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Iluminismo e Reformismo Ilustrado

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Unidade III
7 O IlumInIsmO e O RefORmIsmO IlustRadO
Portugal não conseguiu fazer com que o ouro da América portuguesa reconfigurasse suas relações 
econômicas e propiciasse um desenvolvimento diferenciado. As questões europeias faziam com que as 
relações fossem complicadas e o jogo das grandes potências era cada vez maior. Ao mesmo tempo, as 
ideias mudavam.
O século XVIII é caracterizado como o “século das luzes”: a partir da razão, passou‑se a acreditar 
que o homem podia explicar o mundo. Esse século teve como ponto de partida a “crise de consciência 
europeia (1680–1715)”, analisada por Paul Hazard (1948), na qual a crise do conhecimento imanente 
levou ao nascimento do método a partir da dúvida, fazendo surgir um novo rumo intelectual e cultural. 
Todo o clericalismo passou a ser criticado. O racionalismo e o cientificismo foram exaltados – e o exemplo 
mais forte disse foi a Enciclopédia, tentativa de reunir todo o conhecimento da época.
Figura 71 – A Enciclopédia era um esforço enorme de reunir todo o conhecimento
Como explica Eric J. Hobsbawm, a obra em questão tinha uma proporção muito maior:
A grande Enciclopédia de Diderot e d´Alembert não era simplesmente um 
compêndio do pensamento político e social progressista, mas do progresso 
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científico e tecnológico. Pois, de fato, o “iluminismo”, a convicção no progresso 
do conhecimento humano, na racionalidade, na riqueza e no controle sobre 
a natureza – de que estava profundamente imbuído o século XVIII – derivou 
sua força primordialmente do evidente progresso da produção, do comércio 
e da racionalidade econômica e científica que se acreditava estar associada 
a ambos. E seus maiores campeões eram as classes economicamente mais 
progressistas (HOBSBAWM, 2004, p. 40–41).
Era esse o contexto econômico fundamental para a burguesia. Seus empreendimentos geravam 
grandes acumulações e seu destaque era indiscutível. Mais do que isso, os burgueses sabiam que o 
Estado absolutista era sustentado por suas atividades, mas a sociedade permanecia com valores 
estamentais – ou seja, preponderava o nascimento. A burguesia, além de criticar essa organização social, 
desaprovava, após a Revolução Industrial, a intervenção do Estado na economia. As novas ideias, por um 
lado, defendidas a partir de Adam Smith em A riqueza das nações, proclamavam que as leis da oferta 
e da procura controlariam o sistema econômico sem qualquer necessidade de intervenção do Estado. 
O trabalho seria o grande gerador de riquezas. Por outro lado, os franceses defendiam a fisiocracia, 
ou seja, que a agricultura seria a única grande forma de se gerar riqueza a um país – pois o alimento 
é imprescindível para qualquer tipo de atividade, então sempre terá mercado. De qualquer maneira, 
também entendiam os franceses que as relações econômicas não dependiam do Estado – seu lema era 
“laissez faire, laissez passer” (deixe fazer, deixe passar).
A partir dessa nova mentalidade econômica os burgueses passaram a desejar o liberalismo econômico 
e a criticar o Estado Absolutista e, por extensão, todas as bases mais importantes do mercantilismo. 
Mais do que isso, aspiravam a uma sociedade de direitos capaz de garantir a liberdade, a igualdade, a 
propriedade e a rebelião contra qualquer tirania. Na prática, essas ideias de direitos surgiram com John 
Locke, filósofo inglês da época da Revolução Gloriosa inglesa. Suas ideias tiveram enorme propagação e 
atingiram uma grande força revolucionária.
A força das ideias iluministas atingiu níveis impressionantes. Na política, dois grandes autores se 
destacaram: Montesquieu, com sua obra O Espírito das Leis, defendia que a única forma de se garantir a 
harmonia política eram as leis e, com elas, a divisão de poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, 
com suas funções específicas, são capazes de garantir autonomia e dependência ao mesmo tempo. Já 
Jean Jacques Rousseau defendia a bondade do homem em seu estado natural e a legitimação do poder 
relacionada a um contrato social feito pelos homens em nome de todos – daí a vontade geral de permitir 
a garantia da liberdade. Nesse aspecto, Rousseau foi uma grande exceção – defendia a vontade geral, ao 
passo que os outros pensadores entendiam que uma minoria letrada (relacionada com a burguesia) era 
quem deveria participar da política.
 Observação
Na prática, podemos considerar as ideias iluministas como precursoras 
da sociedade de direitos e Rousseau como o pai da democracia moderna – 
a vontade geral elegendo seus representantes no poder.
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Claro que, na prática, essas ideias atingiram forças variadas ao longo da Europa e da América. A 
estrutura do Antigo Regime, em todos os seus aspectos, estava em jogo – os elementos mais fortes de 
seu desmoronamento floresceram nesse momento: a Revolução Industrial, a Revolução Americana e a 
Revolução Francesa.
 lembrete
É fundamental retomar que o Antigo Regime da Época Moderna era 
radicalmente oposto às ideias baseadas no Iluminismo. A era dos grandes 
reis era baseada em perspectivas teológicas, mas o Iluminismo combatia 
essa visão tendo como análise o puro uso da razão.
Para o que nos interessa aqui, por ora, basta dizer que o capitalismo industrial nasceu com a Revolução 
Industrial. O uso da máquina transformou completamente o processo produtivo. A riqueza passou a ser 
vista como infinita. Tudo dependia da sua produtividade. As relações econômicas poderiam ser promovidas 
em todos os lugares e se garantiriam os seus valores, já que a oferta aumentava, pela abertura de mercados 
(a lei da procura). Foi a partir daí que a Inglaterra se tornou um país liberal por excelência. Esse eco bateria 
de frente com os valores protecionistas do mercantilismo e do Antigo Sistema Colonial. Estava, então, 
estabelecida a Crise do Antigo Sistema Colonial, absolutamente sistêmica em sua essência.
Variou a maneira como as novas ideias alcançaram diversos países. Em alguns, milhares foram 
contagiados. Em outros, as monarquias europeias se aproveitaram dos novos ideias para uma tentativa 
de reformar o Estado absolutista a fim de promover o desenvolvimento econômico e social. Entretanto, 
nesse último caso, nunca se pensava em alterar as relações políticas – havia um enorme temor de 
governos representativos ou, mais adiante, da propagação do ideário da Revolução Francesa. Esse 
movimento ficou conhecido como Despotismo Esclarecido. Dois dos países que promoveram esse 
sistema foram justamente os ibéricos.
 Observação
O Despotismo Esclarecido tinha contradições claras. Um exemplo era a 
defesa básica dos iluministas do princípio da explicação racional para todas 
as instituições, o que não ocorreria com o poder do monarca, garantido 
pela teoria do direito divino, como vimos.
Até a segunda metade do século XVIII, a Península Ibérica estava mergulhada no Barroco. A 
especificidade da Ilustração na região foi a condução controlada pelo Estado, filtrando as ideias segundo 
seus interesses. A circulação de livros era restrita, pois somente aqueles que obtivessem a autorização da 
Inquisição poderiam ter determinadas obras iluministas. Todavia, não podemos deixar de mencionar a 
existência de “contrabando de ideias”, que não era visto pela Inquisição. “Guardado, fechado, entretanto, 
não podia permanecer de modo absoluto. Por um motivo ou outro (o comércio, a diplomacia) os homens 
circulam para fora da Península, e com os homens as ideias” (NOVAIS, 2006, p. 220).137
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Os pensadores iluministas da Península Ibérica são chamados de estrangeirados por terem vivido parte de 
suas vidas em outros países europeus e terem, assim, mantido contato e se tornado adeptos de ideias da ilustração 
que corriam naqueles lugares. Eles teriam sido os responsáveis por trazer o Iluminismo para Portugal e Espanha.
De qualquer maneira, na prática, os novos conceitos deixavam os países ibéricos em uma encruzilhada:
De repente, os sete séculos de história da Península, comandados pela ideia 
de missão evangelizadora e civilizadora e por um territorialismo reiterativo 
de uma determinada ordem social, deixavam de se apresentar como fonte de 
dinamismo e lastro para um novo protagonismo ibérico. As possibilidades de 
um renascimento pareciam residir fora do passado e da tradição, deslocadas 
para o novo horizonte que se consolidava na Europa. O século XVIII na 
Europa Central traz um desafio à Ibéria: o de se tornar efetivamente Europa, 
depois de ter tentado hispanizá‑la (BARBOZA FILHO, 2000, p. 372).
Esse novo tempo era visto a partir de um movimento de modernização para a Península Ibérica com 
base na reforma do Estado e numa reorganização política e econômica das possessões no continente 
americano, ou seja, em questões de Estado, com as medidas pombalinas (Portugal) e a reforma dos 
Bourbons (Espanha). Foi um projeto desenvolvido a partir do Estado, sendo, portanto, instituído de cima 
para baixo, mantendo a tradição com o objetivo de se constituir completamente o Estado, renovando 
o sistema, mas não a estrutura. Eis a especificidade da ilustração tanto em Portugal como na Espanha.
7.1 O governo do marquês de Pombal
A política mercantilista promovida pelo Conde de Ericeira durante o governo de D. Pedro II visava à 
formação de manufaturas locais em Portugal. Logo, contudo, esse projeto foi abandonado pela exploração do 
ouro na América portuguesa. Ao mesmo tempo, as relações diplomáticas de Portugal com a Inglaterra geraram 
o Tratado de Methuen, que permitiu um boom do vinho português. No entanto, o produto só compensava 
os gastos com os panos ingleses na medida em que era complementado pelo ouro proveniente da colônia.
A necessidade de mudanças mais significativas foi demonstrada por alguns estrangeirados. Um dos 
pontos mais defendidos era a necessidade de garantir manufaturas na Metrópole para manter o ouro 
brasileiro no Reino. No mesmo sentido, era fundamental conservar e melhorar as possessões do ultramar 
para otimizar as relações comerciais e ampliar o desenvolvimento – chegou‑se até mesmo a pedir à Coroa 
que estrangeiros pudessem se instalar no Brasil para estimular a produção em todo o império português.
Foi em torno desse contexto que surgiu Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal. 
Proveniente da pequena nobreza, foi embaixador português em Londres de 1739–43. Lá observou o 
controle inglês sobre o comércio português e obteve contato com a literatura inglesa. Depois da morte 
do rei D. João V e da ascensão de D. José I, foi nomeado Secretário de Estado da Guerra e dos Negócios 
Estrangeiros, no ano de 1750. Com o terremoto de Lisboa de 1755, tornou‑se Primeiro Ministro para 
garantir a reconstrução depois da catástrofe de proporções gigantescas. Em 1757, o cargo também 
passou a ser absolutamente de direito, pois morreu o secretário do Reino, Pedro Motta. Em 1759, recebeu 
o título de Conde de Oeiras. Em 1769, foi nomeado Marquês de Pombal.
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Figura 72 – Representação do Marquês de Pombal. Nota‑se a visão da 
centralidade do desenvolvimento econômico através do gesto e do plano de fundo
O diagnóstico que fizera em Londres, no ano de 1742, foi bastante significativo para as suas ações 
quando chegou ao poder. O Marquês de Pombal entendia que Portugal assumira uma posição bastante 
periférica nas questões europeias. Além disso, havia o constante temor das ameaças promovidas pelos 
ingleses e espanhóis para dominar as possessões portuguesas.
O marquês criticava com veemência o comércio anglo‑português, sobretudo após a assinatura do 
Tratado de Methuen. A posição central que defendia para a solução dessa realidade era aumentar a 
renda da Coroa através do incremento do comércio entre Metrópole e colônia.
Na Metrópole, o despotismo esclarecido visava a uma profunda transformação em torno da 
necessidade de otimizar a administração e revitalizar o desenvolvimento econômico. Quanto à primeira 
dessas duas questões, Pombal procurou promover uma política de renovar os quadros da nobreza, o 
que gerou uma oposição feroz, desde os primeiros anos, da velha aristocracia. Essa problemática foi 
agravada em setembro de 1758, com o atentado do Marquês de Távora contra D. José I, em que Pombal 
conduziu pessoalmente a investigação e a aproveitou para esmagar a oposição aristocrática tradicional. 
Ao mesmo tempo, envolveu nesse caso os jesuítas e, em setembro de 1759, expulsou‑os de Portugal por 
serem declarados inimigos da Coroa.
Uma das discussões bastante em voga na época era que os inacianos estavam promovendo um 
império teocrático no Novo Mundo, que estavam repletos de riqueza e completamente desinteressados 
em obedecer às metrópoles europeias. A partir daí, era cada vez mais visível a participação dos burgueses 
no processo administrativo. No ensino, o grande interesse era a laicização, relacionada à garantia do 
desenvolvimento econômico e de medidas modernizantes.
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Então, uma profunda reforma pedagógica passou a acontecer a partir dos oratorianos, já que eles 
eram muito mais envolvidos no conhecimento e no ensino laico e negavam a escolástica (uma vez que 
defendiam a leitura de filósofos não católicos).
O Marquês de Pombal criou o Colégio dos Nobres (que rapidamente fracassou, pois os nobres não 
desejavam ir) e a Escola de Comércio (onde se discutia a economia política e da qual participavam alguns 
burgueses importantes). Ao mesmo tempo, o marquês intensificou a imprensa régia, inclusive com a criação 
da Real Mesa Censória que, aos poucos, tentou se sobrepor à Inquisição, que, apesar de não ter sido extinta, 
teve seu papel diminuído, pois eram cada vez mais evidentes as divergências entre as “questões do Estado” 
e os interesses religiosos. A censura deveria responder às necessidades do Estado e não poderia ser a causa 
da divisão entre cristãos velhos e novos para que não ocorressem mais fugas de capital.
Quanto à necessidade de revitalizar o desenvolvimento econômico, Pombal procurou retomar a força 
das manufaturas têxteis, que estavam em enorme desvantagem com relação à concorrência inglesa. 
Além disso, ele continuou a política de fortalecimento da vinicultura ao criar a Companhia das Vinhas 
do Alto Douro (1756), que sofreu com a oposição de um levante popular no Porto em 1757 (levante esse 
duramente reprimido: mais de 30 pessoas foram condenadas à morte).
De qualquer modo, era a colônia o local central das medidas pombalinas. O fortalecimento do poder do Estado 
daria prioridade para a política colonial. Os meses iniciais da administração foram dedicados às preocupações 
geopolíticas. Era básico, para a expansão econômica, garantir a extensão do império. E, assim, Pombal acabou 
por negociar o Tratado de Madrid de 1750. A questão remetia à importância do comércio do sul e do contato do 
contrabando da prata. Com a definição desenvolvida, o território da América portuguesa foi bastante ampliado, 
garantindo, nesse primeiro momento, os domínios dos sertõese a presença bastante significativa no sul.
Segundo Francisco Calazans Falcon (2001), as ações foram norteadas no sentindo de desenvolver, em 
um termo emprestado por Guy Martinére, “dupla mutação”, promovendo mutação espacial, econômica e 
demográfica. Na relação espacial, a base era garantir o centro‑sul e o centro‑oeste da colônia, em constante 
conflito com os espanhóis. Para isso, era necessário promover o povoamento para manter as forças militares.
A reforma administrativa se iniciou com a extinção das capitanias hereditárias em 1759 e se 
aprofundou após 1763, com a transferência da sede do vice‑reino do Brasil, criado recentemente, para 
o Rio de Janeiro. Essa transferência teve como finalidades a máxima aproximação do ouro (evitando o 
contrabando) e a defesa do sul da colônia, por meio das fortificações contra os espanhóis. Havia, assim, 
uma relação bastante estreita entre o reformismo militar e a reforma fiscal.
Ao mesmo tempo, na relação econômica, houve a tentativa de revitalizar as áreas da mineração através de 
uma ampliação do crescimento demográfico, tudo em torno de um progressivo arrocho fiscal – vários novos 
impostos foram criados. Na prática, no entanto, havia o confronto entre a “contradição tradicional, inerente à 
administração colonial – escassez de meios em comparação com a ambição dos fins” (FALCON, 2001, p. 230).
Uma das medidas importantes a partir daí foram as companhias de comércio para atuar nas colônias. 
Foram criadas a Companhia Geral do Grão Pará e Maranhão, em 1755, e a Companhia Geral de Pernambuco 
e Paraíba, em 1759. Ambas foram estabelecidas para fomentar o desenvolvimento econômico através da 
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concentração dos recursos e do direcionamento administrativo. Isso era mais voltado para o Nordeste 
açucareiro, que procurava ser incrementado a partir do avanço do tráfico negreiro.
Foi proibida a escravidão dos indígenas para fomentar esse trato mercantil e, ao mesmo tempo, 
aumentar os contingentes populacionais locais (até os aldeamentos foram declarados completamente 
livres e passaram a ser amparados pelo Estado), o que resultaria em maiores capacidades de defesa e de 
fomento econômico local (pois foi estimulado o casamento misto com portugueses).
Na prática, dentro das medidas de monopólios voltadas às companhias de comércio, o governo 
pombalino decretou a expulsão de comissários volantes das frotas do Brasil. A perspectiva central era 
nacionalizar o comércio em torno das companhias. Contudo, o problema central que acabou surgindo 
foi a participação do capital estrangeiro, o que, na realidade, acabou permitindo, em grande medida, a 
manutenção do núcleo do comércio luso‑inglês.
 Observação
As companhias de comércio, muitas vezes utilizadas na época moderna, 
tanto nos primórdios dos processos de colonização como em seu momento 
derradeiro, eram uma forma de garantir o uso do capital privado incentivado 
pelos benefícios gerados pelo Estado.
Em vistas do desenvolvimento comercial, especialmente para dinamizar as trocas atlânticas, 
sedimentando teias mais complexas e garantindo a ampliação mercantil, em 1765, foram abolidos os 
sistemas de frotas para Rio de Janeiro e Bahia. A expectativa de tratos diretos e mais amplos fomentaria 
o mercado interno e, ao mesmo tempo, todo o conjunto de relações econômicas.
Apesar de as relações estarem bastante centralizadas na Metrópole, na colônia, foi favorecida uma 
certa autonomia das autoridades locais a fim de fomentar a economia.
Um dos exemplos mais significativos foi o caso de São Paulo. D. Luis Antônio de Souza Botelho 
Mourão, o Morgado de Mateus, foi nomeado governador e capitão‑general de São Paulo entre os anos 
de 1765 e 1775. A capitania finalmente era resgatada, após a perda da autonomia administrativa, sendo 
comprada em um processo bastante obscuro.
A ação central do Morgado de Mateus era promover um processo civilizador, organizando uma dita 
“desordem”. Tudo estava estabelecido em torno de um amplo processo:
A restauração da autonomia da Capitania não obedecia apenas a uma 
necessidade geral, geopolítica e administrativa (a defesa do Sul e do Oeste 
assim como a impossibilidade do Rio de Janeiro em “responder a tudo”), 
mas também atendia à uma necessidade local e econômica (o estado da 
economia e da população de São Paulo e a diminuição da mineração). 
Ademais de por fim aos atritos sulinos, a Metrópole buscava novas fontes 
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econômicas em vista da decadência das minas. Passava‑se à revalorização 
das áreas coloniais, independente do ouro (BELLOTTO, 1979, p. 45).
Já em seu discurso de posse, Morgado de Mateus criou um amplo leque de necessidade: acrescentar 
suas povoações; estender aos confins os seus domínios; fertilizar os campos com a agricultura; estabelecer 
nas terras diferentes produções econômicas; promover novos caminhos; penetrar nos desconhecidos 
sertões; descobrir o ouro de novas minas; fortificar as possessões já existentes; armar significativamente 
o exército; observar as leis e garantir a justiça.
Fica claro, assim, que Morgado de Mateus expressava um amplo leque de desejos de desenvolvimento. 
Uma das ações mais importantes que promoveu foi o incentivo à produção de açúcar. Um amplo conjunto 
configurou um avanço comercial em torno do trato agrícola que se tornou cada vez mais importante.
Na década de 1770, já estava bastante evidente o declínio do ouro. Nessa perspectiva, houve uma 
profunda contração do comércio britânico com Portugal, não por novos acordos, mas pela falta de 
recursos lusos para cobrir os gastos com essas relações.
Uma nova oligarquia mercantil passou a controlar as companhias do Brasil, a Junta do Comércio, o 
Erário Régio e as manufaturas. Não foi à toa que o governo pombalino procurou cooptar as elites locais 
para a nova estrutura administrativa e militar capaz de fomentar a garantia do último respiro do sonho 
de reestruturação da antiga grandeza do império português.
Os setores que se desenvolveram com a estrutura propiciada por Pombal foram as exportações de 
vinhos portugueses, algumas manufaturas, como a têxtil, em torno das novas conjunturas econômicas 
e da intervenção do Estado, além do chamado renascimento agrícola da colônia. Esse renascimento, 
caracterizado como a última fase da economia colonial do Brasil, teve como base o impulso das 
exportações do açúcar, do tabaco e do algodão.
Podemos argumentar que houve uma efetiva “nacionalização” da economia portuguesa com a 
criação de uma oligarquia mercantil e manufatureira em Portugal, mas, ao mesmo tempo, ocorreu 
um fracasso nas determinações coloniais na medida em que as companhias de comércio não foram 
capazes de fomentar as relações entre Metrópole e colônia conforme o esperado. Contudo, ainda nessa 
reestruturação, é inegável que um profundo impacto foi visto nas estruturas coloniais: as relações 
atlânticas foram bastante ampliadas e o Brasil passou a contar, cada vez mais, com um ativo mercado 
interno e diversificado, se comparado a outros momentos da colonização.
Era, assim, o momento derradeiro da economia colonial, pois logo essas novas estruturas seriam 
alteradas, ampliadas e redimensionadas em torno da chegada da Corte. Novos tempos, novos ares: o fim 
do período de relações de dominação e subordinação estava próximo.
7.2 Os tratados de limites
A Colônia do Sacramento, grande marco da presença portuguesa no sul, foi fundada, em 1680, para 
garantir o contrabando da prata do alto Peru. Ela retomava os vínculos comerciais com Buenos Aires, 
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desfrutados durante a União Ibérica. Ao mesmo tempo, havia ainda o interesse pelo gado das vacarias 
da Banda Oriental e pelo acesso ao mercado de erva‑mate. A colônia foi tomada por tropas de Buenos 
Aires e índios guaranis missioneiros em 1681, mas foi devolvida aos portugueses em 1683. Mais uma 
vez, voltou para as mãos dos espanhóis, em 1705, após um grande cerco. Mais tarde, foi retomada pelos 
portugueses devido aos termos do Tratado de Utrech, de 1715 – foi a chamada “segunda fundação”. 
Já era prevista, então, a possibilidade de uma troca, pois Portugal sabia que tinha escassez de gente 
(atraída para as minas) e não desejava alarmar os espanhóis.
Os portugueses passaram, no início do século XVIII, a cobiçar o gado das grandes vacarias, utilizado 
para o abastecimento interno, e para o uso do couro. Ao mesmo tempo, os portugueses consolidariam 
o domínio territorial, afastando os espanhóis. Nesse sentido, a presença lusitana na banda oriental 
ficou marcada por duas fases distintas. A primeira, de 1716 até 1737, foi um momento de expansão 
do entorno agrícola, sobretudo do trigo, além da exploração do gado da banda oriental – ocasião em 
que Montevideo foi fundada (1723) e logo tomada pelos espanhóis (1725). A segunda, ocorrida após 
1737, foi baseada nas relações comerciais do porto, principalmente do contrabando, já que os entornos 
agrícolas haviam sido destruídos pelos espanhóis.
Uma nova conjuntura metropolitana surgiu com a ascensão de Alexandre de Gusmão, brasileiro, 
secretário do rei D. João V e membro do Conselho Ultramarino, grande responsável pelo convencimento 
da corte espanhola da presença portuguesa nos sertões. Ele criou uma política de fixação dos limites 
defensáveis (a partir do relevo), além de se basear no direito do uti possidetis – cada parte há de se fixar 
com o que atualmente possui. Alexandre produziu ainda um grande esforço para a coleta e reunião de 
informações geográficas que pudessem informar a corte, inclusive com o envio de “padres matemáticos”.
Figura 73 – A figura de Alexandre de Gusmão foi de 
grande importância na assinatura do Tratado de Madri
Na prática, o momento diplomático era favorável: o novo monarca espanhol, Fernando VI 
(1746‑1759), era casado com D. Maria Bárbara de Bragança, filha do rei português D. João V. Em 1749, 
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História do Brasil Colônia
o Mapa das Cortes atenuava as perdas sofridas pelo lado espanhol (que não se preocupara em conhecer 
os limites de Tordesilhas no interior), através de inexatidões (talvez pelo conhecimento técnico limitado, 
mas também, muito possivelmente, pela manipulação para garantir o interesse de Portugal).
O Tratado de Madri, então, fez a troca condicional de Sacramento, território português, por Sete 
Povos das Missões, espanhol. O sucesso da diplomacia portuguesa, assim, era dado na garantia do 
afastamento dos espanhóis da costa brasileira e na preservação do domínio das grandes vacarias do Sul.
No entanto, os jesuítas espanhóis não acataram a decisão diplomática e desencadearam as Guerras 
Guaraníticas (1753–1756) – que, inclusive, geraram resistência também na Amazônia.
Figura 74 – As fronteiras do Tratado de Madri, garantindo a Portugal um amplo domínio, 
inclusive de Sete Povos das Missões, apesar da entrega da Colônia do Sacramento aos espanhóis
Os tratados posteriores foram bastante variados e estavam relacionados às disputas europeias e às 
mudanças reais. Em 1761, o Tratado de El Pardo revogou o de Madrid, fazendo voltar a valer a linha de 
Tordesilhas. Com as disputas da Guerra dos Sete Anos, Portugal e Espanha ficaram em lados opostos e 
os espanhóis invadiram e ocuparam a colônia do Sacramento em 1762. Com o Tratado de Paris, de 1763, 
que deu fim à guerra, Sacramento foi devolvida aos portugueses, que ainda mantiveram a região do 
Rio Grande (onde se localizava Sete Povos das Missões). Com a expulsão dos jesuítas dos países ibéricos, 
agravaram‑se as disputas na Amazônia, mas logo os espanhóis decidiram concentrar suas forças no sul.
Com a morte de D. José I, em 1777, e a queda de Pombal, D. Maria I teve o forte apoio da viúva 
do rei, irmã do monarca espanhol Carlos III. Foi então que surgiu o Tratado de Santo Ildefonso 
(1777–1778) que, grosso modo, manteve os limites do Tratado de Madri, exceto no sul, onde 
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Portugal entregou para a Espanha o controle do Sacramento e de Sete Povos das Missões. Os 
conflitos, particularmente no Rio Grande do Sul, perduraram até 1801, quando foi assinado o 
Tratado de Badajós, que reconheceu Sete Povos como domínio português. A partir de então, as 
questões territoriais ficariam definidas, mas os interesses econômicos perduraram e desembocaram 
em diversas ações militares em torno das disputas econômicas. Assim, esse quadro se manteve até 
a Guerra do Paraguai, maior conflito da América do Sul.
Domínio espanhol
Domínio português
Figura 75 – O território português após o Tratado de Santo Ildefonso, 
1777–1778. Perceba a perda de territórios na região Sul
A historiografia viu esse quadro de diversas maneiras, sobretudo com produções nacionalistas 
do início do século XX. Na Argentina, procurou‑se demonstrar, através da questão de Sacramento, 
o descaso histórico da Coroa espanhola com a região do Prata. Já a historiografia uruguaia, por sua 
vez, tomou o foco de resistência primitiva ao invasor luso‑brasileiro. No Brasil, por fim, a questão 
central era a identidade regional ou nacional frisando o “ninho de contrabandistas” existente e 
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também a questão de um avanço territorial português fracassado pelo alto custo de manutenção 
e pela falta de gente.
 Observação
Não se pode perder de vista que, muitas vezes, a história é utilizada 
como construção da memória, o que gera escritos apaixonados e defensores 
do desenvolvimento da construção do ideal nacional do país. Assim, não é à 
toa que os conflitos do Sul foram analisados de maneira diferente em cada 
um dos países.
8 nOvas PeRsPectIvas – a ecOnOmIa dO BRasIl na segunda metade 
dO séculO XvIII
Após a morte do rei D. José I, em 1777, o governo passou às mãos de D. Maria I, conhecida 
como “a Louca”. Esse novo reinado procurou anular as ações de Pombal, que logo saiu do 
governo, e imprimir um retorno significativo da força da nobreza ao sistema administrativo 
– foi por isso que sua política ficou conhecida como “a viradeira”. Uma das medidas famosas 
de seu governo foi o Alvará de Proibição Industrial, em 1785, que eliminaria absolutamente 
quaisquer condições de ocorrência de um desenvolvimento industrial na colônia (que já que 
não era recorrente no Brasil).
De qualquer maneira, não se deve perder de vista o continuísmo na política de arrocho colonial. 
O ponto central dos ilustrados portugueses a partir da década de 1780 era: como superar o atraso 
econômico de Portugal e de suas possessões em relação aos poderes centrais das grandes potências 
europeias?
Na prática, a reforma econômica iniciada por Pombal deveria continuar e se ampliar a todo custo. As 
perspectivas das mudanças econômicas na América portuguesa eram vistas como a base para o impulso 
econômico para a Metrópole.
Na agricultura, em torno das ideias fisiocráticas, a questão central era o incentivo à diversificação 
e ao incremento através da dinamização da produção escravista por meio de um ativo tráfico negreiro. 
Na mineração, a tentativa foi melhorar as técnicas extrativistas,ainda que os sinais de ausência do 
ouro fossem cada vez mais claros. No comércio, os diversos monopólios e estancos – como os do 
óleo de baleia ou mesmo do sal (ambos de altíssimo rendimento por serem produtos de necessidade 
básica), foram revisados ou abolidos para fomentar a ampliação da teia mercantil. Tentou‑se ainda 
fomentar as ciências naturais para que, através de um conhecimento melhorado, fosse possível criar 
condições para o desenvolvimento atualizando ou diminuir o atraso, que era um ponto bastante claro 
para grande parte daqueles que tinham ideias iluministas. Claro que essas perspectivas não eram 
aplicadas a todo custo ou sem limites. Tudo era bastante moderado para não interferir nas bases da 
tradição e do absolutismo.
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Foi nesse contexto que surgiu, em 1779, a Academia de Ciências de Lisboa, que propagava ideias 
quase cristalizadas na intelectualidade portuguesa: a necessidade de se desenvolver a colônia e também 
a Metrópole. Essas ideias reafirmavam uma “decadência” agrícola em boa medida oprimida pelo excesso 
de taxas e pelo pouco apoio do Estado.
A defesa central era evitar o mau uso e o desperdício das terras buscando potencializar o rendimento 
das plantações. Ao mesmo tempo, buscava‑se aumentar a eficiência do processo de trabalho aprimorando 
sua organização na propriedade e diminuindo as tensões entre os proprietários e os escravos. Era ainda 
necessário adotar técnicas produtivas mais eficazes por meio de experiências próprias ou mediante 
adoção de técnicas com eficácia comprovada em outros espaços. Na verdade, o grande modelo de 
exploração e desenvolvimento colonial era o Caribe – pela maximização da produtividade e pelos lucros 
constantes, sobretudo dos franceses e ingleses.
Com relação aos escravos, duas linhas centrais eram defendidas. Uma abordagem tinha base no 
processo produtivo vigorante em cada ramo agrícola, outra respaldava‑se no modelo dos jesuítas, 
ou seja, no estímulo à constituição de famílias escravas e do sistema de trabalho por tarefas – tudo 
tendo como base não a moral cristã, mas sim relações entre senhores e escravos para a promoção 
do capital.
Os resultados do fomento ilustrado foram bastante importantes para a economia colonial. Todo 
esse impulso permitiu uma significativa implementação da diversificação econômica na colônia, como 
atestou Jobson Arruda:
Verificamos, portanto, que há duas preponderâncias fundamentais na 
economia brasileira. Uma, representada pelo açúcar, no período colonial 
da nossa economia. Outra, representada pelo café, na etapa nacional da 
economia brasileira. Entre os dois momentos, uma breve diversificação, que 
tem início com a crise do ouro por volta de 1760 e termina com a ascensão 
do café, em 1831–1840 (ARRUDA, 1980, p. 631).
O contexto internacional da segunda metade do século XVIII e início do século XIX foi também 
favorável à economia da América portuguesa. As guerras de independência dos Estados Unidos 
abriram o mercado inglês para o algodão, que pôde ser desenvolvido no Brasil. As guerras 
napoleônicas complementaram esse fomento, pois impediram o trato do produto proveniente do 
Egito e da Índia.
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Figura 76 – As áreas de produção de algodão no século XVIII. 
Em especial destaque, as regiões do Maranhão e de Pernambuco
O cultivo do algodão era facilitado pela ausência da necessidade da construção de um amplo aparato 
para o seu crescimento e foi estabelecido a partir de extensas propriedades que utilizavam a mão de 
obra escrava. As principais áreas produtoras foram o Maranhão e Pernambuco.
As guerras de independência do Haiti geraram a abrupta interrupção da produção do açúcar. 
Rapidamente foi desestruturado todo o sistema de mercantilização de um significativo e consolidado 
mercado. Nesse sentido, o Brasil revitalizou sua produção açucareira no Nordeste, além de fomentar 
novas áreas produtivas, como o Sudeste. Com especial destaque, o Rio de Janeiro e São Paulo passaram 
a atender à demanda internacional e a acumular uma atividade de exportação bastante importante.
 lembrete
Não se deve perder de vista que o cultivo da cana também era 
imprescindível para a produção da aguardente, de enorme importância 
para o trato negreiro nas margens do Atlântico.
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O tabaco, por sua vez, já era um produto bastante consolidado no trato mercantil atlântico e 
continuou a se desenvolver, não só no Bahia, mas também no sul de Minas.
Outros cultivos que também podem ser comentados foram o cacau, o arroz, o anil, ou ainda o 
início da produção do café na Baixada Fluminense como uma atividade complementar e que ganharia 
contornos importantíssimos.
Figura 77 – O circuito mercantil de exportação da América portuguesa ao longo do 
século XVIII era bastante dinâmico. Note as imbricadas relações, do sertão ao litoral, 
em torno dos diversos produtos de interesse do mercado internacional
Uma ampla rede de relações mercantis já era claramente visível ao longo do século XVIII. O mercado 
do ouro, o incentivo ilustrado e, por fim, o contexto internacional favorável foram progressivamente 
consolidando enormes circuitos, cada vez mais complexos.
Há de se ter em vista, de qualquer maneira, que, paralelamente a esse avanço, havia ainda um 
significativo progresso do mercado de abastecimento.
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Figura 78 – O circuito de importações. Destacava‑se, sem dúvida, 
o tráfico negreiro, que se estabelecia a partir dos principais portos locais. 
Ao mesmo tempo, o desenvolvimento interno gerava um mercado de gêneros europeus
A produção básica de alimentos e outros produtos destinados ao comércio mais interno de menor 
vulto foi crescendo nesse contexto. Havia uma imbricada relação, como argumenta Stuart Schwartz:
[...] historicamente, no Brasil, a produção de roceiros e escravos, ou, com 
maior exatidão, a agricultura de subsistência e a de exportação, estavam 
intimamente ligadas numa relação complexa, multidimensional e em 
mutação histórica. Eram, de fato, duas faces da mesma moeda (SCHWARTZ, 
2001, p. 124–125).
O incremento das atividades de exportação, além do aumento dos centros urbanos, permitia um 
mercado em constante ascensão, o que interligava o trato tanto das grandes lavouras como também de 
pequenos agricultores:
Assim, em vez da dicotomia entre os roceiros arcaicos e a produção dinâmica 
para exportação, esses dois setores tornaram‑se intimamente ligados. O que 
é digno de nota em fins do período colonial é a capitalização progressiva 
da agricultura de subsistência, comprovada pelo uso cada vez maior de 
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escravos na produção de alimentos, mesmo pelos pequenos produtores 
rurais (SCHWARTZ, 2001, p. 139).
Essa era uma realidade muito maior no Brasil do que a imagem cristalizada das grandes propriedades 
escravistas nos moldes do mercantilismo da época moderna – e que, inclusive, predominava no 
território português, já que muitos viviam com a presença ou não da mão de obra escrava e, muitas 
vezes ainda, trabalhavam ao lado de seus cativos, com vistas à sobrevivência e gerando uma realidade 
completamente diferente.
Ricardo Di Carlo, ao analisar o impacto do açúcar para o territóriopaulista, argumentou que:
É bastante seguro afirmar, portanto, que o alicerce da agricultura paulista 
continuou sendo a produção de alimentos, que se expandia paralelamente 
às culturas de exportação entre o final do século XVIII e a primeira metade 
do século XIX. Por conseguinte, entendemos que o estudo de São Paulo neste 
período não deve deixar de contemplar tanto a atividade da exportação 
como a de abastecimento. Mais do que isso, essas atividades não devem 
ser tratadas de forma independente, mas sim de maneira interligada, 
buscando‑se suas relações e repercussões nos mais diversos segmentos 
da sociedade colonial. É o que chamamos aqui de dinâmica do exportar e 
abastecer (CARLO, 2011, p. 21).
Não devemos perder de vista as imbricadas relações que fomentaram o desenvolvimento econômico 
do momento derradeiro da economia colonial. Há, inclusive, um debate acerca de novas interpretações 
da importância do mercado interno e do status social que tinha a aristocratização como um projeto no 
Brasil – para alguns, até se contrapondo à lógica do Antigo Sistema Colonial.
 saiba mais
Para uma análise mais profunda sobre o tema, veja o estudo de Ricardo 
di Carlo:
CARLO, R. F. di. Exportar e abastecer: população e comércio em Santos, 
1775‑1836. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de Filosofia, 
Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
Sem dúvida, a colônia, nos idos derradeiros do século XVIII, tinha uma dinâmica cada vez mais 
importante. Ao se procurar promover a revitalização econômica para garantir as relações exclusivas da 
Metrópole, era inevitável o avanço do desenvolvimento colonial. E, nesse mesmo contexto, o Antigo 
Regime estava em crise. Uma crise estrutural, já que todas as suas bases estavam sendo atacadas pelo 
Iluminismo e pelas revoluções burguesas. Novas ideias se propagavam, ainda que as amarras coloniais 
tentassem atingir suas maiores forças. Os movimentos de rebeldia estampavam essas novas perspectivas.
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8.1 Revoltas emancipacionistas
O endurecimento da política colonial a partir das ideias das reformas pombalinas acentuava as 
diferenciações entre as elites locais e as perspectivas de exploração metropolitanas. A propagação da 
filosofia iluminista fomentava críticas às bases da estrutura da época moderna. Ao mesmo tempo, eram 
cada vez maiores os valores propostos pelas chamadas revoluções burguesas.
A Revolução Industrial fomentou o liberalismo e, por conseguinte, os ataques aos monopólios do 
Antigo Sistema Colonial em torno da intervenção do Estado na economia. Acreditava‑se que a riqueza 
estava na produção industrial e essa só poderia se expandir na medida em que angariasse um crescente 
mercado consumidor.
A Revolução Americana foi o modelo de independência para as elites da América. O processo da 
primeira colônia a se libertar do jugo opressor da metrópole europeia alterou as relações políticas, 
mas parou por aí. Nada mais das estruturas econômicas ou sociais foi significativamente modificado. 
Contudo, seu exemplo trazia a esperança do sonho de liberdade possível.
A Revolução Francesa, por sua vez, era o exemplo da condução burguesa, cada vez mais em ascensão, 
atacando os privilégios de alguns em busca dos ideais de liberdade e igualdade perante a lei.
Figura 79 – A simbologia da Revolução Francesa teve um alcance enorme. 
Sua Declaração de Direitos ecoava entre os mais diversos povos e trazia o sonho 
de uma sociedade de direitos iguais, capaz de combater qualquer governo opressor
Todas as bases estruturais do Antigo Regime eram levadas a uma crise ao mesmo tempo em que 
as metrópoles ibéricas, através do despotismo esclarecido, tentavam revisitá‑las a fim de fomentar o 
avanço econômico da Metrópole. Claro que o choque foi inevitável.
No contexto da rebelião pelo grande fiscalismo e opressão do ouro, do aumento do domínio 
administrativo português e da propagação dos ideais iluministas a partir da revolução americana, a 
primeira manifestação foi a Inconfidência Mineira, de 1789. José Joaquim da Maia, influenciado 
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pelos ideias iluministas, procurou o apoio de Thomas Jefferson. Ele era um dos estudantes da América 
portuguesa na Europa e compôs o grupo dos líderes do movimento. Nessa coligação, ainda estavam 
alguns padres e militares, dentre eles, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Figura 80 – Joaquim José da Silva Xavier se tornou o 
primeiro grande herói da formação da memória de nossa história
Há de se entender que esse grupo tinha diversas relações com a Metrópole: eram funcionários 
em determinadas atribuições da exploração aurífera, ou mesmo em atividades paralelas, como a 
arrematação de impostos, que era delegada a particulares desde a criação da Junta da Fazenda de 
Minas, no governo pombalino; eram ainda empregados nas manifestações do poder local – promovido 
pelas Câmaras. É significativo que, na medida em que a produção do ouro já não era como a de 
50 anos antes, o fiscalismo e os interesses portugueses passassem a ser vistos como radicalmente 
diferentes dos da elite local. Era isso que justificava a crescente participação da elite local em amplas 
atividades econômicas e, ao mesmo tempo, a crescente importância das atividades agropastoris na 
capitania de Minas Gerais.
Ao mesmo tempo, contudo, os contratos de arrematação de impostos, pela conjuntura decadente 
do ouro, já geravam atrasos e déficits, o que gerou um endurecimento da política fiscal de Melo e Castro 
ao longo da década de 1780. Visando garantir, a todo o custo, a cobrança dos quintos, dos dízimos e as 
entradas dos atrasados, o governador Cunha de Meneses e o visconde de Barbacena acabaram por levar 
parte substantiva da elite a planejar o levante anticolonial.
As propostas do movimento giravam em torno do modelo emancipacionista dos Estados Unidos. 
Ou seja, visava‑se a primeiro garantir a ruptura dos vínculos coloniais com Portugal e, depois, formar 
uma república tendo como capital a cidade de São João del Rey. Chegou‑se a definir uma bandeira e 
um lema “Libertas quae sera tamen” – liberdade ainda que tardia. Como um movimento de uma elite 
razoavelmente restrita, o projeto baseava‑se no ideal de emancipação nos moldes da formação dos EUA, 
quer dizer, sem um caráter social – ou seja, a abolição da escravidão. As ideias do movimento, assim, 
foram crescendo no Brasil:
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Por meio de gazetas de notícias trazidas por comerciantes ou contrabandistas 
estrangeiros, os ideais de 1776 penetraram de início alguns núcleos do 
litoral, onde fascinaram principalmente setores do comércio, descontentes 
com os monopólios e com as restrições impostas pela Metrópole portuguesa 
e ansiosos por estabelecer relações de comércio direto com a Inglaterra. Por 
intermédio de estudantes brasileiros que voltavam da Europa, esses ideais 
se infiltraram nas elites descontentes ou empobrecidas do interior do país 
(DIAS, 2005, p. 129).
No entanto, o projeto não saiu do papel. Antes de sua eclosão propriamente dita, o movimento foi 
delatado por alguns de seus ex‑participantes – Joaquim Silvério dos Reis, Brito Malheiros e Inácio Correia 
Pamplona, que receberiam perdão por suas dívidas com a Coroa. Um amplo processo de averiguação – 
“devassa”, no dizer da época – foi estabelecido até 1792. A determinação final foi que apenas Tiradentes 
fosse condenado à morte.
A figura do Tiradentes é um tema bastante interessante para se compreendera relação entre 
história e memória. Durante a formação do império do Brasil, sua imagem foi quase esquecida. Em 
grande parte, essa perspectiva foi difundida na medida em que a imagem de formação do nosso País 
era vista quase como uma continuidade da de Portugal, já que os herdeiros da coroa lusa ficaram com 
o poder no Brasil.
A guinada na visão acerca de Tiradentes só foi sentida com a proclamação da República. A partir 
desse evento, foi necessário resgatar um herói do separatismo para mostrar que o sonho de uma 
real transformação e liberdade já era sentido havia séculos. Daí a ruptura total só ter sido promovida 
realmente a partir de 15 de novembro de 1889.
Figura 81 – O quadro de Leopoldino de Faria exalta a figura de Tiradentes no momento 
de sua comutação da pena de morte. Destaca‑se sua construção mítica, valorosa, como baluarte da liberdade
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Exemplo de aplicação
Você é capaz de problematizar outro fato histórico brasileiro que foi visto e revisto em torno dos 
valores de história e memória?
Outro movimento importante foi a Conjuração do Rio de Janeiro, em 1794. Ali, na prática, houve 
uma união muito mais intelectual em discursos pela necessidade da liberdade. São elucidativas as ideias 
do patriota republicano em 1791:
Há de ser naqueles tempos, em que todo o novo hemisfério se há de dividir 
todo, em duas repúblicas; uma compreendendo todo o Norte, outra todo o 
meio‑dia; queira Deus que isto suceda sem efusão de sangue; eu então já 
dormirei no Senhor (apud DIAS, 2005, p. 137–138).
 Observação
Patriota republicano era o pseudônimo adotado para a propagação das 
ideias da Conjuração do Rio de Janeiro.
As ideias eram bastante debatidas na Sociedade Literária, liderada por Mariano José Pereira da Fonseca. 
Em grande medida, os conceitos discutidos orbitavam eram em torno da Revolução Francesa. Os principais 
representantes chegaram a ser presos, mas, por falta de provas, poucos anos depois foram soltos.
De qualquer forma, a sedição mais radical foi a Conjuração dos Alfaiates, na Bahia. Esse movimento, de 1798, 
teve como grande influência os ideais da Revolução Francesa e a propagação da liberdade e da igualdade.
Há de se compreender que o final do século XVIII trazia novas relações econômico‑sociais na Bahia. 
As conturbações ocorridas em São Domingos e o vácuo no mercado mundial de artigos tropicais abriram 
caminho para o estímulo à produção açucareira e aumentaram as tensões na teia escravista, bem como 
a sua percepção pelas elites senhoriais.
Na prática, um amplo projeto estava em curso com o movimento baiano. Além dos ataques ao 
reformismo ilustrado, tendo como base o sonho do livre comércio, a abertura dos portos, ou mesmo 
melhores perspectivas na colônia, como o aumento dos soldos, havia ainda uma perspectiva maior com 
a proposta da abolição da escravidão e a adoção do regime republicano de governo.
Um espectro social mais amplo participava da sedição: desde escravos e negros forros até artesãos, 
soldados, mestiços ou ainda senhores de engenho e liberais. Tratava‑se de um movimento de algo 
essencialmente novo, como aponta István Jancsó:
Nem residia a novidade na dimensão imediatamente política do acontecimento, 
já que, antes, seja em Minas Gerais, comprovadamente, ou no Rio de Janeiro, 
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supostamente, grupos de diversa configuração social consideraram a hipótese 
de alteração do sistema político que regia a Colônia e foram objeto de repressão. 
Em ambos os casos, porém, não havia sido rompido o limite da publicidade das 
intenções sediciosas e, principalmente, em ambos os casos os limites sociais das 
articulações políticas não confrontavam a ordem social prescrita, permanecendo 
longe do aventar o grande risco da irrupção no socialmente restrito cenário da 
política daqueles cuja condição – a grande massa da população – lhes negava 
por princípio esse acesso (JANCSÓ, 1996, p. 158).
A repressão ao movimento gerou enforcamentos e degredos. Contudo, parte de seus líderes continuou 
na vida pública. Talvez o caso mais importante seja o de Cipriano Barata, médico da cidade de Salvador 
que foi deputado do Brasil nas cortes em Lisboa, jornalista e revolucionário. E assim:
Desembocando numa proposta de aliança de classes que não se reconheciam 
nela, o movimento sedicioso baiano de 1798 configurou, no plano da luta 
política, a forma extremada de rejeição do arbítrio colonial nos quadros do 
Antigo Regime. Na verdade, apesar de ter atingido o nível da ação política, 
em pouco tempo conseguiu ultrapassar o plano imediato das tensões, isto é, 
dos desdobramentos, na curta duração, das contradições fundamentais do 
sistema contra o qual se debatia. Nesse sentido, representou um momento 
da acumulação de experiência política que informaria a prática futura de 
homens e classes que, num futuro não muito remoto, num outro contexto 
histórico, resolveriam as contradições que, na Bahia de 1798, levaram um 
grupo de homens a desafiarem um Império (JANCSÓ, 1996, p. 201).
Figura 82 – O retrato do liberal Cipriano Barata – figura de 
destaque nas ideias de liberdade e república no Brasil
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 saiba mais
Para entender o quadro da Crise do Antigo Sistema Colonial não deixe 
de ler a obra completa de:
JANCSÓ, I. Na Bahia, contra o Império: história do ensaio da sedição de 
1798. São Paulo; Bahia: Hucitec; EDUFBA, 1996.
Outra ação de intelectuais em busca da emancipação foi a Conspiração dos Suaçunas, ocorrida 
em Pernambuco, no ano de 1801. Alguns de seus principais líderes eram membros importantes da 
Igreja Católica, como o padre Manuel Arruda Câmara, fundador de uma sociedade secreta chamada 
de sociedade do Aerópago de Itambé, ou mesmo os irmãos Francisco de Paula, Luís Francisco e José 
Francisco de Paula Cavalcante de Albuquerque, proprietários do engenho que daria nome ao movimento.
Contudo, antes que algo além da discussão das propostas pudesse ocorrer, uma denúncia levou as 
autoridades a prender os envolvidos que, apesar disso, em pouco tempo foram soltos.
Por fim, outro movimento de caráter emancipacionista foi a Revolução Pernambucana, de 1817. 
Nela já se demonstraram fortemente relações com a transferência da Corte para o Brasil e com os 
impostos para a formação de um amplo aparato de desenvolvimento para a Corte no Rio de Janeiro – 
inclusive, ganhando outras províncias brasileiras.
Figura 83 – A extensão da Revolução Pernambucana de 1817
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Na realidade, as relações da Coroa com Pernambuco eram bastante específicas depois da expulsão dos 
holandeses. Em boa medida, a região ficou com o direito informal de ser tratada de maneira singular pela Metrópole. 
Depois de algumas insurreições específicas de alguns militares, que acabaram presos, uma forte reação surgiu. O 
governador fugiu. Em 7 de março, eclodiu o movimento, que conseguiu permanecer no poder até 19 de maio.
A Revolução Pernambucana era um movimento de busca de autonomia regional e de ideais 
republicanos – apesar de alguns membros da liderança serem pró‑monarquia. Os envolvidos eram 
inspirados pela Revolução Francesa, em um processo muito mais simbólico de liberdade e igualdade e 
também pela Revolução Americana, sobretudo em torno da necessidade de serem tratados de maneira 
unitarista. Ou seja, procuravam garantir que os impostos provenientesdo Rio de Janeiro parassem de ser 
tão opressores e, ao mesmo tempo, que pudessem gerar maiores benefícios para Pernambuco.
O novo governo teve muitas divergências em sua formação. Inicialmente, uma junta governaria até 
três anos e seria responsável pelos poderes Executivo e Legislativo, propondo artigos que deveriam ser 
aprovados pelas Câmaras Municipais. Essas câmaras eram elitizadas, como vimos, e passavam, assim, a 
ter um poder ainda maior. Em um ano deveria ser formada uma Assembleia Constituinte.
Uma das discussões recorrentes era o fim da escravidão. No entanto, quando a proposta estava na Câmara, 
devido ao fato de ela ser formada por um grupo de elite, a perspectiva foi desviada para uma abolição lenta e 
gradual a fim de que, num primeiro momento, seus interesses não fossem diretamente afetados.
Havia ainda a discussão da representatividade em uma base republicana. As câmaras não desejavam 
permitir uma ampla representatividade, já que isso prejudicaria seus interesses de elite econômica.
Figura 84 – A bandeira do movimento pernambucano de 1817. 
A simbologia trazia os ideais de paz, amizade e união
O movimento de repressão foi financiado pelas elites da Bahia e do Rio de Janeiro pelo temor da força de 
irradiação dos ideais promovidos a partir de Pernambuco. Contudo, o cerne do problema da montagem do 
governo revolucionário foi a divergência das elites da região. De um lado, estavam os tradicionais produtores 
de açúcar da Mata Sul, que haviam retomado sua pujança produtiva com a desarticulação do Haiti. De outro, 
havia o crescimento do algodão com o processo de independência dos Estados Unidos, na região da Mata 
Norte de Pernambuco. Esses dois grupos possuíam circuitos políticos e econômicos diferentes. Comerciantes 
de açúcar continuavam a ser portugueses ligados à Coroa. Já o algodão saía do Brasil via comércio inglês.
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Unidade III
A Revolução de 1817 foi feita pela Mata Norte (algodão) e debelada pela força gerada pela Mata Sul (açúcar). 
As elites das demais regiões temiam a perda dos circuitos mercantis e também a força do tráfico negreiro.
Exemplo de aplicação
Esteja atento às particularidades dos maiores movimentos em torno de um ideário de independência 
no Brasil. Procure elencar: por que adquiriam feições tão diferenciadas?
8.2 a vinda da família Real
Apesar da crescente insatisfação com os mandos e desmandos da Coroa, nenhum movimento local 
foi forte o bastante para acabar com o Sistema Colonial. A crise, contudo, era evidente.
De qualquer forma, no alvorecer do século XIX, a Europa passou a viver um contexto inteiramente 
novo: a Era Napoleônica. Para entender esse contexto, são significativas as palavras de Eric Hobsbawm:
Como homem ele era inquestionavelmente muito brilhante, versátil, 
inteligente e imaginativo, embora o poder o tivesse tornado sórdido. 
Como general, não teve igual; como governante, foi um planejador, chefe 
e executivo soberbamente eficiente e um intelectual suficientemente 
completo para entender e supervisionar o que seus subordinados faziam 
(HOBSBAWM, 2004, p. 111–112).
Figura 85 – A força da figura de Napoleão marcou completamente 
o século XIX. Na imagem, repare a construção em torno de um Estadista
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Esse desenvolvimento, para o que nos interessa aqui, alterou substancialmente as relações políticas da 
Europa. A França de Napoleão teve um sucesso gigantesco por terra. Venceu a coalização de opositores e 
sua influência alcançou terras da Península Ibérica até a Rússia. No mar, no entanto, Napoleão procurou 
vencer seu maior inimigo: a Inglaterra. Contudo, a Batalha de Trafalgar (1805) marcou a derrocada 
das forças navais francesas. Após esse momento, “o único modo que parecia haver para derrotar a 
Grã‑Bretanha era a pressão econômica, e isso Napoleão tentou fazer eficazmente através do Sistema 
Continental (1806)” (HOBSBAWM, 2004, p. 128). O Bloqueio Continental, imposto por Napoleão, proibia 
qualquer país de comercializar com a Inglaterra. E no meio dessa disputa de gigantes estava Portugal. 
Tradicional parceiro dos ingleses, a nação lusitana passou a sofrer com a pressão francesa. Por quase dois 
anos, os lusos conseguiram promover uma política de neutralidade. Contudo, no momento decisivo, no 
final do ano de 1807, decidiram partir com a Corte para o Brasil, através da escolta inglesa.
A Família Real e a Corte chegaram a Salvador no início de 1808, no dia 22 de janeiro. Desembarcaram 
no dia seguinte. Calcula‑se que mais de 15 mil pessoas totalizavam a Corte que chegava ao Novo 
Mundo. Apesar dos desejos dos baianos de que a Corte se instalasse ali, D. João decidiu ir até o Rio de 
Janeiro – capital da colônia.
Havia a necessidade da construção de um amplo sistema para abastecer a Família Real e a aristocracia. 
Palácios foram criados, outros foram simplesmente entregues pela elite local – que financiava a Coroa 
com doações em troca de cargos nas novas instituições, ou mesmo de direitos, títulos ou casamentos.
Já de início, no ano de 1808, a Coroa decidiu abrir os portos às nações amigas de Portugal para 
fomentar seu abastecimento – era o fim do chamado Pacto Colonial. Pouco depois, o Alvará de Permissão 
Industrial procurou desenvolver esforços para o substantivo aumento de mercado que a Coroa procurava.
Claro que a vinda da Corte propiciou um enorme incremento no mercado de abastecimento do 
Brasil. Ao mesmo tempo, um amplo leque de medidas era visto:
Déspotas esclarecidos e fisiocratas iludiam‑se exagerando os recursos das 
novas terras e estavam tomados pela febre dos melhoramentos materiais. 
Reservavam privilégios para o Centro‑Sul, onde se instalara a Corte. A fim 
de custear as despesas de instalação de obras públicas e do funcionalismo, 
aumentaram os impostos sobre a exportação de açúcar, tabaco, algodão 
e couros, criando ainda uma série de outras tributações que afetavam 
diretamente as capitanias do Norte, que a Corte não hesitava ainda em 
sobrecarregar com a violência dos recrutamentos e com as contribuições 
para cobrir as despesas da guerra no reino, na Guiana e no Prata. Para 
governadores e funcionários das várias capitanias, parecia a mesma coisa 
dirigirem‑se para Lisboa ou para o Rio de Janeiro (DIAS, 2005, p. 34–35).
Em 1810, a Coroa assinou dois tratados com os ingleses. O tratado de Aliança e Amizade garantia 
relações de cooperação e apoio. Já o de Comércio e Navegação, por sua vez, permitiu tarifas preferenciais 
aos produtos ingleses. Os produtos de qualquer país amigo pagavam 24% de impostos alfandegários 
ad valorem (sobre o valor). Os portugueses, por sua vez, teriam uma taxa de 16%. Os ingleses, contudo, 
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apenas 15%. Logo uma enxurrada de produtos ingleses dominou os mercados do Brasil e fomentou a 
derrocada da burguesia lusa ou mesmo o incentivo industrial local.
Um grande fomento econômico foi buscado com a fundação do Banco do Brasil. Foi gerado um amplo 
incentivo ao desenvolvimento da saúde e da educação. No entanto, foi na cultura que o impacto da 
vinda da Corte foi ainda mais sentido: foram inaugurados o Teatro Real de São João e a Real Biblioteca; 
a imprensa foi autorizada a existir. Além disso, houve a famosa vinda da Missão Artística francesa para 
dar a aparência de uma capital europeia ao Rio de Janeiro e fomentar o espírito das letras no Brasil.
No plano externo, a Corte adotou uma política externa agressiva ao dominar a Guiana Francesa como 
uma represália ao ataque em Portugal. Além disso,dominou a Cisplatina, dentro da disputa geopolítica 
do comércio do sul.
No entanto, foi em 1815 que os passos finais da colonização foram vistos. Após a decisão do 
Congresso de Viena de estabelecer a volta imediata de todas as dinastias europeias ao poder após a Era 
Napoleônica, D. João VI deu uma cartada política. Ele elevou o Brasil a Reino Unido. Na prática, essa 
ação retirava o Brasil da condição de colônia.
A ideia com essa atitude era, ao mesmo tempo em que a Família Real se garantia frente às 
questões da política europeia, contentar as elites brasileiras e justificar a Corte no Brasil. No fim das 
contas, a Coroa decidiu‑se por manter garantido seu principal produtor de riquezas em um momento 
de convulsão social com as diversas disputas pela independência na América espanhola e mesmo o 
temido “haitianismo”:
A vinda da Corte com o enraizamento do Estado português no Centro‑Sul 
daria início à transformação da colônia em Metrópole interiorizada. Seria essa 
a única solução aceitável para as classes dominantes em meio à insegurança 
que lhes inspiravam as contradições da sociedade colonial, agravadas pela 
fermentação mais generalizada no mundo inteiro na época, que a Santa 
Aliança e a ideologia da contra‑revolução na Europa não chegavam a 
dominar. Pode‑se dizer que esse processo, que parte do Rio de Janeiro e do 
Centro‑Sul, somente se consolidaria com a centralização política realizada 
por homens como Caixas, Bernardo de Vasconcelos, Visconde do Uruguai, 
consumando‑se politicamente com o Marquês de Paraná e o Ministério da 
Conciliação (1853‑1856) (DIAS, 2005, p. 19).
 Observação
O temor do “haitianismo” era que um processo de independência 
pudesse ocorrer de modo semelhante ao do Haiti. Ali o movimento foi 
duplo: político e social. Os escravos conseguiram derrubar o poder instituído 
e promover uma verdadeira transformação da ordem social com a abolição 
da escravidão e a morte dos brancos.
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Era o fim do status colonial e a interiorização da Metrópole. Iniciava‑se, assim, um novo capítulo 
da nossa história. A formação do nosso país. A história de nossa Independência, assunto para os nossos 
próximos estudos.
 Resumo
O século XVIII alterou todas as bases modernas, pois a Europa passou 
por profundas transformações. A Revolução Industrial trazia à tona um 
novo sistema capitalista, baseado no valor da produção. A produtividade 
alcançaria níveis impressionantes e promoveria os valores do liberalismo. 
No bojo desse processo, a filosofia racionalista dos “homens das luzes” 
criticava toda a estrutura do Antigo Regime, em torno da ascensão, agora 
bastante evidente e consolidada, da burguesia. O poder absolutista não 
era mais justificado e os privilégios da nobreza eram profundamente 
combatidos, bem como o intervencionismo estatal. Essas ideias geravam a 
Crise do Antigo Sistema Colonial.
As coroas ibéricas ainda tentaram um último suspiro de arrocho colonial 
com as medidas do reformismo ilustrado. Obtiveram um sucesso parcial, 
temporário, já que serviram, em contrapartida, para revelar a acentuada 
divergência de interesses entre os dois lados do Atlântico. Assim, as revoltas 
proliferaram.
De especial destaque para Portugal foi o governo do Marquês de 
Pombal. Baseado na transformação da administração e da otimização da 
exploração, atacou a nobreza e a Igreja e procurou, de diversas formas, 
fazer com que a América portuguesa pudesse obter mais recursos. Foi em 
torno desse momento que as fronteiras da América portuguesa, através 
de uma hábil política pombalina, conseguiram ganhar contornos muito 
maiores do que os adquiridos nos séculos XV e XVI.
No entanto, as ideias ilustradas ganhavam ainda mais terreno. Um 
marco desse momento foi justamente o nascimento de modelos capazes 
de influenciar todo o continente. Quando a coroa britânica tentou alterar 
as bases estruturais da colonização da América do Norte, aqueles que já 
haviam desfrutado do gosto da liberdade não aceitaram perdê‑la. Com 
isso, surgiu a primeira colônia independente. O modelo da esperança da 
liberdade entre todos os países da América, contudo, inclusive por ter sido 
um processo de elite, não alterou as relações sociais e econômicas. Por 
fim, a Revolução Francesa revelava a luta para acabar com a opressão e os 
privilégios e demonstrava a força da condução burguesa na luta pelo fim 
do Antigo Regime.
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Unidade III
Em meio a esse contexto surgiram as revoltas emancipacionistas na 
América portuguesa. Dois movimentos tiveram maior destaque: o mineiro 
e o baiano. O primeiro, bastante influenciado pelo modelo dos Estados 
Unidos, reuniu membros da elite em torno de um projeto de república e 
manutenção da escravidão. Teve como estopim a decadência das minas 
e o enrijecimento da exploração dos impostos promovido pela Coroa. 
O segundo foi profundamente baseado nos ideais mais apaixonados da 
Revolução Francesa. Envolvendo diversos elementos, inclusive vários 
populares, o movimento sonhou com uma república, mas com igualdade 
social e abolição da escravidão. Nenhum deles teve força suficiente para 
angariar grande sucesso.
A conjuntura europeia foi radicalmente afetada no início do século XIX 
pela Era Napoleônica. A força do grande imperador Napoleão fez com que a 
Família Real portuguesa e toda a sua Corte, por causa de sua parceira com os 
inimigos franceses – os ingleses –, fugissem para a América. A partir de então 
as relações entre Metrópole e colônia nunca mais foram as mesmas, e o 
processo de independência do Brasil ganhou contornos cada vez mais claros. 
Os interesses dos lados do Atlântico se tornavam evidentemente divergentes.
 exercícios
Questão 1. (Enade 2008)
Figura 86
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A imagem corresponde a uma representação recorrente de Tiradentes, cultuado oficialmente como 
herói republicano desde 1890. Ela resulta de uma construção historiográfica e política do personagem, 
que encontrou grande receptividade junto à população a partir do século XX. Uma das características 
dessa representação, que ajuda a explicar essa receptividade e a força de Tiradentes no imaginário 
brasileiro, é:
A) A altivez de Tiradentes, que indica uma posição de repúdio às autoridades políticas e religiosas.
B) A identificação de Tiradentes com as causas populares, representadas pela figura do carrasco 
negro.
C) A resistência de Tiradentes à religião, indicando sua ligação com o Iluminismo.
D) A abnegação cristã de Tiradentes, indicando a entrega de si ao sacrifício por um ideal.
E) O estado físico de Tiradentes, indicando seu sofrimento pelas torturas na prisão.
Resposta correta: alternativa D.
Análise das alternativas.
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: embora discutível, a atitude de Tiradentes no quadro parece não se referir a altivez 
frente às autoridades, visto que ele próprio era um militar.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a Conjuração Mineira (comumente denominada Inconfidência Mineira) foi antes de 
tudo um movimento elitista, que não tinha uma posição clara quanto à abolição dos escravos.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: Tiradentes nunca agiu contra a religião, sendo ele próprio católico.
D) Alternativa correta.
Justificativa: a própria semelhança da figura de Tiradentes com a de Cristo sugere que a execução 
de Tiradentes seja vista como um martírio.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: Tiradentes, no quadro, não aparenta ter aspectofísico debilitado, sugerindo ainda uma 
grande resolução frente à própria morte.
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Unidade III
Questão 2. Assinale a alternativa correta sobre a gestão do Marquês de Pombal.
A) Pombal via com preocupação a difusão dos ideais iluministas e, como ardente defensor do Antigo 
Regime, buscou reforçar a autoridade real por meio do fortalecimento do papel da religião no 
reino, em especial auxiliado pelos jesuítas.
B) A admiração de Pombal pelas nascentes ideias liberais no campo da economia levou‑o a abrir mão 
de uma fiscalização extremamente rígida no que se refere à mineração brasileira, facilitando o 
enriquecimento dos colonos com vistas a uma posterior instalação de manufaturas com capital 
privado no Brasil.
C) Pombal acabou com as diversas Companhias de Comércio particulares e criou uma grande 
Companhia Real de Comércio nos moldes britânicos.
D) Pombal defendia a instalação de manufaturas na colônia com vistas a superar o atraso de Portugal 
frente a outras nações europeias. Sua sucessora, Dona Maria, revogou essa posição, pois entendia 
que o papel da colônia era apenas suprir a metrópole.
E) Pombal foi acusado de preterir a agricultura e fomentar exclusivamente a exploração aurífera e 
de pedras preciosas, levando a colônia à fome.
Resolução desta questão na plataforma.
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FiguRAs E ilustRAçõEs
Figura 1
5.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3926/5.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 2
A09_4.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_1129/A09_4.
jpg>. Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 3
15.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/15.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 4
A_55_1.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/
conteudo_3694/A_55_1.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 5
A_55_2.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/
conteudo_3694/A_55_2.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 6
A_55_3.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/
conteudo_3694/A_55_3.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 7
071_.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_2429/071_.gif>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 8
27.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3342/27.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
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Figura 9
075.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9591/075.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 10
099.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9591/099.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 11
04.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/04.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 12
088.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9591/088.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 13
010.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_323/010.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 14
121.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9141/121.gif>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 15
05_GRA.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/05_
GRA.gif>. Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 16
101_G.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3515/101_g.
jpg>. Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 17
07_GRA.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/07_
GRA.gif>. Acesso em: 18 ago. 2014.
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Figura 18
02.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3520/02.gif>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 19
26.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/26.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 20
MAPA_1.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3678/
mapa_1.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 21
MAPA_1.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3680/
mapa_1.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 22
01.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_4556/01.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 23
102.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9591/102.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 24
104.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9591/104.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 25a
19.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/19.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 25b
06.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_256/06.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
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Figura 27
01.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_256/01.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 28
100.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3955/100.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 29
18.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/18.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 30
IMAGEM4_G.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3955/
imagem4_G.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 31
42.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/42.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 32
29.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/29.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 33
30.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/30.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 34
33.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/33.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 36
34.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/34.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
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Figura 37
35.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/35.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 38
IMAGEM10_G.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3957/
imagem10_G.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 39
IMAGEM11_G.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3957/
imagem11_G.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 40
43.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/43.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 41
44.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/44.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 42
40.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9592/40.jpg>. 
Acesso em: 18 ago. 2014.
Figura 43
IMAGEM15_G.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3969/
imagem15_G.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2014.

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