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PRECIPITAÇÃO PARTE 1 Prof. Hemerson Pinheiro 1 2 Tópicos ¡ Conceitos ¡ Tipos de precipitação ¡ Pluviometria ¡ Análise dos dados ¡ Precipitação média ¡ Precipitação máxima Precipitação ¡ É a principal variável de entrada, alimenta a fase terrestre do ciclo hidrológico ¡ Importante para os processos de escoamento superficial direto, infiltração, evaporação, transpiração, recarga de aquíferos, vazão básica dos rios e outros. ¡ Varia no tempo e no espaço ¡ Condiciona as principais características dos ecossistemas: físicas, químicas e biológicas 3 Tipos de Precipitação ¡ Chuva 4 Tipos de Precipitação ¡ Neve 5 Tipos de Precipitação ¡ Granizo 6 7 Tipos de precipitação ¡ Água proveniente do meio atmosférico que atinge a superfície ¡ Tipos: neblina, chuva, granizo, saraiva, orvalho, geada e neve ¡ O que diferencia é o estado em que se encontra a água e a possibilidade de gerar volume líquido. Tipos de Precipitação 8 9 Causas da Ascensão de Ar Úmido 10 Classificação da chuva segundo o processo de resfriamento das nuvens ¡ Chuvas Frontais ou Ciclônicas ¡ Chuvas Convectivas ou Chuvas de Verão ¡ Chuvas Orográficas 11 Chuvas frontais 12 Chuvas frontais ¡ As chuvas frontais ocorrem quando se encontram duas grandes massas de ar, de diferente temperatura e umidade. ¡ Na frente de contato entre as duas massas o ar mais quente (mais leve e, normalmente, mais úmido) é empurrado para cima, onde atinge temperaturas mais baixas, resultando na condensação do vapor 13 Chuvas frontais ¡ As massas de ar que formam as chuvas frontais têm centenas de quilômetros de extensão e movimentam se de forma relativamente lenta, conseqüentemente as chuvas frontais caracterizam-se pela longa duração e por atingirem grandes extensões. 14 Chuvas frontais ¡ No Brasil as chuvas frontais são muito freqüentes na região Sul, atingindo também as regiões Sudeste, Centro Oeste e, por vezes, o Nordeste. ¡ Chuvas frontais têm uma intensidade relativamente baixa e uma duração relativamente longa. Am alguns casos as frentes podem ficar estacionárias, e a chuva pode atingir o mesmo local por vários dias seguidos. 15 16 Chuvas Frontais - resumo ¡ interação de massas de ar quente e frias. ¡ Quando chega uma frente fria forma-se junto a frente um grande gradiente de temperatura. ¡ Os dias anteriores a chegada da frente ficam quentes; ¡ O ar frio é a mais denso e penetra, fazendo o ar quente mais leve subir condensar e precipitar. ¡ Atua sobre grandes bacias com intensidade variável. ¡ tende a ter duração prolongada e abrangência de grandes áreas ¡ Processos frontais de grande extensão e duração são os que produzem inundações em grandes bacias. ¡ O movimento das frentes depende dos sistemas de pressão regional Chuvas Convectivas 17 Chuvas Convectivas ¡ As chuvas convectivas ocorrem pelo aquecimento de massas de ar, relativamente pequenas, que estão em contato direto com a superfície quente dos continentes e oceanos. ¡ O aquecimento do ar pode resultar na sua subida para níveis mais altos da atmosfera onde as baixas temperaturas condensam o vapor, formando nuvens. 18 Chuvas Convectivas ¡ Nesse processo pode ou não resultar em chuva, e as chuvas convectivas são caracterizadas pela alta intensidade e pela curta duração. ¡ Normalmente, porém, as chuvas convectivas ocorrem de forma concentrada sobre áreas relativamente pequenas. No Brasil há uma predominância de chuvas convectivas, especialmente nas regiões tropicais. 19 20 Chuva Convectiva - Resumo ¡ o ar úmido aquecido na vizinhança do solo fica menos denso sobe, diminui a temperatura, condensa e precipita. ¡ São formações locais com pequena abrangência espacial e alta intensidade. Atinge principalmente pequenas bacias; ¡ Ocorre principalmente no verão em climas tropicais ¡ Abrangência espacial pequena; ¡ Alta intensidade; ¡ Pequena duração temporal; ¡ Também conhecida como chuva de verão; ¡ Importante para pequenas bacias hidrográficas com pequeno tempo de concentração. Chuvas orográficas 21 Chuvas orográficas ¡ As chuvas orográficas ocorrem em regiões em que um grande obstáculo do relevo, como uma cordilheira ou serra muito alta, impede a passagem de ventos quentes e úmidos, que sopram do mar, obrigando o ar a subir. ¡ Em maiores altitudes a umidade do ar se condensa, formando nuvens junto aos picos da serra, onde chove com muita freqüência. 22 Chuvas orográficas ¡ As chuvas orográficas ocorrem em muitas regiões do Mundo, e no Brasil são especialmente importantes ao longo da Serra do Mar. 23 24 Orográficas ¡ ventos quentes e úmidos provenientes do oceano encontram barreiras físicas, sobem condensam e precipitam sobre áreas montanhosas. ¡ O vento que ultrapassa a barreira é seco, retirando umidade do ambiente, podendo gerar áreas desérticas; ¡ A precipitação varia com a altitude, tendo algumas alturas onde a precipitação é muito alta; ¡ Atua sobre bacias pequenas com intensidade variável. Ar úmido chuva Ar seco Clima desértico Medidas ¡ Volume de chuva ¡ Duração da chuva ¡ Distribuição do volume precipitado no tempo ¡ Distribuição da chuva no espaço ¡ A intensidade da chuva é estimada pela relação volume / tempo 25 26 Pluviometria ¡ Aparelho medidores cilíndricos (com área que pode variar de 100, 200, 400 ou 1000 cm2) colocado de 1 a 1,5 m do solo, livre de obstruções. Valores com precisão de décimo de milimetro obtidos por ¡ P = 10 V/A ¡ V (volume em cm3) A é a área cm2 ¡ esquema h D >2h obstrução Aparelhos para medir a chuva ¡ Pluviômetros: permitem medir a altura diária da chuva ¡ Pluviógrafos: fazem medição contínua, permitindo determinar a intensidade e duração das chuvas 27 28 Pluviômetro ¡ Medidor sem registrador; ¡ Dados coletados pelo observador 1 vez ao dia (pela manhã). Em algumas entidades utiliza-se duas vezes ao dia; ¡ O totalizador de um dia não permite conhecer como a precipitação se distribui ao longo do dia ¡ Fontes de erros: anotações, somar a medição de precipitações altas (somam valores de 20 mm). ¡ O valor medido num dia t +1 é transferido para o dia t, pois a maior parte do tempo ocorreu no dia anterior. Isto pode ser fonte de erro de processamento de dados. Dia t Dia t+1 Leitura 7:00am Período de totalização do dia t 29 Pluviógrafo ¡ Objetivo: O equipamento automático pode ser necessário devido a falta de observador e dificuldade de acesso e/ou para conhecer a distribuição da precipitação dentro do dia ¡ Sensores: com cubas basculantes ou reservatório com sifão ¡ Registradores: (a) mecânico: tambor com relógio e pena sobre papel milimetrado; (b) eletrônico. ¡ Transmissão: coleta por observador, equipe de campo; transmissão por rádio, satélite e celular, dependendo da distância e custos. ¡ Os aparelhos mecânicos apresentam maior custo de processamento e erros. Os equipamentos digitais sofrem de interferências e principalmente impactos dos raios. 30 Usos dos aparelhos ¡ Pluviômetros são mais baratos e menor custo de operação ¡ Pluviógrafos quandoé desejada a variabilidade temporal no dia ¡ Autonomia e automatização dos aparelhos ¡ Rede de observação ¡ Regiões de pequeno acesso 31 Outros tipos de medida de chuva ¡ Satélite: utiliza a freqüência de sensores para estimar temperatura das nuvens e outras características para estimar a chuva; ¡ Bons resultados com TRMM em climas tropicais; ¡ Boa resolução espacial se comparadas as medidas pontuais das medidas de terra dos pluviômetros; ¡ Pode ter limitado resultados pontuais • Radar em terra utiliza princípios semelhantes de sensores de medida para estimar a variabilidade temporal e espacial dos processos de chuva na bacia; • Vantagens de ter melhor resolução espacial; • Limitado resultado pontual e alto custo de operação do sistema Pluviômetros: Medindo a chuva Fonte : Sabesp Pluviômetro Pluviômetro Pluviógrafo – pluviômetro de caçamba Estação Pluviográfica Fonte : Sabesp Estação Pluviográfica com Telemetria Estação Pluviográfica Pluviógrafo Pluviógrafo Fonte : Sabesp Radar Meteorológico Radar Radar Radar Radar Radar Análise de dados de chuva ¡ As variáveis que caracterizam a chuva são a l sua altura (lâmina precipitada), l a intensidade, l a duração e l a freqüência. 46 Duração ¡ Duração é o período de tempo durante o qual a chuva cai. ¡ Normalmente é medida em minutos ou horas. 47 Altura ¡ A altura é a espessura média da lâmina de água que cobriria a região atingida se esta região fosse plana e impermeável. ¡ A unidade de medição da altura de chuva é o milímetro de chuva. ¡ Um milímetro de chuva corresponde a 1 litro de água distribuído em um metro quadrado. 48 Intensidade ¡ Intensidade é a altura precipitada dividida pela duração da chuva, e é expressa, normalmente, em mm.hora-1. 49 Tempo Chuva 0 0 1 0 2 0 3 3 4 0 5 4 6 8 7 12 8 5 9 9 10 7 11 7 12 5 13 1 14 0 15 0 16 0 17 0 18 0 19 0 20 0 21 0 22 0 23 0 24 0 Exemplo de Registro de Chuva • Tempo transcorrido entre o início e o fim do evento chuvoso. Duração da Chuva Início 03:00 Fim: 13:00 Duração = 10 horas Duração da Chuva • Tempo transcorrido entre o início e o fim do evento chuvoso. Tempo Chuva Chuva Acumulada 0 0 0 1 0 0 2 0 0 3 3 3 4 0 3 5 4 7 6 8 15 7 12 27 8 5 32 9 9 41 10 7 48 11 7 55 12 5 60 13 1 61 14 0 61 15 0 61 16 0 61 17 0 61 18 0 61 19 0 61 20 0 61 21 0 61 22 0 61 23 0 61 24 0 61 Chuva Acumulada • Duração da chuva = 10 horas • Total precipitado = 61 mm • Intensidade média = 6,1 mm/hora • Intensidade máxima = 12 mm/hora entre 6 e 7 horas • Intensidade média do dia = 61/24 = 2,5 mm/hora Intensidade média Pluviograma 55 Pluviograma 56 Pluviograma Frequência ¡ Freqüência é a quantidade de ocorrências de eventos iguais ou superiores ao evento de chuva considerado. ¡ Chuvas muito intensas tem freqüência baixa, isto é, ocorrem raramente. ¡ Chuvas pouco intensas são mais comuns. 58 59 Frequência de ocorrência de chuvas diárias de diferentes alturas em um posto pluviométrico no interior do Paraná ao longo de um período de, aproximadamente, 23 anos. Freqüência Tempo de Retorno ¡ O tempo de retorno é uma estimativa do tempo em que um evento é igualado ou superado, em média. Ex. Uma chuva com intensidade equivalente ao tempo de retorno de 10 anos é igualada ou superada somente uma vez a cada dez anos, em média. 62 Tempo de Retorno ¡ O tempo de retorno pode, também, ser definido como o inverso da probabilidade de ocorrência de um determinado evento em um ano qualquer. 63 TR = 1Probabilidade Principais Indicadores ¡ Precipitação total anual média: é a média dos totais de chuva anual. P.ex., no Brasil em vários locais a precipitação total anual média é da ordem de 1500 mm; ¡ Precipitação total mensal (varia com o mês) média: média do mesmo mês de vários anos. Permite caracterizar a sazonalidade; 64 ¡ Distribuição das chuvas se aproxima de uma distribuição normal (exceto em regiões áridas). ¡ Distribuição normal tabelada para Z = (x-µ)/σ ¡ Conhecendo a média e o desvio padrão das chuvas anuais é possível associar uma chuva a uma probabilidade. Chuvas anuais Chuvas anuais Em Porto Alegre de 1961 a 1990 Chuva média mensal Belém Cuiabá Porto Alegre Florianópolis Chuvas médias mensais Cuiabá Porto Alegre Chuvas médias mensais Sazonalidade das Precipitações Ano Hidrológico ¡ “Semestre Seco”: meses do ano em que as precipitações médias da série histórica referentes a esses meses são inferiores à precipitação média dos 12 meses. 70 71 Variabilidade espacial da chuva ¡ Os dados de chuva dos pluviômetros e pluviógrafos referem-se a medições executadas em áreas muito restritas (400 cm2), quase pontuais. Porém a chuva caracteriza-se por uma grande variabilidade espacial. 72 Exemplo ¡ Durante um evento de chuva um pluviômetro pode ter registrado 60 mm de chuva enquanto um outro pluviômetro, a 30 km de distância registrou apenas 40 mm para o mesmo evento. Isto ocorre porque a chuva apresenta uma grande variabilidade espacial, principalmente se é originada por um processo convectivo. 73 Isoietas ¡ A forma de representar a variabilidade espacial da chuva para um evento, para um ano inteiro de dados ou para representar a precipitação média anual ao longo de um período de 30 anos são as linhas de mesma precipitação (isoietas) desenhadas sobre um mapa. ¡ As isoietas são obtidas por interpolação dos dados de pluviômetros ou pluviógrafos e podem ser traçadas de forma manual ou automática. 74 Isoietas 75 76 Variabilidade sazonal da chuva ¡ Um dos aspectos mais importantes do clima e da hidrologia de uma região é a época de ocorrência das chuvas. Existem regiões com grande variabilidade sazonal da chuva, com estações do ano muito secas ou muito úmidas. ¡ A variabilidade sazonal da chuva é representada por gráficos com a chuva média mensal 77 Precipitação Média sobre uma bacia ¡ O cálculo da chuva média em uma bacia pode ser realizado utilizando: l o método da média aritmética; l das Isoietas; l dos polígonos de Thiessen ou l interpolação em Sistemas de Informação Geográfica (SIGs). 78 Média ¡ Podemos simplesmente calcular a média dos postos e supor que esta média representa a precipitação na bacia hidrográfica79 80 Método de Thiessen ¡ Neste método é definida a área de influência de cada posto e é calculada uma média ponderada da precipitação com base nestas áreas de influência. 81 Método de Thiessen 82 Traçar linhas que unem os postos pluviométricos mais próximos entre si. Traçar linhas médias perpendiculares às linhas que unem os postos pluviométricos. Método de Thiessen 83 Definir a região de influência de cada posto pluviométrico e medir a sua área. Método de Thiessen 84 Exercício ¡ Qual é a chuva média na bacia da figura abaixo considerando que a chuva observada em A é de 1300 mm, achuva observada em B é de 900 mm e a chuva observada em C é de 1100 mm? 85 Exercício 86 Solução ¡ Média aritmética 87 Pm = PB +PC 2 = 900+1100 2 =1000mm Método de Thiessen – 1º. passo 88 Método de Thiessen – 1º. passo 89
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