Buscar

Resumo para prova- S. Nervoso

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 1 
 
 
TEXTO Nº 10 (11) – SISTEMA NERVOSO - GENERALIDADES 
 
O sistema nervoso é constituído por estruturas conectadas entre si e distribuídas pelo todo o corpo. O 
sistema nervoso coordena todas as atividades orgânicas (contração muscular, secreção glandular, atividades 
viscerais, etc.), integra o organismo com o meio ambiente, integra sensações e idéias, conjuga fenômenos da 
consciência e adapta o organismo às condições do momento. 
 
 
I - CONSTITUIÇÃO E ORIGEM DO SISTEMA NERVOSO 
O sistema nervoso, embriologicamente, origina-se a partir do ectoderma, e é constituído por tecido 
nervoso. Este tecido é composto por diferentes tipos de células genericamente denominadas de células da 
glia ou neuróglia e também por células nervosas denominadas neurônios. 
 
1 - Divisão Anatômica do Sistema Nervoso 
Está baseada em critérios morfológicos. Leva-se em consideração a forma e a localização dos 
componentes do sistema nervoso. Assim temos: 
1.a. Sistema Nervoso Central (SNC): ou neuro-eixo. É a parte do sistema nervoso localizada no 
interior do canal vertebral da coluna vertebral e na caixa craniana; 
1.b. Sistema Nervoso Periférico (SNP): é a parte do sistema nervoso que conecta as diferentes 
regiões do corpo ao SNC. Está amplamente distribuído a todas as regiões do corpo ficando fora canal 
vertebral e da caixa craniana, apresentando, porém, conexões (ligações) com o SNC. 
 
- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. encéfalo
Tronco encefálico
cerebelo
diencéfalo
telencéfalo
Bulbo
Ponte
mesencéfalo
2. Medula espinhal
SNC
Sistema nervoso central
cérebro
- 31 pares de nervos espinhais
- 12 pares de nervos cranianos
- Gânglios
- Terminações nervosas
SNP
Sistema nervoso 
periférico
 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 2 
2. COMPONENTES DO TECIDO NERVOSO 
2.1.Células da Neuróglia ou da Glia 
Estas células exercem o papel de preenchimento, proteção e sustentação no tecido nervoso, além de 
outras funções. São células morfologicamente diferentes dos neurônios, recebendo, também, denominações 
diferentes. Os principais tipos de células da neuróglia são: 
a. Micróglia: é a célula que possui capacidade de fagocitose. Atua na defesa do tecido nervoso e na 
remoção de tecido nervoso danificado; 
b. Astrócitos: são células que atuam na reparação do tecido nervoso promovendo a cicatrização; 
c. Oligodendrócitos: são células que participam da produção da bainha de mielina no sistema 
nervoso central; 
d. Células ependimárias (epêndima): são células que realizam o revestimento "epitelial" das 
cavidades presentes no interior do sistema nervoso. 
OBS. as células da glia são menores, porém, mais numerosas do que os neurônios e podem se dividir 
(mitose). 
 
2.2 Neurônio 
É a célula nervosa propriamente dita. Apresenta propriedades de irritabilidade ou excitabilidade (é 
estimulável), condutibilidade (condução de impulsos nervosos) e comunicação (transmissão do impulso 
nervoso de uma célula para outra). Coordena e integra as partes do corpo. Representa a unidade morfo-
funcional do sistema nervoso. 
Irritabilidade ou excitabilidade: é a propriedade que o neurônio tem de responder a um estímulo. 
Quando um neurônio está em repouso é dito que ele está polarizado, ou seja, em função das diferenças de 
concentrações de íons entre o meio interno do neurônio e o seu meio externo, diz-se que o neurônio está 
negativo dentro (meio intra-celular) e positivo fora (meio extra-celular). Ao receber um estímulo, o neurônio 
tem a capacidade de alterar essas concentrações iônicas invertendo-as. Assim, no neurônio, a região 
estimulada passa a ser positiva dentro (meio intra-celular) e negativa fora (meio extra-celular). Esta alteração 
inicial da concentração iônica é denominada despolarização do neurônio e é, portanto, uma das formas que 
o neurônio dispõe para responder a um estímulo. 
Assim sendo, podemos definir estímulo como sendo qualquer fator (mecânico, químico etc) capaz 
de tirar o neurônio do estado de repouso, ou ainda, capaz de despolarizar o neurônio que se encontrava em 
repouso. 
Funcionalmente, passaremos a considerar a despolarização como sinônimo de impulso nervoso. 
Condutibilidade: é a propriedade que o neurônio possui de, uma vez tendo uma de suas partes 
despolarizada, poder conduzir esta despolarização para ele (neurônio) como um todo. Para tanto, o 
estímulo aplicado deve ser adequado ao neurônio em questão e ter intensidade e duração também adequadas. 
Se o estímulo for muito fraco o neurônio poderá iniciar uma despolarização que, contudo, não se propagará 
para a célula como um todo. Neste caso o estímulo não foi suficiente para gerar um impulso nervoso. 
Comunicação ou transmissão: é a propriedade que o neurônio apresenta de poder transmitir para 
outro neurônio um impulso nervoso. Quando um neurônio está inteiramente despolarizado ele é capaz de 
transmitir para outros neurônios esta despolarização por meio da liberação de substâncias químicas 
denominadas neurotransmissores. 
 
2.2.1. Partes ou regiões do neurônio: em um neurônio é possível identificar várias regiões, como 
explicado a seguir. 
a. corpo celular ou pericário do neurônio: é a região mais volumosa do neurônio. Contém o núcleo 
da célula, o citoplasma e a maior concentração de organelas. É responsável pela manutenção da vida do 
neurônio, representando, portanto, o centro trófico da célula nervosa. O corpo celular do neurônio emite uma 
quantidade variável de prolongamentos citoplasmáticos (ramificações do corpo celular) denominados 
dendritos e axônio. 
b. dendritos: são prolongamentos citoplasmáticos do corpo celular do neurônio. São curtos e 
numerosos. Na maioria dos neurônios, os dendritos conferem um aspecto "arborizado" para a célula nervosa. 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 3 
Dentro dos dendritos há citoplasma e organelas, pois eles são contínuos com o corpo celular do neurônio. O 
número de dendritos varia em cada neurônio. 
c. axônio: é um prolongamento citoplasmático do corpo do neurônio. Difere do dendrito por ser 
único e, geralmente, longo. A parte terminal ou a extremidade do axônio apresenta inúmeras ramificações 
(ramificações terminais ou telodendro). Ao longo de sua extensão, o axônio pode apresentar algumas 
ramificações colaterais, estas formam com o axônio um ângulo reto. 
O axônio é sinônimo de fibra nervosa e entra na constituição dos nervos, tratos, fascículos, etc. No 
seu interior também há citoplasma, organelas e filamentos. O comprimento do axônio pode variar desde de 
poucos micrômetros até cerca de um metro de extensão. 
d. ramificações terminais (telodendro): são as ramificações da extremidade distal de um axônio. 
No interior destas ramificações, encontramos vesículas contendo substâncias químicas (mediadores químicos 
ou neurotransmissores) que participam da transmissão do impulso nervoso de um neurônio para outro. 
Ressalta-se aqui que a extremidade distal é referente à "ponta" do axônio. 
 
 II - Transmissão do Impulso Nervoso 
Na transmissão do impulso nervoso de um neurônio para outro
não ocorre contacto entre estes 
neurônios. A transmissão é realizada por intermédio de substâncias químicas liberadas pelas ramificações 
terminais do axônio. As substâncias químicas são denominadas de mediadores químicos ou 
neurotransmissores. A transmissão do impulso nervoso ocorre em regiões do tecido nervoso denominadas 
sinapses. 
 
1. Sinapse 
Por definição, sinapse significa a região do sistema nervoso na qual é possível a transmissão do 
impulso nervoso de um neurônio para outro, por intermédio da liberação de neurotransmissores. A 
transmissão, via de regra, sempre ocorre através da liberação de neurotransmissores do axônio de um 
neurônio para o corpo celular, dendrito ou axônio de um outro ou mais neurônios. 
Nas ramificações terminais dos axônios (telodendro) existem dilatações (botões sinápticos) no 
interior das quais se encontram vesículas com neurotransmissores. Quando o impulso nervoso 
(despolarização da membrana celular) alcança as terminações acima citadas, provoca a liberação de 
neurotransmissores num espaço próximo ao segundo neurônio (espaço = fenda sináptica). Os 
neurotransmissores liberados interagem com a membrana celular do 2º neurônio, iniciando, assim, uma nova 
despolarização de membrana, agora no 2º neurônio, que será conduzida para todo o novo neurônio. Está, 
assim, transmitido o impulso nervoso. Existem vários tipos de sinapse, entre eles os tipos mais comuns são: 
1.a.sinapse axo-dendrítica: região do tecido nervoso que permite a transmissão do impulso nervoso 
através do axônio de um 1º neurônio para o dendrito de um ou mais 2º
s
 neurônios. 
1.b.sinapse axo-somática: região do tecido nervoso que permite a transmissão do impulso nervoso 
através do axônio de um 1º neurônio para o corpo celular de um ou mais 2º
s
 neurônio. 
1.c.sinapse axo-axônica: região do tecido nervoso que permite a transmissão do impulso nervoso 
através do axônio de um 1º neurônio para o axônio de um ou mais 2º neurônio. 
Observação: um neurônio pode transmitir o impulso nervoso em sinapses com vários outros 
neurônios (sinapses divergentes), assim como um único neurônio pode receber impulsos nervosos via 
transmissão sináptica de vários outros neurônios (sinapses convergentes). 
 
2. Tipos de neurotransmissores: 
Os mais conhecidos são a acetilcolina e a noradrenalina, mas inúmeros outros já foram identificados 
como, por exemplo: a serotonina, dopamina, GABA, substância P, VIP, glutamato, etc. 
Observação: é comum denominar o neurônio de acordo com o tipo de neurotransmissor que ele 
libera. Assim temos, por exemplo: 
Neurônio colinérgico: neurônio que libera acetilcolina 
Neurônio noradrenérgico: neurônio que libera noradrenalina 
Neurônio dopaminérgico: neurônio que libera dopamina 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 4 
Neurônio serotoninérgico: neurônio que libera dopamina 
Neurônio gabérgico: neurônio que libera GABA 
Neurônio VIPérgico: neurônio que libera VIP 
 
III - Fibra Nervosa – (Axônio) 
Representa, como já comentado, o prolongamento único e geralmente longo do neurônio. Seu 
comprimento pode variar de alguns micrômetros até a mais de um metro. 
As fibras nervosas estão localizadas no SNC, constituindo feixes de fibras denominados tratos, 
fascículos ou lemniscos, etc., ou no SNP constituindo os nervos. 
Além da membrana celular (também denominada axolema) presente na fibra nervosa, a fibra pode 
apresentar outros envoltórios que são: 
1. bainha de mielina: é uma bainha lipoprotéica, de espessura variada, cor esbranquiçada e que 
envolve a fibra nervosa de espaço em espaço. Atua como isolante elétrico para a fibra nervosa, influenciando 
na velocidade de condução do impulso nervoso. Fibras que possuem bainha de mielina são denominadas 
fibras mielínicas ou mielinizadas. Fibras que não possuem bainha de mielina visível ao microscópio 
óptico são denominadas fibras amielínicas (atualmente fibras pouco mielinizadas). 
No SNC, a bainha de mielina é produzida pelos oligodendrócitos. Já, no SNP a bainha de mielina é 
produzida por células de Schwann. 
2. bainha de neurilema: bainha representada pela própria célula de Schwann que se coloca 
externamente à bainha de mielina, envolvendo-a. As fibras mielínicas e as pouco mielinizadas do SNP 
possuem bainha de neurilema. Esta bainha é importante para a regeneração de fibras nervosas lesadas. As 
fibras do SNC não possuem bainha de neurilema. 
 
IV - Classificações ou Tipos dos Neurônios 
 
1. Classificação Morfológica dos Neurônios (tipos morfológicos de neurônios) 
Os neurônios possuem tamanho e forma variados, principalmente no tocante aos seus 
prolongamentos. Deste modo, existem vários tipos morfológicos de neurônios no tecido nervoso. 
1.a. neurônio pseudounipolar (unipolar): apresenta um único e curto prolongamento 
citoplasmático emitido pelo pericário ou corpo celular. Este único prolongamento se bifurca, originando um 
prolongamento ou ramo periférico e outro central. 
Os neurônios pseudounipolares são característicos do sistema nervoso periférico (SNP). O corpo 
celular deste tipo de neurônio está localizado fora do SNC. O prolongamento periférico é aquele que 
localizado no SNP permanecerá com a ponta (extremidade) conectada a qualquer região do corpo. O 
prolongamento central, embora também localizado no SNP, tem a ponta conectada (presa) ao SNC. 
O prolongamento periférico, funcionalmente é um dendrito. O prolongamento central, 
funcionalmente é um axônio. Ex: neurônios dos gânglios sensitivos espinhais. 
1.b. neurônio bipolar: possui apenas dois prolongamentos citoplasmáticos, cada um saindo 
diretamente do corpo celular, de pólos opostos. 
Do mesmo modo que os neurônios pseudounipolares, os neurônios bipolares são característicos do 
SNP. O corpo celular deste tipo de neurônio está localizado fora do SNC. O prolongamento periférico é 
aquele que localizado no SNP permanecerá com a ponta conectada a qualquer região do corpo. O 
prolongamento central, embora também localizado no SNP, tem a ponta conectada (presa) ao SNC. 
O prolongamento periférico, funcionalmente é um dendrito. O prolongamento central, 
funcionalmente é um axônio. Ex.: neurônios da retina. 
1.c. neurônio multipolar: possui vários prolongamentos citoplasmáticos, ou seja, vários dendritos e 
um axônio. Tem aspecto arborizado, sendo o mais numeroso no tecido nervoso. São encontrados 
principalmente no SNC, mas também estão presentes no SNP. 
 
2. Classificação Funcional ou Fisiológica dos Neurônios 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 5 
Analisando o sentido ou a direção e o tipo de impulso nervoso conduzido e transmitido pelos 
neurônios, podemos classificá-los funcionalmente em: 
2.a. neurônio sensitivo ou aferente: é o neurônio que conduz o impulso nervoso para o SNC (em 
direção ao SNC). O impulso é conduzido em direção centrípeta por meio do dendrito e do axônio. Conduz, 
ao SNC, impulsos de sensibilidade geral e especial. Esses impulsos se originam a partir de estímulos 
externos (meio ambiente) e internos (meio interno do corpo) e informam o SNC sobre as modificações do 
meio externo e do meio interno. Diz-se que estes neurônios conduzem os impulsos do corpo para o SNC. 
Via de regra, morfologicamente os neurônios sensitivos ou aferentes são pseudounipolares ou 
bipolares. Portanto, o corpo celular do neurônio sensitivo está localizado no SNP, portanto fora do SNC. 
Seus prolongamentos também estão
localizados no SNP e apenas uma das extremidades do axônio fica 
conectada ao SNC. 
2.b. neurônio motor ou eferente (motoneurônio): é o que conduz o impulso nervoso originado e 
proveniente do SNC para um órgão efetor do corpo (músculo ou glândula). O impulso é conduzido em 
direção centrífuga. O corpo celular deste neurônio localiza-se no SNC e em gânglios nervosos viscerais. O 
axônio deste tipo de neurônio está localizado no SNP, portanto fora do SNC. Os impulsos conduzidos por 
este tipo de neurônio são de motricidade, isto é, determinam contração muscular ou secreção glandular. 
Morfologicamente este tipo de neurônio é multipolar. 
2.c. neurônio de associação ou interneurônio ou neurônio internuncial: é o neurônio que conduz 
e transmite o impulso nervoso entre dois ou mais neurônios, interligando, deste modo, os vários segmentos 
do SNC. O corpo deste neurônio e seus prolongamentos estão localizados no SNC. Morfologicamente, a 
maioria destes neurônios é multipolar. São eles, por exemplo, que transmitem impulsos da medula espinhal 
para o tronco encefálico, do cerebelo para o diencéfalo, do hemisfério cerebral para a medula espinhal, etc. O 
impulso nervoso por eles conduzidos dentro do SNC pode ser de vários tipos, inclusive serem referentes à 
sensibilidade ou à motricidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V - Classificação Funcional das Fibras Nervosas 
Esta classificação baseia-se na direção e no sentido que o impulso nervoso é conduzido através de 
fibra nervosa. Assim temos: 
1.fibra nervosa sensitiva ou aferente: é o axônio do neurônio sensitivo. Conduz impulsos no 
sentido centrípeto, ou seja, do corpo para o SNC. Estes impulsos estão relacionados com as sensibilidades 
geral e especial. 
2.fibra nervosa motora ou eferente: é o axônio do neurônio motor. Conduz o impulso no sentido 
centrífugo (do sistema nervoso central para o corpo). Estes impulsos estão relacionados com a motricidade. 
 
. 
Vi. Considerações gerais sobre o sistema nervoso 
 
1. Núcleo Nervoso: conjunto de corpos celulares de neurônios com aproximadamente a mesma 
função localizado no SNC, fazendo parte da substância cinzenta ou isolado no interior da substância branca. 
Nos núcleos nervosos os corpos celulares dos neurônios presentes são de neurônios multipolares. 
Corpo SNC
impulso
Corpo SNC
impulso
(neurônio sensitivo ou 
aferente)
(neurônio motor ou eferente)
SNC SNC (neurônio de 
associação) 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 6 
2. Gânglio nervoso: conjunto ou aglomerados de corpos celulares de neurônios com aproximadamente 
mesma função, localizados fora do SNC. Pertencem, portanto, ao SNP. Nos gânglios os corpos celulares 
podem ser de neurônios pseudounipolar, bipolar ou multipolar. 
 
3. Trato, Fascículo, Lemnisco, Funículo: conjunto de fibras nervosas, com aproximadamente 
mesma origem, trajeto e função, localizado dentro do SNC, incorporados predominantemente à substância 
branca. Interligam as diferentes áreas ou segmentos do sistema nervoso central. Estes elementos, de maneira 
geral, começam na substância cinzenta, transitam pela substância branca e terminam novamente na 
substância cinzenta. De acordo com a direção do impulso nervoso por eles conduzido podem, em alguns 
casos, serem considerados tratos ascendentes ou descendentes. 
 
4. Nervo: conjunto de fibras nervosas com aproximadamente mesma origem, trajeto e função, 
localizado fora do SNC, porém a ele conectado. Os nervos fazem parte do SNP. Interligam o SNC com as 
diferentes regiões do corpo e vice-versa. Possui uma extremidade central conectada ao SNC e uma 
extremidade periférica conectada ao corpo. Se o nervo for formado por fibras nervosas de neurônios 
sensitivos ele é denominado, genericamente, nervo sensitivo. Se o nervo for formado por fibras nervosas de 
neurônios motores ele é denominado, genericamente, nervo motor. Caso o nervo seja formado por fibras 
nervosas tanto de neurônios sensitivos como de neurônios motores ele é denominado nervo misto. A maioria 
dos nossos nervos é mista. 
 
5. Substância Cinzenta: é a região do SNC, de coloração escurecida, constituída, 
predominantemente, por corpos celulares de neurônios, neuróglia e prolongamentos pouco mielinizados de 
neurônios. Representa um dos locais de sinapse no SNC. Pode-se dizer que a substância cinzenta é um 
conjunto de núcleos nervosos. Sempre que no SNC a substância cinzenta apresentar-se localizada 
perifericamente à substância branca pode-se denominá-la córtex. No cerebelo tem-se o córtex cerebelar. No 
hemisfério cerebral há o córtex cerebral. 
 
6. Substância Branca: região do SNC, de cor clara, esbranquiçada. Está constituída, principalmente 
ou predominantemente, por fibras nervosas mielinizadas e neuróglia. Estas fibras (axônios) agrupam-se, 
formando os feixes, tratos, fascículos, funículos, etc. Portanto, a substância branca é o conjunto de tratos, 
fascículos, etc do SNC. 
 
7. Terminações Nervosas: são dispositivos presentes nas extremidades periféricas das fibras 
nervosas de um nervo e de suas ramificações. Captam estímulos do corpo (terminação nervosa sensitiva) 
ou transmitem impulsos nervosos (terminação nervosa motora) da fibra nervosa para o corpo (órgão 
efetor). 
 
8. Sensibilidade Geral: conjunto de sensações relacionadas com dor, tato, temperatura, pressão e 
propriocepção. Os impulsos de sensibilidade geral são conduzidos do corpo ao SNC pelos neurônios 
sensitivos ou aferentes. De modo geral, a propriocepção é o sentido que permite ao indivíduo poder localizar 
ou sentir, de olhos fechados, como se encontra posicionado cada segmento do corpo no espaço. Pode ser 
consciente ou inconsciente. No primeiro caso o impulso proprioceptivo alcança o hemisfério cerebral. No 
segundo caso não. 
 
9. Sensibilidade Especial: conjunto de sensações relacionadas com os órgãos dos sentidos especiais 
(visão, olfação, gustação, audição e equilíbrio). Os impulsos de sensibilidade geral são conduzidos do corpo 
ao SNC pelos neurônios sensitivos ou aferentes. 
 
10. Motricidade: referente à contração muscular que resulta em movimentos de partes do corpo, 
alterações do tônus muscular, força muscular, contração de vísceras e do coração, dilatação e constrição de 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 7 
vasos sanguíneos e ductos, e também secreção glandular. Os impulsos de motricidade são conduzidos para 
fora do SNC pelos neurônios motores ou eferentes que, por sua vez, são neurônios multipolares. 
 
11. Arco Reflexo: circuito percorrido pelo impulso nervoso. Envolve as estruturas do sistema 
nervoso periférico que captam o estímulo (terminação nervosa sensitiva), originam o impulso nervoso, 
conduzem o impulso para o SNC (fibra nervosa sensitiva), transmitem este impulso para o SNC (na sinapse) 
integrando-o. E estruturas que conduzem o impulso nervoso (em forma de resposta) do SNC para o corpo 
(fibra nervosa motora), transmitindo-o para o órgão efetor que sempre será um músculo ou uma glândula, 
gerando uma resposta. A parte do neurônio que transmite o impulso para o músculo ou glândula também é 
uma terminação nervosa. 
O impulso de resposta é de motricidade. O impulso originado pelo estímulo é de sensibilidade geral 
ou especial. 
Um arco reflexo pode envolver uma ou mais sinapses, dois ou mais neurônios. Pode envolver um ou
mais segmentos do SNC. 
 
 
Texto Nº 11 (12) - Sistema Nervoso Central 
 
Algumas considerações sobre sistemas piramidal e extra-piramidal 
 
1 - Sistema piramidal: conjunto de estruturas nervosas responsáveis pela execução de movimentos 
voluntários (movimentos deliberados e planejados decorrentes de um ato de vontade). Lesões do sistema 
piramidal resultam em paralisias ou paresias. 
 
2 - Sistema extra-piramidal: conjunto de estruturas nervosas que controlam os movimentos automáticos 
(involuntários). Os movimentos automáticos compreendem os automatismos primário e secundário. 
O automatismo primário (instintivo) não depende de aprendizagem, tais como choro, sucção, 
deglutição. Os automatismos secundários são movimentos automáticos que só se estabelecem após um 
período de aprendizagem, tais como, dançar, escrever, nadar, andar de bicicleta, patinar, esquiar, etc. Na fase 
de aprendizagem, estes movimentos estão na dependência e sob controle do sistema piramidal. O piramidal, 
mesmo após o aprendizado, intervém na realização dos movimentos automáticos, iniciando-os, modificando-
os ou interrompendo-os. 
Lesões do sistema extra-piramidal não provocam paralisias, surgem movimentos involuntários 
espontâneos (hipercinesias), alterações do tônus muscular (hipo ou hipertonias) e dos reflexos (hiper, hipo ou 
arreflexia). 
 
3 – Componentes do sistema piramidal 
- áreas corticais piramidais (onde se localiza o neurônio motor superior ou primeiro neurônio) 
- trato corticospinal (conduz impulsos para o neurônio motor inferior ou primeiro neurônio localizado 
na medula espinal e este conduz o impulso para os nervos espinais) 
- trato corticonuclear (conduz os impulsos para o neurônio motor inferior ou segundo neurônio situado 
nos núcleos motores do tronco encefálico, os quail, por sua vez, conduze o impulso para os nervos 
cranianos). 
4 – Componentes do sistema extra-piramidal 
- áreas corticais extra-piramidais, cerebelo, núcleo subtalâmico, alguns núcleos talâmicos, corpo 
estriado, substância negra, alguns núcleos do tronco encefálico e formação reticular. 
-tratos tectoespinal, vestíbuloespinal, rubroespinal, retículoespinal 
______________________________________________________________________ 
 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 8 
Glossário 
1) Sinais de alterações de motricidade 
a) paresia = diminuição da força muscular; 
b) paralisia ou plegia = ausência total de força muscular impossibilitando o movimento; 
c) hipertonia = aumento no tônus muscular; 
d) hipotonia = diminuição no tônus muscular; 
e) arreflexia = ausência ou abolição de movimentos reflexos; 
f) hiper-reflexia = aumento ou exacerbação de movimentos reflexos; 
g) hipo-refleixa = diminuição de movimentos reflexos; 
h) paralisia flácida ou periférica= paralisia acompanhada de hiporreflexia e de hipotonia. É 
característica de lesão do neurônio motor inferior (segundo neurônio) localizado na coluna anterior 
da susbtância cinzenta da medula espinal e nos núcleos motores dos nervos cranianos situados no 
tronco encefálico. Pode levar a atrofia muscular; 
i) paralisia espástica ou central = paralisia acompanhada de hiper-reflexia e hipertonia. É 
característica de lesão do neurônio motor superior ou primeiro neurônio localizado nas áreas 
corticais motoras primárias (giro pré-central) ou de lesão nos tratos cortiçospinais e corticonucleares. 
Não leva a atrofia muscular. 
j) Discinesias = surgimento de movimentos involuntários (hipercinesia ou hipocinesia) como tremores, 
movimentos oscilantes e ondulatórios, etc. Característica de lesões nos componentes extra-
piramidais. 
 
2) Sinais de alterações de sensibilidade: 
a) anestesia = desaparecimento total de uma ou mais modalidade de sensibilidade geral. Termo 
utilizado mais frequentemente para a perda da sensibilidade tátil, embora popularmente fale-se em 
perda de sensibilidade dolorosa; 
b) analgesia = termo apropriado para designar a perda da sensibilidade dolorosa; 
c) hipoestesia = diminuição da sensibilidade; 
d) hiperestesia = aumento da sensibilidade; 
e) parestesia = aparecimento, sem estimulação (aparecimento espontâneo), de sensações mal definidas 
como formigamento, esquentamento, etc. 
f) algias = dores, em geral. 
 
3) Cruzamento de fibras: 
Decussação = cruzamento de fibras nervosas no sistema nervoso central no sentido oblíquo à linha 
mediana. As fibras cruzam do lado direito para o esquerdo e ou vice-versa. 
Comissura = cruzamento de fibras nervosas no sistema nervoso central no sentido perpendicular à linha 
mediana. As fibras cruzam do lado direito para o esquerdo e ou vice-versa. 
 
4) Conexões: 
Aferências ou conexões aferentes: receber impulsos conduzidos e transmitidos por tratos, fascículos, 
lemniscos, etc. 
Eferências ou conexões eferentes: enviar impulsos por tratos, fascículos, lemniscos, etc. para serem 
transmitidos a outros centros nervosos. 
Por exemplo: “O tálamo tem conexões aferentes com o hipotálamo e eferentes com o córtex cerebral”, 
significa que o tálamo recebe impulsos do hipotálamo e envia impulsos para o córtex cerebral. 
 
5) Sistema límbico: 
Conjunto de todas as estruturas nervosas que participam do controle do comportamento e das emoções. 
 
6) Via nervosa ascendente, aferente ou sensorial: 
Conjunto dos neurônios e respectivos axônios responsáveis pela captação de um estímulo, transformação 
do estímulo em impulso nervoso, condução do impulso nervoso ao longo do sistema nervoso periférico 
para o sistema nervoso central, transmissão e condução do impulso ao longo do sistema nervoso central, 
até a recepção deste impulso por uma área do córtex cerebral onde ele é percebido (no caso de via 
consciente). De modo geral, uma via ascendente envolve dois ou mais neurônios (neurônio I, neurônio 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 9 
II, neurônio III, etc.) localizados: um em um nervo e outros no sistema nervoso central formando núcleos 
e tratos. As vias ascendentes conduzem impulsos de sensibilidade. 
 
7) Via nervosa descendente, eferente ou motora: 
Conjunto dos neurônios e respectivos axônios responsáveis pela condução de um impulso nervoso, ao 
longo do sistema nervoso central, até que esse impulso seja transmitido para o neurônio motor inferior. 
De modo geral, uma via descendente envolve dois ou mais neurônios (neurônio I, neurônio II, neurônio 
III, etc.) localizados no sistema nervoso central formando núcleos e tratos. As vias descendentes 
conduzem impulsos de motricidade. 
 
 
Medula espinal 
A medula espinal é o segmento inferior ou caudal do sistema nervoso central e encontra-se alojada no 
canal vertebral da coluna vertebral, ocupando o espaço que vai do forame magno até a 2ª vértebra lombar. 
Possui forma cilíndrica, ligeiramente achatada no sentido ântero-posterior, medindo aproximadamente 45 cm 
de comprimento. 
A região superior da medula espinal continua-se com o bulbo do tronco encefálico. Este limite é dado 
através de uma linha imaginária transversal, que passa em nível de forame magno. 
Inferiormente, a medula espinal se afila, assumindo a forma de “cone”. Essa região afilada da medula 
denomina-se Cone Medular. O limite inferior ocorre em nível de 2ª VL, portanto a medula espinal não 
ocupa toda a extensão do canal vertebral. 
 
1. Superfície da Medula Spinal: A superfície da medula espinal é percorrida, no sentido longitudinal, por
uma série de sulcos e fissuras paralelos entre si. 
Na face anterior são: fissura mediana anterior e, de cada lado, um sulco ântero-lateral. 
Na face posterior são: sulco mediano posterior e, de cada lado, um sulco póstero-lateral. Na região 
cervical da medula espinal há ainda um sulco intermédio situado entre cada sulco lateral posterior e o sulco 
mediano posterior. 
 
2. Segmentos Medulares: Na superfície da medula espinal é possível observar a ela conectada filamentos 
nervosos denominados filamentos radiculares. Esses filamentos unem-se para constituírem os 31 pares de 
nervos espinais. 
Cada região da medula espinal conectada a um par de nervo espinal é denominada segmento 
medular. Como são 31 pares de nervos espinais, existem 31 segmentos medulares. Estes segmentos são: 8 
cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. 
 
3. Ascenção Aparente da Medula Espinal: Até o 4º mês de vida intra-uterina, a medula espinal ocupa todo 
o espaço (extensão) do canal vertebral, desde a 1ª VC até ao sacro. 
Após esta época, a coluna vertebral cresce rapidamente e este crescimento não é acompanhado 
(seguido) pela medula espinal, isto é, a medula espinal não cresce tão rapidamente. Daí, resulta que, ao 
nascimento, devido ao lento desenvolvimento da medula, ela passa a ocupar apenas parte do canal vertebral, 
estendendo-se apenas da 1ª VC até a 2ª VL. Em consequência deste fato, no canal vertebral abaixo da 2ª VL 
não existe medula espinal, mas apenas filamentos nervosos conectados à parte inferior da medula espinal 
que, no conjunto, recebem o nome cauda equina. 
 
4. Estrutura da Medula Espinal (substância branca e cinzenta). 
Em corte transversal de medula espinal, é possível distinguir uma região periférica, de coloração clara 
constituída por substância branca e uma região central escura constituída por substância cinzenta. 
4.1. Substância Cinzenta 
Tem forma e disposição semelhante a uma "borboleta" ou letra "H". Cada extremidade anterior da 
substância cinzenta é volumosa e denominada corno ou coluna anterior. Nestes cornos localizam-se 
pericários de neurônios cujos prolongamentos (axônios) constituem a raiz anterior de um nervo espinal. 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 10 
Esses neurônios são motores e multipolares, recebem impulsos de motricidade originados no sistema nervoso 
central e seus axônios conduzem estes impulsos aos órgãos efetores. São conhecidos também como 
neurônio motor inferior, motoneurônio, neurônio motor final ou segundo neurônio. 
Cada extremidade posterior da substância cinzenta recebe o nome de corno ou coluna posterior. Os 
neurônios aí localizados recebem impulsos nervosos provenientes das fibras nervosas da raiz posterior do 
nervo espinal. Estes impulsos são sensitivos. 
A parte média da substância cinzenta é horizontal e denomina-se substância cinzenta intermédia 
(comissura cinzenta) e contém, principalmente, neurônios de associação de axônios curtos. Nos segmentos 
medulares lombares superiores e todos os torácicos, entre os cornos anterior e posterior, existe na substância 
cinzenta o corno ou coluna lateral. Neste corno localizam-se corpos celulares de neurônios pré-
ganglionares do sistema nervoso autônomo simpático. 
Lesão de corno ou coluna anterior compromete motricidade e lesão no corpo ou coluna 
posterior compromete sensibilidade. Lesão no corno lateral compromete motricidade visceral. 
 
4.2. Substância Branca 
Tem posição periférica na medula espinal e é constituída, principalmente, por feixes de fibras nervosas 
que se agrupam formando funículos anterior, lateral e posterior. 
O funículo anterior situa-se entre a fissura mediana anterior e o sulco ântero-lateral. 
O funículo lateral situa-se entre os sulcos ântero-lateral e póstero-lateral. 
O funículo posterior situa-se entre o sulco póstero-lateral e o sulco mediano posterior. Nos 
segmentos medulares cervicais este funículo é subdividido pelo sulco intermédio em fascículo grácil e 
fascículo cuneiforme. 
Os funículos contêm tratos ascendentes que conduzem impulsos de sensibilidade geral para o encéfalo 
e tratos descendentes que conduzem, para a medula, impulsos de motricidade originados no encéfalo. Estes 
impulsos de motricidade deixam a medula espinal pelos axônios dos neurônios motores incorporados aos 
nervos espinais e são transmitidos aos músculos e glândulas situados nas regiões do corpo inferiormente à 
cabeça. 
 
5. Principais Tratos Ascendentes: 
Os tratos ascendentes ou descendentes possuem, na maioria, nomes compostos. O primeiro nome do trato 
indica a região do sistema nervoso onde ele se origina e o segundo nome indica a região do sistema nervoso 
onde ele termina transmitindo os impulsos por ele conduzido. 
5.1. funículo posterior: nesta região, existem os fascículos grácil e cuneiforme. Ambos conduzem 
impulsos de propriocepção consciente, tato discriminativo (epicrítico) e sensibilidade vibratória ao bulbo do 
tronco encefálico. O bulbo, por sua vez, conduz esses impulsos ao tálamo. 
5.2. funículo lateral: possui o trato espinotalâmico lateral que conduz impulsos de temperatura e 
dor ao diencéfalo (núcleos do tálamo), e os tratos espinocerebelares anterior e posterior que conduzem 
impulsos de propriocepção inconsciente ao cerebelo (núcleos do cerebelo). 
5.3. funículo anterior: tem o trato espinotalâmico anterior que conduz impulsos de pressão e tato 
grosseiro (protopático) ao diencéfalo (núcleos do tálamo). 
 
6. Principais Tratos Descendentes 
As fibras nervosas destes tratos originam-se em diversas regiões do encéfalo e projetam-se para a 
medula espinal, fazendo parte também dos funículos. Os impulsos por eles conduzidos têm direção 
descendente e estão relacionados, na maioria das vezes, com a motricidade. 
6.1. funículo anterior: tem o trato corticospinal anterior (via piramidal) 
6.2. funículo lateral: tem o trato corticospinal lateral (via piramidal). 
Estes dois tratos conduzem impulsos de motricidade aos neurônios motores do corno anterior cujos 
axônios levam os impulsos aos músculos estriados esqueléticos para produção de movimentos voluntários 
precisos (motricidade voluntária). 
Outros tratos (vias extra-piramidais) conduzem impulsos nervosos que programam os movimentos 
automáticos, auxiliam a coordenar os movimentos do corpo com os estímulos visuais, mantêm o tônus 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 11 
muscular e a postura e desempenham papel importante na manutenção do equilíbrio no espaço. Entre esses 
tratos, destacam-se os tratos reticulospinal. 
 
7. Centros Reflexos 
A medula espinal também serve como centro integrador para os reflexos espinais (respostas motoras 
automáticas rápidas e previsíveis a alterações no ambiente). 
 
 
Tronco Encefálico 
O tronco encefálico corresponde ao segmento inferior do encéfalo. No sentido caudo-cranial, é 
constituído pelo bulbo, ponte e mesencéfalo, todos localizados na caixa craniana, anteriormente ao 
cerebelo. A maioria dos nervos cranianos está conectada ao tronco encefálico. 
 
Bulbo: é o primeiro segmento do tronco encefálico e representa a continuação da medula espinal no 
encéfalo, portanto, todos os sulcos e fissuras presentes na medula espinal são encontrados no bulbo. 
Superiormente o bulbo está separado da ponte por um sulco transversal denominado sulco bulbopontino ou 
sulco pontino inferior. 
Na superfície da face anterior
do bulbo distinguem-se dois pares de saliências: 
Pirâmide – situada entre a fissura mediana anterior e o sulco ântero-lateral. A pirâmide contém parte do 
trato corticoespinal. 
Oliva – situada lateralmente à oliva. A oliva contém os núcleos nervosos olivares conectados por fibras 
nervosas ao cerebelo e envolvidos no mecanismo da aprendizagem motora. 
Na superfície da face posterior do bulbo distinguem-se os seguintes pares de regiões: 
Fascículo grácil: situado entre o sulco mediano posterior e o sulco intermédio e que representa a 
continuação do fascículo de mesmo nome localizado na medula espinal. 
Fascículo cuneiforme: situado entre o sulco intermédio e o sulco póstero-lateral. É a continuidade do 
fascículo cuneiforme da medula espinal. 
Tubérculo grácil: pequena saliência arredondada situada no final do fascículo de mesmo nome. Contém o 
núcleo do fascículo grácil que recebe os impulsos nervosos conduzidos pelo fascículo grácil. 
Tubérculo cuneiforme: pequena saliência arredondada situada no final do fascículo de mesmo nome. 
Contém o núcleo do fascículo cuneiforme que recebe os impulsos nervosos conduzidos pelo fascículo 
cuneiforme. 
Dos neurônios que formam os núcleos dos fascículos grácil e cuneiforme saem axônios que conduzem os 
impulsos nervosos até aos núcleos talâmicos. Esses axônios constituem o lemnisco medial 
 
Ponte: localiza-se entre o bulbo e o mesencéfalo. Em sua superfície anterior há um sulco mediano raso 
que aloja a artéria basilar e, por isso, é denominado sulco basilar. Na região lateral direita, e também na 
esquerda, da ponte há um grosso feixe de fibras nervosas denominado pedúnculo cerebelar médio que 
conecta a ponte ao cerebelo. 
 
Parte da face posterior do bulbo e a face posterior da ponte formam a fossa rombóide (soalho do III 
ventrículo). Na fossa rombóide estão localizados inúmeros núcleos nervosos motores de nervos cranianos e 
núcleos que recebem impulsos de sensibilidade, incluindo os núcleos da área vestibular – pequena região 
triangular situada lateralmente na fossa rombóide. Os núcleos da área vestibular recebem impulsos 
relacionados com a posição da cabeça no espaço, tem conexões com o cerebelo, recebendo e enviando 
impulsos para o mecanismo de controle do equilíbrio feito pelo cerebelo. 
 
Mesencéfalo: é o segmento superior ou cranial do tronco encefálico que se liga, superiormente, ao 
diencéfalo. Contém em seu interior um estreito canal denominado aqueduto do mesencéfalo, inúmeros 
tratos e núcleos e também a substância negra, importante núcleo que contém neurônios dopaminérgicos 
(neurônios que liberam o neurotransmissor dopamina). 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 12 
Na sua face posterior destacam-se as seguintes saliências arredondadas: 
Colículos inferiores: duas saliências que contém neurônios que representam um dos núcleos da via 
nervosa auditiva, ou seja, que recebem e transmitem impulsos nervosos auditivos. 
Colículos superiores: duas saliências que contém núcleos nervosos relacionados com a via óptica, ou 
seja, que recebem impulsos visuais para determinar ou conduzir impulsos relacionados aos movimentos 
reflexos de defesa frente a certos estímulos visuais. 
Os colículos superiores estão conectados ao corpo geniculado lateral do tálamo do qual recebe e para o 
qual envia impulsos, por meio de feixes de fibras nervosas denominados braços dos colículos superiores. 
Os colículos inferiores estão conectados aos corpos geniculados mediais do tálamo para os quais também 
enviam os impulsos auditivos, por meio de feixes de fibras nervosas denominados braços dos colículos 
inferiores. 
 
1. Estrutura do tronco encefálico 
Ao contrário da medula espinal, nos diversos segmentos do tronco encefálico não é possível distinguir 
regiões de substância branca e de substância cinzenta bem demarcadas ou delimitadas. 
Na substância branca do tronco encefálico, encontram-se: 
a) feixes de fibras nervosas (tratos) provenientes da medula espinal e que aí terminam ou apenas 
passam pelo tronco com destino a outras partes do encéfalo. 
b) Existem também fibras nervosas provenientes de outras regiões do encéfalo (cérebro e cerebelo) 
que passam pelo tronco com destino a medula espinal ou terminam no tronco. 
c) Fibras nervosas que se originam em núcleos do tronco encefálico e se destinam à medula espinal 
ou outras regiões do encéfalo. 
Em resumo, fibras nervosas que se originam ou não no tronco encefálico, e que se destinam à medula 
espinal, cerebelo, diencéfalo ou telencéfalo, obrigatoriamente devem passar pelo tronco encefálico, 
fazendo parte, portanto, da constituição do mesmo. 
 
Fazendo parte da substância cinzenta do tronco encefálico encontram-se: 
a) Diversos núcleos nervosos. Entre eles, destacam-se os núcleos dos nervos cranianos e da formação 
reticular. 
Os núcleos dos nervos cranianos são de dois tipos: 
a.a) núcleos motores cujos neurônios enviam impulsos de motricidade para os músculos esqueléticos e 
glândulas da cabeça, miocárdio, glândulas e musculatura lisa das vísceras presentes na cabeça, pescoço, 
tórax e parte do abdome; 
a.b) núcleos sensitivos que recebem a sensibilidade das estruturas da cabeça, das vísceras torácicas e 
parte das vísceras abdominais. 
Os nervos cranianos conectados ao tronco encefálico e ao cérebro são, de modo geral, responsáveis pela 
condução de impulsos nervosos relacionados à sensibilidade geral, sensibilidade especial e motricidade das 
estruturas presentes na cabeça e no pescoço, bem como das vísceras torácicas e maioria das vísceras 
abdominais. 
 
No tronco encefálico, o espaço que não é ocupado pelos núcleos nervosos acima mencionados, pelos 
tratos que por aí transitam, terminam ou se originam, será preenchido pela formação reticular ou 
substância reticular. 
 
2- Formação Reticular 
Representa um agregado ora mais, ora menos difuso de neurônios de tamanho e tipos diferentes, 
entremeados por uma rede de fibras nervosas dispostas em várias direções. Os corpos destes neurônios 
formam os núcleos da formação reticular. 
A formação reticular possui conexões recíprocas com o cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula 
espinal. Seus neurônios e respectivas ramificações (dendritos e axônios) participam, através das conexões, da 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 13 
ativação do córtex cerebral, da regulação do sono, da regulação da atividade dos neurônios motores, da 
integração de reflexos como os do vômito, reflexos respiratório e vasomotor. 
 2.a) participação da formação reticular na ativação do córtex cerebral: quando se estimula a 
formação reticular, o indivíduo acorda e, ao contrário, quando se destrói a formação reticular, o indivíduo 
dorme. Estes fatos levam a crer que existe um sistema de fibras nervosas ascendentes que, iniciando-se na 
formação reticular, se projeta para todo o córtex cerebral, via núcleos talâmicos, ativando o córtex. Este 
sistema de fibras denomina-se sistema ativador reticular ascendente - SARA. 
Quando os estímulos sensoriais que chegam à formação reticular diminuem, ocorre, 
consequentemente, diminuição da ativação do córtex cerebral. Em contrapartida, o próprio córtex cerebral é 
capaz de ativar a formação reticular mantendo, assim, a sua própria ativação. 
 2.b) regulação do sono: entre outros, o sono depende de certos núcleos da formação reticular que, 
quando estimulados, não produzem ativação
do córtex cerebral, mas sim, diminuem a ativação do córtex, 
favorecendo o sono. 
 2.c) regulação da atividade dos neurônios motores (motoneurônios): certas áreas da formação 
reticular facilitam a atividade de neurônios motores e outras inibem esta atividade. Existem, portanto, um 
sistema reticular facilitador descendente e um sistema reticular inibidor descendente. A estimulação 
dos centros ligados a estes sistemas aumenta ou diminui as respostas reflexas ou as respostas obtidas por 
estimulação do córtex cerebral, influenciando, inclusive a manutenção do tônus muscular. 
2.d) integração de reflexos: sabe-se que a estimulação de alguns núcleos da formação reticular pode 
desencadear o vômito, alterar o ritmo respiratório ou alterar a pressão arterial. Estes centros são denominados 
centro do vômito, centro respiratório e centro vasomotor, localizados no bulbo. O centro vasomotor 
regula o ritmo e a força dos batimentos cardíacos e o diâmetro dos vasos sanguíneos. O centro respiratório 
regula o ritmo (frequência) básico da respiração. Outros núcleos do bulbo coordenam a deglutição, o vômito, 
a tosse, o espirro e o soluço. 
 
Cerebelo 
 
O cerebelo faz parte do encéfalo e localiza-se na caixa craniana repousando sobre a fossa cerebelar do 
osso occipital. Está localizado posteriormente ao tronco encefálico e inferiormente ao telencéfalo. 
1. Pedúnculos cerebelares: são 3 pares de feixes de fibras nervosas que prendem o cerebelo às demais 
estruturas do SNC. 
1.a) pedúnculo cerebelar inferior: liga o cerebelo ao bulbo e à medula espinal. 
1.b) pedúnculo cerebelar médio: conecta o cerebelo à ponte. 
1.c) pedúnculo cerebelar superior: conecta o cerebelo ao mesencéfalo. 
OBS.: todas as fibras nervosas provenientes das diversas regiões do SNC e que destinam-se ao 
cerebelo fazem parte, obrigatoriamente, de um dos pedúnculos cerebelares; o mesmo ocorre com as fibras 
originadas no cerebelo e que se destinam as outras regiões do SNC. Os pedúnculos cerebelares representam, 
portanto, as estruturas de conexão do cerebelo. 
 
2. Funções: o cerebelo participa do controle do equilíbrio, manutenção e controle do tônus muscular, da 
postura e da coordenação dos movimentos voluntários (coordenação motora). 
 
3 – Regiões do cerebelo: o cerebelo é constituído pelos hemisférios cerebelares e verme. 
3.a) hemisférios cerebelares (direito e esquerdo): são duas massas de tecido nervoso unidas através de 
uma pequena região central (mediana). 
3.b) verme: região central do cerebelo que une os hemisférios cerebelares. Os hemisférios cerebelares 
e o verme estão subdivididos em regiões menores denominadas lobos e lóbulos. 
 
4. Superfície cerebelar: é percorrida no sentido transversal por uma série de sulcos e fissuras que 
subdividem o cerebelo nas regiões denominadas de folhas, lóbulos e lobos. 
 
5.Estrutura do cerebelo 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 14 
5.a) substância cinzenta: localiza-se perifericamente e recebe o nome de córtex cerebelar. 
5.b) substância branca: tem localização central, e é denominada corpo medular do cerebelo. 
 
6. Divisão filogenética do cerebelo: divide o cerebelo de acordo com a análise do desenvolvimento 
cerebelar ao longo da escala zoológica. Assim temos: 
6.a) arquicerebelo ou cerebelo vestibular: região relacionada com a manutenção do equilíbrio pois 
recebe informações da orelha interna sobre a posição e movimentos da cabeça no espaço. O arquicerebelo 
tem conexões com a área vestibular do tronco encefálico e por isso é chamado também de cerebelo 
vestibular. 
6.b) Paleocerebelo ou cerebelo espinal: região relacionada com o controle para os movimentos 
grosseiros, controle de tônus muscular e da postura. O paleocerebelo tem conexões principalmente com a 
medula espinal e, por isto, pode também ser chamado de cerebelo espinal. 
6.c) Neocerebelo ou cerebelo cortical: região para o controle e execução de movimentos delicados, 
assimétricos e precisos, requerendo coordenação motora elevada. Tem conexões, principalmente, com o 
córtex cerebral podendo ser chamado também de cerebelo cortical. 
 
 
Diencéfalo 
O diencéfalo e o telencéfalo fazem parte do encéfalo e constituem o cérebro. Estes dois elementos, 
embora intimamente unidos, possuem características próprias e por isso são estudados separadamente. 
O diencéfalo está localizado na caixa craniana, superiormente ao tronco encefálico, circundado pelo 
telencéfalo. 
 
1. Constituição: é constituído pelo tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. 
 
2- Tálamo 
São duas massas ovóides volumosas constituídas principalmente por substância cinzenta e dispostas, 
uma de cada lado, na porção látero-posterior do diencéfalo, onde se observam suas extremidades, faces e 
saliências. Entre suas saliências destacam-se os corpos geniculados mediais que estão conectados ao 
mesencéfalo e fazem parte da via auditiva. Os corpos geniculados laterais também estão conectados ao 
mesencéfalo e fazem parte da via óptica. Os corpos geniculados são também conhecidos como metatálamo. 
 
2.1. Estrutura do tálamo 
O tálamo é constituído fundamentalmente por substância cinzenta na qual se distinguem vários 
núcleos nervosos reunidos em 5 grupos a saber: 
2.1.a) grupo anterior: relaciona-se com o controle do comportamento emocional, fazendo parte do 
sistema límbico. 
2.1.b) grupo posterior: relaciona-se com as vias óptica e auditiva, ou seja, os impulsos visuais e os 
auditivos são primeiro transmitidos aos núcleos do grupo posterior do tálamo (corpo geniculado lateral e 
medial) para depois estes núcleos retransmitirem esses impulsos aos hemisférios cerebrais. 
2.1.c) grupo lateral: divididos em subgrupos, compreendem núcleos relacionados com o sistema 
extrapiramidal (motricidade), tato, propriocepção consciente, temperatura, dor e pressão. Relacionam-se 
ainda com a sensibilidade geral da cabeça e com a gustação. Ou seja, no que diz respeito aos impulsos de 
sensibilidade, esses núcleos talâmicos recebem esses impulsos para depois reconduzi-los e transmiti-los aos 
hemisférios cerebrais. 
2.1.d) grupo mediano: tem conexões, principalmente, com o hipotálamo, relacionando-se com 
controle das funções viscerais. 
2.1.e) grupo medial: relaciona-se, juntamente com a formação reticular, com a ativação do córtex 
cerebral. Tem também importante papel em certos fenômenos emocionais. 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 15 
Observação: todos os impulsos nervosos sensitivos gerais e especiais, conduzidos pelas 
diferentes vias (tratos), passam pelo tálamo antes de alcançarem o córtex cerebral. Exceções a esta regra são 
os impulsos nervosos olfatórios que não passam pelo tálamo. 
 
3 - HIPOTÁLAMO 
Compreende a região do diencéfalo situada inferiormente ao tálamo e anteriormente ao subtálamo. 
Fazem parte do hipotálamo as seguintes estruturas: 
3.a. corpos mamilares: são duas saliências arredondadas constituídas por substância cinzenta. 
3.b. quiasma óptico:. Representa o cruzamento parcial das fibras do nervo óptico que, após o 
quiasma, formam os tratos ópticos que se dirigem aos corpos geniculados laterais do tálamo. 
3.c. túber cinério: elevação localizada posteriormente ao quiasma óptico. Situa-se entre o quiasma e 
os corpos mamilares. 
3.d. infundíbulo: estrutura em forma de funil que se fixa à glândula hipófise e ao túber cinério 
3.e. hipófise: a parte posterior da glândula
hipófise é denominada neurohipófise e a parte anterior é a 
adenohipófise. Em função das conexões hipotálamo-hipófise esta glândula, frequentemente, é incluída entre 
as estruturas do hipotálamo. 
 
3.1 – Estrutura e funções do hipotálamo 
O hipotálamo é constituído principalmente por substância cinzenta agrupada em núcleos e também por 
vários sistemas de fibras nervosas. Possui conexões amplas e complexas com diversas regiões do SNC. 
Por meio de seus núcleos e fibras nervosas, as funções do hipotálamo são numerosas e importantes. A 
maioria delas está relacionada com a regulação das atividades viscerais no sentido da manutenção da 
constância do meio interno: 
3.1.a) controle do sistema nervoso autônomo, controla, portanto, as atividades simpáticas e 
parassimpáticas; 
3.1.b) regulação da temperatura - existem no hipotálamo neurônios que formam centros de controle 
térmico, um centro para a perda de calor e outro de ganho. Controla, portanto, a temperatura normal do 
corpo; 
3.1.c) regulação do sono e vigília: é uma das áreas do cérebro que mantém a consciência e os padrões 
de sono 
3.1.d) regulação da fome - existem centros ou núcleos para controle da fome e da saciedade da fome; 
3.1.e) regulação da sede- existem centros ou núcleos para controle da sede e da saciedade da sede; 
3.1.f) participação no controle do metabolismo de gorduras e hidratos de carbono; 
3.1.g) regulação da diurese - regulando a quantidade de água do organismo; 
3.1.h) regulação da adenohipófise - regula a liberação dos hormônios da adenohipófise, produzindo 
fatores liberadores ou inibidores destes hormônios; 
3.1.j) controle das emoções - participa, como parte integrante do sistema límbico, do controle 
comportamental e emocional. Funciona, principalmente, como agente de expressão das manifestações 
viscerais e somáticas que caracterizam a raiva e agressão, além de dor e prazer. Controla e coordena as 
manifestações periféricas da emoção; 
3.1.k). secreção dos hormônios que são armazenados e liberados pela neurohipófise. 
 
3.2 – Relações hipotálamo-hipofisárias 
A glândula hipófise é dividida em adenohipófise (parte anterior ou hipófise anterior) e neurohipófise 
(parte posterior ou hipófise posterior). 
3.2.a) relações do hipotálamo com a neurohipófise: o hipotálamo secreta os hormônios 
antidiurético (ADH) e oxitocina. Estes hormônios são secretados por neurônios hipotalâmicos e conduzidos, 
posteriormente, a neurohipófise onde são armazenados e liberados para o organismo. 
3.2.b) relações do hipotálamo com a adenohipófise: o hipotálamo produz substâncias denominadas 
fatores liberadores dos hormônios hipofisários que são conduzidos para a adenohipófise controlando aí a 
liberação dos hormônios. Estas substâncias são: fatores liberadores dos hormônios gonadotróficos 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 16 
(luteinizante e folículo estimulante), tireotróficos, adrenocorticotróficos e somatotrófico (do crescimento). 
Há também fatores inibidores da liberação de alguns desses hormônios. 
 
 
4 -Epitálamo 
Compreende a região localizada no diencéfalo posteriormente ao tálamo e superiormente ao 
subtálamo. Possui formações nervosas endócrinas e não endócrinas. As primeiras representadas pelos corpo 
pineal e órgão subcomissural. As segundas representadas por núcleos nervosos integrantes do sistema 
límbico. 
4.1 – Funções das estruturas não-endócrinas: 
Entram na constituição do sistema límbico, estando, pois, relacionadas com o controle do 
comportamento emocional. Os componentes não-endócrinos são: trígono das habênulas, comissura das 
habênulas e comissura posterior. 
 
4.2 – Funções do corpo pineal (glândula pineal ou epífise) 
O corpo pineal possui estrutura complexa. Está localizado superiormente à face posterior (teto) do 
mesencéfalo. Secreta a melatomina (hormônio do corpo pineal) a partir da serotonina. 
 
 HIOMT * 
  
SEROTONINA ----------------- MELATONINA 
* enzima hidroxi-indol-o-metil-transferase 
 
A melatonina tem ação inibidora sobre as gônadas (ovários e testículos). A luz atua no corpo pineal 
controlando a secreção do hormônio melatonina. Este hormônio, por sua vez, é sinalizador dos relógios 
biológicos. 
Luz - diminui as concentrações de serotonina, HIOMT e, consequentemente, de melatonina. 
Escuro - aumenta as concentrações de serotonina, HIOMT e melatonina. 
No ser humano adulto, a ação da luz e do escuro sobre o corpo pineal se faz por meio do sistema 
nervoso autônomo simpático. Consequentemente, as concentrações de serotonina, HIOMT e melatonina 
variam, ritmicamente, no período de 24 horas (ritmo circadiano). 
 
 
5 - Subtálamo 
Pequena área situada na parte posterior do diencéfalo, inferiormente ao tálamo e epitálamo, 
posteriormente ao hipotálamo, na transição do mesencéfalo com o diencéfalo. Sua principal estrutura é o 
núcleo subtalâmico. 
O núcleo subtalâmico relaciona-se com o controle de funções motoras, pertencendo ao sistema extra-
piramidal. Lesões do subtálamo provocam o hemibalismo, síndrome caracterizada por surgimento de 
movimentos involuntários anormais das extremidades. Em alguns casos, estes movimentos são violentos e 
não desaparecem durante o sono. 
 
Telencéfalo (generalidades) 
O telencéfalo compreende duas grandes massas de tecido nervoso denominadas hemisférios cerebrais 
direito e esquerdo, e uma região central circundada pelos hemisférios cerebrais e denominada formações 
inter-hemisféricas. 
Os hemisférios cerebrais estão parcialmente separados entre si pela presença de uma fissura mediana 
profunda, ântero-posterior, denominada fissura longitudinal do cérebro. As formações inter-hemisféricas 
unem os hemisférios. 
 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 17 
1. Formações inter-hemisféricas do telencéfalo 
Estas estruturas são visíveis na face medial do telencéfalo, principalmente em corte sagital mediano. 
São elas: corpo caloso, fórnice, septo pelúcido, lâmina terminal e comissura anterior. O corpo caloso é 
um grande e amplo feixe de fibras nervosas que une os 2 hemisférios cerebrais. Une áreas simétricas do 
córtex cerebral de cada hemisfério. 
 
2. Hemisférios cerebrais 
A superfície dos hemisférios cerebrais é toda cheia de sulcos. A região localizada entre dois sulcos é 
um giro. Alguns sulcos são utilizados como ponto de referência para subdivisão de cada hemisfério cerebral 
em regiões denominadas lobos. Cada lobo possui inúmeros sulcos e giros. Cada hemisfério cerebral 
apresenta os seguintes lobos: frontal, parietal, occipital, temporal e ínsula. 
 
Hemisférios Cerebrais 
É possível identificar, em cada hemisfério cerebral, margens, faces, incisuras, extremidades, sulcos e 
giros. 
1. Extremidades do hemisfério cerebral 
a. pólo frontal: extremidade anterior de cada hemisfério; relaciona-se com o osso frontal. 
b. pólo occipital: extremidade posterior de cada hemisfério; relaciona-se com o osso occipital. 
c. pólo temporal: extremidade ínfero-lateral; relaciona-se com o osso temporal. 
 
2. Margens dos hemisférios cerebrais: existem três margens em cada hemisfério, a margem superior, a 
margem ínfero-medial e a margem ínfero-lateral. 
 
3. Faces dos hemisférios cerebrais 
a. súpero-lateral: face convexa, localizada entre as margens superior e ínfero-lateral. Relaciona-se 
com os ossos
do crânio; 
b. medial: face plana localizada entre as margens ínfero-medial e superior; 
c. inferior: face irregular localizada entre as margens ínfero-medial e ínfero-lateral. Repousa sobre as 
fossas cranianas anterior e média. 
 
4. Divisão dos hemisférios cerebrais 
Para conhecermos a divisão dos hemisférios cerebrais em lobos é necessário identificar, inicialmente, 
os seguintes sulcos: 
a. sulco central: sulco profundo e oblíquo, que começa na região superior da face medial de cada 
hemisfério e termina na face súpero-lateral, próximo ao ramo posterior do sulco lateral. 
b. sulco lateral: sulco profundo que se inicia na face inferior do hemisfério e dirige-se para a face 
súpero-lateral onde termina. 
Uma vez identificadas estas estruturas, dividem-se os hemisférios em 5 lobos. 
4.1. lobo frontal: região anterior do hemisfério relacionada com o osso frontal. Situa-se 
anteriormente ao sulco central e superiormente ao ramo posterior do sulco lateral. Nele se processam funções 
intelectuais como o raciocínio e pensamento abstrato, controle do comportamento agressivo e sexual, olfato, 
fala, linguagem e iniciação dos movimentos, atenção, iniciativa. 
 
4.2. lobo temporal: região do hemisfério relacionada com o osso temporal. Situa-se inferiormente ao 
ramo posterior do sulco lateral, inferiormente ao lobo parietal e anteriormente ao lobo occipital. Está 
relacionado com o olfato, audição, linguagem, comportamento emocional incluindo raiva, hostilidade e 
comportamento sexual. 
 
4.3. lobo occipital: região posterior do hemisfério relacionada com o osso occipital. Está envolvido 
com a percepção e discriminação da estrutura visível. 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 18 
 
4.4. lobo parietal: região látero-superior do hemisfério relacionada com o osso parietal. Situa-se 
posteriormente ao sulco central, superiormente ao sulco lateral e lobo temporal e anteriormente ao lobo 
occipital. Participa do reconhecimento de impulsos sensitivos específicos, habilidade de usar símbolos como 
um meio de comunicação (linguagem), capacidade de discriminar as sensações provenientes do corpo, 
paladar, habilidade de desenvolver idéias e as repostas motoras necessárias para levá-las a termo; localização 
espacial do indivíduo e de cada segmento de seu corpo. 
 
4.5. lobo do ínsula: este lobo não é visível na superfície do hemisfério cerebral. Trata-se de um lobo 
localizado profundamente ao ramo posterior do sulco lateral. Para visualizá-lo é necessário retirar parte dos 
lobos frontal e temporal. O lobo a ínsula é o único que não tem relação com os ossos do crânio. 
 
5. Estrutura dos hemisférios cerebrais 
Nos hemisférios cerebrais a substância branca tem posição central e denomina-se centro branco 
medular do cérebro. A substância cinzenta ocupa uma posição periférica e denomina-se córtex cerebral. A 
seguir, comentaremos algumas particularidades das mesmas. 
 
Centro Branco Medular 
Compreende a substância branca do telencéfalo e um grupo de núcleos nervosos nela localizados. As 
fibras nervosas que constituem a substância branca do telencéfalo, de acordo com suas funções, são 
classificadas em dois tipos: fibras de projeção e fibras de associação. 
As fibras nervosas de projeção ligam o córtex cerebral a centros nervosos subcorticais (diencéfalo, 
cerebelo, medula espinhal, etc.). São elas: fórnice e cápsula interna. 
Os impulsos nervosos que se destinam aos hemisférios cerebrais chegam até eles conduzidos pelas 
fibras de projeção. O mesmo acontece com os impulsos nervosos que se originam no córtex cerebral e que 
devem alcançar outros segmentos do sistema nervoso. 
As fibras nervosas de associação ligam áreas corticais situadas em pontos diferentes do cérebro. Os 
impulsos nervosos que devem ser transmitidos de um giro para outro ou de um lobo para outro são 
conduzidos pelas fibras de associação. Entre as fibras de associação o feixe mais volumoso é o próprio corpo 
caloso. 
 
1 – Núcleos da base: 
Compreende um grupo de núcleos nervosos localizados no centro branco medular. São eles: claustro, 
corpo amigdalóide, núcleo caudado, putame e globo pálido. O conjunto de putame, globo pálido e núcleo 
caudado denomina-se corpo estriado. Atualmente são incluídos também entre os núcleos da base o núcleo 
basal e o núcleo acumbens. 
a. claustro: núcleo nervoso de função desconhecida. 
b. corpo amigdalóide (amígdala): núcleo nervoso que faz parte do sistema límbico. Portanto, tem 
funções relacionadas com o controle das emoções e do comportamento sexual. 
c. corpo estriado: estes núcleos possuem conexões com o córtex cerebral, tálamo, substância negra, 
formação reticular, sistema límbico, etc. O corpo estriado é importante centro do sistema extra-piramidal. 
Relaciona-se, pois, com a motricidade somática, especialmente com o controle dos movimentos automáticos, 
regulação do tônus muscular e sistema límbico. Também participa do sistema límbico no controle do 
comportamento e emoções. 
Lesões do corpo estriado provocam alterações do tônus muscular (hiper ou hipotonia), discinesias 
(tremores ou movimentos involuntários anormais, às vezes, violentos) e distúrbios dos movimentos reflexos 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 19 
(hiperreflexia, hiporreflexia, arreflexia). As síndromes extra-piramidais mais conhecidas são a coréia, atetose 
e a de Parkinson. 
Atualmente mais dois núcleos estão sendo considerados como integrantes dos núcleos da base, são 
eles: 
d. núcleo basal de Meynert formado por corpos celulares de neurônios colinérgicos situados no 
espaço entre o globo pálido e a superfície ventral do hemisfério cerebral (substância inominada). Parece 
estar relacionado com o sistema límbico e com a memória. 
 
e. núcleo acumbens localizado na união entre o putame e a cabeça do núcleo caudado. Está 
relacionado ao sistema límbico. 
 
Divisão filogenética do corpo estriado 
a) Neoestriado ou striatum: é a parte mais recente e constituída pelo putame e núcleo caudado; 
b) Paleoestriado ou pallidum: é a parte mais antiga constituída pelo globo pálido. 
 
Também o corpo estriado pode ser dividido em: 
a) Corpo estriado ventral: que compreende a região anterior ou ventral do corpo estriado. 
Estas estruturas estão relacionadas ao sistema límbico, portanto, ao controle das atividades comportamentais 
e emocionais. O núcleo acumbens faz parte do corpo estriado ventral. 
b) Corpo estriado dorsal: que compreende a região posterior ou dorsal do corpo estriado. 
Essas estruturas estão relacionadas fundamentalmente com o controle da motricidade somática. 
 
Córtex Cerebral 
Compreende a substância cinzenta dos hemisférios cerebrais. Tem localização periférica. Representa 
uma da partes mais importantes do SN. Nesta região chegam impulsos nervosos provenientes de todas as 
vias de sensibilidade geral e especial que aí se tornam conscientes e são interpretados. Do córtex cerebral 
saem impulsos nervosos que iniciam e comandam os movimentos voluntários (motricidade voluntária) e 
involuntários (motricidade automática). Assim como os fenômenos psíquicos (pensamento, raciocínio, 
memória, capacidade de conceituação, predição, linguagem, aprendizado, cálculo, abstração, etc) estão 
relacionados com o córtex cerebral. 
1. Classificação filogenética do córtex cerebral 
a. arquicórtex: corresponde ao córtex do hipocampo. 
b. paleocórtex: corresponde ao
córtex do uncus e parte do giro parahipocampal. 
c. neocórtex: é o córtex recente presente em todo o restante dos hemisférios. 
Observação: o arquicórtex e o paleocórtex são áreas antigas relacionadas à olfação e ao 
comportamento emocional. 
 
2. Classificação funcional do córtex cerebral 
Do ponto de vista funcional as áreas corticais não são homogêneas, pois apresentam funções 
específicas. O córtex dos hemisférios cerebrais, de acordo com a complexidade de suas funções, é 
subdividido em regiões ou áreas corticais primárias (áreas de projeção), secundárias e terciárias (áreas de 
associação). 
De modo geral, nas áreas primárias os impulsos nervosos se tornam conscientes e ocorre a análise 
dos aspectos simples das sensações e os impulsos prontos de motricidade são conduzidos e transmitidos aos 
neurônios motores inferiores (motoneurônio inferior). Nas áreas secundárias se processa a interpretação 
do impulso que se tornou consciente nas áreas primárias. Nas terciárias ocorrem processos complexos de 
interpretação, programação e planejamento. 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 20 
As principais áreas corticais primárias são: áreas sensoriais primárias (área somestésica para a 
sensibilidade geral ou área sensorial somática, áreas visual, auditiva, olfatória, gustativa e de equilíbrio) e 
área primária motora ou piramidal que envia impulsos de motricidade voluntária para centros nervosos 
subcorticais, para que estes encaminhem os impulsos aos nervos e, consequentemente, ao órgão efetor 
(músculo ou glândula). 
As principais áreas corticais secundárias são: áreas sensoriais secundárias ou de associação 
sensorial (psico-somestésica, psico-visual, psico-auditiva) localizadas no córtex cerebral adjacente as áreas 
primárias; áreas motoras secundárias ou extra-piramidais (área motora suplementar, área pré-motora e área 
de Broca) que participam da elaboração da motricidade automática e voluntária. 
As principais áreas corticais terciárias são: área pré-frontal; área temporoparietal ou 
temporoparietoccipital; áreas límbicas. Permitem a interpretação dos significados complicados das diferentes 
experiências sensoriais. 
As áreas corticais estão conectadas entre si por fibras nervosas (fibras nervosas de associação), de 
maneira que um impulso nervoso recebido na área primária, por exemplo, é retransmitido para as áreas 
secundárias e terciárias. 
 
3. Sistema límbico ou sistema motivacional 
Por sistema límbico entende-se o conjunto de estruturas do sistema nervoso que atuam no controle do 
comportamento e das emoções. 
Entre as estruturas nervosas que formam o sistema límbico encontram-se: núcleos do hipotálamo, do 
tálamo e do epitálamo; núcleos da base, neurônios do giro do cíngulo, giro parahipocampal, 
hipocampo, área septal, de áreas dos lobos frontal e temporal e da formação reticular. O corpo 
amigdalóide ou amígdala (um dos núcleos da base), o hipocampo, a área septal e as conexões dessas 
estruturas com os núcleos hipotalâmicos têm sido muito estudados. 
 Juntamente com as conexões existentes entre as estruturas do sistema límbico e o tronco encefálico, 
em especial a formação reticular, o sistema límbico atua no controle do comportamento e das emoções. 
Essas estruturas são importantes também para os processos de aprendizagem e memória. Recebe 
impulsos nervosos das áreas corticais secundárias e terciárias controlando a expressão das emoções e o 
aspecto afetivo das mesmas, e permitindo a associação de funções cerebrais conscientes e as funções 
comportamentais subconscientes. Recebem impulsos também do mesencéfalo que permitem o controle do 
sono e da vigília, do grau de excitação, atenção, raiva e docilidade. Envia impulsos para as áreas corticais e 
para outros centros nervosos subcorticais influenciando o controle neuroendócrino, motricidade expressada 
pelo sistema nervoso autônomo e somático. Atua nos processos essenciais à sobrevivência da espécie como a 
fome, sede e sexo. É importante para a retenção e consolidação de informações novas, armazenamento 
temporário e transferência para as áreas corticais de associação para armazenamento permanente dessas 
informações. Contém neurônios que formam as áreas de recompensa e os centros de punição do cérebro. 
Entre os neurotransmissores presentes no sistema límbico estão peptídeos, opiácios e monoaminas, 
principalmente a serotonina e a dopamina. Portanto, muitos medicamentos utilizados no tratamento de 
distúrbios comportamentais e da afetividade atuam modificando a concentração de monoaminas cerebrais. 
 
Componentes do Sistema Límbico: 
Lobo límbico (giro do cíngulo, istmo do giro do cíngulo, giro parahipocampal, uncus) 
Hipocampo (região interna do lobo temporal situada profundamente ao sulco do hipocampo) 
Componentes não endócrinos do epitálamo (núcleos habenulares e comissuras) 
Núcleos anteriores e mediais do tálamo 
Núcleos da base (parte anterior do corpo estriado, núcleo acumbens, corpo amigdalóide e núcleo basal de 
Meynert) 
Área septal do hemisfério cerebral (núcleos septais) 
Núcleos do hipotálamo, inclusive os núcleos dos corpos mamilares 
Áreas corticais de associação límbica (área de associação límbica) 
Alguns núcleos da formação reticular do tronco encefálico 
E feixes de fibras que interligam essas estruturas entre si e aos demais centros do sistema nervoso central 
 
Principais Sulcos e Giros dos Lobos dos Hemisférios Cerebrais 
Para facilitarmos o assunto descreveremos os sulcos e giros de cada lobo, face por face. 
Apostila criada pela Prof
a
 Dr
a
 Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Prof
a
 Dr
a
 Naianne Kelly Clebis 
(UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof Dr Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 
 
 21 
 
I - Sulcos e Giros do Lobo Frontal - Face Súpero-Lateral 
1. sulco pré-central: sulco oblíquo e nem sempre contínuo, localizado anteriormente e paralelamente ao 
sulco central. 
2. sulco frontal superior: sulco horizontal, irregular, perpendicular ao sulco pré-central. Localiza-se 
superiormente ao lobo frontal. 
3. sulco frontal inferior: sulco horizontal, irregular, paralelo e inferior ao sulco frontal superior. 
4. giro pré-central: região do lobo frontal localizada entre os sulcos central e pré-central. 
5. giro frontal superior: região localizada anteriormente ao giro pré-central e superiormente ao sulco frontal 
superior. É visível também na face medial do hemisfério. 
6. giro frontal médio: região localizada anteriormente ao giro pré-central entre os sulcos frontal superior e 
frontal inferior. 
7. giro frontal inferior: região localizada entre o sulco frontal e o ramo posterior do sulco lateral. Este giro é 
subdividido em 3 pequenas regiões pela presença dos ramos anterior e ascendente do sulco lateral. São elas: 
a. parte orbital: região do giro frontal inferior localizada anteriormente ao ramo anterior do sulco 
lateral. 
b. parte triangular: região do giro frontal inferior localizada entre os ramos anterior e ascendente do 
sulco lateral. 
c. parte opercular: região do giro frontal inferior localizada entre a parte inferior do sulco pré-central 
e o ramo ascendente do sulco lateral. 
 
II - Sulcos e Giros do Lobo Temporal - Face Súpero-Lateral 
1. sulco temporal superior: sulco irregular paralelo e inferior ao ramo posterior do sulco lateral. 
2. sulco temporal inferior: sulco irregular paralelo e inferior ao sulco temporal superior. 
3. giro temporal superior: região localizada entre o ramo posterior do sulco lateral e o sulco temporal 
superior. 
4. giro temporal médio: região localizada entre

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais