Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal do Piauí Campus Senador Helvidio Nunes de Barros CURSO DE ENFERMAGEM DISCIPLINA: FISIOLOGIA PROFESSORA: Danusa de Araújo Felinto Estudo dirigido referente à aula “Introdução ao estudo da Fisiologia: homeostasia e mecanismos homeostáticos”: 1) CONCEITO: A fisiologia (do grego physis = natureza e logos = estudo) é o ramo da biologia que estuda as múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas nos seres vivos. De uma forma mais sintética, a fisiologia estuda o funcionamento do organismo. Trata-se de uma ciência interessada no organismo, que o analisa a partir do funcionamento mecânico, físico e bioquímico. Em um contexto genérico, a fisiologia é a disciplina responsável pelo estudo dos processos que garantem a vida dos seres. 2) DIVISÃO DA FISIOLOGIA: É dividida classicamente em fisiologia vegetal e fisiologia animal. O campo de estudos da fisiologia animal estende os métodos e ferramentas de estudo da fisiologia humana para espécies não-humanas. Também a fisiologia vegetal emprega técnicas de ambos os campos citados anteriormente. Seu escopo e temas são tão diversos quanto a diversidade da vida que existe no planeta. Por isso, pesquisas em fisiologia animal tendem a concentrar-se no entendimento de como as funções fisiológicas mudaram ao longo da história evolutiva dos animais. Outros campos de estudo importantes têm surgido na fisiologia, como a pesquisa em bioquímica, biofísica, biologia molecular, biomecânica e farmacologia. 3) ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO: Níveis de organização estrutural: a. Nível químico: Inclui todas as substâncias necessárias para manter a vida. Estas substâncias são compostas por átomos. Ex.: hidrogênio, oxigênio, cálcio, potássio, sódio. Combinação de átomos = moléculas. Ex.: aminoácidos, lipídios, glicose, vitaminas. b. Nível celular: As moléculas se combinam para formar o nível celular. As células são unidades estruturais e funcionais básicas de um organismo e especializadas para funções específicas. Cada órgão apresenta tipos celulares específicos para desenvolver a sua função. c. Nível tecidual: Os tecidos são grupos de células semelhantes que juntas realizam uma função particular. Os 4 tipos básicos de tecidos: Tecido epitelial (revestimento); Tecido conjuntivo (união); Tecido muscular; Tecido nervoso. d. Nível orgânico: A união de diferentes tipos de tecidos forma órgãos. Os órgãos são compostos de dois ou mais tecidos diferentes, tem função específica e geralmente apresentam uma forma reconhecível: Ex.: fígado, coração, rins, cérebro, estômago, pulmão. e. Nível sistêmico: Um sistema consiste de órgãos relacionados que desempenham uma função comum. Ex.: Sistema Digestivo ( boca, glândulas, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, fígado, vesícula biliar, pâncreas. f. Nível de organismo: Todos os sistemas do corpo funcionando como um todo compõem o organismo. 4) HOMEOSTASE: É a manutenção de estados de equilíbrio do organismo por processos fisiológicos normais. O corpo humano é composto de vários sistemas e órgãos, cada um consistindo de milhões de células. Estas células necessitam de condições relativamente estáveis para funcionar efetivamente e contribuir para a sobrevivência do corpo como um todo. A manutenção de condições estáveis para suas células é uma função essencial do corpo humano, a qual os fisiologistas chamam de homeostase. A homeostase (homeo = igual; stasis = ficar parado) é uma condição na qual o meio interno do corpo permanece dentro de certos limites fisiológicos. O meio interno refere-se ao fluido entre as células, chamado de líquido intersticial (intercelular). Um organismo é dito em homeostase quando seu meio interno contém: 1) a concentração apropriada de substâncias químicas, 2) mantém a temperatura; 3) e a pressão adequadas. Quando a homeostase é perturbada, pode resultar a doença. Se os fluidos corporais não forem trazidos de volta à homeostase, pode ocorrer a morte. 4.1) EXEMPLOS: A regulação da quantidade de água e minerais no corpo, conhecida como osmorregulação. Tem lugar principalmente nos rins. A remoção de resíduos metabólicos, conhecida como excreção. Tem lugar em órgãos excretórios como os rins e os pulmões. A regulação da temperatura corporal, realizada principalmente pela pele e pela circulação sanguínea. A regulação dos níveis de glicose no sangue, realizada principalmente pelo fígado e pela insulina segregada pelo pâncreas. Estado de equilibrio no corpo. Regulação térmica: Os músculos esqueléticos tremem para produzir calor quando a temperatura corporal é muito baixa. Outra forma de gerar calor envolve o metabolismo de gordura. O suor arrefece (Causar esfriamento) o corpo por evaporação. ( Regulação química: O pâncreas produz insulina e glucagon para regular a concentração de açúcar no sangue. Os pulmões absorvem oxigênio e expelem dióxido de carbono. Os rins excretam ureia e regulam as concentrações de água e duma grande variedade de íons. Muitos destes órgãos são controlados por hormonas segregadas pela glândula pituitária, cuja ação é por sua vez regulada pelo hipotálamo. Manutenção da glicemia. 4.2) MECANISMOS DE HOMEOSTASE: FEEDBACK Quando ocorre a mudança duma variável, o sistema pode reagir segundo dois tipos de feedback: O feedback negativo- mudança negativa em relação à alteração inicial, ou seja, um estímulo contrário àquele que levou ao desequilíbrio. Mantento estáveis as variáveis e permitindo a manutenção da homeostase. Por exemplo, quando a concentração corporal de dióxido de carbono aumenta, os pulmões são estimulados a aumentar a sua actividade e expelir mais dióxido de carbono. A termorregulação é outro exemplo de feedback negativo. Quando a temperatura corporal sobe, ou desce, receptores na pele e no hipotálamo sentem a alteração, despoletando uma ordem no cérebro que dá início a uma reacção no sentido de gerar ou libertar calor, conforme seja o caso. No feedback positivo, amplifica a mudança da variável. Isto tem um efeito destabilizador, pelo que não contribui para a homeostase. O feedback positivo é menos comum nos sistemas naturais do que o feedback negativo, mas tem as suas aplicações. Por exemplo, nos nervos, um potencial eléctrico limite despoleta a geração de um potencial de acção muito mais elevado. Outros eventos de feedback positivo são a coagulação do sangue e vários eventos na gestação. 5) METABOLISMO: Metabolismo (do grego metabolismos, que significa "mudança", troca) é o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. O termo "metabolismo celular" é usado em referência ao conjunto de todas as reacções químicas que ocorrem nas células. Estas reacções são responsáveis pelos processos de síntese e degradação dos nutrientes na célula e constituem a base da vida, permitindo o crescimento e reprodução das células, mantendo as suas estruturas e adequando respostas aos seus ambientes. O metabolismo é normalmente dividido em dois grupos: anabolismo e catabolismo. Reações anabólicas, ou reacções de síntese, são reacções químicas que produzem nova matéria orgânica nos seres vivos. Sintetizam-se novos compostos (moléculas mais complexas) a partir de moléculas simples (com consumo de ATP). Reações catabólicas, ou reacções de decomposição/degradação, são reacções químicas que produzem grandes quantidades de energia livre (sob a forma de ATP) a partir da decomposição ou degradação de moléculas mais complexas (matéria orgânica). Quando o catabolismo supera em atividade o anabolismo, o organismo perde peso, o que acontece em períodos de jejum ou doença; mas se o anabolismo superar o catabolismo, o organismo cresce ou ganha peso. Se ambos os processos estão em equilíbrio, o organismo encontra-se em equilíbrio dinâmico ou homeostase. 5.1) CATABOLISMO: O catabolismo é o conjunto das reacções metabólicas que libertam energia. Tais reacções incluem a degradação e oxidação de moléculas encontradas em alimentos, assim como reacçõesque captam a energia luminosa da luz solar. As reacções catabólicas providenciam energia e componentes necessários às reacções anabólicas. A natureza exacta destas reacções catabólicas difere de organismo para organismo: organismos organotróficos usam moléculas orgânicas como fonte de energia, enquanto litotróficos usam substratos inorgânicos e fototróficos captam energia solar, transformando-a em energia química. 5.2) ANABOLISMO: O anabolismo é o conjunto de reacções metabólicas de síntese em que a energia libertada pelo catabolismo é utilizada para construir moléculas complexas. Em geral, as moléculas complexas que constituem estruturas celulares são construídas passo a passo a partir de precursores mais simples. O anabolismo divide-se em três etapas fundamentais: primeiro, a síntese de precursores como aminoácidos, monossacarídeos, isoprenóides e nucleótidos, depois a sua activação a formas reactivas usando energia provinda do ATP e finalmente a construção de moléculas complexas, tais como proteínas, polissacarídeos, lípidos e ácidos nucleicos, a partir destes precursores activados. 5.3) FATORES QUE AFETAM O METABOLISMO: Cerca de 80% da taxa metabólica é determinada geneticamente, enquanto os outros 20% dependem de outros fatores que listamos a seguir. Você não pode mudar a genética, mas pode acelerar o seu metabolismo, observando esses fatores: 1º) Tecido muscular - Quanto mais músculos você tem, maior e mais veloz é o gasto calórico, independente do seu nível de atividade, da sua idade, etc. Os músculos são tecido vivo e estão lá para trabalhar para você, queimando calorias 24hs por dia. 2º) Alimentação - O excesso de açúcar, especialmente após a refeição, deve ser evitado, uma vez que a digestão de proteínas e gorduras fica prejudicada. O açúcar é digerido mais rapidamente, retardando a digestão de outros alimentos e enganando o cérebro, que sinaliza com mais fome em pouco tempo. Isso também vale para as farinhas de trigo brancas (refinadas) utilizadas no preparo de pães, bolos e massas. Os alimentos gordurosos também devem ser controlados, mas é importante não reduzi-los em demasia, uma vez que a deficiência desse nutriente diminui a produção de certos hormônios, levando à diminuição do metabolismo. Utilize em suas refeições gorduras que fazem bem para a saúde provenientes de nozes, castanhas e azeite de oliva. 3º) Freqüência das refeições - O tempo entre uma refeição e outra é muito importante. Quanto maior o tempo, mais lento é o seu metabolismo, pois ele diminui para poupar energia. Quando pulamos refeições, ficando muito tempo sem comer, o corpo procura obter a energia que precisa consumindo o seu próprio tecido muscular (catabolismo). 4º) Atividade física - Praticar atividade física, combinando exercício aeróbico e ginástica localizada ou musculação acelera o metabolismo. Além disso, o exercício regular ajuda a transformar glicose e gordura em energia, sem a necessidade de produzir o hormônio insulina, que ajuda a engordar. É importante que a atividade física seja regular, para que haja uma ação metabólica contínua, e que a alimentação seja adequada ao gasto calórico. 5º) Água -A maioria das funções do corpo acontecem na presença de água. O líquido é fundamental para transportar hormônios, vitaminas e minerais, além de facilitar o trânsito intestinal e a eliminação de toxinas. A falta de água desacelera o metabolismo. Por isso, beba pelo menos 8-10 copos por dia. 6º) Sexo - O metabolismo masculino é mais acelerado do que o feminino, pois os homens apresentam proporção maior de massa muscular e menor de gordura do que as mulheres. Por isso é importante que as mulheres não deixem de praticar uma atividade física, que ajude no desenvolvimento de massa muscular. 7º) Idade - A partir dos 30 anos o metabolismo começa a ficar mais lento, contudo pesquisas indicam que isso ocorre pelo fato das pessoas tornarem-se mais sedentárias, o que acarreta uma perda gradual de massa muscular. Por isso, é importante que haja um controle alimentar e prática regular de atividade física. 8º) Temperatura ambiente - Em dias mais frios, o corpo consome mais energia para se manter aquecido.
Compartilhar