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IMPRESSÕES SOBRE A LEI MARIA DA PENHA História do Direito

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IMPRESSÕES SOBRE A LEI MARIA DA PENHA
A lei nº11.340, de 7 de agosto de 2006, Lei Maria da Penha completou 11 anos. A Lei é considerada uma importante conquista no combate á violência doméstica e familiar contra as mulheres.
A Lei nasceu depois que a Maria da Penha Maia Fernandes, farmacêutica brasileira, no ano de 1983, sofreu severas agressões de seu próprio marido, o professor universitário colombiano Marco Antonio Heredia Viveros. Em duas ocasiões, Heredia tentou matar Maria. Na primeira, com um tiro de espingarda, deixou-a paraplégica. Depois de passar quatro meses no hospital e realizar inúmeras cirurgias, Maria voltou para casa, ocasião em Heredia tentou eletrocutá-la durante seu banho. Em 2006, o Congresso aprovou por unanimidade a Lei Maria da Penha, que já foi considerada pela ONU como a terceira melhor lei contra violência doméstica do mundo.
O Brasil é o 5º país no mundo que mais mata mulheres. A cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil, 51% das mulheres se sentem inseguras em casa, 80% dos agressores são seus parceiros e companheiros e 82% sofrem a violência diretamente ou indiretamente sendo testemunhas da violência contra mulher. E os casos só aumentam ao decorrer dos anos.
Configura-se violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
 91,3% sofrem de violência psicológica, 78,7% de violência física, 53,3% violência moral e 35,5% violência patrimonial e sexual.
Nem todas as mulheres fazem boletim de ocorrência, muitas morrem em silêncio ou pedindo socorro. Elas ficam inseguras e com medo do que pode acontecer depois, e muitas são dependentes financeira do agressor e não tem para onde ir, por isso preferem não denunciar por medo de sofrer represálias piores ao fazer a denúncia, principalmente as que tem filhos. 
E a violência contra a mulher atinge não só aqueles que sofrem suas consequências diretas, mas também aqueles que a testemunham, normalmente as crianças e adolescentes que são filhos do agressor e da vítima. E deixar os filhos como testemunha dessas violências e não agir, não tomar providências sobre o agressor também é praticar violência.
O perfil dos agressores fora de casa são de Homens normais, bondosos, trabalhadores, pais de familia, etc. Deixando mais dificil da sociedade indentifica-los.
A pena do crime de violência doméstica e familiar contra mulheres varia de três meses a três anos de prisão.
O papel do Ministério Público é muito importante na prevenção da violência doméstica. O Ministério Público tem o papel de levar á prática algumas açôes com o formato de palestras, debates, estudos, campanhas, projetos e pesquisa sobre a matéria na prevenção da ocorrência de casos da violência doméstica.
 Em Guarulhos temos um projeto de Não violência á Mulher que foi criado em 2002, com atuação articulada entre as instituições, serviços não governamentais e a comunidade, visando a ampliação e melhoria no atendimento ás mulheres em situação de violência. A rede tem diversos setores públicos e segmentos da sociedade civil. Entre elas, temos a Asbrad (Associação em Defesa da Mulher, da infância e da Juventude); Casa das Rosas, Margaridas e Beths – Centro de referência em atendiemento ás Mulheres em situação de violência doméstica; DDM – Delegacia de Defesa da Mulher e a Procuradoria Especial da Mulher – Aprovada pelo projeto de Lei 4181/2013. Esses citados são todos focados em atendimentos e defesa da mulher. Nesse ano ja tiveram 47 novos casos atendidos na Casa das Rosas, Margaridas e Beths.
Com o nascimento da lei tivemos muitas mudanças em relação á violência doméstica. Antes da Lei existir os crimes eram julgados por juizados especiais criminais, conforme a Lei 9.099/95, onde são julgados crimes de menor potencial ofensivo. Atualmente com a lei, essa competência foi deslocada para os novos juizados especializados de violência doméstica e familiar contra a mulher. Antes também não havia previsão de decretação de prisão preventiva ou flagrante do agressor. Depois com a alteração do parágrafo 9º do artigo 129 do Código Penal, passa a existir essa possibilidade, de acordo com os riscos que a mulher corre. 
A violência doméstica não era agravante de pena. Depois o Código Penal passa a prever esse tipo de violência como agravante. 
A mulher podia desistir da denúncia ainda na delegacia. Isso facilitava para os agressores, eles conseguiam manipular ou ameaçar a mulher para desistir da denuncia. Agora a mulher só pode desistir da denúncia perante o juiz.
A pena dos agressores eram apenas ter que pagar multas ou doações de cesta básica, mas essas penas passaram a ser proibidas no caso de violência doméstica. E entre outras mudanças. Portanto, a lei foi inovadora em muitos sentidos e não deixou de ser uma evolução para as vitimas.

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