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Direito Administrativo para Gerentes no Setor Publico

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Prévia do material em texto

Introdução 
 
 
 
Guia do Estudante - Pág. 01 
 
 
Guia do Estudante 
As orientações abaixo ajudarão você, estudante a distância, a utilizar 
melhor os recursos didáticos do nosso curso. 
Estas instruções visam a auxiliá-lo durante todo o seu percurso, 
levando-o a um maior aproveitamento e sucesso em seus estudos. 
O material didático, elaborado conforme os preceitos da Educação a 
Distância, está dividido em Módulos, cujos conteúdos são colocados 
de maneira clara e compreensível. 
Familiarize-se com os recursos disponíveis em nosso ambiente virtual 
de aprendizagem, o Trilhas: 
 
 
 
 
 
Guia do Estudante - Pág. 02 
 
 
 
Ao acessar o curso, explore as funcionalidades localizadas no menu lateral: 
 COMUNICAÇÃO 
 
 
Guia do Estudante - Pág. 03 
 
 
APOIO 
 
 
Guia do Estudante - Pág. 04 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO FINAL 
 
 
 
 
 
Guia do Estudante - Pág. 05 
 
 
 
 
Guia do Estudante - Pág. 06 
 
RECOMENDAÇÕES 
 
 
Módulo I - Noções de Direito Administrativo: Contratos 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao final, vocês serão capazes de: 
 
· Reconhecer a importância do Contrato Administrativo e de sua gestão para a 
Administração Pública. 
 
· Explicar as características de um Contrato Administrativo, bem como seus 
tipos. 
 
· Demonstrar as diferenças entre um Contrato Administrativo e um contrato 
firmado entre particulares. 
 
· Avaliar situações que ensejam o reequilíbrio econômico-financeiro de um 
Contrato Administrativo. 
 
· Explicar as cláusulas Exorbitantes dos Contratos Administrativos. 
 
Bons estudos e conte com o seu especialista para dirimir qualquer dúvida com 
relação ao conteúdo deste e das demais Unidades. 
 
 
 
 
Unidade 1 - Introdução ao Contrato Administrativo - Pág 1 
 
 
 
 
 
 
Não podemos deixar de iniciar nosso estudo sem citar o art. 1º da Lei nº 
8.666, de 21 de junho de 1993, que instituiu normas para Licitações e 
Contratos da Administração Pública: 
 
“Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos 
administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, 
compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” 
A partir da leitura do dispositivo podemos observar que 
o legislador considera esse tema crucial para a 
Administração pública. Aliás, tão importante quanto a 
 
celebração de um Contrato Administrativo, é a sua gestão e/ou fiscalização. 
Tanto isso é verdade que o artigo 67 da Lei nº 8.666/93 obriga a 
Administração a designar um representante para acompanhar e fiscalizar os 
contratos por ela firmados. Vejamos o que diz o citado artigo: 
 
 
 
 
“Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada 
por um representante da Administração especialmente designado, 
permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de 
informações pertinentes a essa atribuição. 
 
§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as 
ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que 
for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados. 
 
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do 
representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil 
para a adoção das medidas convenientes.” 
 
 
 
 
 
Pág 2 
 
 
A obrigatoriedade de designação de um gestor para acompanhar e fiscalizar a 
execução dos Contratos Administrativos também consta, na esfera federal, do 
art. 6.º do Decreto 2.271, de 7 de julho de 1997, que “Dispõe sobre a 
contratação de serviços pela Administração Pública Federal direta, autárquica e 
fundacional e dá outras providências.”: 
 
 
 
No Senado Federal, por exemplo, o Ato da Comissão Diretora nº 2, de 13 de 
fevereiro de 2008, em seu art. 3º, estabelece a obrigatoriedade da designação 
de um gestor e um substituto. Vejamos o que diz a norma: 
 
“Art. 3º - Para todo e qualquer contrato celebrado pelo Senado Federal será 
designado um gestor titular e um gestor substituto, nos termos deste Ato.” 
 
Nunca é demais lembrarmos a responsabilidade do gestor ou fiscal de Contrato 
Administrativo, afinal seus atos estarão sujeitos ao crivo dos Tribunais de 
Contas. 
 
No caso da União, temos o art. 1º da Lei nº 8.443, de 16/07/92 (“Dispõe sobre 
a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União e dá outras providências.”), 
determinando que: 
 
“Art. 1° Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo, compete, 
nos termos da Constituição Federal e na forma estabelecida nesta Lei: 
 
I - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, 
bens e valores públicos das unidades dos poderes da União e das entidades da 
administração indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e 
mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a 
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao Erário;” 
 
Pág 3 
 
 
 
Indo mais além, a Lei Orgânica do TCU estabelece a responsabilidade solidária 
do fiscal do contrato com a empresa contratada por possíveis danos causados 
pela execução irregular do contrato. Vejamos o que dizem os arts. 15 e 16: 
 
“Art. 15. Ao julgar as contas, o Tribunal decidirá se estas são regulares, 
regulares com ressalva, ou irregulares. 
 
Art. 16. As contas serão julgadas: 
 
I - regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos 
demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos 
atos de gestão do responsável; 
 
II - regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer 
outra falta de natureza formal de que não resulte dano ao Erário; 
 
III - irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrências: 
 
a) omissão no dever de prestar contas; 
 
b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à norma 
legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, 
operacional ou patrimonial; 
 
c) dano ao Erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico; 
d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos. 
 
 
Pág 4 
 
 
§ 1° O Tribunal poderá julgar irregulares as contas no caso de reincidência no 
descumprimento de determinação de que o responsável tenha tido ciência, feita 
em processo de tomada ou prestação de contas. 
 
 
 
§ 2° Nas hipóteses do inciso III, alíneas c e d deste artigo, o Tribunal, ao julgar 
irregulares as contas, fixará a responsabilidade solidária: 
 
a) do agente público que praticou o ato irregular, e 
 
b) do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo 
ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado. 
 
§ 3° Verificada a ocorrência prevista no parágrafo anterior deste artigo, o 
Tribunal providenciará a imediata remessa de cópia da documentação 
pertinente ao Ministério Público da União, para ajuizamento das ações civis e 
penais cabíveis.” 
 
É daí que decorrem as inúmeras consequências que serão estudadas neste 
curso e no de Gestão de Contratos Administrativos, também oferecido pelo 
Programa Interlegis do Senado Federal. 
 
A missão de seguir à risca as incumbência legais muitas vezes se torna difícil 
para a maioria dos Gestores, surgindo, como resultado, uma demanda quase 
unânime por um Curso de Gestão de Contratos. É aqui em que entramos, 
oferecendo a vocês os instrumentos necessários para uma gestão eficiente, 
eficaz e efetiva. 
 
 
Pág 5 
 
 
 
 
Contrato Administrativo 
Ao utilizarmos o termo “contrato”, automaticamente vem à nossa mente a idéia 
de ajuste de vontades entre duas partes, de forma escrita, registrado em 
cartório e regido pela legislação civil. Porém,quando nos referirmos a Contrato 
Administrativo esse conceito muda significativamente, como veremos a seguir. 
 
 
O Contrato Administrativo é um ajuste de vontades firmado entre a 
Administração e um particular. Porém, como instituto de direito público, com 
características próprias, o Contrato Administrativo é diferente de um contrato 
regido pelo direito privado. 
 
 
 
 
Ou seja, o Contrato Administrativo tem certas características que seriam 
impensáveis em um contrato privado, principalmente porque há o interesse 
público envolvido, que sempre será mais importante do que o interesse 
privado. 
 
Vamos então conceituar contrato administrativo? 
 
O parágrafo único do art. 2º da Lei nº 8.666/93, define contrato da seguinte 
forma: 
 
“Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, 
concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando 
contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, 
ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. 
 
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer 
ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em 
que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de 
obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.” 
 
Contrato Administrativo, segundo Hely Lopes Meirelles, “é o ajuste que a 
Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma com o particular ou outra 
entidade administrativa para a consecução de objetivos do interesse público, 
nas condições estabelecidas pela própria Administração”. 
 
Pág 6 
 
 
 
 
De início, devemos destacar que nem todo contrato da Administração é um 
Contrato Administrativo, pois existem contratos em que o órgão público está 
em igualdade de condições com o contratado. Nesses casos, o contrato é regido 
pelas leis de direito comum – por exemplo, a simples locação de um imóvel 
pela Administração para ali exercer uma determinada atividade pública.O 
Contrato Administrativo conduz à idéia de supremacia do interesse público 
sobre o privado, sendo submetido a um conjunto próprio de regras, onde 
prevalecem diversas condições em favor da Administração. 
Assim, feita essa distinção, o Contrato Administrativo a ser examinado é aquele 
ajuste em que a Assembléia Legislativa ou a Câmara Municipal figura como 
parte, investida da qualidade de Administração Pública, com a finalidade 
de atender ao interesse público, vinculada a outra pessoa (o contratado) 
mediante um acordo de vontades, usufruindo de privilégios e 
prerrogativas decorrentes do Direito Público. 
Mas ainda falta, para finalizar essa lição, conhecer os tipos de Contratos 
Administrativos: 
Contrato de obra pública – o objeto do contrato é a construção, reforma ou 
ampliação de um imóvel público, estrada, barragem etc.; 
Contrato de prestação de serviço – tem por objeto todo e qualquer serviço 
prestado à Administração, quer para atender as necessidades da população, 
quer para o atendimento das necessidades da própria Administração, incluídos 
nessa categoria os contratos de transporte, manutenção, comunicação, 
reparos, etc.; 
Contratos de fornecimento – voltado à aquisição de bens necessários para a 
Administração; 
Contrato de concessão – é aquele em que a Administração concede a um 
particular a realização de determinada atividade. 
 
 
Pág 7 
 
 
Vimos que a Lei nº. 8.666/93 estabelece normas gerais sobre 
licitações e Contratos Administrativos pertinentes a obras, 
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações 
no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos 
 
Contrato Administrativo é o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa 
qualidade, firma com o particular ou outra entidade administrativa para a 
consecução de objetivos do interesse público, nas condições estabelecidas pela 
própria Administração. 
 
A execução do Contrato Administrativo deverá ser acompanhada e fiscalizada 
Municípios. 
por um representante da Administração especialmente designado para tal, 
conhecido como Gestor ou Fiscal do contrato. O gestor responde de maneira 
solidária com a empresa contratada por possíveis danos causados pela 
execução irregular do contrato. 
 
 
 
 
Unidade 2 - Características do Contrato Administrativo - Pág 1 
 
 
 
 
 
 
Além da importância do conceito de Contrato Administrativo, devemos conhecer 
as características que o identificam, principalmente os pontos de distinção entre 
um contrato comum e o chamado “Contrato Administrativo”. 
 
De acordo com o prof. Henrique Savonitti Miranda, o Contrato Administrativo 
possui as seguintes características: “bilateralidade, estabilidade, onerosidade, 
comutatividade, celebração intuitu personae e formalidade”. Vamos a eles. 
 
Bilateralidade: 
 
A bilateralidade vem da idéia de livre acordo de vontade entre as partes, pois 
ninguém pode ser obrigado a assinar um contrato com a Administração. Ou 
seja, o Contrato Administrativo é a formação voluntária de um ajuste entre a 
Administração Pública e o particular, cada qual movido pelos próprios interesses 
– a Administração quer construir um hospital, por exemplo, e a empresa de 
engenharia quer executar a obra e obter o seu lucro devido. 
 
 
 
 
 
Pág 2 
 
 
 
 
 
Devido à estabilidade do Contrato Administrativo, a parte que motivar a 
rescisão antes de executado o objeto, mesmo sendo a Administração, deverá 
indenizar a parte que porventura tenha sido prejudicada. 
 
Aqui devemos examinar alguns princípios de direito que reforçam a 
característica da estabilidade. 
 
Nos contratos de direito privado uma das partes só pode exigir o cumprimento 
da obrigação da outra parte se houver cumprido integralmente suas próprias 
obrigações contratuais. 
 
 
Nos Contratos Administrativos, regidos pelo direito público, essa regra não vale. 
A princípio, mesmo que a Administração não cumpra integralmente suas 
obrigações estabelecidas em contrato, o contratado não pode interromper as 
suas obrigações, tudo em decorrência da supremacia do interesse público sobre 
o do particular. 
 
Porém, essa prerrogativa não possibilita o abuso desse direito pela 
Administração, muito menos elimina os direitos e as garantias individuais da 
parte contratada – inclusive indenizações posteriores. 
 
Pág 3 
 
 
A própria Lei de licitações estabelece no art. 78, incisos XIII ao XVI, casos que 
constituem motivo para a rescisão, todos provocados pela Administração: 
 
“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
 
... 
 
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, 
acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no 
§ 1º do art. 65 desta Lei; 
 
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por 
prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, 
grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas 
suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento 
obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas 
desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, 
nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações 
assumidas até que seja normalizada a situação; 
 
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela 
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas 
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, 
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o 
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que 
seja normalizada a situação; 
 
XVI - a não liberação, por parteda Administração, de área, local ou objeto para 
execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como 
das fontes de materiais naturais especificadas no projeto; 
 
... 
 
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados 
nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa. 
 
...” 
 
Pág 4 
 
 
 
 
 
Comutatividade: 
 
A comutatividade caracteriza o Contrato Administrativo pelo equilíbrio das 
obrigações de ambas as partes, mantendo a equivalência dos deveres 
contratados. 
 
Está diretamente relacionada ao equilíbrio econômico-financeiro do contrato, ou 
seja, o contratado não é obrigado a cumprir obrigações com acréscimos ou 
supressões desproporcionais à sua capacidade. 
 
A equação econômico-financeira constitui-se na relação que as partes 
inicialmente estabelecem no contrato, objetivando a justa remuneração do 
contratado. 
 
É importante destacar que a comutatividade garante as condições contratadas 
inicialmente, desde que o cenário se mantenha estável, sem alterações bruscas 
que possam inviabilizar a execução do contrato. Se algum fator externo ao 
contrato onerá-lo de forma a desequilibrar a equação econômico-financeira, a 
própria Administração deve alterá-lo. 
 
Na Lição 3 abordaremos as situações em que a Administração deve agir para 
restabelecer as condições econômicas e financeiras inicialmente pactuadas. 
 
Pág 5 
 
 
 
 
 
Vejamos o que diz o art. 78, inciso VI da Lei nº 8.666/93: 
 
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
 
... 
 
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado 
com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, 
cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; 
 
Porém, tal vedação não é absoluta, desde que prevista em edital e no contrato. 
Vejamos o que diz o art. 72 da mesma lei: 
 
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das 
responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, 
serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela 
Administração. 
 
Formalidade: 
 
Os Contratos Administrativos obedecem, necessariamente, a formalidade para 
existirem. Isto quer dizer que, em primeiro lugar, deve o Contrato 
Administrativo seguir a forma determinada em lei. 
 
A própria Lei nº 8.666/93, especialmente em seus arts. 60 a 64, estabelece 
várias normas referentes ao aspecto formal, que serão oportunamente 
estudadas no próximo módulo deste curso. 
 
É importante destacar que o Contrato Administrativo deverá ser formalizado 
sempre de forma escrita, salvo o caso excepcional de que trata o parágrafo 
único do art. 60 da Lei n.º 8.666/93, que permite a forma verbal para 
pequenas compras de pronto pagamento no valor de até R$ 4.000,00. 
 
 
Pág 6 
 
 
Ao finalizar a lição vimos que são características de um Contrato 
Administrativo: 
 
Bilateralidade: o Contrato Administrativo é a formação voluntária de um ajuste 
entre a Administração Pública e o particular, cada qual movido pelos próprios 
interesses. 
 
Estabilidade: Uma vez celebrado, o contrato deve ser integralmente cumprido. 
As partes adquirem um direito à execução de seu objeto, sem espaço para 
mudanças ou desistência por simples capricho ou vontade infundada. 
 
Onerosidade: O Contrato Administrativo é oneroso, pois contém obrigações 
recíprocas para as partes contratantes. 
 
Comutatividade: A comutatividade caracteriza o Contrato Administrativo pelo 
equilíbrio das obrigações de ambas as partes, mantendo a equivalência dos 
deveres contratados. Está diretamente relacionada ao equilíbrio econômico-
financeiro do contrato. 
 
Celebração Intuitu Personae: Os Contratos Administrativos exigem que o 
contratado cumpra direta e pessoalmente as obrigações a que se vinculou, não 
lhe sendo permitido transferir para outros o cumprimento dessas obrigações (a 
não ser que conste expressamente do Edital de Licitação tal possibilidade). 
 
Formalidade: Os Contratos Administrativos devem, necessariamente, seguir a 
forma determinada em lei. 
 
 
 
Unidade 3 - Reequilíbrio econômico-financeiro de um contrato - Pág 1 
 
 
 
 
 
 
Inicialmente vale lembrar que a equação econômico-financeira constitui-se na 
relação que as partes inicialmente estabelecem no contrato, objetivando a justa 
remuneração do contratado. 
 
Vejamos o que determina o art. 65, inciso II, alínea da Lei nº. 8.666/93: 
 
“Art. 65. Os contratos regidos por esta lei poderão ser alterados, com as 
devidas justificativas, nos seguintes casos: 
 
... 
 
II - por acordo das partes: 
 
... 
 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os 
encargos do contratado e a atribuição da Administração para a justa 
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do 
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem 
fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, 
retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de 
força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando área econômica 
extraordinária e extracontratual.” 
Nesse sentido, podemos concluir que existem 
determinadas situações que ensejam o 
reequilíbrio (restabelecer a relação que as partes 
pactuaram inicialmente entre os encargos do 
contratado e sua justa remuneração) dos 
Contratos Administrativos, como aquelas 
decorrentes de fatos previsíveis ou imprevisíveis, 
porém de consequências incalculáveis, que 
retardam ou impedem a execução do contrato. 
 
As situações que podem levar ao agravamento dos encargos contratuais do 
particular são as seguintes: 
 
· Fato do Príncipe; 
 
· Fato da Administração; 
 
· Caso Fortuito ou Força Maior; 
 
 
· Teoria da Imprevisão. 
 
 
 
Pág 2 
 
 
Vamos a elas. 
 
 
Essa determinação estatal pode ser entendida como a edição de uma nova 
norma (pode ser uma lei ou um decreto), que venha afetar diretamente o 
contrato, provocando um aumento das obrigações do particular contratado. Por 
vezes esse aumento é tão grande que impossibilita a execução do contrato. 
 
Exemplo: um contrato entre a administração e uma empresa privada tem como 
objetivo uma obra. Parte do material necessário para obra seria importado. 
Acontece que o governo, por intermédio de uma norma legal, eleva 
substancialmente a alíquota do imposto de importação desse material. Tal fato 
irá onerar substancialmente os custos do contratado, podendo até inviabilizar a 
obra, sem que o particular detenha qualquer ingerência sobre isso. 
 
Nesses casos, é dever da Administração recompor o contrato aos moldes da 
contratação original, buscando o seu reequilíbrio econômico-financeiro. 
Vejamos o que diz o § 5º do art. 65 da Lei nº. 8.666/93: 
 
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem 
como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da 
apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, 
implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso. 
 
Deve-se destacar que a norma deve ser geral e abstrata, ou seja, se dirigir e 
obrigar indistintamente a toda a sociedade. Caso a ação da Administração 
atinja somente os termos contratados, não se pode falar em Fato do Príncipe, 
mas em Fato da Administração. 
 
 
 
 
Pág 3 
 
 
Fato da Administração: 
 
Da mesma forma que o Fato do Príncipe, o Fato da Administração também 
afeta o contrato, mas neste caso de forma direta, ou seja, o ato da 
Administração tem incidência exclusiva sobre as condições do Contrato 
Administrativo. 
 
Como exemplo, podemos tomar a não-desapropriação pela Administração de 
terreno necessário para a construçãode um prédio público, por motivos 
ambientais. Não há como prosseguir com a obra sem o terreno onde se dará a 
construção. 
 
Caso Fortuito ou Força Maior: 
 
O Caso Fortuito ou Força Maior também representam ônus contratuais externos 
que impedem a execução do contrato. 
 
Nos casos anteriores, a fonte do desequilíbrio vinha da Administração, ora 
criando obstáculo por edição de norma geral, dirigida a toda a sociedade (mas 
que onera demasiadamente o contrato), ora por fato que afeta tão somente e 
de forma direta o contrato assinado entre o particular e a Administração. 
 
Porém, nas hipóteses que examinaremos a seguir, a fonte motivadora que 
impede a execução do contrato é externa, sem qualquer participação das 
partes envolvidas na relação jurídica, quer seja a Administração, quer o 
particular. 
 
 
 
Tanto eventos provenientes da natureza (enchentes, furacões, etc.), quanto 
decorrentes de ações humanas (greves, paralisações, ocupações ilegais, etc.) 
são considerados situações que merecem a atuação da Administração para não 
atribuir ao particular encargo excessivo e injusto, principalmente porque não foi 
ele quem deu causa ao fato modificador das condições originais da contratação. 
 
 
 
Pág 4 
 
 
Segundo Hely Lopes Meirelles, Caso Fortuito ou Força Maior são “eventos que 
por sua imprevisibilidade e inevitabilidade criam para o contratado 
impossibilidade intransponível de normal execução do contrato”. Neste caso, 
como se verifica uma impossibilidade de execução do contrato, a Administração 
rescinde o contrato liberando do compromisso o fornecedor. 
 
Vejamos o que diz o art. 78, inciso XVII da Lei n.º 8.666/93: 
 
“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
 
... 
 
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente 
comprovada, impeditiva da execução do contrato.” 
 
Teoria da Imprevisão: 
 
A Teoria da Imprevisão “é todo acontecimento externo ao contrato, estranho à 
vontade das partes, imprevisível e inevitável, que causa um desequilíbrio muito 
grande, tornando a execução do contrato excessivamente onerosa para o 
contratado.” 
 
Portanto, trata-se de um fato imprevisível quanto à sua ocorrência e 
consequências, que não decorre da ação de nenhuma das partes e causador de 
grande desequilíbrio econômico, que onera exageradamente a obrigação do 
particular, muito além do que inicialmente pactuado. 
 
 
 
Tomemos como exemplo um contrato que prevê a entrega futura (por exemplo, 
seis meses após a licitação) de um determinado bem. Quando da entrega do 
bem, o preço do produto no mercado sofreu grande aumento em decorrência 
da inflação registrada entre a data da licitação e a da entrega, o que gerará um 
significativo prejuízo ao fornecedor. Neste caso, a Administração deve proceder 
a alterações de cláusulas contratuais financeiras para permitir a continuidade 
do contrato. 
 
 
 
Pág 5 
 
 
Vimos, nesta lição que a equação econômico-financeira constitui-se 
na relação que as partes inicialmente estabelecem no contrato, 
objetivando a justa remuneração do contratado. 
 
Existem determinadas situações que ensejam o reequilíbrio da equação 
econômico-financeira original dos Contratos Administrativos, como aquelas 
decorrentes de fatos previsíveis ou imprevisíveis, porém de consequências 
incalculáveis, que retardam ou impedem a execução do contrato. São elas: 
 
Fato do Príncipe: toda determinação estatal, positiva ou negativa, geral e 
imprevisível ou previsível, mas de consequências incalculáveis, que onera em 
demasia ou que impede a execução do contrato e obriga a Administração 
Pública a compensar os prejuízos do particular. 
 
Fato da Administração: ato da Administração que afeta o contrato de forma 
direta, ou seja, tem incidência exclusiva sobre as condições pactuadas. 
 
Caso Fortuito ou Força Maior: acontecimento externo ao contrato, que não 
deriva da Administração, estranho à vontade das partes, imprevisível e 
inevitável, que impede a execução da avença. 
 
Teoria da Imprevisão: acontecimento externo ao contrato, estranho à vontade 
das partes, imprevisível e inevitável, que causa um desequilíbrio muito grande, 
tornando a execução do contrato excessivamente onerosa para o contratado. 
 
 
 
Unidade 4 - Cláusulas exorbitantes em favor da Administração - Pág 1 
 
 
 
 
 
Por fim, para completarmos este estudo inicial dos Contratos Administrativos, 
abordaremos as chamadas “Cláusulas Exorbitantes”, que nada mais são do que 
condições estabelecidas pela Lei nº. 8.666/93 que favorecem a Administração 
frente ao contratado, tendo em vista a supremacia do interesse público sobre o 
particular. 
 
Tais cláusulas, como frisa Hely Lopes Meirelles, excedem o Direito Comum, 
para consignar uma vantagem ou uma restrição à Administração ou ao 
Contratado, sendo absolutamente válidas no Contrato Administrativo. 
 
 
 
 
A exigência de prestação de garantia pelo contratado visa assegurar a completa 
execução do contrato pelo particular e está prevista no art. 56, § 1º, da Lei nº 
8.666/93. Pode ser em forma de caução em dinheiro ou em títulos da dívida 
pública, seguro-garantia e fiança bancária. 
 
 
Explicando melhor, se o contratado não executar suas obrigações nos termos 
pactuados, a Administração ficará com a garantia depositada para ressarci-la 
dos prejuízos derivados da não-execução do contrato. 
Nos contratos privados a existência de cláusulas de garantia é possível, mas as 
duas partes têm que concordar com isso. Já nos Contratos Administrativos tal 
cláusula é imposta pela Administração e de aceitação obrigatória pelo 
contratado, e sempre estará presente no edital da licitação. 
 
 
 
 
Pág 2 
 
 
A alteração unilateral do contrato é prerrogativa prevista no art. 58, inciso I, da 
Lei nº 8.666/93, que diz que a Administração pode modificar o contrato, 
unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, 
respeitados os direitos do contratado. 
 
De acordo com o art. 65 da mesma lei, os contratos poderão se alterados 
unilateralmente pela Administração quando houver modificação do projeto ou 
das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; ou 
quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de 
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto. 
 
 
 
Vale ressaltar que essa prerrogativa da Administração não impede o contratado 
de pleitear o seu direito ao equilíbrio econômico-financeiro do contrato, 
inclusive buscando suporte na Justiça, se entender necessário. 
 
A rescisão unilateral também é prerrogativa da Administração (art. 58, inciso 
II, da Lei nº. 8.666/93) justificada na superioridade do interesse público sobre 
o privado e somente admitida no Contrato Administrativo. 
 
Porém, essa vantagem está restrita às hipóteses do art. 79, inciso I, da lei de 
licitações, que resumidamente permite a rescisão contratual por falha do 
contratado (cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, 
projetos e prazos; a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a 
comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do 
fornecimento, nos prazos estipulados; atraso injustificado no início da obra, 
serviço ou fornecimento; a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, 
sem justa causa e prévia comunicação à Administração, etc.) ou pela ocorrência 
de caso fortuito ou de força maior. 
 
É importante destacar que em qualquer caso de rescisão unilateral, não tendo o 
particular motivado o fato, a Administração tem o dever de indenizá-lo pelos 
custos já incorridos e não ressarcidos. 
 
Pág 3 
 
 
A retomada do objeto pode ser definida como o direito da Administração, em 
caso de rescisão unilateral, de assegurar a continuidade da execução do 
contratopor meio da assunção de seu objeto, quando a paralisação por parte 
do contratado representar risco ao interesse público. 
 
Caso típico de retomada do objeto, em caso de rescisão unilateral, é o contrato 
de concessão, onde a Administração retoma os serviços prestados pelas 
concessionárias, inclusive revertendo bens para o Poder Público, tudo para 
manter em operação os serviços concedidos. 
 
Imaginem um determinado serviço público, por 
exemplo, o fornecimento de energia elétrica, 
deixar de ser fornecido como forma de pressão 
por aumento da tarifa. Neste caso, a 
Administração retoma a concessão, assim 
como todos os bens necessários à execução 
dos serviços, visando garantir a continuidade 
do fornecimento de energia. Tudo isso se 
justifica em função do prejuízo para a 
população pela interrupção desse serviço 
público essencial. 
 
Outra prerrogativa da Administração é o seu poder de fiscalização da execução 
do contrato, conforme disposto no art. 58, inciso III, e art. 67 da Lei nº. 
8.666/93, que será realizado por um representante da Administração (gestor 
ou fiscal do contrato) especialmente designado. 
 
Lembra a profª. Di Pietro que "A este fiscal caberá anotar em registro próprio 
todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o 
que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados ou, se as 
decisões ultrapassarem sua competência, solicitá-las a seus superiores." 
 
E continua: "O não atendimento das determinações da autoridade fiscalizadora 
enseja rescisão unilateral do contrato (art. 78, VII), sem prejuízo das sanções 
cabíveis". 
 
 
 
Pág 4 
 
 
A aplicação de penalidades contratuais, prerrogativa relacionada com o poder 
fiscalizatório, permite a imposição de pena diretamente pela Administração ao 
contratado, logicamente dentro dos limites legais e estabelecidos no pacto. 
 
Dessa forma, as faltas cometidas pela empresa contratada ensejam a incidência 
de uma das punições elencadas nos arts. 86 e 87 da lei de licitações, aplicada 
pela Administração sem necessidade de remessa do caso para a apreciação do 
Poder Judiciário. É natural que o contratado sempre poderá procurar o 
Judiciário para defender-se de qualquer excesso do Poder Público. 
 
É conveniente ressaltar que a Administração deve sempre respeitar os 
princípios do contraditório e da ampla defesa, permitindo que o contratado se 
defenda ou exponha suas razões antes da aplicação da penalidade. 
 
 
 
A manutenção do equilíbrio financeiro, apesar de ser considerada uma das 
cláusulas exorbitantes, não é uma prerrogativa da Administração, mas um 
dever a ser cumprido. Ou seja, sempre que a equação obrigações x 
remuneração de um contrato se tornar desbalanceada em desfavor do 
contratado, deve a Administração rever as cláusulas econômicas da avença 
para retornar às condições iniciais pactuadas. Já nos contratos entre 
particulares, tal obrigação inexiste. 
 
Como vimos anteriormente, apesar da possibilidade de alteração unilateral do 
contrato pela Administração, ela não pode alterar as condições econômico-
financeiras estabelecidas no contrato. Esse é um direito inalienável do 
contratado, que deve sempre ser observado. 
 
Pág 5 
 
 
Resumindo a lição, vimos que “Cláusulas Exorbitantes” são 
condições estabelecidas pela Lei nº. 8.666/93 que favorecem a 
Administração frente ao contratado, tendo em vista a supremacia do interesse 
público sobre o particular. São elas: 
 
Exigência de prestação de garantia: visa assegurar a completa execução do 
contrato pelo particular e está prevista no art. 56, § 1º, da Lei nº. 8.666/93. 
Pode ser em forma de caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, 
seguro-garantia e fiança bancária. 
 
Alteração unilateral do contrato: prerrogativa da Administração de modificar o 
contrato, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse 
público, respeitados os direitos do contratado. 
 
Rescisão unilateral: possibilidade da Administração, em determinadas 
circunstâncias, de rescindir unilateralmente um Contrato Administrativo. 
 
Retomada do objeto: direito da Administração, em caso de rescisão unilateral, 
de assegurar a continuidade da execução do contrato por meio da assunção de 
seu objeto, quando a paralisação por parte do contratado representar risco ao 
interesse público. 
 
Aplicação de penalidades: prerrogativa relacionada com o poder fiscalizatório, 
que permite a imposição de pena diretamente pela Administração ao 
contratado, dentro dos limites legais e estabelecidos no pacto. 
 
Manutenção do equilíbrio financeiro: poder-dever da Administração de manter a 
equação obrigações x remuneração originalmente pactuada em um Contrato 
Administrativo. 
 
 
 
Módulo II - Comentários à Lei 8.666/93 
 
 
 
 
 
 
 
Concentraremos nossos estudos no Capítulo III da Lei nº. 8.666/93, que 
disciplina os Contratos Administrativos. Esse capítulo é formado por cinco 
seções, a saber: 
 
Seção I – Disposições Preliminares (arts. 54 ao 59). 
 
Seção II – Da Formalização dos Contratos (arts. 60 ao 64). 
 
Seção III – Da Alteração dos Contratos (art. 65). 
 
Seção IV – Da Execução dos Contratos (arts. 66 ao 76). 
 
Seção V – Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos (arts. 77 ao 80). 
 
Nossa metodologia de estudo neste capítulo consiste em apresentar 
individualmente os artigos mencionados, seguidos de comentários e explicações 
pertinentes. Nosso objetivo aqui não é formar especialistas em Licitações e 
Contratos, mas instruir vocês – com o grau de profundidade adequado – para 
exercerem a contento a tarefa de gestor de contratos. 
 
Ao final desta Unidade, vocês serão capazes de: 
 
· Reconhecer as principais disposições legais relativas à formalização dos 
contratos. 
 
· Avaliar casos e circunstâncias em que se fazem necessárias alterações 
contratuais. 
 
· Listar as regras a serem observadas durante a execução dos contratos. 
 
· Justificar ocorrências que ensejam rescisão contratual e suas consequências. 
 
 
 
 
Unidade 1 - Disposições Preliminares - Pág 1 
 
 
 
 
 
“Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas 
suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, 
supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de 
direito privado. 
 
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para 
sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e 
responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da 
proposta a que se vinculam. 
 
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação 
devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.” 
 
O caput do art. 54 faz menção aos preceitos de Direito Público – tema já 
abordado no Módulo I. A novidade aqui é que, além das regras já estudadas, 
aplicam-se também aos Contratos Administrativos as regras de Direito Privado 
(Direito Civil ou, em alguns casos, Direito Comercial) – claro, desde que não 
haja conflito com as normas de Direito Público, pois essas são prioritárias. 
 
Devemos ter em mente que o gestor, sempre que 
possível, deve participar de todas as etapas da 
contratação que ficará sob sua responsabilidade: descrição 
detalhada do objeto, elaboração do Projeto Básico ou 
Termo de Referência (no caso de pregão), pesquisa de 
preço, procedimento licitatório, contratação e, finalmente, 
a gestão propriamente dita da contratação. 
 
Atuando dessa maneira, o gestor terá a possibilidade de auxiliar na instrução 
da licitação, permitindo o estabelecimento de cláusulas contratuais claras e 
precisas, que definam corretamente os direitos, obrigações e responsabilidades 
do contratado e da Administração, facilitando assim agestão do contrato. 
 
 
 
Pág 2 
 
 
O art. 54 também obriga a Administração a estar sempre vinculada ao 
respectivo processo administrativo que deu origem à contratação, não sendo 
permitida a alteração, no decorrer da execução, das condições que ensejaram a 
contratação. 
 
“Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: 
 
I - o objeto e seus elementos característicos; 
 
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; 
 
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e 
periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária 
entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; 
 
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de 
observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; 
 
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação 
funcional programática e da categoria econômica; 
 
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando 
exigidas; 
 
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os 
valores das multas; 
 
VIII - os casos de rescisão; 
 
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão 
administrativa prevista no art. 77 desta Lei; 
 
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, 
quando for o caso; 
 
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a 
inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; 
 
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos 
omissos; 
 
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do 
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as 
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação. 
 
§ 1º (Vetado) 
 
§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas 
ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar 
necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da 
Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no § 
6º do art. 32 desta Lei. 
 
§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade 
comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos 
da União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o 
disposto no art. 63 da Lei nº. 4.320, de 17 de março de 1964.” 
 
Pág 3 
 
 
Para que uma contratação possa ser realizada com sucesso, deve ser instruída 
pelo órgão técnico competente ou pela unidade solicitante, conforme o caso, 
com a elaboração de Projeto Básico ou Termo de Referência, contendo, no que 
couber, as seguintes informações: 
 
a) objeto perfeitamente descrito, com características e quantidades; 
 
b) justificativa da necessidade da contratação; 
 
c) descrição circunstanciada da situação atual e previsão da situação futura; 
 
d) forma e local de execução dos serviços ou recebimento dos bens; 
 
e) prazo para início dos serviços ou de entrega dos bens; 
 
f) condições de recebimento do serviço ou dos bens; 
 
g) formalização e prazo de vigência do contrato; 
 
h) prazo de garantia; 
 
i) previsão dos materiais, instalações ou equipamentos necessários; 
 
j) indicação de pessoal técnico adequado; 
 
k) capacidade técnica necessária; 
 
l) planilha de composição de custos; 
 
m) vistoria técnica e regras pertinentes; 
 
n) obrigações da contratada e do contratante; 
 
o) condições de pagamento; 
 
p) acompanhamento e fiscalização do contrato; 
 
q) estimativa de custo; 
 
r) previsão orçamentária; 
 
s) possibilidade de subcontratação, se for o caso; 
 
t) possibilidade de participação de consórcio, se for o caso; e 
 
t) marcas e modelos de referência, quando aplicável, visando facilitar a 
pesquisa de preço. 
 
No caso de Compras a definição das quantidades a serem adquiridas deve ser 
estabelecida em função do consumo e da utilização prováveis, estimados em 
conformidade com técnicas adequadas. 
 
Um Projeto Básico ou Termo de Referência bem feito se revelará de grande 
utilidade na elaboração da minuta de contrato que fará parte do edital da 
licitação. Essa minuta deverá conter, no mínimo, as cláusulas estabelecidas 
pelo art. 55. 
 
Pág 4 
 
 
Vale ressaltar que é fundamental ao gestor conhecer bem o objeto contratado e 
suas características principais; a forma de execução, condições e prazos 
estabelecidos em contrato; garantias, direitos e responsabilidades das partes; 
etc. Nesse sentido, também recomendamos ao gestor o estudo atento do 
Projeto Básico ou Termo de Referência, caso não tenha participado de sua 
elaboração. 
 
 
É importante que todas as possíveis penalidades constem explicitamente do 
contrato firmado com o particular, pois, caso contrário, a Administração não 
poderá aplicar sanções à contratada. Vejamos o que diz o prof. Marçal Justen 
Filho: “a Lei faculta a aplicação de multa ao contratado inadimplente. Porém, se 
o ato convocatório e o contrato forem omissos, a multa será inaplicável pela 
impossibilidade de apuração da quantia da penalidade. Não se admite a 
remessa à discricionariedade da Administração para aplicar multa.” 
 
“Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que 
prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia 
nas contratações de obras, serviços e compras. 
 
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de 
garantia: 
 
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido 
emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de 
liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados 
pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; 
 
II - seguro-garantia; 
 
III - fiança bancária. 
 
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por 
cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições 
daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo. 
 
§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta 
complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através 
de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de 
garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por 
cento do valor do contrato. 
 
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a 
execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente. 
 
§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela 
Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia 
deverá ser acrescido o valor desses bens.” 
 
 
Pág 5 
 
 
A garantia contratual visa assegurar à Administração o cumprimento da 
obrigação assumida pelo contratado, devendo estar prevista no instrumento 
convocatório. 
 
O próprio art. 55, inciso VI, determina que é cláusula necessária em todo 
contrato a que estabeleça as garantias oferecidas para assegurar sua plena 
execução, quando exigidas. 
 
 
 
A garantia, toda vez que exigida, deverá constar do edital da licitação, podendo 
ser apresentada sob forma de caução, seguro-garantia ou fiança bancária – a 
modalidade a ser fornecida é uma escolha do contratado. Como algumas 
garantias têm prazo de validade fixo, deve o gestor ficar atento para, sempre 
que necessário, solicitar sua renovação. 
 
“Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência 
dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos: 
 
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas 
no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados sehouver interesse da 
Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório; 
 
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que 
poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com 
vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, 
limitada a sessenta meses. 
 
III - (Vetado). 
 
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, 
podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses 
após o início da vigência do contrato. 
 
§ 1.º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega 
admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada 
a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum 
dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo: 
 
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; 
 
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das 
partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato; 
 
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho 
por ordem e no interesse da Administração; 
 
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites 
permitidos por esta Lei; 
 
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro 
reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua 
ocorrência; 
 
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive 
quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou 
retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais 
aplicáveis aos responsáveis. 
 
§ 2.º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e 
previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. 
 
§ 3.º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado. 
 
§ 4.º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização 
da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo 
poderá ser prorrogado por até doze meses.” 
 
 
Pág 6 
 
 
O art. 57 trata dos prazos de duração dos contratos e dispõe sobre a 
possibilidade de prorrogação de sua execução. De início destacamos a 
faculdade da Administração de prorrogar por iguais e sucessivos períodos a 
prestação de serviços a serem executados de forma contínua, até o limite de 
sessenta meses. Ex.: Contratos de limpeza, conservação, cópias reprográficas 
etc. 
 
 
 
As prorrogações contratuais deverão ser sempre realizadas visando à obtenção 
comprovada de preços e condições mais vantajosas para a Administração. 
Lembramos que o gestor deve sempre ficar atento à duração do contrato sob 
sua responsabilidade, e avisar com antecedência à Administração o término de 
sua validade, bem como o interesse ou não em sua prorrogação. 
 
Já o aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática têm 
sua duração máxima – já consideradas todas as prorrogações – limitada a 48 
(quarenta e oito) meses. 
 
“Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei 
confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: 
 
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de 
interesse público, respeitados os direitos do contratado; 
 
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 
desta Lei; 
 
III - fiscalizar-lhes a execução; 
 
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; 
 
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, 
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da 
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo 
contratado, bem como na hipótese de rescisão do Contrato Administrativo. 
 
§ 1.º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos 
administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do 
contratado. 
 
§ 2.º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras 
do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.” 
 
 
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Aqui estão dispostas algumas das prerrogativas da Administração que 
conhecemos como “Cláusulas Exorbitantes”, já vistas na Unidade I. 
 
Vale atentar para o disposto no § 2º: sempre que a Administração modificar um 
contrato unilateralmente para melhor adequação às finalidades de interesse 
público, deve verificar se dessa ação derivou algum desequilíbrio contratual 
(imposição de encargos excessivos ao contratado), e nessa hipótese, proceder 
à revisão das cláusulas econômico-financeiras. 
 
 
Mais uma vez ressaltamos a importância de o gestor registrar todas as 
ocorrências relativas ao contrato, principalmente as que ensejarem punições à 
contratada, pois qualquer imposição de sanção deve sempre ser justificada pela 
Administração. 
 
“Art. 59. A declaração de nulidade do Contrato Administrativo opera 
retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria 
produzir, além de desconstituir os já produzidos. 
 
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar 
o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for 
declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não 
lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.” 
 
O art. 59 estabelece que uma vez declarada a nulidade de um Contrato 
Administrativo, é com se ele nunca houvesse existido, desconstituindo todos os 
efeitos já produzidos e não permitindo que outros sejam gerados. 
 
Porém, mais uma vez, a Lei determina à Administração indenizar o particular 
pelos trabalhos realizados ou bens fornecidos até o momento da declaração de 
nulidade – desde que o contratado não tenha sido o causador da declaração de 
nulidade e tenha agido de boa-fé. 
 
 
 
 
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Finalizando a lição, vimos que se aplicam aos Contratos 
Administrativos as regras de Direito Privado (Direito Civil ou, em 
alguns casos, Direito Comercial) – desde que não haja conflito com as normas 
de Direito Público, pois essas são prioritárias. 
 
Sempre que possível, o gestor deve participar de todas as etapas do 
procedimento do qual resultará a contratação. 
 
A Administração deve estar sempre vinculada ao respectivo processo 
administrativo que deu origem à contratação, não sendo permitida a alteração 
das condições que ensejaram a contratação no decorrer de sua execução. 
 
Para que uma contratação possa ser realizada com sucesso, deve ser instruída 
pelo órgão técnico competente ou pela unidade solicitante, conforme o caso, 
com a elaboração de Projeto Básico ou Termo de Referência contendo o maior 
número possível de informações que descrevam detalhadamente a contratação 
solicitada. 
 
É importante que todas as possíveis penalidades constem explicitamente do 
contrato firmado com o particular, pois caso contrário a Administração não 
poderá aplicá-las à contratada. 
 
A garantia contratual de que trata o art. 56 da Lei nº. 8.666/93, toda vez que 
exigida, deverá constar do edital da licitação, podendo ser apresentada sob 
forma de caução, seguro-garantia ou fiança bancária – a modalidade a ser 
fornecida é uma escolha do contratado. Como algumas garantias têm prazo de 
validade fixo, deve o gestor ficar atento para, sempre que necessário, solicitar 
sua renovação. 
 
É faculdade da Administração a prorrogação dos contratos de prestação de 
serviços a serem executados de forma contínua, até o limite de sessenta 
meses. Em caráter excepcional e devidamente justificado, esse prazo poderá 
ainda ser prorrogado por mais doze meses, desde que devidamente autorizado 
por autoridade superior. 
 
Os contratos de aluguelde equipamentos e utilização de programas de 
informática têm sua duração máxima – já consideradas todas as prorrogações – 
limitada a quarenta e oito meses. 
 
 
 
Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos Contratos - Pág 1 
 
 
 
 
 
 
 
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a 
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim 
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite 
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de 
adiantamento.” 
 
A regra geral para os Contratos Administrativos é a forma escrita, devendo os 
instrumentos contratuais, devidamente assinados, serem mantidos nas 
respectivas repartições públicas, bem como seus posteriores aditamentos. Via 
de regra, essa não é uma atribuição do gestor, que deverá manter sob sua 
guarda apenas cópia do contrato para posteriores consultas, mas não o 
original. 
 
 
 
A regra pode ser estendida por analogia a todos os fatos relativos à gestão dos 
Contratos Administrativos. Deve o gestor registrar por escrito todas as 
ocorrências relativas à gestão, inclusive correspondências trocadas com o 
contratante. Deve-se evitar ao máximo comunicações verbais com o particular, 
a regra é TUDO POR ESCRITO. 
 
 
 
Pág 2 
 
 
 
 
 
“Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus 
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do 
processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos 
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 
 
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus 
aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua 
eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês 
seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela 
data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto 
no art. 26 desta Lei.” 
 
 
 
O caput art. 61 trata das informações básicas que devem constar de um 
Contrato Administrativo, enquanto o parágrafo único cuida da obrigatoriedade 
de atendimento de um dos princípios basilares da Administração Pública: A 
Publicidade. 
 
Pág 3 
 
 
Nesse diapasão, a lei determina que a Administração deve enviar o extrato para 
a imprensa oficial até o quinto dia do mês seguinte ao da assinatura do 
contrato. A partir daí, a imprensa oficial dispõe de 20 dias para publicar o 
extrato do contrato. 
 
“Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e 
de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços 
estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e 
facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros 
instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, 
autorização de compra ou ordem de execução de serviço. 
 
§ 1.º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório 
da licitação. 
 
§ 2.º Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de 
compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis 
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. 
 
§ 3.º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas 
gerais, no que couber: 
 
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder 
Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, 
predominantemente, por norma de direito privado; 
 
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço 
público. 
 
§ 4.º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista 
neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor, 
nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos 
quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.” 
 
Pág 4 
 
 
A tabela abaixo apresenta os limites definidores da modalidade de licitação a 
ser praticada pela Administração, nos termos do art. 23 da Lei nº. 8.666/93: 
Modalidade Obras e Serviços de 
Eng.ª 
Compras e 
Serviços 
Convite Até R$ 150.000,00 Até R$ 80.000,00 
Tomada de Preços Até R$ 1.500.000,00 Até R$ 650.000,00 
Concorrência Acima de R$ 
1.500.000,00
Acima de R$ 
650.000,00 
 
Buscando o informalismo e a agilidade, o legislador facultou à Administração 
substituir em alguns casos o contrato por outros instrumentos hábeis, tais 
como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou 
ordem de execução de serviço. 
 
Todas essas modalidades substitutas, no entanto, devem, no que couber, 
possuir cláusulas ou itens que indiquem as obrigações e os direitos das partes. 
 
A possibilidade de substituição do instrumento contratual fica restrita às 
contratações realizadas por meio de Convite, ou ainda de Dispensas e 
Inexigibilidades até os valores de R$ 150 mil para Obras e Serviços de 
Engenharia, e R$ 80 mil para Compras e Demais Serviços. 
 
Devemos nos lembrar, entretanto, da obrigatoriedade de publicação em extrato 
desses documentos substitutivos no Diário Oficial, nos termos do art. 61 da Lei 
nº. 8.66/93. 
 
Para o gestor, que infelizmente na maior parte das vezes recebe a contratação 
já concluída, vale o dispositivo para alertá-lo sobre possíveis equívocos que 
possam ter ocorrido na fase pré-contratual, e que, uma vez conhecidos, 
deverão ser informados à Administração. 
 
 
 
Pág 5 
 
 
Mais uma vez aqui vemos a preocupação do legislador com a Publicidade dos 
atos e fatos públicos. Porém, deve o gestor tomar algumas precauções com 
relação ao fornecimento indiscriminado de cópias dos autos. Vejamos o caso do 
Senado, cuja questão é regulamentada pelo Ato da Comissão Diretora nº. 
16/2005. 
 
Nos termos desse normativo, para o atendimento do disposto no art. 63, deve 
o interessado formalizar requerimento acompanhado de cópia autenticada da 
carteira de identidade, comprovante de residência, motivação detalhada do 
pedido, termo de responsabilidade devidamente assinado e autenticado, além 
de, sendo o interessado pessoa jurídica, procuração se o requerente atuar 
como representante legal, e cópia do contrato social da empresa, ambos 
obrigatoriamente reconhecidos em cartório. 
Assim, deve o gestor se inteirar das normas de seu órgão 
que regulamentem o fornecimento de cópias de autos a 
particulares. Caso tais normas não existam, é de bom tom 
colher autorização de seu superior hierárquico para o 
atendimento do pleito. 
 
 
Por fim, “pagamento dos emolumentos devidos“ refere-se 
aos custos de reprografia das cópias. 
 
 
“Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o 
termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do 
prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, 
sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei. 
 
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, 
quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra 
motivo justificado aceito pela Administração. 
 
§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de 
contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e 
condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de 
classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas 
pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de 
conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação 
independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei. 
 
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem 
convocaçãopara a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos 
assumidos.” 
 
 
Pág 6 
 
 
O artigo 64 descreve a etapa final do procedimento licitatório, qual seja, 
convocar o licitante vencedor para a assinatura do contrato, nos prazos 
estabelecidos. 
 
Caso o licitante vencedor assine a avença, inicia-se a etapa da gestão e 
fiscalização do contrato. Somos nós, gestores, assumindo as rédeas do 
processo com zelo e profissionalismo. 
 
Se o contato não for assinado, poderá a Administração convocar os licitantes 
remanescentes para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas 
pelo primeiro classificado. Os convocados poderão aceitar ou rejeitar a 
contratação. 
 
 
 
A seguir transcrevemos o art. 81 da Lei nº. 8.666/93, que trata de eventuais 
sanções pela recusa do licitante vencedor em assinar o contrato: 
 
“Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar 
ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela 
Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida, 
sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas. 
 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes convocados 
nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas 
mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao 
prazo e preço.“ 
 
 
 
 
Pág 7 
 
 
“Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as 
devidas justificativas, nos seguintes casos: 
 
I - unilateralmente pela Administração: 
 
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor 
adequação técnica aos seus objetivos; 
 
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de 
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por 
esta Lei; 
 
II - por acordo das partes: 
 
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; 
 
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, 
bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da 
inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
 
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de 
circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a 
antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem 
a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de 
obra ou serviço; 
 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os 
encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa 
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do 
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem 
fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, 
retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de 
força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando área econômica 
extraordinária e extracontratual. 
 
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, 
os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, 
até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no 
caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% 
(cinquenta por cento) para os seus acréscimos. 
 
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos 
no parágrafo anterior, salvo: 
 
I - (VETADO) 
 
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. 
 
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para 
obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, 
respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo. 
 
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já 
houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser 
pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados 
e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos 
eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente 
comprovados. 
 
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem 
como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da 
apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, 
implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso. 
 
§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do 
contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio 
econômico-financeiro inicial. 
 
§ 7º (VETADO) 
 
§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços 
previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações 
financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como 
o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor 
corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por 
simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.” 
 
Pág 8 
 
 
O presente artigo traz uma das “Cláusulas Exorbitantes” que estudamos na 
Unidade I de nosso curso: a Alteração Unilateral do Contrato. 
 
 
Além da prerrogativa de alterações unilaterais, o artigo também apresenta 
possibilidades de alterações por acordo entre as partes. Lembremos que 
qualquer alteração, seja unilateral ou acordada, deve sempre estar justificada 
nos autos. Vamos a elas: 
 
Unilateralmente: 
 
· quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor 
adequação técnica do projeto a uma nova realidade; 
 
· quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de 
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por 
esta Lei. 
 
Em ambos os casos, há que se observar os limites fixados pelo parágrafo 
primeiro, que estabelece: “O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas 
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, 
serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial 
atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de 
equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus 
acréscimos.” 
 
Portanto, o gestor deve sempre ter em mente esses limites, de forma que as 
alterações que se fizerem necessárias não ultrapassem os 25% do valor do 
contrato, para mais ou para menos. 
 
O ideal é que o Projeto Básico ou Termo de Referência que originou a 
contratação seja feito com técnica e rigor, de forma a dimensionar 
adequadamente os quantitativos, evitando assim aditamentos ao longo da 
execução. 
 
Por fim, a Administração deve considerar que um aumento quantitativo dá ao 
contratado o direito de obter a prorrogação do prazo contratual, de modo a 
viabilizar a execução da obra, o fornecimento dos bens ou a execução dos 
serviços. 
 
Pág 9 
 
 
Por Acordo Entre as Partes: 
 
· quando conveniente a substituição da garantia de execução. Por exemplo, se 
a instituição financeira que emitiu a garantia em favor da contatada sofrer uma 
intervenção por parte do Banco Central. Nesse caso, deve o gestor solicitar que 
a contratada substitua a garantia por outra à escolha do particular. 
 
· quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, 
bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da 
inaplicabilidade dos termos contratuais originários. Nos termos do art. 10 da Lei 
nº. 8.666/93, as obras e serviços poderão ser executados nas seguintes 
formas: 
 
I - execução direta (quando é realizada pela própria Administração); 
 
II - execução indireta (quando a Administração contrata um terceiro), nosseguintes regimes: 
 
· empreitada por preço global (quando se contrata a execução da obra ou do 
serviço por preço certo e total); 
 
· empreitada por preço unitário (quando se contrata a execução da obra ou do 
serviço por preço certo de unidades determinadas); 
 
· tarefa (quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço 
certo, com ou sem fornecimento de materiais); 
 
· empreitada integral (quando se contrata um empreendimento em sua 
integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações 
necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao 
contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos 
técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e 
operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi 
contratada). 
 
Aqui o gestor terá um papel preponderante, pois é de sua responsabilidade 
avaliar os critérios técnicos que atestem a inadequação da forma original de 
execução contratual, comprovando, ainda, que a solução anteriormente 
contratada se mostra antieconômica, ineficaz e inviável. Enfim, deve 
demonstrar objetivamente que a solução original não atende aos interesses da 
Administração. 
 
· quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de 
circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado. Devemos 
observar que a Lei veda a antecipação do pagamento sem a correspondente 
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço. 
 
 
 
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A lei procura prever uma ocorrência relativamente comum em obras ou 
serviços de grande valor, permitindo que se adapte o contrato a circunstâncias 
posteriores à sua assinatura que obriguem a alteração do cronograma de 
pagamento inicialmente pactuado. Como exemplo temos um atraso na obra 
decorrente de uma greve geral ou de eventos climáticos imprevisíveis – não há 
dolo ou negligência do contratado. 
 
Mais uma vez o gestor desempenhará papel fundamental nessa hipótese, pois 
caberá a ele relatar e comprovar a ocorrência da circunstância superveniente. 
 
· para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os 
encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa 
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do 
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato. O citado reequilíbrio será 
necessário na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém 
de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do 
ajustado. 
 
A Lição 3 da Unidade 1 de nosso curso já tratou com a profundidade adequada 
a questão do reequilíbrio econômico-financeiro de um contrato. Vale destacar 
novamente que a atuação do gestor nesses casos será fundamental no 
restabelecimento da equação original. 
 
 
Por fim, quando se tratar de mero reajuste de preços com previsão contratual, 
tal como a recomposição de índices econômicos, não se pode aí falar em 
alteração contratual, devendo o caso ser tratado por simples apostilamento 
(anotação ou registro administrativo, que pode ser realizado no verso do 
próprio termo de contrato, ou por termo ato separado, juntado aos autos do 
processo administrativo respectivo). 
 
 
 
Pág 11 
 
 
Ao final da lição, você aprendeu que a regra geral para os 
Contratos Administrativos é a forma escrita, devendo os 
instrumentos contratuais, devidamente assinados, serem mantidos nas 
respectivas repartições públicas, bem como seus posteriores aditamentos. No 
caso de pequenas compras de pronto pagamento, desde que em valor não 
superior a R$ 4.000,00, pode ser dispensada a formalização de contrato. 
 
 
 
 
 
 
A Administração deve enviar o extrato para a imprensa oficial até o quinto dia 
do mês seguinte ao da assinatura do contrato – a partir daí, a imprensa oficial 
dispõe de 20 dias para publicar o extrato do contrato. 
 
O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada 
de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam 
compreendidos nos limites dessas duas modalidades de licitação, e facultativo 
nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos 
hábeis (contratações realizadas por meio de Convite, ou ainda de Dispensas e 
Inexigibilidades até os valores de R$ 150 mil para Obras e Serviços de 
Engenharia, e R$ 80 mil para Compras e Demais Serviços). 
 
Os contratos podem ser alterados: 
 
Unilateralmente: 
 
. quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor 
adequação técnica do projeto a uma nova realidade; 
 
. quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de 
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto. 
 
Por Acordo Entre as Partes: 
 
. quando conveniente a substituição da garantia de execução; 
 
. quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, 
bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da 
inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
 
. quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de 
circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado; 
 
. para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. 
 
 
Unidade 3 - Da Execução dos Contratos - Pág 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste ponto iniciamos os estudos relativos à execução dos contratos, que 
balizam a atuação do gestor, sempre vinculada à lei e aos termos do contrato. 
 
“Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um 
representante da Administração especialmente designado, permitida a 
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes 
a essa atribuição. 
 
§ 1º O representante da Administração anotará em registro 
próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução 
do contrato, determinando o que for necessário à 
regularização das faltas ou defeitos observados. 
 
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a 
competência do representante deverão ser solicitadas a 
seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas 
convenientes.” 
 
O art. 58 da Lei nº. 8.666/93 estabelece ser uma prerrogativa da 
Administração fiscalizar a execução de seus contratos. Portanto, para a 
execução desse poder-dever, o art. 67 determina a designação de um 
representante da Administração para acompanhar e fiscalizar a execução 
contratual. 
 
 
 
 
Pág 2 
 
 
No Senado, em complementação ao dispositivo da lei, o Ato da Comissão 
Diretora nº. 2, de 13 de fevereiro de 2008, em seu art. 3º, expressa que tal 
representação deverá ser exercida por um gestor e um substituto. Vejamos: 
 
“Art. 3º Para todo e qualquer contrato celebrado pelo Senado Federal será 
designado um gestor titular e um gestor substituto, nos termos deste Ato.” 
 
 
 
 
“A Lei nº. 8.666/93 impõe à Administração a prerrogativa e o dever de 
fiscalizar a execução dos contratos (art. 58, III), sendo que o art. 67 determina 
o acompanhamento e a fiscalização por um representante da Administração, 
especialmente designado para a gestão, bem como autoriza a contratação de 
terceiros para assisti-lo ou subsidiá-lo com informações. 
 
O fato da literalidade do caput do art. 67 da referida lei estabelecer que um 
representante da Administração, especialmente designado, acompanhará a 
execução do contrato, não nos parece ser um impedimento para que esse 
acompanhamento seja feito por uma comissão representante, isto é, nada 
impede que a fiscalização seja realizada por uma comissão de servidores, desde 
que especialmente designados para exercer a fiscalização. 
 
 
 
O que importa fundamentalmente a nosso ver é que a Administração cumpra a

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