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INFLAMAÇÃO – INTRODUÇÃO
A Inflamação ou flogose (derivado de "flogístico" que, em grego, significa "queimar") está sempre presente nos locais que sofreram alguma forma de agressão e que, portanto, perderam sua homeostase e morfostase. 
O processo inflamatório visa compensar essas alterações de forma e de função por intermédio de reações teciduais, principalmente vasculares, que buscam destruir o agente agressor. A Inflamação pode ser considerada, assim, uma reação de defesa local.
Todo esse processo de restituição da normalidade tecidual é concluído pela reparação, fenômeno inseparável da Inflamação. Ambos os fenômenos (inflamação-reparação) caminham juntos, mas, para efeito didático, serão abordados separadamente. A íntima relação desses mecanismos fica clara quando se abordam os momentos da Inflamação.
Conceito:
	A Inflamação constitui um mecanismo de defesa local, exclusivo de tecidos mesenquimais lesados. 
Pode ser definida como sendo uma “resposta local do tecido vascularizado agredido, caracterizada por alterações do sistema vascular, dos componentes líquidos e celulares, bem como por adaptações do tecido conjuntivo vizinho”.
Tecidos Mesenquimais:
	Os tecidos mesenquimais compreendem o tecido conjuntivo, o tecido ósseo e cartilaginoso, os vasos sanguíneos e linfáticos e o tecido muscular. 
As células que formam esses tecidos são oriundas do mesmo folheto germinativo (grupos de células embrionárias com a mesma competência de multiplicação e indução), ou seja, do mesoderma. Este surge na terceira semana de vida intrauterina, durante a embriogênese.
Durante a diferenciação do mesoderma são formadas células chamadas de células mesenquimais e, dentre elas, as células e os vasos sanguíneos, as estruturas básicas responsáveis pela Inflamação.
Os processos inflamatórios são exclusivos dos tecidos vascularizados (e, portanto, mesenquimais); tecidos que não apresentam vasos, como os epitélios e a cartilagem, quando agredidos, defendem-se principalmente por intermédio do tecido vascularizado adjacente; no caso da cartilagem, esta pode até desenvolver uma vascularização no local.
Os tecidos conjuntivos formam um arranjo tridimensional composto por células residentes e transitórias e, em maior parte, por matriz extracelular (MEC). Esta conformação permite preencher os espaços corporais, conectar outros tecidos além de oferecer suporte estrutural e funcional. 
Mas, dentre as inúmeras funções, destacam-se a reparação após a lesão, proteção, transporte e armazenamento de substâncias.
Momentos da Inflamação:
Classicamente existem alguns fenômenos básicos comuns a qualquer tipo de Inflamação e que independem do agente inflamatório.
Esses momentos ou fases caracterizam a Inflamação do tipo aguda, a qual sempre antecede a Inflamação do tipo crônica. 
A divisão desses momentos em cinco itens, a seguir explicitados, é meramente didática. Todos eles acontecem como um processo único e concomitante, o que caracteriza a Inflamação como um processo dinâmico. 
São eles:
1 – Fase Irritativa: modificações morfológicas e funcionais dos tecidos agredidos que promovem a liberação de mediadores químicos, estes desencadeantes das demais fases inflamatórias.
2 – Fase Vascular: alterações hemodinâmicas da circulação e de permeabilidade vascular no local da agressão.
3 – Fase Exsudativa: característica do processo inflamatório; esse fenômeno compõe-se de exsudato celular e plasmático oriundo do aumento da permeabilidade vascular.
4 – Fase Degenerativa-Necrótica: composta por células com alterações degenerativas reversíveis ou não (neste caso, originando um material necrótico), derivadas da ação direta do agente agressor ou das modificações funcionais e anatômicas consequentes das três fases anteriores.
5 – Fase Produtiva-Reparativa: relacionada à característica de hipermetria da Inflamação, ou seja, exprime os aumentos de quantidade dos elementos teciduais - principalmente de células e colágeno - resultado das fases anteriores. Essa hipermetria da reação inflamatória visa destruir o agente agressor e reparar o tecido injuriado.
Manifestações Clínicas:
A manifestação clínica dessas fases se dá por intermédio de cinco sinais, intitulados SINAIS CARDINAIS ou SINAIS FLOGÍSTICOS ou TÉTRADE DA INFLAMAÇÃO, que caracterizam a agudização do processo inflamatório. 
São eles dor, calor, rubor, tumor e perda da função. 
A dor é originada de mecanismos mais complexos que incluem compressão das fibras nervosas locais devido ao acúmulo de líquidos e de células, agressão direta às fibras nervosas e da ação farmacológicas sobre as terminações nervosas; portanto, engloba pelo menos três fases da inflamação (irritativa, vascular e exsudativa).
O calor é oriundo da fase vascular, em que se tem hiperemia arterial e, consequentemente, aumento da temperatura local.
O rubor ou vermelhidão também é decorrente desse mesmo fenômeno.
O tumor ou edema é causado principalmente pela fase exsudativa e produtiva-reparativa, representadas pelo aumento de líquido (edema inflamatório) e de células. 
A perda de função, por fim, é decorrente do tumor (principalmente em articulações, impedindo a movimentação) e da própria dor, dificultando as atividades locais.
Exsudato e Transudato:
Transudato: É o fluido de baixo conteúdo proteico, resultado de alterações na pressão hidrostática, com permeabilidade vascular normal. 
Exemplo de Transudato: ASCITE, ou mais conhecido como “Barriga d’água”, que é o acúmulo de líquidos (plasma sanguíneo) no abdome. Edema de membros inferiores.
Exsudato: fluidos (como o pus) que passam através das paredes vasculares em direção aos tecidos adjacentes. Estes fluidos envolvem células, proteínas e materiais sólidos. O exsudato pode escoar de incisões ou locais onde haja Inflamação ou infecção.

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