Buscar

16. Habeas Data

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

■ 14.11.6. Habeas data (art. 5.º, LXXII) 
■ 14.11.6.1. Aspectos gerais 
Introduzido pela CF/88, conceder-se-á habeas data: 
■ para assegurar o conhecimento de informações relativas à 
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de 
dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
■ para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
A garantia constitucional do habeas data, regulamentada pela Lei 
n. 9.507, de 12.11.1997, destina-se a disciplinar o direito de acesso a 
informações, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público, para o conhecimento ou 
retificação (tanto informações erradas como imprecisas, ou, apesar 
de corretas e verdadeiras, desatualizadas), todas referentes a dados 
pessoais, concernentes à pessoa do impetrante.[126] 
Essa garantia não se confunde com o direito de obter certidões 
(art. 5.º, XXXIV, “b”), ou informações de interesse particular, 
coletivo ou geral (art. 5.º, XXXIII). Havendo recusa no fornecimento 
de certidões (para a defesa de direitos ou esclarecimento de situações 
de interesse pessoal, próprio ou de terceiros), ou informações de 
terceiros o remédio próprio é o mandado de segurança, e não 
o habeas data. Se o pedido for para assegurar o conhecimento de 
informações relativas à pessoa do impetrante, como visto, o 
remédio será o habeas data. 
A sutileza da primeira distinção foi muito bem apreendida por 
Michel Temer: “O habeas data também não pode ser confundido 
com o direito à obtenção de certidões em repartições públicas. Ao 
pleitear certidão, o solicitante deve demonstrar que o faz para defesa 
de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal (art. 
5.º, XXXIV, ‘b’). No habeas data basta o simples desejo de conhecer 
as informações relativas à sua pessoa, independentemente da 
demonstração de que elas se prestarão à defesa de direitos”.[127] 
■ 14.11.6.2. Legitimidade ativa e passiva 
Qualquer pessoa, física ou jurídica, poderá ajuizar a ação 
constitucional de habeas data para ter acesso às informações a seu 
respeito. 
O polo passivo será preenchido de acordo com a natureza jurídica 
do banco de dados. Em se tratando de registro ou banco de dados 
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Sublinhado
Cliente
Sublinhado
Cliente
Sublinhado
Cliente
Sublinhado
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Ver no Vade Mecum
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Sublinhado
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Seta
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
de entidade governamental, o sujeito passivo será a pessoa jurídica 
componente da administração direta e indireta do Estado. Na hipótese 
de registro ou banco de dados de entidade de caráter público, a 
entidade que não é governamental, mas, de fato, privada, figurará no 
polo passivo da ação. 
O art. 1.º, parágrafo único, da Lei n. 9.507/97 considera de caráter 
público “todo registro ou banco de dados contendo informações que 
sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de 
uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das 
informações”. 
Assim, perfeitamente possível enquadrarmos as empresas 
privadas de serviço de proteção ao crédito (SPC) no polo passivo na 
ação de habeas data. Aliás, o art. 43, § 4.º, do Código de Defesa do 
Consumidor (Lei n. 8.078/90) estabelece que “os bancos de dados e 
cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito 
e congêneres são considerados entidades de caráter público”. 
■ 14.11.6.3. Procedimento 
Acompanhando posição do antigo TFR (HD 7-DF, 
16.03.1989, DJU de 15.05.1989), do STJ (materializada em sua 
Súmula 2), bem como do STF (RHD 22-8-DF), o art. 8.º da lei 
regulamentadora estabelece a necessária recusa de informações pela 
autoridade, sob pena de, inexistindo pretensão resistida, a parte ser 
julgada carecedora da ação, por falta de interesse processual.[128] 
O art. 21 da lei do habeas data, em cumprimento ao dispositivo 
constitucional constante do art. 5.º, LXXVII, estabeleceu 
serem gratuitos o procedimento administrativo para acesso a 
informações e retificação de dados e para anotações de justificação, 
bem como a ação de habeas data. 
■ 14.11.6.4. Competência 
As regras sobre competência estão previstas na Constituição e no 
art. 20 da Lei n. 9.507/97: 
■ art. 102, I, “d”: competência originária do STF para 
processar e julgar o habeas data contra atos do Presidente da 
República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral 
da República e do próprio STF; 
■ art. 102, II, “a”: compete ao STF julgar em recurso ordinário 
o habeas data decidido em única instância pelos Tribunais 
Superiores, se denegatória a decisão; 
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Seta
Cliente
Retângulo
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Sublinhado
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
■ art. 105, I, “b”:[129] compete ao STJ processar e julgar, 
originariamente, os habeas data, contra ato do Ministro de 
Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica, ou do próprio tribunal; 
■ art. 108, I, “c”: competência originária dos TRFs para 
processar e julgar os habeas data contra ato do próprio tribunal 
ou do juiz federal; 
■ art. 109, VIII: aos juízes federais compete processar e julgar 
os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os 
casos de competência dos tribunais federais; 
■ art. 121, § 4.º, V: competência atribuída ao TSE para julgar 
em grau de recurso habeas data denegado pelo TRE; 
■ art. 125, § 1.º: em relação aos Estados a competência será 
definida pela Constituição Estadual (art. 74, III, da CE/SP). 
 
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto
Cliente
Marcador de texto

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais