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A revoluçao dos Bichos Resenha do livro

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HUMANO, DEMASIADO HUMANO em
A REVOLUÇÃO DOS BICHOS de GEORGE ORWELL
Mário Luis da Conceição – Pedagogia 
Introdução
O objetivo deste trabalho é fazer uma relação entre a biografia e textos da Psicologia Existencialista de Martin Heidegger com o excêntrico livro A Revolução dos Bichos de George Orwell. Heidegger foi um Filósofo Alemão, posteriomente professor e Heitor da Univesidade de Friburgo, onde teve uma grande influência de seu professor Edmund Husserl teórico e filósofo criador da Fenomenologia.
A Fenomenologia é o estudo dos fenômenos, daquilo que aparece à consciência, daquilo que é dado, buscando explorá-lo. A própria coisa que se percebe, em que se pensa, de que se fala, tanto sobre o laço que une o fenômeno com o ser de que é fenômeno.( SILVA, LOPES, DINIZ, 2008). Heidgger teve uma vida de glórias e rejeições. A partir da influência que adquiriu do professor Husserl, tornou-se seu herdeiro na liderança da fenomenologia – sistema filosófico que estuda o conjunto de fenômenos e estruturas da experiência consciente e como eles se manifestam através do tempo e do espaço. A filosofia de Heidegger baseia-se na ideia de que o homem é um ser que busca aquilo que não é. Seu projeto de vida pode ser eliminado pelas pressões da vida e pelo cotidiano, o que leva o homem a isolar-se de si mesmo .( FRAZÃO,2015). Como tornar-de homem e conhcer os limites da consciencia humana, temos a Revoluçao dos Bichos que apesar de um livro bastante antigo, nos leva a problemas e situaçoes bem atuais da nossa vida.
É um convite à despertar de um sono tranquilo, é desfazer um laço com a ignorância e alienaçao. A revoluçao dos bichos nos obriga a pensar, a fenomenologia nos faz acreditar que nao se é, se está sendo. 
Desenvolvimento
A filosofia de Heidegger baseia-se na ideia de que o homem é um ser que busca aquilo que não é. Seu projeto de vida pode ser eliminado pelas pressões da vida e pelo cotidiano, o que leva o homem a isolar-se de si mesmo. Heidegger também trabalhou o conceito de angústia, a partir do qual o homem transcende suas dificuldades ou deixa-se dominar por elas. Assim, o homem seria um projeto inacabado.( FRAZÃO,2015). 
Heidegger recoloca como problema filosófico fundamental a questão do sentido do ser. Com essa questão, ele retoma toda a tradição filosófica ocidental sob a ótica do encobrimento de que a mesma foi vítima ao longo do tempo. Mas, ao perguntar pelo sentido do ser, introduz também a questão do sentido do ente que se pergunta pelo sentido do ser em geral. Metodologicamente, a investigação ontológica terá de passar pelo esclarecimento de um ente especial, o ser humano agora chamado Dasein (Ser-aí). Utilizando o método fenomenológico, aperfeiçoando-o, parte para a análise da existência humana, para a descrição do fenômeno humano na sua faticidade e radicalidade. Isso acontece, sobretudo, em sua obra principal Ser e Tempo, publicada em 1927, onde reúne sistematicamente o trabalho de muitos anos de estudo, aulas, seminários e meditação pessoal.(SEIBT ).
Na Carta sobre o humanismo (1947), Heidegger sustenta que toda forma de humanismo é uma explicação metafísica que define o homem a partir de um traço fundamental que é a razão, pressupondo assim uma determinada concepção do ser do ente em sua totalidade e da própria essência da verdade, que permanecem não elucidados por essa definição metafísica do homem subjacente a vários tipos de humanismos. O homem mostra-se à metafísica como animal racional no qual a racionalidade está em luta com a animalidade.( FERREIRA JR.). 
A Revoluçao dos bichos é uma fábula que diz respeito a conduçao humana e narra a historia dos animais da Granja Solar, que , revoltados com os maus tratos, se organizam e expulsam seu poprietário. De posse da terra, seus lideres comecam a reorganizar as atividades da granja, estabelecendo novos principios de convivência social. No entanto, o espirito de rebeldia dos seus lideres vai aos poucos transformando-se em ambição, e a revoluçao vitoriosa, torna-se um eficaz intrumento de dominação e controle. Como diria um dos personagens: “todos os animais são iguas mas alguns animais são mais iguais que outros”. (ORWELL, 2001).
Este livro foi publicado no inicio da segunda guerra mundial e trata-se de uma crítica ao regime socialista da época. Onde pregavam direitos iguais para todos mas a realidade não era bem assim. O autor percebeu uma distancia entre a realidade e o desejo de igualdade, visto que o homem em seu poder supremo visa a ganância e autoridade.
A Revolução dos Bichos, de George Orwell, apresenta uma série de metáforas que remetem ao período histórico em que a obra foi escrita. Além de remeter ao egoísmo, autoritarismo, corrupção que há em relações humanas, sejam elas políticas ou sociais, os personagens também lembram características de personagens históricos. Como, por exemplo, Major que apresenta semelhanças idealistas com Karl Max, ou então Napoleão que se assemelha com Stalin, a quem o autor paralelamente faz uma crítica, devido à administração corrupta. Assim, a obra de Orwell é considerada pela crítica uma fábula satírica, onde a realidade é retratada com um toque cômico. ( GEORGE ORWELL, BASTOS).
Em Humano, Demasiado Humano – (MARTIN HEIDEGGER), há fontes teóricas que mostram que o filósofo Alemão também esteve em uma situaçao catastrófica em sua carreira. Heidegger a princípio se mostra um seguidor da igreja católica, mas com o passar dos anos aboliu o catolicismo, foi aluno de Husserl , escreveu diversos livros como “Ser e Tempo”, se destacou e foi considerado um dos mais importantes filósofos do mundo. Mas ao chegar ao poder, sendo eleito reitor da Universidade de Friburgo, começou a mostrar aos que o admiravam que era uma homem cheio de preconceitos e pensamentos hostis e desumanos, isso principalmente; e juntamente, com o fato da ascenção de Adolf Hitler ao poder da Alemanha. 
 Em janeiro de 1933, quando Hitler tornou-se chanceler, Heidegger foi nomeado reitor da Universidade de Friburgo, apoiando o nacional-socialismo. Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, Heidegger teve sua reputação acadêmica abalada por ter apoiado o Nazismo, ficando proibido de lecionar. Em 1953 publicou “Introdução à Metafísica, onde elogiou o Nacional-Socialismo”. (FRAZÃO, 2015).
Heidegger, com o poder nas mãos, se mostra então, um filósofo incrível e um nazista inflexivel. Assim como os porcos da história (Bola de Neve e Napoleão), quando percebem que estão livres, começam a colocar regras para os outros animais, não respeitando os mandamentos deixados, para a harmonia do grupo. Em relação ao texto do Heidegger, percebemos o abuso de poder quando o mesmo deixa ordens para não deixarem o seu antigo professor Husserl entrar na universidade, além de perseguir professores e funcionários judeus da mesma instituição.
A ilusão do filósofo, a angústia não é então somente um fenômeno psicológico e ôntico, isto é, que se refere somente a um ente ou a algo dado, e sim sua dimensão é ontológica, pois nos remete à totalidade da existência como ser-no-mundo. Tal como em Kierkegaard, a angústia assume em Heidegger um cunho existencial essencialmente humano. firma que a essência humana tem de ser pensada para além de uma definição enfática de homem, por ex., como animal racional, já que o que distingue o homem é a sua relação com o ser e o modo como ele resguarda o ser, e não na medida em que é definido como um ser dotado de razão.( WERLE, 2003).
A tarefa de Heidegger é a de mostrar como no dia-a-dia da existência (do homem do século XX) domina amplamente um esquecimento do ser; daí também decorre o caráter essencialmente negativo de toda a analítica da existência. A saída "positiva" nunca se põe, pelo contrário, ela emergirá por meio dos existenciais propriamente negativos. Para Hiedegger , o homem é a sua relação com o mundo, é partir do pressusposto de ir além, de resguardar para conhcer , de muitas vezes, por exemplo,
compreendemos sem nada dizer: o silêncio fala muito mais do que muitas palavras (aliás, o palavreado é um dos fenômenos que encobre o compreender). Nesse contexto, observamos a necessidade de Heidegger em seus tempos de escrever, costumava se afastar e emergir no silencio e se retirar do barulho da cidade e ir de encontro a sí mesmo. Muitas vezes, por exemplo, compreendemos sem nada dizer: o silêncio fala muito mais do que muitas palavras. (WERLE, 2003).
Para Heidegger, o nada se coloca por si mesmo na angústia, não precisa ser criado, mas se revela na angústia e ao mesmo tempo a provoca, ele é a causa e o efeito ao mesmo tempo. Para isso Heidegger emprega a expressão: "o nada nadifica", para dizer que o modo de o nada se manifestar somente ocorre por meio do nada mesmo. O nada nos lança num constante nada, ele mesmo é o sujeito de si, não é um objeto que está ao nosso alcance, que pudesse porventura ser "definido" por meio de uma negação. Pelo contrário, é ele mesmo que nadifica. O nada, posto que está acima de um ente determinado, é assim o próprio véu do ser que se revela em nossa existência por meio da angústia. O ser tem em comum com o nada o fato de não se esgotar em nenhum ente determinado e não poder ser nunca definido; tanto o ser como o nada determina o todo de nossa existência; somente ao homem se põe a questão: "por que existe o ente e não antes o nada?", acima mencionada. Toda a nossa existência de repente perde seu sentido diante do nada. O homem está suspenso na angústia e muitas vezes nem a percebe, aliás, geralmente ela nos oferece uma estranha tranqüilidade. Nos angustiamos, mas não sabemos definir por que nos angustiamos. Esta angústia também não surge a toda hora; pelo contrário, ela é muito rara. O ser-aí que está sempre angustiado pode estar menos relacionado à angústia fundamental do que o ser-aí que parece estar calmo. Por isso, a angústia, ou a cura (termo latino que designa a angústia; cf. Heidegger, 1986, §41), também não é uma preocupação particular ou prática por este ou aquele setor ôntico, por este ou aquele evento de nossa existência, por esta ou aquela incerteza. ( WERLE,2003).
A Fenomenologia de Husserl constitui-se como uma das maiores contribuições filosóficas para a Psicologia, mais especificamente para as psicoterapias de cunho Fenomenológico-existencial. Ela “propunha um paralelismo entre a psicologia e a fenomenologia, pois toda pesquisa psicológica empírica afirma uma verdade fenomenológica ou eidética, quer dizer, essencial” (Raffaelli, 2004, p. 212). Husserl defendia que o estudo experimental revelaria a essência de maneira velada, cabendo à psicologia desvendá-la e compreendê-la, o que só seria possível havendo uma superação dos preconceitos naturalistas que embasam o experimentalismo (RAFFAELLI, 2004, LIMA, 2008).
O Existencialismo surge, então, como uma corrente filosófica na qual o homem é visto como ser-no-mundo. O homem passa a ser valorizado como um indivíduo que tem sua própria subjetividade, liberdade e responsabilidade por suas escolhas. Os principais pensadores existencialistas são Sören Kierkegaard, Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger e Jean Paul Sartre. Não se pode, no entanto, deixar de citar Buber e Binswanger que também contribuíram com suas idéias e pensamentos existencialistas. (LIMA, 2008).
No contexto histórico,o livro, A Revolução dos Bichos é também bastante atual. Nos mostra que muitos problemas que amargaram a sociedade menos favorecida da época, continua muito presente nos dias de hoje. O autoritarismo do porco Napoleão representa os poderosos da nossa sociedade capitalista. A ingenuidade dos outros animais representa a “cegueira branca” do povo ao se deixar influenciar por pessoas que não os representam moral, nem eticamente. A ilusão dos bichos de acreditar que por ser chefiados por outro animal suas vidas seria diferente, a ilusão de acreditar em tudo que o porco diz. Trata-se hoje, das pessoas, em sua maioria, que vivem alienadas, recolhidas no próprio sofrimento, sem forças pra lutar.
O autor nos faz refletir obrigatoriamente sobre a nossa vida, é inevitavel não se identificar com a realidade, inevitável não fazer uma comparação do nosso tempo. 
Em: “ todos os animais são iguais mas alguns animais são mais iguais que outros”. Refere-se à revolução Russa, mas na verdade cabe a todos os humanos (em construção... inacabado) não existe igualdade devido a concentração de poder nas mãos de poucos. Onde reina a soberania, a crueldade, o autoritarismo e o egoísmo.
“ Doze vozes gritavam, cheias de ódio, e eram todas iguais. Não havia dúvida, agora, quanto ao que sucedera à fisionomia dos porcos. As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez, mas já era impossivel distinguir quem era homem, quem era porco”. (ORWELL, 2001).
Conclusão
Em fenomenologia existencial, a questão é “o que é o homem”, ou “como é ser humano” a consciencia de ser humano é devido a existência. Tem sua base na existência e na liberdade de escolhas, mesmo quando não escolhemos, estamos escolhendo não o fazer.
Nesse contexto, percebe-se a necessidade de reconhecer no homem suas fraquezas, suas limitações como ser. Ao perceber em sí mesmo, na tentativa de chegar ao DASEIN (palavra alemã) que significa Ser-aí, ou seja; quando somos lançados no mundo, quando somos mestres da nossa própria história, responsáveis por nossas próprias escolhas. É assim que Heidegger nos coloca a refletir, nos faz questionar o sentido do ser.
George Orwell também teve esse papel, de agregar conhecimento. Um autor que em tempos difíceis presenteia os leitores com sua sabedoria e ao mesmo tempo com ironia, através de uma fábula despretenciosa, questionam a todos qual é nosso verdadeiro papel na sociedade. Qual o verdadeiro sentido da nossa existência. tanto para Heidegger, quanto para Orwell, o homem é um ser de grandes possibilidades.
 
 
Referências Bibliográficas
 ABNT http://biblioteca.fecap.br/wp-content/uploads/2016/03/Manual-ABNT_-regras-gerais-de-estilo-e-formata%C3%A7%C3%A3o-de-trabalhos-acad%C3%AAmicos.pdf 
BASTOS, Por Natacha. A revolução dos bichos = autor: George Orwell http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/a-revolucao-dos-bichos.html 
FERREIRA JR, prof. dr.wanderley j. HEIDEGGER – para uma nova concepção da existencia humana crítica à concepçao metafísica de homem. http://nepefe.fe.ufg.br/up/43/o/HEIDEGGERHOMEM.pdf
FRAZÃO, Por Dilva. Biografia de Martin Heidegger https://www.ebiografia.com/martin_heidegger/ 
 
LIMA, Beatriz Furtado. Alguns apontamentos sobre a origem das psicoterapias fenomenológico-existenciais. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672008000100006&lng=pt&nrm=iso 
ORWELL, George. A Revolução dos Bichos. 2. ed. São Paulo: Globo editora, 2001.128 p.
Programa de normalização de trabalhos acadêmicos: http://www.anhanguera.com/bibliotecas/biblioteca-virtual/pagina/normalizacao
SEIBT , Cezar Luís http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2012000100014 
SILVA, Jovânia Marques de Oliveira e; LOPES, Regina Lúcia Mendonça; DINIZ, Normélia Maria Freire. Fenomenologia http://www.scielo.br/pdf/reben/v61n2/a18v61n2.pdf
WERLE, Marco Aurélio. A angústia, o nada e a morte em Heidegger http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31732003000100004

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