Relação entre as Ciências Jurídicas e as Ciências Contábeis

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul
DIR02204 – Instituições de Direito
PATRICIA DE ANDRADE GARCIA
Cartão UFRGS no. : 195855 
Relação entre Ciências Jurídicas e as Ciências Contábeis
Professor: Rosa Maria de Campos Aranovich
Porto Alegre, 09 de abril de 2013.
Relação entre as Ciências Jurídicas e as Ciências Contábeis
“As ciências existem para o bem. Elas buscam a verdade das coisas, e assim são justas. A busca da justiça não é um privilégio, e sim, é comum a todas as ciências. Dentre elas a contabilidade.” (Marcelo Coletto Pohlmann)
A contabilidade é vítima constante da norma legal, seja ela de caráter tributário, civil ou comercial. Como as normas estão em constante mutação, à contabilidade enfrenta dificuldades colossais para por em prática seus princípios mais básicos.
A contabilidade por ser alvo de regulação deve ficar sempre atenta aos Órgãos reguladores, que dentro de uma abordagem normativa, estabelecem as leis (princípios, normas, regras, pronunciamentos técnicos, interpretações, instruções, deliberações, resoluções, etc.) que as empresas devem adotar. Desta forma cabe ao profissional de contabilidade estar atento à mudança destas normas para que seu trabalho tenha base legal e fundamento.
Por que existem as normas e por que elas devem ser seguidas?
Para responder esta pergunta vou citar o seguinte exemplo: A lei 11.638, que alterou a Lei 6404, regula a obrigatoriedade, tipos de demonstrativos e estrutura das demonstrações contábeis. A normatização destas demonstrações foi necessária para que existisse uma uniformidade nas informações. Caso isso não existisse as empresas publicariam somente aquilo que lhe interessasse, deixando para trás as informações que a desabonasse. Essa prática poderia trazer prejuízo ao investidor que não tivesse acesso a todas as informações.
Algumas das ramificações da contabilidade estão intimamente ligadas com o direito. Alguns exemplos são: Contabilidade Tributária, Auditoria, Perícia Contábil, Contabilidade de Recursos Humanos, etc.
Uma das maiores dificuldades encontra-se na contabilidade tributária, pois muito do tempo de um contador é gasto em estudos desta legislação. A demanda de demonstrações e declarações exigidas pela Receita Federal do Brasil faz com que os profissionais da contabilidade percam horas e mais horas estudando e trabalhando simplesmente para atender as exigências deste órgão.
Como no Brasil existem muitos impostos, entre eles PIS, Cofins, CSLL, IRPJ, Simples Nacional, INSS, FGTS, IPI, etc. Dependendo do tamanho da empresa, ramo de atividade e regime tributário tem regras específicas que devem ser de conhecimento do contador.
Para não ficarmos somente na parte tributária, devemos levar em consideração que o contador não apura somente os impostos, muitos destes profissionais também são responsáveis pela folha de pagamento da empresa. Para que esta seja calculada da melhor forma possível o contador deve ter um grande conhecimento da Consolidação das Leis do Trabalho, Acordo Coletivo da Categoria e as Súmulas do Tribunal Superior do Trabalho. Não basta somente saber calcular o salário do empregado, o contador deve entender as nuances da relação trabalhista para não trazer prejuízos ao seu cliente.
A legislação societária também deve ser matéria de estudo e conhecimento do contador. Muitas vezes são os contadores que fazem os contratos sociais, alterações contratuais, distratos, etc. Para que estes documentos tenham validade precisam estar largamente fundamentados.
Para que a contabilidade seja bem aplicada e os seus demonstrativos sejam confiáveis, o profissional de contabilidade deve aplicar as normas e preceitos estabelecidos pela legislação, para tanto o profissional deve ter conhecimento e interpretar de maneira correta a lei. Caso esta ou aquela lei não fique clara é de responsabilidade do contador buscar a informação correta junto aos órgãos competentes, ou até mesmo consultar um advogado, para que suas práticas sejam válidas e confiáveis.
Hoje a contabilidade é tratada pelas empresas como um mal necessário, pois o trabalho de um contador muitas vezes se resume em atender as exigências dos órgãos Federais, Estaduais e Municipais, mas a contabilidade não se resume apenas a isso. A contabilidade deve ser usada como ferramenta que de subsídios aos sócios e demais investidores interessados, para que suas transações sejam transparentes.