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Direito do trabalho

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Legislação 
Trabalhista e 
Previdenciária 
Professora: Ana Cláudia M. Leal 
Felgueiras 
2014.1 
1 
 
Direito do trabalho Resumo Teórico das Aulas 
 Etimologia da palavra trabalho: há controvérsias é assunto que causa discussões. Do latino labor, 
ou seja fadiga, afã, trabalho, obra e também cuidado, empenho, sofrimento, dor, mal, doença, 
enfermidade, desventura, desgraça, infelicidade. Os gregos antigo conceberam o trabalho como um 
castigo e como uma dor. Outros autores acreditam que a palavra deriva do sentido de tortura (tripaliare). 
Já para Robertis, a antiguidade não possui uma palavra que seja equivalente à nossa trabalho. Tudo leva 
a crer que não exista uma raiz indo-européia comum e que cada um dos troncos ou ramos ou língua indo-
europeus desenvolveu, já isoladamente, já em pares, o conceito. Este se associa ora a uma noção de 
‘ação’, ora à de ‘produto’(work), ora à de ‘sofrimento, padecimento’, ora à de ‘peso, carga’(labor). 
Atualmente, predomina o entendimento de que provém do neutro latino palum, através do adjetivo 
tripalis (composto de três paus) de que se deduziu tripalium, designativo de instrumento feito de três 
paus aguçados, algumas vezes até munidos de pontas de ferro, no qual os agricultores batiam as espigas 
de trigo ou de milho e também o linho, para debulhar as espigas, rasgar ou esfiar o linho. (Vide Anexo 
de Imagens) Era também uma canga que pesava sobre os animais ou um instrumento de tortura, 
constituído de cavalete de pau, também usado para sujeitar os cavalos no ato de lhes aplicar a ferradura. 
Mais tarde, ganhou o sentido moral de sofrimento, fadiga, encargo, e depois adquire o sentido de 
trabalhar, labutar. 
 Conceito de trabalho: em sentido amplo, como toda atividade humana que transforma a natureza a 
partir de certa matéria dada. O Papa João Paulo II refere-se ao trabalho como "dimensão fundamental da 
existência humana, pela qual é construída a cada dia a vida do homem, da qual esta recebe a própria 
dignidade específica". 
Há um antagonismo de conceitos e de visões filosóficas do trabalho, por vezes o trabalho é concebido 
como "fonte de libertação, fator de cultura, progresso e realização pessoal, e também o conceito de paz 
social, de bem-estar coletivo e dominação racional do universo". “O trabalho dá dignidade ao ser 
humano, pela razão de o colocar como administrador do universo, um ser privilegiado em relação aos 
demais seres, visto que apenas ele pode realizar trabalho com discernimento, sensatez e liberdade, 
explorando e transformando, através de um esforço consciente, a terra e suas riquezas”. 
O trabalho, conceituado economicamente, "é toda energia humana que, em consórcio com os demais 
fatores de produção, natureza e capital , é empregado com finalidade lucrativa". Ou, de acordo com 
Francesco Nitti, "toda energia humana empregada tendo em vista um escopo produtivo". 
No sentido filosófico é ambíguo, atividade do homem é muito ampla, rica em manifestações e 
singularidades. Nesse sentido, o trabalho pode ser entendido como castigo e também como privilégio, 
instrumento de transformação útil das riquezas ou ainda como fator de redenção humana. O trabalho é 
instrumento de transformação da natureza e de realização pessoal. 
Já para o Direito, o trabalho precisa ter um conteúdo lícito, deve ser valorável e socialmente 
proveitoso. Não precisa ser necessariamente produtivo. O Direito do Trabalho apenas se ocupa do 
trabalho subordinado, dependente, aquele em que alguém coloca suas energias em favor de outra pessoa, 
trabalhando sob as ordens dela. Temos assim que trabalho "é toda atividade humana lícita que, sob 
dependência de outrem, é realizada com intuito de ganho". 
 Direito do Trabalho: é o conjunto de princípios e de normas que regulam as relações jurídicas 
oriundas da prestação de serviço subordinado e outros aspectos deste último, como consequência da 
situação econômico-social das pessoas que o exercem. Direito do trabalho: Amauri Mascaro 
Nascimento: “surge como autentica expressão do humanismo jurídico e instrumento de renovação social. 
Constitui atitude de intervenção jurídica em busca de um melhor relacionamento entre o homem e que 
trabalha e aqueles para os quais o trabalho se destina. Visa também estabelecer uma plataforma de 
direitos básicos do trabalho.” O Direito do Trabalho possui natural tendência à uniformização e à 
universalização, procurando atender às necessidades fundamentais do trabalhador, como homem e como 
trabalhador, embora seus métodos variem de lugar e suas leis sofram o tropismo invencível das 
realidades históricas de cada nação. O Direito do Trabalho termina encontrando, apesar da discrepância 
2 
 
entre as tradições locais, fórmulas análogas para problemas que, no fundo, se assemelham em todos os 
países. 
 Breve Histórico: Há uma enorme dificuldade de se determinar uma causa primária e única para 
explicar as origens do direito, já que as hipóteses possíveis e proposições explicativas distintas são 
inúmeras, mas é se faz necessário esta tentativa. Assim, a sociedade pré-histórica fundamenta-se no 
princípio do parentesco, assim, é natural que se considere que a base geradora do jurídico encontra-se 
primeiramente nos laços de consanguinidade, nas práticas de convívio familiar de um mesmo grupo 
social, unido por crenças e tradições. Nasceu espontânea e inteiramente nos antigos princípios que 
constituíram a família, derivando das crenças religiosas universalmente aceitas na idade primitiva desses 
povos. 
Durante o período da pré-história, o homem primitivo é compelido direta e amargamente pela 
necessidade de satisfazer a fome e assegurar sua defesa pessoal. Ele caça, pesca, colhe frutos, raízes e 
luta contra o meio físico, contra os animais e contra outros homens que acredita colocam em risco sua 
existência e ou sobrevivência. A mão é o instrumento do seu trabalho. Nesta época não existia "trabalho" 
como conhecemos atualmente, mas sim a árdua luta pela sobrevivência. Apenas muito tempo depois é 
que se instalaria o sistema de troca e o regime de utilização, em proveito próprio, do trabalho alheio. 
É comum afirmar que a primeira forma de apropriação do trabalho humano, se deu na forma de 
escravidão. Neste momento histórico, não havia direito do trabalho, o homem, no caso o escravo era 
propriedade de outro homem. Na escravidão o trabalhador era considerado coisa (Bem) e não sujeito de 
direito (pessoa). Na época dos Romanos e na Grécia Antiga a escravidão era considerada coisa justa e 
necessária. O trabalho era exaustivo e não remunerado. Todo o lucro do labor era destinado ao 
proprietário do escravo. Na Idade Moderna, com o descobrimento da América, os nativos do novo 
continente eram obrigados a trabalhar para os colonizadores, posteriormente substituídos pelos 
africanos. 
A escravidão foi substituída pela servidão na Idade Média, ao servo já há o reconhecimento da 
qualidade de pessoa, ou seja, o servo já poderia ter direitos e responsabilidades, uma certa evolução se 
comparada a escravidão. Podemos definir a servidão como tipo muito generalizado de trabalho em que 
o indivíduo, sem ter a condição jurídica de escravo, na realidade não dispunha de sua liberdade. A 
servidão pode ser apontada como uma das características das sociedades romanas, que identificava os 
escravos não livres, dizendo que os homens era aut liberi aut servi (ou livre ou escravo). Seu fundamento 
jurídica se encontra na propriedade da terra pelos senhores detentores de todos os direitos, já aos servos 
cabia a posse e o trabalho junta a terra; numa economia que se firmava na terra – agricultura ou pecuária. 
Neste período histórico podemos identificar a existência de três tipos básicos de trabalhadores: os 
vassalos, subjugados por contrato ao senhorfeudal; os servos da gleba, quase escravos, que podiam 
inclusive ser vendidos, dados ou trocados por outros servos e mercadorias; e os artesãos, que 
trabalhavam por conta própria e vendiam sua mercadoria. Gradualmente trabalhador ressurgia com uma 
característica nova: passou a ser pessoa, muito embora seus direitos subjetivos fossem limitadíssimos. 
O próximo passo evolutivo foram as corporações de ofício ou corporações de artes e misteres, com a 
sua extinção que ocorre na Revolução Francesa, surge o primeiro pressuposto para o surgimento do 
Direito do Trabalho, que é a prestação do trabalho livre, através da Lei Le Chapelier, de 17 de junho de 
1791. A identidade da profissão, como força de aproximação entre homens obrigava-os, para assegurar 
direitos e prerrogativas, a se unir, e começaram a apontar, aqui e ali, as corporações de ofício ou 
“Associações de Artes de Misteres”. O homem que, até então, trabalhava em benefício exclusivo do 
senhor da terra, tirando como proveito a própria alimentação, o vestuário e a habitação, passou a exercer 
a sua profissão de forma organizada, mas inda não gozavam de inteira liberdade. As corporações de 
oficio são o que conhecemos hoje por sindicatos e associações de trabalhadores. 
A Revolução Francesa em 1789, é sem dúvidas um dos grandes marcos divisório da história, lutava 
por seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, traz enormes mudanças para o trabalho que se 
tornou livre e foi possível admitir-se sua prestação, em proveito de outrem, mediante contrato; liberdade 
de contratar e comerciar. 
3 
 
O momento histórico primordial para o surgimento do Direito do Trabalho é a Revolução Industrial 
e a descoberta da máquina a vapor como fonte de energia, substituindo a força humana. A máquina a 
vapor e suas aplicações na indústria provocaram revoluções na forma de trabalho e consequentemente 
nas relações entre patrões e empregados. Agora para o mesmo resultado obtido antes do surgimento da 
máquina, não são necessários o mesmo número de operários, consequentemente, gerando um grande 
número de desempregados e a miséria uma realidade, por esse motivo eclodiram vários protestos e 
rebeliões. O mundo é dividido em duas categorias: Burguesia e Proletariado. O Direito do Trabalho 
surge como uma resposta ao liberalismo e ao desequilíbrio causado no surgimento das máquinas que 
substituíram os homens, aumentando incrivelmente a oferta de mão-de-obra, desta forma o que era pago 
ao trabalhador, naquela época era menos do que se gastava para manutenção dos escravo e as condições 
de trabalho eram péssimas. Além disso, a da exploração do trabalho de mulheres e crianças, chamadas 
esta forma de trabalho era como "Meias-Forças", porque há época o trabalho da mulher e o trabalho de 
criança eram menos produtivos e consequentemente tinham uma remuneração menor. (Vide Anexo de 
Imagens) 
“Aos poucos, formam-se nos trabalhadores, o que a doutrina chama de consciência de classe e uma 
enorme inconformação com a forma de vida e trabalho, assim, surgem as primeiras greves. A greve 
serve para desorganizar o sistema e atinge o lucro do empregador, forçando o empregador a fazer 
concessões aos trabalhadores. Estas normas advindas das greves eram normas autônomas, normas 
diretas entre as partes, sem, neste momento, a participação do Estado, ou seja, não eram leis. 
 
 Desenvolvimento histórico da legislação trabalhista no Brasil: 
 1824 não haviam indícios de quaisquer modificações ou alterações na Escravatura no Brasil. 
 1871 - Lei do Ventre Livre - os filhos de escravos nasceriam livres 
 1885 - Lei Saraiva-Cotegipe (Lei dos Sexagenários) - libertava os escravos com mais de 60 anos, 
mesmo depois de livres teriam que prestar mais 3 anos de serviços gratuitos a seu senhor. 
 13/05/1888, foi assinada pela princesa Isabel, a Lei Áurea, que abolia a Escravatura no Brasil. Por 
outro lado com a imigração europeia para o Brasil, os trabalhadores nas indústrias emergentes, muitos 
deles imigrantes, com tradição sindicalista europeia, passaram a exigir medidas de proteção legal; 
 1916 o Código Civil dispunha sobre locação de serviços, e é considerado o antecedente histórico 
do contrato individual de trabalho na legislação posterior; 
 1920, a ação dos anarquistas repercutiu fortemente no movimento trabalhista; as primeiras normas 
jurídicas sobre sindicato são do início do século XX; 
 Constituição de 1934, durante o mandato de Getulio Vargas, a 1ª que tratou especificamente sobre 
o Direito do Trabalho. É a influência do Constitucionalismo Social, garantia a liberdade sindical, 
isonomia salarial, salário mínimo, jornada de oito horas de trabalho, proteção do trabalho das mulheres 
e dos menores, repouso semanal, férias anuais remuneradas. A política trabalhista de Getúlio Vargas, 
influenciada pelo modelo corporativista italiano, reestruturou-se a ordem jurídica trabalhista no Brasil. 
 Em 1937, a Constituição Polaca como foi chamada por se inspirar na Constituição Polonesa, era 
Corporativista, tinha cunho socialista. Instituiu o sindicato único, imposto por lei, vinculado ao Estado, 
imposto sindical e a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, não se trata de um Código, pois não era 
um direito novo, e sim uma consolidação, um agrupamento da legislação já existente. 
 Na Constituição de 1946, e considerada uma norma democrática, estabelecendo participação dos 
Trabalhadores nos lucros, repouso semanal remunerado, estabilidade, direito de greve. Em 1962 foi 
instituído o 13º salário, e em 1963 o salário-família. 
 A Constituição de 1967, manteve os mesmos direitos trabalhistas das anteriores. Sendo em 1972 
criada a Lei do empregado doméstico, em 1974 do trabalhador temporário e em 1977 nova redação sobre 
as férias da CLT. 
 Em 05/10/1988, foi aprovada a nova Constituição Federal, que trata dos direitos trabalhistas nos arts. 
7º ao 11. Foram inclusos no Capítulo II, “Dos Direitos Sociais”. 
 
4 
 
 ANEXO DE IMAGENS 
 
 
Tripalium (ou trepalium), do Latin Tardio, um instrumento romano de tortura, uma espécie de tripé formado por três estacas 
cravadas no chão, onde eram supliciados os escravos. 
 
 Revoluçãoindustrial Trabalho Infantil e Feminino: 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Como surgiu o Dia Internacional da Mulher (questionando o 
provável mito da greve e incêndio de 1857) 
por Robson Fernando de Souza em 8 de março de 2013 · 4 comentários · em Direitos Humanos,Feminismo, Texto de 
Outros Autores 
 
A versão acima da origem do Dia Internacional da Mulher tem sido questionada cada vez mais e relegada a mito – e 
um mito cuja origem pode ter sido a escusa pretensão de esconder do mundo as origens socialistas da data, em se 
falando tanto das bolcheviques russas como das operárias manifestantes de outros países. 
Vale, neste 8 de março, ler o que Audinei C. Neves, tendo obtido informações do Núcleo Piratininga de 
Comunicação, fala sobre os questionamentos e revisão das origens desse dia tão importante para a luta feminista. E 
falando em dia tão importante, é necessário relembrar: hoje não é dia de homenagens românticas às mulheres, 
tampouco de realçar papéis de gênero impostos a elas, mas sim de admirar e apoiar a luta feminista pela libertação 
das mulheres (e, por tabela, também dos homens, a serem libertos dos papéis de gênero machistas). 
 
 Fonte: http://consciencia.blog.br/2013/03/como-surgiu-o-dia-internacional-da-mulher-
questionando-o-provavel-mito-da-greve-e-incendio-de-1857.html#.UwPvNvk0XGA 
6 
 
 
Princípios Do Direito Do Trabalho 
 
Princípios para o Direito pode ser definido como sendo regras imanentes ao ordenamento jurídico 
que condensam a ideia de um conjunto ordenado de regras escritas (Leis) e de regras que integram e 
completam (princípiosgerais do direito), todo o emaranhado jurídico. 
SAVIGNY (Traité de droit romain. V.3. parágrafo 103) leciona que princípios são “parâmetros 
fundamentais da norma jurídica, inspirando a formação de cada legislação, uma vez que se trata de 
orientações culturais ou políticas da ordem jurídica”. Assim, princípio é, conceitualmente, o enunciado 
lógico que constitui as bases e alicerces de toda a ordem jurídica, logrando integrar e preencher quaisquer 
lacunas, bem como suprir a falta de normas que não provêm do Estado. AMAURI MASCARO 
NASCIMENTO (2007, p. 110): “Princípios jurídicos são valores que o direito reconhece como ideias 
fundantes do ordenamento jurídico, dos quais as regras jurídicas não devem afastar-se para que possam 
cumprir adequadamente os seus fins”. 
Encontramos a importância de estudarmos os princípios do Direito do trabalho na CLT: Art. 8º As 
autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, 
decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas 
gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o 
direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre 
o interesse público. 
Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for 
incompatível com os princípios fundamentais deste. 
 
1. Princípio da Proteção: objetiva a proteção do empregado e atenuar a desigualdade entre as partes 
em Juízo, razão pela qual, engloba os demais princípios que favorecem o trabalhador, parte mais frágil da 
relação de emprego. Assim, cabe ao legislador no momento da criação das normas objetivar sempre a 
melhoria da condição social do trabalhador. A partir desse princípio, surgem outros três princípios, o da 
aplicação da norma mais favorável ao trabalhador, o da condição mais benéfica ao trabalhador e o in dubio 
pro operario. 
 
2. Princípio da norma favorável ao trabalhador: consiste na determinação ao operador do Direito 
que se existirem duas ou mais normas aplicáveis ao caso concreto, dever-se-á aplicar aquela que melhor 
atenda aos interesses do trabalhador. Desta forma, a aplicação deste princípio, permite-se até mesmo 
afastar a aplicação hierárquica das normas, o que implica objetivamente, que determinado dispositivo 
legal com prevalência sobre outro poderá ser preterido, caso o interessado tutelado exerça força de atração 
à norma “inferior”, ao se vislumbrar que apresenta condição favorável de solução à demanda proposta. 
 
3. Princípio da condição mais benéfica: significa que na mesma relação de emprego uma vantagem já 
conquistada não deve ser reduzida. Este princípio é aplicado às cláusulas contratuais, enquanto o anterior 
dirige-se às leis. As cláusulas contratuais que têm como objetivo a proteção do trabalhador, devem ser 
entendidas como direito adquirido, ou seja, caso tais normas venham a sofrer alterações em prejuízo ao 
trabalhador, uma vez revogadas ou alteradas, só alcançarão os trabalhadores admitidos após a revogação 
ou alteração. Neste sentido temos a Súmula nº 51 do TST: As cláusulas regulamentares, que revoguem 
ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação 
ou alteração do regulamento. 
 
4. Princípio in dubio “pro operário” ou in dubio pro misero”: decorre da existência de mais de um 
sentido que a lei pode ser interpretada juridicamente, de tal lei implica em divergência razoável na sua 
aplicação. Assim, cabe ao juiz, quando se deparar com a pluriexistência de sentidos da norma, interpretar 
a norma em favor da parte mais fraca na relação jurídica trabalhista, isto é, o empregado. O mesmo é a 
7 
 
interpretação quanto ao processo trabalhista, em que a desigualdade de fato depreende-se na defesa 
processual do empregado, muitas vezes suprida pelo desnível econômico que o mesmo não possui, 
consolidando, assim, o ponto importante da atividade judicial, que consiste não na elaboração do 
silogismo que é a sentença, mas na fixação das premissas que irão presidir àquela (MANUS, 2007, p. 54). 
 
5. Princípio da irrenunciabilidade dos direitos ou indisponibilidade dos direitos: é nulo todo ato 
destinado a fraudar, desvirtuar ou impedir a aplicação da legislação trabalhista; só é permitida a alteração 
nas condições de trabalho com o consentimento do empregado e, ainda assim, desde que não lhe acarretem 
prejuízos, sob pena de nulidade, ou seja, se tal, ocorrer, não terá qualquer validade, podendo reclamá-las 
na justiça. Pode fazer certas renuncias, mas somente em juízo, diante do juiz de trabalho, caso contrário, 
pode dá ensejo a fraudes.Essa impossibilidade protege o trabalhador contra possíveis pressões que os 
empregadores possam vir a exercer, através da ameaças, como a rescisão do contrato, por exemplo. 
 Art. 468 CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições 
por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao 
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. 
 
6. Princípio da Inalterabilidade contratual lesiva: não pode haver alterações no contrato sem a 
concordância do empregado e mesmo se tiver concordância será nula aquela que trazer prejuízo (aquela 
clausula infringente da garantia. O presente princípio tem o objetivo de proteger os trabalhadores contra 
alterações no contrato de trabalho, feitas pelo empregador, que possam suprimir ou reduzir os direitos e 
vantagens do empregador. 
 CLT Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes 
interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos 
coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. 
CLT Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições 
por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao 
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. 
Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o 
respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função 
de confiança. 
 
7. Princípio da Intangibilidade Salarial: consequência do princípio da inalterabilidade contratual lesiva, 
este princípio visa a proteger o salário do trabalhador, assegura a irredutibilidade salarial, não deve 
depender da economia, mesmo que indiretamente, para receber seu salário. O empregador não pode fazer 
descontos ao seu bel prazer, descontos quando somente em virtude de lei, vide o art. 462 da CLT, ou ainda 
em leis de natureza privatística como acordo ou convenção coletivos (art. 7º, VI, da CF/88). Outro fator 
que justifica a existência desse princípio é a dependência que a maioria dos trabalhadores têm do seu 
salário para sobreviver. Para muitos trabalhadores, o não recebimento do salário, ou recebimento de um 
valor menor que o usual, causaria grandes problemas, inclusive para sua sobrevivência em alguns casos. 
Importante notar que a irredutibilidade do salário não é absoluta, podendo ocorrer a redução através de 
convenção ou acordo coletivo. 
 Constituição Federal de 1988 
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua 
condição social: 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; 
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 
 
8. Princípio da Continuidade da Relação de Emprego:presume-se que o contrato de trabalho terá 
validade por tempo indeterminado, a exceção são aqueles que possuem o prazo determinado para o termino. 
 
8 
 
Esse princípio é a favor do empregado, assim o término ou demissão tem que ser provado pelo empregador 
(ônus da prova do rompimento). Além de vantagens diretas, que possuem uma natureza eminentemente 
econômica como as supracitadas, não resta dúvida que um vínculo de trabalho duradouro testemunha 
progressos pessoais e familiares do trabalhador, já que a estabilidade no emprego oferece uma base mais 
sólida, inclusive e principalmente no aspecto social, permitindo que o trabalhador desfrute de bem estar 
físico, mental e social. 
Há dois institutos legais que bem expressam a qualidade exponencial deste princípio: o FGTS e a 
indenização compensatória pela despedida arbitrária. Pode os destacar como exemplo legal deste princípio 
o “Art. 448 da CLT – A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os 
contratos de trabalho dos respectivos empregados.” 
 
 
 Bibliografia: 
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 8ª ed. São Paulo: LTR, 2009 
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 33.ed. São Paulo: LTr, 2007. 
SAVIGNY. Traité de droit romain. V.3. 
SÜSSEKIND, Arnaldo. Direito Constitucional do Trabalho. Rio de Janeiro: Renovar, 1999.

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