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Faculdades Estácio da Amazônia WELITA LOURENÇO MOURA CLASSIFICAÇÕES DOUTRINÁRIAS DOS DELITOS Prof.ª Denise Meneses Gomes BOA VISTA-RR 01 de outubro de 2013 Classificações Doutrinárias dos Delitos 1. Quanto à DURAÇÃO: a) instantâneos [a consumação ocorre num só momento: estupro]; b) Permanentes [a consumação prolonga-se no tempo por vontade do agente: Extorsão mediante sequestro]; c) instantâneos de efeitos permanentes [a consumação se dá em determinado instante, mas seus efeitos são irreversíveis: homicídio]. 2. Quanto ao MEIO DE EXECUÇÃO: a) comissivos [mediante uma ação]; b) Omissivos [executam-se mediante uma omissão] – subdividem-se em: 1. PRÓPRIOS [ou puros] simples abstenção, INDEPENDENTEMENTE DE UM RESULTADO POSTERIOR = omissão de socorro (CP, art. 135); 2. IMPRÓPRIOS [comissivos por omissão] uma omissão inicial DÁ CAUSA A UM RESULTADO posterior que o agente tinha o dever legal de evitar = a mãe, que tinha o dever jurídico de alimentar o filho, deixa de fazê-lo, provocando a morte da criança; 3. Quanto ao RESULTADO: a) materiais [a lei descreve uma ação e um resultado, e exige a ocorrência deste para que o crime esteja consumado = estelionato, art. 171 do CP]; b) formais [a lei descreve uma ação e um resultado, mas não exige para consumação do delito a produção do resultado, este é mero exaurimento do delito = extorsão mediante sequestro, art. 159 do CP]; c) mera conduta [a lei descreve apenas uma conduta e, portanto, consuma-se no exato momento em que esta é praticada = violação de domicílio, art. 150 do CP]. 4. Quanto à EFETIVA LESÃO ao bem jurídico: a) crimes de DANO; b) crimes de PERIGO [Abstrato, Concreto, Individual e Comum] = subdividem-se em: 1. PERIGO ABSTRATO [ou presumido, a lei descreve uma conduta e presume que o agente, ao realizá-la, expõe o bem jurídico a risco – há presunção absoluta – ex. Crime de Rixa, art. 137 do CP]; 2. PERIGO CONCRETO [a acusação tem de provar que pessoa certa e determinada foi exposta a uma situação de risco em face da conduta do sujeito, ex. Crime de periclitação da vida e da saúde, art. 132 do CP]; 3. PERIGO INDIVIDUAL [expõe a risco o interesse de uma só pessoa ou de grupo limitado de pessoas, ex. Perigo de contágio venéreo e seguintes 130 a 137]; 4. PERIGO COMUM [ou coletivo, há um número indeterminado de pessoas, ex.: 250 a 259 do CP]. 5. QUANTO AO SUJEITO ATIVO: a) Crimes Comuns [podem ser praticados por qualquer pessoa]; b) Próprios [determinada categoria de pessoas, há uma certa característica do sujeito ativo]; c) e de mão própria [só pode ser executada por uma única pessoa e não admitem coautorias]. 6. CRIMES PRINCIPAIS [não dependem de qualquer outra infração para que se configurem, ex: homicídio, FURTO etc.] e Acessórios [pressupõe a ocorrência de um delito anterior, ex: RECEPTAÇÃO]. 7. CRIMES SIMPLES [protege-se um único bem jurídico, ex: homicídio] e Crimes Complexos [a norma penal tutela dois ou mais bens jurídicos, quando há fusão de dois ou mais tipos penais ou um tipo penal funciona como qualificadora de outro] 8. CRIMES PROGRESSIVOS [o agente para alcançar um resultado mais grave, passa por um crime menos grave]. Progressão criminosa [o agente pratica, inicialmente, crime menos grave e, posteriormente, prossegue com o ataque sobre o bem jurídico, acabando por cometer crime mais grave, e este crime absorve o anterior]. 9. DELITOS PUTATIVOS [ou imaginário, o agente imagina que a conduta por ele praticada constitui crime, mas, em verdade, é um fato atípico]. 10. CRIME FALHA OU TENTATIVA PERFEITA [o agente percorre todo o iter criminis, mas não consegue consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade]. 11. CRIME EXAURIDO [Nos crimes formais a lei descreve uma ação e o um resultado, mas dispensa a efetivação deste para que o crime se aperfeiçoe. Assim, os crimes formais se consumam no momento da ação. O crime, entretanto, estará exaurido se, após a ação, efetivamente ocorrer o resultado]. 12. CRIMES VAGOS [sujeito passivo entidades sem personalidade jurídica, ex: a família, a sociedade etc.]. 13. CRIMES SIMPLES [a lei descreve as elementares do crime em sua figura fundamental], Privilegiado [após a descrição do delito, a lei estabelece circunstâncias com o condão de reduzir a pena] e Qualificado [a lei acrescenta circunstâncias que alteram a própria pena em abstrato para patamar mais elevado] ATENÇÃO! A QUALIFICADORA diferencia-se das CAUSAS DE AUMENTO de pena porque, nestas, o legislador faz uso de índices de soma (1/3, 1/2 etc.) ou de multiplicação a serem aplicados sobre a pena aplicada (a pena pode ser triplicada, duplicada etc.). 14. CRIMES DE AÇÃO MÚTIPLA OU CONTEUDO VARIADO [a LEI DESCREVE VÁRIAS CONDUTAS (possui vários verbos) separadas pela conjunção alternativa “ou”. Assim, a prática de mais de uma conduta, em relação à mesma vítima, constitui crime único. Ex: tráfico ilícito de entorpecentes (art. 12 da Lei 6.368/76), participação em suicídio, art. 122 do CP]. 15. CRIMES DE AÇÃO LIVRE [pode ser praticado por QUALQUER MEIO DE EXECUÇÃO, a lei não exige comportamento específico, ex: homicídio] Crimes de ação vinculada [a lei descreve o meio de execução de forma pormenorizada, ex: crime de maus-tratos (art. 136)]. 16. CRIME EVENTUAL [pressupõe uma REITERAÇÃO DE ATOS (ex: CURANDEIRISMO, art. 284). A prática de um ato isolado constitui conduta atípica.] 17. CRIMES CONEXOS [pressupõe a existência de pelo menos DUAS INFRAÇÕES penais, entre as quais EXISTIA UM VÍNCULO qualquer] 18. CRIMES À DISTANCIA [EXECUÇÃO ocorre em UM PAÍS e o RESULTADO EM OUTRO] Crimes Plurilocais [a execução ocorre em uma localidade e o resultado em outra, dentro do mesmo país]. 19. CRIMES A PRAZO [ocorre quando a caracterização do crime ou de uma qualificadora depende do decurso de determinado tempo, ex: apropriação de COISA ACHADA. Somente se consuma após um lapso de tempo, no caso, de quinze dias]. 20. QUASE CRIME [dá-se nas hipóteses de CRIME IMPOSSÍVEL e de PARTICIPAÇÃO IMPUNÍVEL – acertamento e atos preparatórios quando o crime sequer chega a ser tentado]. 21. CRIME UNISSUBSISTENTE [a ação é composta por um só ato, NÃO admite TENTATIVA] e Crime Plurissubsistente [a ação é composta por vários atos. Aceita, portanto, tentativa].
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