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Filosofia,Comunicação e Etica

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MODULO 1. O USO DA LINGUAGEM E O USO DA RAZÃO.
Falar é próprio dos seres humanos, já que os animais não falam. Aristóteles ao afirmar, em sua Política, que o homem é um animal político sustenta sua tese no pressuposto que o homem é o único que possui linguagem, enquanto os animais apenas expressam dor ou prazer através de sons. E por que a linguagem é importante? Segundo o filósofo Ernst Cassirer, o uso e o entendimento da linguagem possibilitam o verdadeiro “abre-te-sésamo” que permite a entrada no mundo da cultura humana e o seu desenvolvimento.
         A linguagem é composta por um sistema de signos. O que é um sistema? O que são signos?  Um sistema é um conjunto de elementos organizados, neste caso os elementos são os signos. Os signos são elementos que designam outros elementos. Por exemplo, a palavra árvore está no lugar do objeto árvore, o número 3 está no lugar quantidade real de três coisas e assim por diante.
         A palavra razão, na sociedade ocidental, tem origem em duas fontes: o termo latino ratio e o termo grego logos. SegundoChauí, em Convite à Filosofia (1997), ambos os termos são substantivos originados de dois verbos com sentidos semelhantes em grego e latim. “Logos vem do verbo legein, que quer dizer: contar, reunir, juntar, calcular. Ratio vem do verbo reor, que quer dizer: contar, reunir, medir, juntar, separar, calcular” (1997, p.59) E o que fazemos, questiona Chauí, “quando medimos, juntamos, separamos, contamos e calculamos?” Pensamos com medida e proporção, pensamos de forma ordenada (1997, p.59).
 
Veja o exercício respondido, leia o(s) texto(s) indicado(s) abaixo e depois responda os exercícios propostos.
 
Leitura básica
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 13ª ed.São Paulo: Ática, 2003.
- Texto: A razão (Capítulo 1 – Unidade 2).
- Texto: A Linguagem (Capítulo 5 – Unidade 5).
- Texto: O pensamento (Capítulo 6 – Unidade 5).
 
Leitura complementar
BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é comunicação. São Paulo: Brasiliense, 2008.
- Textos: Que “significa” isto? Os dois gumes da linguagem. O poder da comunicação e a comunicação do poder.
Exercício 
Leia o texto a seguir, reflita com atenção e escolha as afirmativas que se referem corretamente às questões suscitadas pelo texto.
 “Como dizemos freqüentemente, a natureza não faz nada em vão; ora, o homem é o único entre os animais a ter linguagem [logos]. O simples som é uma indicação do prazer ou da dor estando, portanto, presente em outros animais, pois a natureza destes consiste em sentir o prazer e a dor e em expressá-los. Mas a linguagem tem como objetivo a manifestação do vantajoso e do desvantajoso, assim sendo do justo e do injusto. Trata-se de uma característica do homem ser ele o único que tem o senso do bom e do mau, do justo e do injusto, bem como outras concepções deste tipo” (ARISTÓTELES, Política).
I A linguagem é própria dos seres humanos.
II Os animais compreendem a linguagem humana.
III Os animais expressam dor ou prazer através de sons.
IV Através da linguagem o ser humano manifesta o que acha bom, mau, justo ou injusto.
Assinale alternativa que possui a(s) afirmação(ções) correta(s):
a) Apenas I e III
b) Apenas II e IV
c) Apenas I, II e III
d) Apenas I, III e IV
e) I, II, III e IV
Comentário da alternativa correta:
As proposições I, III e IV estão de acordo com o texto. Os animais não compreendem a linguagem humana, já que para isso seria necessário compreender o seu sentido simbólico.
 
MODULO 2. A ATITUDE CIENTÍFICA E A RAZÃO INSTRUMENTAL.
A partir do século XVII, com Galileu Galilei, tem início a moderna concepção de ciência com sua separação da Filosofia. Galileu em seus estudos de astronomia faz uso da luneta para observar os astros e nas suas investigações de física recorre ao uso de matematização e experiências.
Com a tendência crescente de valorização da razão e de um saber ativo, o método científico foi se desenvolvendo e sendo adaptado a outros campos do conhecimento originando outras ciências particulares, como a astronomia, a química, a biologia, a sociologia, entre outras.
         Enquanto o senso comum produz um conhecimento superficial e impreciso, a ciência busca um conhecimento preciso e objetivo, que possa ser comprovado, dessa forma, utiliza um método. A palavra método vem do grego meta, “através de” ehodós, “caminho”, portanto, indica a necessidade de buscar procedimentos adequados para atingir determinado objetivo. Faz-se necessário trilhar um caminho para atingir um objetivo, no caso da ciência a elucidação de um problema.
Segundo os filósofos Adorno e Horkheimer, em Dialética do Esclarecimento, a história do logos, da razão, é a constante superação de tudo o que é transcendente, de tudo que não pode ser provado, só restando aquilo que pode ser explicado pela razão técnica. Mas a técnica é um saber que não se preocupa com o sentido, apenas com a eficiência prática. Não se pergunta mais pela felicidade, nem pelas causas e essências, mas sim como são as regras e qual o seu funcionamento. Tudo aquilo que foge ao campo da utilidade e do cálculo foge também aos interesses da chamada razão instrumental.
Veja o exercício respondido, leia o(s) texto(s) indicado(s) abaixo e depois responda os exercícios propostos.
Leitura básica
 
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 13ª ed.São Paulo: Ática, 2003.
- Texto: A atitude científica (Capítulo 1 – Unidade 7).
- Texto: O ideal científico e a razão instrumental (Capítulo 4 - Unidade 7).
 Leitura Complementar
 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P. Martins. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4 ed. São Paulo: Moderna, 2009.
- Texto: O método das ciências da natureza (Capítulo 31 – Unidade 6).
 
Exercício 
Em relação ao conhecimento científico, é correto afirmar que:
I O cientista busca compreender a realidade de maneira racional, por meio de métodos rigorosos que permitam alcançar um tipo de conhecimento sistemático, preciso e com a maior objetividade possível.
II O cientista busca compreender a realidade de maneira mítica, por meio de métodos mágicos que permitam alcançar um tipo de conhecimento mítico, impreciso e com a maior subjetividade possível.
III O cientista busca unir a racionalidade e a fé, o mito e a ciência, por meio de métodos que interfiram na atividade de outros indivíduos ou grupos sociais.
 Assinale alternativa que possui a(s) afirmação(ções) correta(s):
a) Apenas a I
b) Apenas a II
c) Apenas a III
d) Apenas a I e II
e) I, II e III
 
Comentário da alternativa correta:
De acordo com os conteúdos estudados, o cientista busca compreender a realidade de maneira racional, por meio de métodos rigorosos que permitam alcançar um tipo de conhecimento sistemático, preciso e com a maior objetividade possível. Dessa forma, o cientista busca distanciar-se do mito, da fé, da subjetividade.
 
MODULO 3. O MUNDO GLOBALIZADO. OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA.
Você vai com um amigo ou uma amiga ao cinema, assistir a um filme norte-americano. Quando saem do cinema, vocês estão com fome e resolvem comer uma pizza em uma cantina italiana; no cardápio, vocês optam por um vinho chileno. Quando saem, está chovendo e vocês abrem um guarda-chuva fabricado na China. Resolvem tomar um táxi; fazem o sinal e o veiculo para: é um carro de tecnologia coreana, dirigido por um imigrante. Essa cena pode se repetir em qualquer grande cidade do Brasil e do mundo e ilustra alguns dos aspectos da globalização.
Algumas características marcantes da globalização são:  No campo da comunicação, as informações são transmitidas em tempo real, possibilitando acompanhar, de forma quase instantânea, vários acontecimentos que ocorrem no planeta: como jogos esportivos, enchentes, acidentes, protestos, lançamento de satélites etc. No âmbito da economia ocorre uma grande oferta de produtos importados como produtos eletrônicos, alimentos, roupas, carros etc. Na esfera da cultura, cada vez ocorre uma maior e mais rápida oferta de filmes, cds, livros, produzidos em outros países e que, algumas vezes,são lançados mundialmente. Há também uma tendência a universalização dos valores políticos democráticos, assim como a defesa dos direitos humanos e sociais.
Os meios de comunicação de massa, como a própria expressão indica, são aqueles meios capazes de atingir um grande numero de pessoas, de diferentes lugares e classes sociais. E esses meios são objetos tecnológicos como o rádio, o cinema, a imprensa, a televisão. É por meio desses objetos tecnológicos que as mensagens são propagadas. E quais são os conteúdos transmitidos? São informações sob diferentes formas: novelas, notícias, jogos, música, debates etc.
Veja o exercício respondido, leia o(s) texto(s) indicado(s) abaixo e depois responda os exercícios propostos.
 
Leitura básica
 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P. Martins. Temas de Filosofia. 3a ed. São Paulo: Moderna, 2005.
- Texto: O mundo globalizado (1ª parte do capítulo 6 – O que é globalização).
 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P. Martins. Temas de Filosofia. 3a ed. São Paulo: Moderna, 2005.
- Texto: Os meios de comunicação de massa (1ª parte do capítulo 5 – A televisão).
 
Leitura Complementar
 
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 13ª ed.São Paulo: Ática, 2003.
- Texto: A cultura de massa e a indústria cultural (Capítulo 4 – Unidade 8)
 
Exercício 
Leia as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta.
I A mídia reproduz e reforça ideologias já que reflete os interesses do sistema no qual está inserida.
II O noticiário da TV é objetivo e neutro, já que apresenta os fatos tal como aconteceram.
III Os meios de comunicação de massa podem influenciar seus telespectadores, tanto de forma positiva, como de forma negativa.
Assinale alternativa que possui a(s) afirmação(ções) correta(s):
a) Apenas a I
b) Apenas a II
c) Apenas a III
d) Apenas a I e III
e) I, II e III
Comentário da alternativa correta:
A mídia reproduz e reforça ideologias já que reflete os interesses do sistema no qual está inserida. Ela também pode influenciar seus telespectadores, tanto de forma positiva, como de forma negativa.
 
 MODULO 4. JUÍZOS DE VALOR E JUÍZOS DE REALIDADE
No seu dia-a-dia e no seu contato com as coisas os seres humanos fazem juízos de valor e juízos de realidade. Juízos de realidade são feitos quando constatamos as coisas existentes. Por exemplo, quando afirmamos que este texto faz parte do programa de Filosofia ou quando se olha pela janela e afirmamos que parou de chover. Nesses casos estamos fazendo constatações sobre o existente, estamos fazendo juízos de realidade. Mas ao mesmo tempo em que fazemos juízos de realidade podemos também fazer juízos de valor. Por exemplo, podemos dizer que este texto além de ser do programa de Filosofia ele é muito interessante. Podemos olhar pela janela é afirmar que parou de chover e acrescentar que a rua molhada ficou mais bela (Cf. Aranha e Martins, 2005).
O ser humano diante do existente não fica indiferente ele faz julgamentos, ele valora a realidade. E o que são valores? Valores são aquilo que valem, aquilo que se julga importante, aquilo que se dá prioridade. Todos os seres humanos possuem uma escala de valores, mesmo que não se tenha refletido muito sobre ela. Geralmente são considerados importes valores como: saúde, amizade, felicidade, educação, bem estar entre outros. Dessa forma, os valores orientam a ação, uma vez que a pessoa irá agir de acordo com os valores que julga mais importante. Assim, pode-se afirmar que ser humano valora as coisas a sua volta e faz escolhas com base nesses valores.
Veja o exercício respondido, leia o(s) texto(s) indicado(s) abaixo e depois responda os exercícios propostos.
 
Leitura básica
 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P. Martins. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4 ed. São Paulo: Moderna, 2009.
- Texto: Entre o bem e o mal (Capítulo 17 – Unidade 4).
- Texto: Podemos ser livres? (Capítulo 19 – Unidade 4 - itens 1 a 4). 
 
Leitura Complementar
 
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 13ª ed.São Paulo: Ática, 2003.
- Texto: A existência ética (Capítulo 5 – Unidade 8)
 
Exercício 
De acordo com o que foi estudado sobre valores, pode-se afirmar:
I Constantemente atribuímos juízos de valor em relação às coisas que nos cercam.
II Não é necessário que a educação reflita sobre os valores, já que a família e a religião podem se encarregar disso.
III Nós herdamos valores. E o ato de valorar é uma tarefa humana que nunca termina.
Assinale alternativa que possui a(s) afirmação(ções) correta(as):
a) Apenas I
b) Apenas II
c)  Apenas I e II
d) Apenas II e III
e) Apenas I e III 
 
Comentário da alternativa correta:
O ser humano diante do existente não fica indiferente ele faz julgamentos, ele constantemente valora a realidade e nós herdamos valores no nosso meio social.
 
MODULO 5. MORAL, ÉTICA E EDUCAÇÃO.
Como podemos definir o que é moral? E o que é ética? No dia-a-dia, muitas vezes, essas duas palavras são utilizadas como sinônimos. A palavra ética vem do grego êthos que significa costume, modo de ser, e a palavra moral vem do latim mores que possui o mesmo significado. Embora ambas as palavras, do ponto de vista etimológico, tenham um sentido comum, na perspectiva filosófica possuem significados diferentes. Pode-se definir a ética como uma reflexão filosófica sobre os fundamentos da moral. Já a moral, pode ser entendida como um conjunto de regras que visa regular a vida social.
Sócrates é considerado o fundador da ética, uma vez que adotou como lema o imperativo délfico “conhece-te a ti mesmo” e buscou incessantemente colocá-lo em prática e, também, exortava seus concidadãos a fazerem o mesmo. Para Sócrates “uma vida sem exame não vale a pena viver”, ou seja, é necessário saber por que se age de tal forma e não de outra, já que o conhecimento do bem propicia o “agir bem”. Sócrates não se limitava a simplesmente seguir os costumes, mas buscava investigar quais eram seus fundamentos, buscava por conceitos universais. A fidelidade a sua missão, como se sabe, custou-lhe a própria vida.
 Qual a relação entre a ética e a educação? A ética é fundamental para a educação. Se ser ético pressupõe agir de forma consciente, autônoma e responsável, então é desejável que as pessoas se relacionem de forma ética umas com as outras. Pode-se afirmar que um dos objetivos da educação é formar o sujeito ético. E ser um sujeito ético implica em agir com consciência, responsabilidade e autonomia. O sujeito ético é livre e responsável. Mas como propiciar que isso ocorra?
Veja o exercício respondido, leia o(s) texto(s) indicado(s) abaixo e depois responda os exercícios propostos.
 
Leitura básica
 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P. Martins. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4 ed. São Paulo: Moderna, 2009.
- Texto: Entre o bem e o mal (Capítulo 17 – Unidade 4).
 
- Texto: NAHRA, Cínara.  “Podem as serpentes conviver com as pombas? Uma reflexão filosófica sobre a ética na política”.Princípios: Natal, v.16, n.26, jul./dez. 2009, p. 53-70. Acesso em: 11 nov. 2012. Disponível em:http://www.principios.cchla.ufrn.br/26P-53-70.pdf
Leitura Complementar
 
SAVATER, F. Ética para meu filho. Trad. Mônica Stahel. 5ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
 
Exercício 
Conforme foi estudado, a ética é o espaço da reflexão filosófica que se define como reflexão crítica, sistemática, sobre a presença dos valores na ação humana. A esse respeito podemos afirmar que:
I Os valores não devem ser vistos como significações estáticas, relacionadas a algo absoluto, imutável.
II Na história das civilizações verificamos a presença de valores em mutação.
III Em algumas culturas não é possível constatar a presença de valores.
Assinale alternativa que possui a(s) afirmação(ções) correta(as):
a) Apenas I
b) Apenas II
c)  Apenas I e  II
d) Apenas II e III
e) I, II e III
 
Comentário da alternativa correta:
Toda cultura produz valores e os valores não são imutáveis no decorrer do tempo.
 
 
 
 
MODULO6. ARISTÓTELES E A ÉTICA FINALISTA. SANTO AGOSTINHO E O LIVRE-ARBÍTRIO.
Aristóteles diz que toda ação humana tem por objetivo alguma finalidade, algum bem. Por exemplo, podemos estudar para se formar e ter uma profissão. Podemos guardar algum dinheiro para fazer uma viajem nas férias. Podemos planejar uma alimentação mais saudável visando manter uma boa saúde. Também podemos fazer uma poupança para comprar uma casa própria. Pode-se dizer que há uma hierarquia de bens, ou seja, alguns são mais fundamentais do que outros. Mas qual seria o supra-sumo do bem, será que há um bem final? Existe um fim último superior que condiciona todos os outros? Algo que é desejado por si mesmo sem estar condicionado a outro fim? Segundo Aristóteles, esse fim último é a felicidade. Dessa forma, segundo Valls[1], “[...] a ética aristotélica é finalista e eudemonista, quer dizer, marcada pelos fins que devem ser alcançados para que o homem atinja a felicidade (eudaimonía)” (1989, p. 29). 
Na sua obra Confissões, Agostinho narra suas experiências pessoais e confessa as dificuldades e as fraquezas que enfrentou, explicitando assim, sua evolução espiritual. Embora Agostinho não tenha escrito um tratado exclusivo sobre ética, alguns dos seus textos discutem questões fundamentais para uma reflexão nesse sentido. Assim ocorre com o seu livro sobre o tema do livre-arbítrio.[2] Trata-se de um diálogo entre Agostinho e seu amigo Evódio, que se discute sobre a questão do livre-arbítrio, da liberdade e do pecado. Veja abaixo uma passagem:
Assim, quando Deus castiga o pecador, o que te parece que ele diz senão estas palavras: “Eu te castigo porque não usaste de tua vontade livre para aquilo a que eu a concedi a ti”? Isto é, para agires com retidão. Por outro lado, se o homem carecesse do livre-arbítrio da vontade, como poderia existir esse bem, que consiste em manifestar a justiça, condenando os pecados e premiando as boas ações? Visto que a conduta desse homem não seria pecado nem boa ação, caso não fosse voluntária. Igualmente o castigo, como a recompensa, seria injusto, se o homem não fosse dotado de vontade livre. Ora, era preciso que a justiça estivesse presente no castigo e na recompensa, porque aí está um dos bens cuja fonte é Deus. Conclusão, era necessário que Deus desse ao homem vontade livre. (AGOSTINHO, 1997, p.74)
Veja o exercício respondido, leia o(s) texto(s) indicado(s) abaixo e depois responda os exercícios propostos.
 
Leitura básica
PEGORARO, Olinto. Ética dos maiores mestres através da história. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
- Texto: Aristóteles: ética da imanência. (Capítulo 2)
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007.
- Texto: Santo Agostinho – O livre-arbítrio; Confissões. (Capítulo: Santo Agostinho – O livre-arbítrio; Confissões)
 
Leitura Complementar
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P. Martins. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4 ed. São Paulo: Moderna, 2009.
- Texto: Podemos ser livres? (Capítulo 19 – Unidade 4 - itens 1 a 4).
 
 
Exercício
Segundo as concepções de Santo Agostinho:
I Deus é bom e todo bem procede de Deus;
II Deus dotou o homem de livre arbítrio para escolher entre o bem e o mal;
III Tudo provem de Deus e Deus é bom. O homem é filho de Deus, logo quando o homem peca não pode ser culpado.
Assinale a alternativas que possui a(s) afirmação(ões) correta(s):
a) Apenas I
b) Apenas I e II
c) Apenas II e III
d) Apenas I e III
e) I, II e III
 
Comentário da alternativa correta:
Para Santo Agostinho: Deus é bom e todo bem procede de Deus e Ele dotou o homem de livre arbítrio para escolher entre o bem e o mal, dessa forma, o homem deve ser responsável pelos seus atos.
 
[1] VALLS, L.M. Álvaro. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 1989.
[2] AGOSTINHO, Santo. O livre-arbítrio. 2ª ed. São Paulo: Paulus, 1997.
 
MODULO 7. A ÉTICA RACIONAL KANTIANA. HABERMAS E A ÉTICA DISCURSIVA.
Para Kant, o agir moral implica em autodeterminar à vontade, em agir segundo a razão, o que significa seguir o imperativo: “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal” (KANT, 1980, p. 129).[1] O ponto central do imperativo kantiano é que se deve querer que uma máxima, isto é, uma intenção subjetiva da ação, possa ser convertida em lei universal.
A existência dos imperativos categóricos depende de tomar as pessoas como fim em si mesmas, pois essa é a condição para existência de valores absolutos. Porque se as pessoas não possuírem um valor em si, nada mais possuirão. Dessa forma, temos a formulação de outro imperativo categórico kantiano: “Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio” (1980, p.135).
A vontade é uma causalidade própria dos seres racionais. A liberdade da vontade é a autonomia. Daí que uma vontade livre é uma vontade que obedece às leis morais. Dessa forma a autonomia da vontade pressupõe escolher máximas passíveis de universalização. O ser humano é livre não quando age sem lei, mas sim quando é capaz de agir seguindo as próprias leis que foram ordenadas pela sua própria razão. Daí que na perspectiva kantiana, ser livre é ser racional, é agir segundo os mandamentos da razão.
A ética discursiva de Habermas é uma tentativa de reconstrução da ética kantiana buscando superar aquilo que ele concebe como problemático nesta. A principal crítica de Habermas refere-se ao caráter solitário e isolado da ética kantiana, já que as máximas universalizáveis resultam de um monólogo de foro íntimo. Para Habermas esse critério não é seguro. Daí a proposta de Habermas que o imperativo deve ser reconstruído em termos discursivos, ou seja, a validação das normas a partir de consensos. Dessa forma, as normas para serem válidas devem encontrar aceitação de todos os participantes do discurso.
A ética habermasiana tem como referencial o paradigma da linguagem presente nos atos de fala das relações sociais. O discurso racional é a condição para que as regras adquiram normatividade e aceitação universal. Para que isso seja possível é pressuposto uma situação ideal de fala, ou seja, para Habermas a situação ideal de fala é aquela em que o discurso decorre livre, isento de todas as formas de coações e se pauta em bons argumentos.
 
 Veja o exercício respondido, leia o(s) texto(s) indicado(s) abaixo e depois responda os exercícios propostos.
Leitura básica
 
PEGORARO, Olinto. Ética dos maiores mestres através da história. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
 
- Texto: Kant: a ética da subjetividade (Capítulo 5).
 
- Texto: J. Habermas: ética discursiva (Capítulo 8).
 
Leitura Complementar
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia: dos Pré-socráticos a Wittgenstein. 2a ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000.
- Texto: Kant – Fundamentação da metafísica dos costumes (Capítulo: Kant – Fundamentação da metafísica dos costumes).
 
Exercício
 
Segundo esse pensador, a razão deve guiar as minhas ações. “Eu não preciso perguntar a ninguém o que devo nem por que devo, mas unicamente a mim mesmo enquanto ser racional. A fonte última do Dever não é outra coisa que a Razão; a moralidade é auto legislação de um ser racional. A Razão, enquanto razão prática, dita a sua própria lei. Ela não toma esta lei de nenhuma instância transcendente a ela, mas apenas de si mesma. A Razão é, pois, a verdadeira fonte da objetividade prática” (PORTA, 2002). Trata-se das idéias de qual pensador:
a) Santo Agostinho
b) Platão
c) Immanuel Kant
d) Nietzsche
e) Max Weber
 
Comentário da alternativa correta:
Para Kant, ser ético é ser racional é agir segundo os mandamentos da razão. A ética para Kant deve ser fundada na razão e não na observação empírica ou em uma esfera transcendente.
[1] KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980. (Coleção Pensadores).
 
 
MODULO 8. NIETZSCHE E A GENEALOGIADA MORAL. WEBER E A ÉTICA DA RESPONSABILIDADE.
Em sua obra Para genealogia da Moral,[1] Friedrich Wilhelm  Nietzsche, se propõe a investigar qual a genealogia dos valores bom e mau , isto é, qual a origem desses valores e qual o  valor que eles têm. Conforme interroga no prefácio da referida obra: "... sob que condições inventou-se o homem aqueles juízos de valor, bom e mau? e que valor têm eles mesmos ?" (1983, p.298). Para Nietzsche é necessário examinar como estes valores foram fundamentados para descobrir qual o seu verdadeiro valor, qual o seu valor de origem.
       Nietzsche expõe que o juízo "bom" foi cunhado pelos próprios "bons" que se intitularam como tal. Não tem origem no bondoso, no benigno, mas sim nos nobres e poderosos que são os capazes de criar valores e selar cada coisa com um nome.
       A moral de senhores é a moral dos nobres, dos fortes, dos poderosos, e a moral de escravos é a moral dos fracos, a moral de rebanho, dos ressentidos. "Dessa perspectiva, bom é quem extravasa a própria força e ruim quem é rancoroso; bom é quem não hesita de pôr-se à prova, de enfrentar o perigo, querer a luta, e ruim quem não é digno de participar dela" (Marton, 1993, p.52).[2] Mas acontece que: “ ‘Os senhores’ foram abolidos; a moral do homem comum venceu” (Nietzsche, 1983, p.300). Para Nietzsche, este fato tem como base o judaísmo e o cristianismo que inverteram os verdadeiros valores e criaram uma rebelião dos "escravos da moral".
Max Weber, no início do século XX, busca desenvolver uma ética que leve em conta suas possíveis conseqüências práticas, principalmente na esfera política. No seu texto “A política como vocação” (1919) ele aborda sobre a questão dos meios e fins na esfera ética. Para Weber há dois tipos distintos de ética: a ética de convicção e a ética de responsabilidade.
Na ética da convicção toda ação é alimentada na convicção aos princípios valorativos fundamentais da própria crença. Ou seja, o adepto age segundo sua convicção moral que é boa e, portanto, justifica as ações necessárias para a consecução de um fim, e quando os fins se mostram catastróficos o adepto não se julga responsável por tal resultado. Uma vez que fez sua parte, agindo por convicção, se o resultado não foi o esperado esse pode ser atribuído à vontade divina, à incompreensão humana, à decadência do mundo etc. Sua única responsabilidade é manter acesa a chama da convicção para que ela não se extinga. Já os adeptos da ética da responsabilidade, contam em suas ações com as fraquezas e contradições humanas e sabem que não podem lavar as mãos às possíveis conseqüências dos seus atos. Para Weber, na esfera política deveria imperar a “ética da responsabilidade”.
Veja o exercício respondido, leia o(s) texto(s) indicado(s) abaixo e depois responda os exercícios propostos.
 Leitura básica
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007.
 
- Texto: Nietzsche – Genealogia da moral. (Capítulo: Nietzsche – Genealogia da moral)
 
- Texto: Weber – Ciência e política: duas vocações. (Capítulo: Weber – Ciência e política: duas vocações)
 
Leitura Complementar
 
 MARTINS, Maria Helena P. Martins. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4 ed. São Paulo: Moderna, 2009.
- Texto: Teorias éticas (Capítulo 20 – Unidade 4).
 
 
Exercício
Segundo esse pensador, a moral de senhores é a moral dos nobres, dos fortes, dos poderosos, e a moral de escravos é a moral dos fracos, a moral de rebanho, dos ressentidos. "Dessa perspectiva, bom é quem extravasa a própria força e ruim quem é rancoroso; bom é quem não hesita de pôr-se à prova, de enfrentar o perigo, querer a luta, e ruim quem não é digno de participar dela" (Marton, 1993). Trata-se das idéias de qual pensador:
a) Santo Agostinho
b) Aristóteles
c) Immanuel Kant
d) Nietzsche
e) Max Weber
 
Comentário da alternativa correta:
Trata-se das idéias de Nietzsche. Para ele, a moral dos nobres tem na sua origem uma auto-afirmação, um dizer sim a si mesmo. Já a moral dos fracos, dos ressentidos, se origina de uma negação. Como eles não podem se igualar e combater os mais fortes, os nobres, designam estes por maus e por contraposição se autodesignam por "bons".
[1] NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Para a genealogia da moral. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Coleção Pensadores).
[2] MARTON, Scarlett. Nietzsche: a transvaloração dos valores. São Paulo, Moderna, 1993.

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