentes e demos um tratamento gráfico para limites do tipo . A partir deste momento vamos iniciar um estudo mais criterioso desse tipo de limite, o qual será chamado de derivada. Uma definição formal e matemática de derivada de uma função em um ponto c é dada a seguir: Definição: A derivada de uma função em um número c , denotada por , é = , se o limite existe. Para calcular devemos calcular Agora vamos fazer algumas aplicações através de exemplos: 1. Encontrar a derivada da função em um número c qualquer. Solução: = (Definição de derivada em um número c) Substituímos e <?> em <?> na função : Simplificando a expressão e aplicando o limite quando tende a zero: 2. Aplicando a definição, calcule a derivada da função no ponto de abscissa c = 3. Solução: 27 Cálculo I 3. Dada a função , determine, se existir, a derivada da função no ponto de abscissa . Solução: 2.4 Estudo das derivadas como uma função Vimos no exemplo 2 da seção anterior que a derivada da função no ponto c = 3 é igual a 2,ou seja .Vamos supor que para essa mesma função queremos agora determinar , e . Até esse momento teríamos que aplicar a definição de derivadas já estudada nesse módulo para cada ponto dado. Em vez de realizarmos cada uma dessas operações, vamos escolher um número qualquer “c” e determinar : 28 Cálculo I O que acabamos de determinar foi a derivada da função para um ponto qualquer “c”. Para encontrar , e , iremos usar a informação . Temos: Vamos observar mais alguns exemplos: 1. Encontrar dada a função . Solução: Vamos escolher um número e aplicar a definição de derivadas 2. Usando a definição, calcular: a. b. Solução: a. Mais uma vez vamos escolher um número qualquer e aplicar a definição de derivadas. 29 Cálculo I Multiplicando numerador e denominador por Simplificando a expressão acima, ficamos com: Assim a derivada da função para um ponto é b. Pela definição: 2.5 Regras de derivação Até esse momento, sempre que foi pedido para calcular a derivada de uma determinada função, nós sempre fazíamos uso da definição. Nesta seção vamos apresentar fórmulas para o cálculo de derivadas que são úteis, pois facilitam e diminuem a quantidade de cálculos. Vamos apresentar uma regra de derivação por vez e sempre seguida de exemplos para que sua aplicação fique bem clara. 30 Cálculo I 2.5.1 Derivada de uma função constante. Se , onde c é uma constante qualquer, então . Exemplo: Calcular a derivada das seguintes funções: a. b. c. Solução: a. b. c. 2.5.2 Derivada da função potência. Sendo um número inteiro positivo e , então . Exemplo: Determinar a derivada de cada função abaixo: a. b. c. d. Solução: a. b. c. d. Importante: Quando é um número negativo ou racional podemos proceder da mesma forma. Observe: 31 Cálculo I Vamos calcular a derivada das seguintes funções: a. b. c. d. Solução: a. b. c. d. 2.5.3 Derivada de uma soma de função. Se e são funções diferenciávéis em , então a função tem a derivada dada pela expressão: . Vejamos um exemplo: Vamos derivar a função . Observe que a função é composta por outras funções, mostradas a seguir: que possui derivada ; que possui derivada ; que possui derivada ; que possui derivada igual a zero. Desta forma e como foi definida, a derivada de , indicada por , é dada por , ou seja, . De uma forma geral, podemos dizer que a derivada da soma de duas ou mais funções é a soma das derivadas dessas funções. 32 Cálculo I Abaixo seguem mais exemplos onde aplicaremos a regra de derivação estudada: Achar a derivada das seguintes funções: a. b. c. d. e. f. Solução: a. b. c. d. e. f. Verificando: a. “possui derivada , possui derivada e 4 possui derivada 0 (zero). b. possui derivada , possui derivada e possui derivada . c. . possui derivada igual a 0 (zero), possui derivada e possui derivada . d. possui derivada , possui derivada , possui derivada 1 e 1 possui derivada 0 (zero). 33 Cálculo I e. . possui derivada , possui derivada , possui derivada 1 e -1 possui derivada igual a 0 (zero). f. possui derivada , possui derivada , possui derivada e possui derivada 0 (zero). 2.5.4 Derivada de um produto de funções. Se e são funções deriváveis em , então o produto . também será e: De uma forma geral, podemos dizer que a derivada do produto de duas funções é a primeira função vezes a derivada da segunda mais a segunda função vezes a derivada da primeira. Vejamos algumas aplicações: Queremos determinar a derivada da função . A função é composta por duas funções: que possui derivada ; que possui derivada . Pela definição vista, temos que . Logo, fazendo as substituições, ficamos com: . Observe outros exemplos onde a regra de derivação do produto entre duas funções pode ser aplicada: Calcule a derivada das seguintes funções: a. b. c. 34 Cálculo I d. e. Solução: a. Vamos separar a função em duas: e e calcular as suas derivadas. Temos que e . Pela definação mostrada, . Fazendo as subtituições, ficamos com: . b. Vamos fazer como sendo a primeira função, ou seja, , e como segunda função, . As derivadas de e , são, respectivamente, e . Já sabemos que “a derivada do produto de duas funções é a primeira função vezes a derivada da segunda mais a segunda função vezes a derivada da primeira”. Então: c. Fazendo como sendo a primeira função, , e como segunda função, podemos determinar através da expressão : 35 Cálculo I d. Como fizemos nos itens anteriores, vamos separar a função em e . A derivada de é e a derivada de é . Substituindo esses valores em : e. Se fizermos e , logo e . Com essas informações podemos calcular : 2.5.5 Derivada de um quociente de funções. Se e são deriváveis em e , então o quociente tem derivada dada pela expressão: Podemos escrever que a derivada de um quociente de duas funções é a derivada do numerador vezes o denominador menos a derivada do denominador vezes o numerador, tudo isso dividido pelo quadrado do denominador. Vamos mostrar agora alguns exemplos onde podemos aplicar essa regra de derivação: Determinar a derivada das funções abaixo: a. b. c. 36 Cálculo I d. e. Solução: a. Vamos utilizar para esse exemplo e . Já sabemos que . Como , temos que 3. Como , temos que . Substituindo esses valores em , ficamos com: b. Observe que a função é composta por duas funções: que possui derivada e que tem como derivada . Nosso próximo passo é fazer a substituição dos valores acima na expreção : c. Se chamarmos e , achamos como derivadas dessas funções e . 37 Cálculo I Aplicando esses valores em , ficamos com: d. Para esse exemplo, vamos chamar de com derivada e de que possui derivada . Mais uma vez vamos fazer uso da regra de derivação estudada: e. , onde , e e . Vamos fazer as devidas substituições: 38 Cálculo I Atividades de Estudo 1. Utilizando a definição e regra de derivação, mostre que a derivada da função e . 2. Calcule as derivadas das funções dadas a seguir: a. b. c. d. e. f. 3. Usando as regras de derivação, calcule as derivadas das funções abaixo: a. b. c. d. e. f. 4. São dadas as funções abaixo. Calcule suas derivadas: a. b. c. d. e. f. 39 Cálculo I Resumo Estudamos nesse volume que a noção de derivada de uma função em um ponto está diretamente relacionada com a reta tangente a essa função nesse ponto dado. Definimos derivada e, em seguida, estudamos nesse módulo as regras de derivação mais simples. Atividades de Interação Participe do Fórum “A resolução de derivadas” no Ambiente Moodle. Muitos dos exemplos pesquisados por você na Atividade de Pesquisa devem ser compartilhados com seus colegas nesse Fórum. Essa atividade faz parte da sua avaliação somativa.
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