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ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E SEPARAÇÃO DOS PODERES Prof. Ernani Calhao Art. 18 da CF a 43 (Título III - Da Organização do Estado) Art. 44 a 135 da CF - Da Organização dos Poderes Art. 136 a 144 da CF - Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas Livro base: Curso de Direito Constitucional (Gilmar Mendes) Raul Machado Horta: Direito Constitucional -------------- Federalismo de Cooperação: estados mais ricos provém os mais pobres. Princípio Federativo: art. 1o. Descentralização no exercício do poder político. Kelsen: há ordem jurídica central e ordens jurídicas parciais ou parcelares. A ordem jurídica central é Nacional e as ordens jurídicas parciais limitam-se às circunscrições dos entes federados. A reunião das duas ordens forma o ESTADO FEDERAL. A ideia chave é a descentralização de poderes. Não há hierarquia nem sobreposição. Fala-se em harmonia. A ordem jurídica nacional chama Constituição, as parcias chama-se Constituição Estadual e Lei Orgânica. Divisão Espacial do Poder: pressupõe três regimes jurídicos. Toda organização de estado leva em conta 3 regimes jurídicos: - As formas de Estado: critério territorial e descentralização político-administrativa. Estado Unitário e Estado Federal ou Estado Composto. - As formas de governo: modo de organização do poder e sua distribuição entre governantes e governados / nível de intervenção da sociedade no governo. Monarquias e Repúblicas. - Sistemas de governo: forma e conteúdo da divisão orgânica do poder. Presidencialismo e Parlamentarismo. AULA 08/08/2017 Forma de Estado: tem que ver com a territorialidade. Distribuição do poder no território (unitário ou federal/composto). Esse poder está centralizado (unitário) ou descentralizado (estado composto). Estado Unitário: ATENÇÃO a descentralização tanto política quanto administrativa é por mera delegação, liberalidade do poder central. Centralização política, poder em um único núcleo estatal, um único órgão legislativo, situado no poder central. Não há descentralização política, mas admite descentralização administrativa. Na atualidade, em grande parte dos Estados unitários, ocorre descentralização político-administrativa. - Puro: absoluta descentralização, não existe precedentes da história. - Descentralizado Administrativamente: modelo adotado na maior parte dos países. Poder central nomeia os administradores regionais. 1 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO - Descentralizado Política e Administrativamente: Espanha (comunidades autônomas), Itália (comunas) Portugal (províncias) e França (departamentos). Poder Central autoriza que aquela região tenha câmara legislativa. Estado Composto: - União Pessoal e União Real: Monarquias. São dois Estados soberanos ligados pela linha dinástica em uma só pessoa. União pessoal: os Estados conservam soberania interna e internacional. União Real: existe uma única pessoa jurídica de direito público internacional mas os estados conservam sua autonomia administrativa. - Confederação: União de Estados soberanos por tratado internacional para tarefas comuns: garantia da segurança interna e externa, defesa do território, etc. - Federação: formado por entes políticos autônomos, porém a soberania concentra-se apenas na União. No Federalismo o estado é composto é há descentralização de poder espacial. A ideia de descentralizar é ficar mais perto das pessoas. Origem do Estado Federal: baseada num pacto. Existência de vontades parcelares, autônomas, formando uma entidade central. Descentralização do exercício do poder político. Origem é Americana. Vem da Independência das antigas colônias britânicas nos EUA. 13 colônias se transformaram em 13 países independentes. Medo da invasão inglesa fez que esses 13 países abrissem mão da soberania e formasse uma federação. ATENÇÃO: confederação não é forma de Estado pois nela convivem várias soberanias. SABER NESSA UNIDADE 1: o que é federalismo, estado composto e estado unitário. Federalismo é pacto ou aliança onde convivem vários entes com poder autônomo. Presidente não manda nos estados e vice-versa. Tem autonomia e independência entre si. Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. TEXTO TEORIA GERAL DO FEDERALISMO DEMOCRÁTICO (Augusto Zimmermann) Estado: forma de organização política da época moderna, estabelecida para o domínio de um povo localizado num território qualquer. Difere de governo, pois esses são transitórios, estados permanecem. Conceito remonta Maquiavel. Elementos Constitutivos do Estado: povo, território e governo. Povo é a soma dos indivíduos dotados de identidades culturais comuns, que estão pertencentes ao mesmo conjunto territorial do Estado. Difere de população, pois essa abarca nacionais e estrangeiros. Estado com mais de um povo, tem-se caráter multinacional. Território é a base física e o limite de atuação jurídica do Estado. Usualmente espaço aéreo e águas interiores 2 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO e plataformas marítimas também integram o território. Governo representa o conjunto de órgãos estatais realizadores das funções por intermédio das quais o Estado objetiva os seus determinados fins. Há quem diga ainda que a soberania é um dos elementos constitutivos do Estado. Cada Estado, um único poder, supremo e indivisível. Formas de Estado: simples ou composta. A) Simples = estados unitários, possuem um único órgão de governo político. Monismo de poder. Normas jurídicas devem servir ao território nacional como um todo. A centralização política não exclui algumas formas de descentralização administrativa (França, Espanha, Portugal, Argentina, etc). B) Estado Composto: envolve a união de duas ou mais entidades políticas. Apresentam 4 formas: a) União Pessoal: quando dois ou mais Estados são submetidos ao governo de um único rei, em virtude de sucessão hereditária. Conservam soberania interna e internacional, ligando-se apenas pela pessoa física do soberano. b) União Real: quando dois ou mais Estados são submetidos ao governo de um único rei, em virtude de sucessão hereditária. Uma única figura jurídica no plano internacional. c) Confederação: união contratual de estados soberanos com objetivo comum. Os estados permanecem soberanos perante o direito internacional, mas submetidos por vontade própria, ao contrato confederativo. d) Federação: as unidades estaduais somente são reconhecidas através das regras de direito constitucional interno. C) Estado Regional: assemelha-se ao unitário, sem descentralização política, mas admite descentralização administrativa e legislativa, outorgadas pelo poder Central. Forma intermediária entre o Unitário e o Federal. Ex. Itália. D) Estado Autonômico: típico da Espanha, tal qual o regional, é marcado pela inexistência de descentralização polícia, mas admite descentralização administrativa e legislativa. Difere da italiana por constituir-se de ¨baixo para cima¨, pressão popular de constituir regiões autonômicas. Soberania: o chamamento último à autoridade máxima, investida de um poder supremo sobre todos os demais. Esse modelo de soberania entra em crise com a chamada globalização (empresas multinacionais, ongs, etc). Confederação Federação Pessoa Jurídica de Direito Público É um Estado perante a comunidade internacional. Membros são soberanos Membros da Federação são apenas autônomos para determinados fins constitucionalmente dispostos 3 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO Atividade especialmente para negócios externos Atividade externa e interna. Cidadãos são nacionais dos respectivos Estados confederados Todos os cidadãos são possuidores de uma mesma nacionalidade Estados ligados por um simples tratado Estados unidos pelo pacto federativo, Constituição formal e rígida. Cada Estado reserva-se o direito de nulificação, opondo-se livremente às decisões dos órgãos centrais. Decisões legais dos órgãos centrais (que respeitam a Constituição) são obrigatórias para todos Estados membros. Único órgão é o Congresso Confederal Poder central divide-se em Legislativo, Executivo e Judiciário Cada Estado guarda o direito de secessão, de romper ou retirar-se do pacto. A unidade é perpétua, União pode obrigar, coercitivamente, a permanência do Estado-membro insurgente. Estado federal: surge através da Constituição norte-americana de 1787. Forma sofisticada de organização política, federalismo reparte as competências estatais entre o órgão central (União) e as diversas regiões (Estados membros, províncias, cantões, etc). Competências são rígidas, esculpidas na Constituição Federal. Há um propósito descentralizador do poder estatal. Característica de descentralização política e tendência pluralista, que não devem ser confundidas com ausência de soberania. A soberania é pertencente ao Estado como um todo. A descentralização política indica uma perfeita relação de equilíbrio, num sistema de acomodação dos interesses gerais e específicos. Proporciona mais tolerância às diversidades naturais. Diversidade. Origem do Estado Federal é Americana. Nasceu a partir das antigas colônias britânicas nos EUA, organizadas em uma Confederação de Estados, mediante tratado de direito internacional. O intento era manter a soberania. Confederação não é um Estado. Nela convivem várias ordens soberanas. Depois disso, em 1787, a Convenção de Filadélfia repactuou a organização política, onde os Estados abdicaram da soberania para constituir a Federação. AULA 09/08/2017 O que é Estado? Ordem jurídica soberana, visando o bem comum, povo em determinado território. Estado Federal: pressuposto é a descentralização do poder político. Assentado em duas premissas básicas: 1) Soberania: no plano externo, é soberano perante outros estados, outros países. Plano internacional. Função típica de Estado Nação, país. Na CF, art.1 e 4. Noção de soberania é ligada a ideia de que cada país tem direito de buscar seu próprio caminho. Vem desde o tratado de Westphalia. O poder soberano é exercido apenas perante outros Estados Soberanos. 4 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO 2) Autonomia: no plano interno. Capacidade inerente a cada ente federativo de se autodeterminar, política e administrativamente, em função da descentralização de poderes. Na CF art. 18. Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Mas o que é autonomia política dos entes? Autonomia se desdobra: a) Auto-organização: União tem legislação própria (CF), Estados tem Constituição Estadual, Municípios têm Leis Orgânicas. São autônomos, mas nos termos dessa Constituição. Tem autonomia, mas não é ilimitada. b) Auto-legislação: tem parlamentos em cada ente. c) Auto-governo: cada ente tem autonomia para eleger seus representantes. d) Auto-administração: tem que ver com gestão. Ordenamento da União: CF + leis federais, decretos, etc. Incide sobre o território nacional. Ordenamento do Estado membro: eficácia é território estadual Município: eficácia no município. É preciso manter compatibilidade desses ordenamentos com a CF. CF é o elo de coexistência dessa estrutura normativa. Vontade Nacional: é o somatório das vontades parciais. Vontades parciais são a representação do povo de cada estado na câmara federal. Uma lei federal mostra o somatório dos estados e respectivas bancadas. Ao lado da câmara, tem o senado. Os senadores representam a federação, representam os interesses dos estados-membro. TIPOLOGIA 1) Histórica: doutrina faz menção a dois modelos de formação de estado federal: a) Federalismo Centrípeto (agregação): americano. Eram 13 países que abdicaram da soberania para criar a União. Estados abrem mão da soberania. Vários estados independentes se agregaram para formar o Estado Federal (EUA, Alemanha, Suíça). Fortalecimento do poder federal. b) Federalismo Centrífugo (desagregado): Brasil. Era estado unitário, desagregou em estados-membro. Mantém a unidade no centro, mas descentraliza. A descentralização implicou a autonomia política dos Estados. Preservação do poder estadual 2) Espacial: a) Federalismo Dual (simétrico): separação é rígida. Modelo clássico, dois entes. Modelo americano. Simétrico porque o poder da União e dos Estados são iguais. Estados têm força. Poderes são separados. Característica do campo de atuação dos entes federativos: i) Rígidos; ii) Exclusivos e reciprocamente limitadores, cujos ocupantes governamentais se defrontavam como iguais e absolutos. 5 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO b) Federalismo Cooperativo (assimétrico): separação flexível. Faz transferências de recursos de estados mais ricos para os mais pobres. Inexiste separação rígida na distribuição de atribuições e competências de cada ente federativo. Brasil: federalismo é trino (União, estados e municípios). Simétrico mas admite assimetria. Simétricos porque todos os estados-membro tem a mesma autonomia. Mas em termos fiscais, assimétrico. O que se arrecada num lugar, vai para União redistribuir. Características do Federalismo: descentralização, participação das unidades federadas. Rigidez Constitucional. Difícil mudar a Constituição. Necessidade de um tribunal constitucional: a) Descentralização Política b) Repartição de competências c) Constituição Rígida como Base Jurídica d) Inexistência de direito de secessão e) Soberania do Estado federal f) Intervenção g) Auto-organização dos Estados Membros h) Órgão Representativo dos Estados Membros i) Guardião da Constituição j) Repartição de Receitas AULA 15/08/2017 Rigidez é uma das condições para Constituição Federalista, que impeça alteração por maiorias efêmeras. Tribunal Constitucional: forma de solucionar atrito entre membros da federação. Em algumas matérias também tem a última palavra (ex. Controle de constitucionalidade). REPARTICAO de COMPETENCIAS É a competência a medida do Poder. Dá também a de fixar impostos. Dá a competência para prestar serviço, mas também o de tributar. Sem fonte de recursos não há encargos. Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. Ainda na teoria geral…: Princípio da subsidiariedade: na teoria, o poder local deve ser o mais importante. Se não resolver na base, o problema é levado para a instância regional. Se não resolve no estado, 6 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO a solução será dada pela União. Isso na teoria. Na prática, não respeitamos esse princípio. No federalismo a União só intervém quando as instâncias regionais e locais não puderam atender aos interesses comuns. Intervenção Federal: mecanismo de sobrevivência da federação. Arts. 34 a 36. União intervém no Estado e Estado no município. Para garantir a unidade do pacto federativo. Exemplo: proibição da separação, secessão. Pressupõe a existência de um Tribunal Constitucional que vai dirimir controvérsias sobre o exercício das competências e nos casos de ferimento do pacto federativo . ESTADOS-MEMBRO: Autonomia, descentralização do poder político e administrativo. Coexistência de duplo poder normativo (Da União e dos Estados Membros). FEDERALISMO NA CF: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Palavra chave: autonomia nos termos da CF. Autonomia pressupõe uma obediência a uma competência. É princípio fundamental do Estado e cláusula pétrea. Princípios: autonomia e participação política. Repartição constitucional de competências entre a União, Estados, DF e Municípios. Indissolubilidade do vínculo federativo. § 1º Brasília é a Capital Federal. (Não é sede de Município, mas sede do Governo Federal. É ¨cidade-centro¨, ¨civitas civitatum¨. Autonomia do Distrito Federal. É também sede do governo do Distrito Federal) § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. Território é uma região que não tem autonomia financeira para sua emancipação política. A União nomeava um governador para tomar conta. § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. AULA 16/08/17 União: ente central da Federação. Artigo 41 do CC (pessoa de direito público interno e externo). Exerce as atribuições da soberania do Estado brasileiro. Chefe de Estado (pessoa jurídica de Direito Público Externo). Exerce também a Chefia de Governo, sendo ente 7 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO central com autonomia em relação aos demais (pessoa jurídica de direito público interno). Possui bens, nos termos do art. 20 da CF. União = estado federal Competência na Ordem Internacional, pessoa jurídica de direito externo ou internacional. Chefia do Estado. União = Interno Chefia do Governo. Autonomia Tríplice Capacidade (autogoverno, auto-organização, auto-administração). Constituição Federal e Lei Federal. Art. 20 a 24. Estados-membro Chefia de Governo. Autonomia e a Tríplice capacidade. Constituição Estadual e Leis Estaduais. Art. 25 Municípios Chefia de Governo. Autonomia e Tríplice Capacidade. Lei Orgânica e legislação municipal. Art. 29 Distrito Federal Chefia de Governo. Autonomia e Tríplice capacidade. Lei Orgânica Distrital e legislação distrital. Art. 32. Tem todas as competências legislativas e tributárias reservadas aos estados e municípios, exceto a capacidade de legislar sobre a organização judiciária do MP e Defensoria do DF, que compete à União. Territórios Federais Não tem governo autônomo (só descentralização administrativa), podem dividir-se em municípios. Art. 33. Não tem autonomia, nem tríplice capacidade. Não tem lei de organização. Não é ente autônomo. União tem duplo papel. De Estado e de Governo. Art. 20 elenca o que são bens da União. Destaque para potencial hidráulico (para geração de energia), recursos minerais e subsolo. Exploração é do Estado Nação, da União. É detentora dos recursos naturais. A CF autoriza ainda Estados e Municípios a obterem royalties da exploração de petróleo, gás natural, recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e outros recursos minerais. Art. 20. São bens da União: I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e 8 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as áreas referidas no art. 26, II; IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005) V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; VI - o mar territorial; VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; VIII - os potenciais de energia hidráulica; IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. § 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. Caso dos Royalties do Petróleo: lei alterou forma de distribuição. Todos os entes passaram a ter direito de participar da riqueza. ESTADOS-MEMBRO: tem autonomia, Constituição própria, etc. Art. 25: a) Autonomia Estadual: tríplice capacidade de auto-organização / normatização própria; autogoverno e autoadministração. b) Constituições Estaduais e legislação própria; c) Escolha dos representantes do Legislativo e do Executivo pelo próprio povo do Estado; d) Organiza o Poder Judiciário e) Se auto administram no exercício de suas competências administrativas, legislativas e tributárias definidas constitucionalmente. Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. 9 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995) § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. Competências Estados: o que não for da União ou dos Municípios é do Estado. Regiões Metropolitanas: art. 25 § 3. Competência para criar é do Estado! Mediante LEI COMPLEMENTAR. MUNICÍPIO: art. 29 Autonomia municipal: capacidade de auto organização, autogoverno e autoadministração. Lei Orgânica Municipal: organizar os órgãos da Administração; a relação entre Executivo e Legislativo; competência legislativa do município, as regras do processo legislativo municipal e regulamentação orçamentária. Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País; II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição; IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito) (Vide ADIN 4307) V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de 10 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998) VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembléia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) DISTRITO FEDERAL: é ente federativo autônomo. Não é nem Estado-membro, nem Município. Tem a tríplice capacidade (auto-organização; auto-governo; auto-administração), mas não pode transformar sua área em Municípios. NÃO PODE DIVIDIR EM MUNICÍPIOS. Se auto-organiza em Lei Orgânica. Eleição de governador e vice-governador. Câmara Legislativa: deputados distritais. TERRITÓRIOS: art. 33. Não são componentes do Estado Federal. Constituem simples descentralização administrativa-territorial da própria União. Atualmente não existem, mas podem ser criados. Processo de formação do Estado: a) Incorporação: dá-se por agregação, com extinção do agregado (Guanabara + Rio = Estado do Rio). b) Fusão: pela união de dois ou mais Estados, surgindo um novo c) Subdivisão: um estado se subdivide em dois novos estados (Goiás e Tocantins) d) Desmembramento: ou anexação, a alteração é apenas de limites territoriais. Art. 18: 11 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Processo de formação de municípios: a) Lei complementar federal (estabelece o período possível para a criação); b) Lei ordinária federal (prevê os requisitos genéricos exigíveis e estudos de viabilidade municipal) c) Consulta prévia, através de plebiscito à população dos municípios diretamente interessados; d) Lei ordinária estadual criando especificamente determinado município. Art. 18: § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996) Vedacoes constitucionais de natureza federativa (art. 19): a) Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; b) Recusar fé aos documentos públicos; c) Criar distinções entre brasileiros (princípio da isonomia federativa) ou preferências entre si (imunidade tributária recíproca). AULA 23/08/17 REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS Competência é a medida do poder. Qual é a extensão das atribuições que aquele ente tem. José Afonso da Silva: é a faculdade juridicamente atribuída a uma entidade, a um ente federativo, para emitir decisões. Na Federação cada ente tem uma esfera de competência. Princípio da Predominância do Interesse: que determina as competências. a) União: prevalece interesse geral. Garantir a unidade. Ex. política nacional de transportes, normas de licitação; b) Estados: prevalece interesse regional. Regional é mais limitado que o geral. Competência residual. c) Municípios: prevalece interesse local. d) Distrito Federal: natureza híbrida, regional e local. Quatro pontos básicos de competências administrativa e legislativa:: 1) Reserva de campos específicos de competência administrativa e legislativa: 12 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO a) União = poderes enumerados (art. 21 e 22) b) Estados = poderes remanescentes (art. 25, § 1o) c) Municípios = poderes enumerados (art. 30) d) DF = Estados + Municípios (art. 32, § 1o) 2) Possibilidade de delegação: art. 22 = lei complementar federal poderá autorizar estados a legislar sobre questões específicas das matérias de competência privativa da União; 3) Áreas comuns de atuação administrativa paralela: art. 23 4) Áreas de atuação legislativa concorrentes: art. 24 Note que não trabalhamos aqui com o princípio da subsidiariedade (de baixo para cima), mas da predominância do interesse geral (de cima para baixo). Quando há conflito, olhar sempre qual é o interesse geral? Depois o regional e por último o local. Mas o princípio da predominância do interesse não soluciona todos os problemas de repartição de competências. Pode ocorrer de um interesse ser de interesse de mais de 2 Estados. Daí porque nossa Constituição ter adotado um sistema complexo, combinando um critério antigo (Repartição Horizontal) e outro contemporâneo (Repartição Vertical ou Concorrente). Nós temos uma repartição horizontal: União: poderes enumerados Estados: poderes remanescentes Municípios: poderes reservados. Interesse local. E uma repartição vertical: União: normas gerais Estados: normas suplementares Municípios: suplementar estado e federal no que couber. A repartição horizontal (reserva de competências) é uma forma de competência histórica (vem do federalismo americano). A repartição vertical vem do federalismo europeu. Vai inserir a ideia do Estado Social, nasce da concepção socialista (igualdade). A cada um de acordo com sua necessidade. A técnica de fixação de competências comuns dos entes da Federação está relacionada ao federalismo cooperativo. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionai 13 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Ou seja, observadas as assimetrias, tem que tratar de minimizá-las. -------------- Federalismo Brasileiro: a) Uma competência mista a ser explorada pela Federação e pelos Estados, conforme estabelecido na CF; b) Mantém a prevalência da lei federal sobre a estadual; c) Amplia a participação dos Estados mediante a colaboração com a União. Chamado federalismo de equilíbrio, o poder federal não inibe os poderes estaduais. 1) Competência Exclusiva: competência unitária, indelegável, que não admite suplementação / competência geral da União (art. 21: compete à União…) 2) Competência de Legislação Privativa: pode ser delegada (art. 22: compete privativamente à União legislar sobre… Parágrafo Único: lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo). 3) Competência concorrente ou Material Comum: pode ser exercida por mais de um ente (Art. 23: É competência comum da União, dos Estados, do DF e dos Municípios… Parágrafo único: leis complementares fixarão normas para a cooperação entre os entes, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem estar em âmbito nacional). 4) Competência Concorrente Suplementar: decorre da inércia do ente em regular determinada matéria, sendo exercida por outro interessado (art. 24: Compete à União, aos Estados e ao DF legislar concorrentemente …. § 1: no âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2: a competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3: inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4: A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Art. 21: competência (exclusiva) da União. Todas as competências de fazer. Art. 22: compete privativamente à União LEGISLAR. Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. No parágrafo único do art. 22 está a exceção. Lei Complementar poderá autorizar os estados legislar sobre questões específicas. Exemplo clássico de competência concorrente. Já o artigo 23 fala de competências comuns dos entes. Competências materiais. Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do 14 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Estes temas são temas de cooperação! Cooperação da nação. Já o art. 24, compete legislar concorrentemente aos três entes. Já no § 2 e 3 do art. 24 fala da competência suplementar. Norma material: norma administrativa. Art. 21 e 23 Norma legislativa. Arts. 22 e 24. Competência Material: a) Exclusiva: i) Art. 21. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II - declarar a guerra e celebrar a paz; III - assegurar a defesa nacional; IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; b) Comum: i) Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Estes temas são temas de cooperação! Cooperação da nação) c) Privativa material do município: i) Art. 30. Compete aos Municípios: V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada 15 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. d) Subsidiária: i) Art. 25. § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995) Competência Legislativa: a) Competência legislativa privativa: i) Da União: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; II - desapropriação; III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; V - serviço postal; VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. (União somente poderá efetivar a delegação por meio de Lei Complementar. Mesmo assim, não poderá delegar toda a matéria contida no inciso, mas tão somente questões específicas das matérias relacionadas (ex. LC 101/2000: legislação sobre piso salarial. Matéria trabalhista). Não pode a delegação beneficiar somente um ou alguns estados). (há uma correspondência entre as competências materiais da União e as suas competências legislativas, porque na maior parte das vezes, a execução da atividade deve basear-se em uma norma legal, ou seja demanda uma legislação. Por isso existe uma correlação entre o artigo 21 (competência material) e o artigo 22 (competência legislativa). ii) Dos Estados: Art. 25, § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. 16 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO iii) Dos Municípios: art. 30, I - legislar sobre assuntos de interesse local b) Competência Legislativa Concorrente (União, Estados e DF): i) Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II - orçamento; III - juntas comerciais; IV - custas dos serviços forenses; V - produção e consumo…. ii) Concorrente Geral (União): art. 24, § 1: § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. iii) Concorrente Suplementar (Estados e DF): art. 24, § 2: § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Nos incisos do art. 24 a União estabelece as normas gerais e os Estados e DF as normas suplementares. Município não entra aqui. Se União não legislar sobre matéria geral, os Estados podem exercer a competência legislativa plena, para atender às suas peculiaridades. Se a União vier a legislar depois, suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. A competência legislativa concorrente é NÃO CUMULATIVA, o que difere da competência concorrente comum, que é cumulativa. União legisla sobre normas gerais. Estados e DF, criam normas específicas, preenchendo os vazios deixados pela legislação federal, por meio de COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR. Essa competência suplementar pode se dar por competência complementar dos Estados e DF, quando especifica as particularidades trazidas pela norma geral da União; ou competência suplementar quando inerte a União e Estados e DF editam normas gerais). c) Competência legislativa delegada (União para Estados): Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; II - desapropriação; III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; V - serviço postal; Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 17 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO d) Competência legislativa subsidiária dos Estados: Art. 25: § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. e) Competência Legislativa Suplementar dos Municípios: Art. 30: Compete aos Municípios II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; ESQUEMA LIVRO ALEXANDRE DE MORAES: Competência administrativa: 1) Exclusiva: a) Poderes enumerados i) União = art. 21 ii) Municípios = art. 30 b) Poderes reservados / remanescentes: tudo que não for da União, dos Municípios ou Comuns. i) Estados = art. 25, § 1o 2) Comum: a) Cumulativa ou paralela = art. 23 (lei complementar fixará as normas de cooperação que visam equilíbrio, desenvolvimento bem-estar). i) União / Estados / Municípios / DF Competência Legislativa: 1) União: a) Competências Privativas (art. 22) b) Possibilidade de delegação (art. 22, § único) c) Competência concorrente U / E / DF (art. 24) 2) Estados: a) Competência remanescente (art. 25) b) Competência delegada (art. 22, § único) c) Competência concorrente U / E / DF (art. 24) d) Competência Supletiva: competência legislativa plena quando União permanece inerte (art. 24, § 3 e § 4) 3) Distrito Federal: a) Competência reservada (art. 32, § 1o). Reservadas aos Estados e Municípios. 4) Município: a) Competência Exclusiva (art. 30) b) Competência Suplementar (art. 30, II) = suplementar a legislação federal e estadual no que couber. 18 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO AULA 29/08/2017 Tópico 2: modelos de competência: - Repartição horizontal e federalismo dual - Repartição e federalismo cooperativo (nosso / vertical) Tópico 3: repartição de competencias na CF 88 - Nosso modelo é horizontal e vertical - Competências privativas da União - Competências materiais (exclusivas) privativas: competências em que estado-nação não tem como abrir mão. Há correspondência entre material (administrativa) e legislativa, via de regra: - Legislar sobre água / explorar água… ou seja, toda competência material precisa de uma regulamentação. - Delegação: salário mínimo nacional, regional, etc. - Competências remanescentes dos estados: explícitas para União e remanescentes para Estados. - Competências materiais dos municípios: competência do município é mista; tanto competência explícita, mas também competência remanescente (art. 30). O que é local? No município tem fórmula interessante: competência remanescente (local é do município) e suplementar (no que couber, concorrente, cabe a mais de um ente). - Competências comuns (art. 23) materiais concorrentes: - Formas de cooperação: ainda art. 23 § único. AULA 05/09/2017 INTERVENÇÃO FEDERAL União terá que intervir nos Estados e Estados nos Municípios, quando ente federativo praticar algum ato contrário a existência da própria federação. É a suspensão da AUTONOMIA por determinado período. É temporário e excepcional. Princípios que regem a intervenção: - Princípio da não intervenção: é a regra, sempre que houver outra medida menos gravosa e apta a assegurar a manutenção da federação, ela será preferível à intervenção. - Princípio da Taxatividade: previstas de modo categórico as possibilidades de utilização, nos arts. 34 e 35 da CF. - Princípio da Temporariedade: durar o tempo necessário para corrigir e nada mais. Espécies de Intervenção: a) Intervenção Federal: realizada pela União nos Estados, DF ou Municípios localizados em Territórios federais. b) Intervenção Estadual: realizada pelos Estados nos Municípios localizados em seu território. 19 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO c) Exceções: i) DF pode sofrer intervenção da União, mas não pode intervir nas cidades satélite, pois estas não têm autonomia; ii) Territórios não sofrem intervenção federal, mas municípios localizados em Territórios Federais podem sofrer intervenção da União. Processo de intervenção: será decretada pelo presidente da república, art. 84, X da Cf. Normalmente ouve Conselho da República e/ou Conselho Defesa Nacional. Ouvido os Conselhos analisa: pressupostos materiais, formais, baixa o decreto. Em 24 horas tem que submeter o ato ao Congresso Nacional. Pressupostos Materiais (art 34): 1) Defesa nacional; 2) Defesa da ordem pública: União só intervirá se o Estado não conseguir restabelecer a normalidade. Será ilegítima a intervenção da União caso o Estado consiga resolver a questão internamente; 3) Proteger o Livre Exercício dos Poderes Constitucionais das Unidades da Federação: intervir sempre que um poder estiver sendo coagido ou impedido de exercer livremente as suas funções; 4) Reorganizar as finanças das unidades federativas: se entidade federada suspender o pagamento de dívida fundada, deixar de entregar aos municípios as receitas tributárias fixadas na CF; 5) Para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial: quando Estado se nega a cumprir lei federal e não é corrigido pelos órgãos judiciários; 6) Para assegurar a observância dos princípios constitucionais sensíveis: forma republicana e democracia, direitos da pessoa humana, autonomia municipal, prestação de contas da administração, aplicação do mínimo exigido em saúde e educação. Pressupostos Formais: 1) Espontânea pelo presidente da república: decretada de ofício pelo presidente, para os motivos de defesa nacional, invasão, ordem pública e reorganização das finanças. 2) Provocada (depende de regras procedimentais art. 36): provocação por solicitação de um dos 3 poderes (solicitação do poder legislativo ou executivo coacto. É ato discricionário do Presidente da República). Ou por REQUISIÇÃO do Poder Judiciário. Decreto Interventivo: nos termos do art. 84, X, compete privativamente ao Presidente da República. O decreto deverá conter: a) A amplitude da intervenção; b) O prazo de duração da medida c) As condições em que a intervenção será executada d) A indicação do interventor, se for necessária esta nomeação. As funções do interventor são limitadas ao decreto. O interventor agirá em nome da União somente quanto aos atos de império. Atos de gestão serão praticados pela entidade que sofre 20 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO a intervenção (são os atos para manter a administração estadual em funcionamento que não guardam relação com a intervenção). Controle da Intervenção: 1) Político: pelo Congresso Nacional, prazo de 24 horas. Se confirmação, decreto legislativo por maioria simples. Se reprovação, suspende decreto presidencial. Desnecessidade de controle político: (art. 34, VI e VII), competência do STF que requisitou ao Presidente a intervenção nos casos de prover a execução de lei federal, ordem judicial ou proteger os princípios constitucionais sensíveis. 2) Judicial: apenas para verificacao da observância dos procedimentos constitucionalmente enunciados. Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; (Bem sensível… União só pode intervir se o Estado não conseguir restabelecer a normalidade. Será ilegítima a intervenção da União caso o Estado consiga resolver a questão internamente). IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; (Executivo, Legislativo, Judiciário. V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: (princípios constitucionais sensíveis - tocam as cláusulas pétreas) a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; 21 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) TODOS ESSES SÃO ASPECTOS MATERIAIS VEJAMOS AGORA OS ASPECTOS FORMAIS DA INTERVENÇÃO: para dar segurança jurídica. Há uma intervenção espontânea (CF art. 34, I, II, II e V) e outra provocada (art. 36, I, II, III). Na provocada vai ser por solicitação. Na outra por requisição. Qual a diferença? Requisição é forte, Judiciário já decidiu pela intervenção. Presidente não tem outro caminho a não ser baixar o decreto. Já na espontânea, o presidente abre o processo por questões de integridade, invasão, ordem e finanças. Depois que o ato é baixado, deve chamar o Congresso de forma imediata. AULA 06/09/2017 Continuando Intervencao … Nas questões políticas (solicitação) ouve-se o parlamento. Nas jurídicas, o Judiciário (requisição é uma ordem). Intervenção nos municípios: art. 35 - Verificar os incisos - No inciso IV a competência para propor a representação é do Procurador Geral do Estado. Submete ao Tribunal de Justiça. Não precisa ouvir a Assembléia. Decreto Interventivo: art. 84, X da CF Ato de gestão é o dia a dia do Estado. Interventor vai cumprir o que o governador se nega a fazer. Intervenção não é destituição. Cessada a ilegalidade, retorna-se a normalidade. Controle da intervenção: político e judicial (não é o controle do Supremo pelo Supremo, mas se um dos pressupostos formais não for atendido, pode declarar o decreto de intervenção ilegal). 22 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO ESTUDO DA CF/88 POR ARTIGO / LIVRO GILMAR MENDES Características do Estado Federal: ● Soberania e Autonomia: ○ Soberania é atributo do Estado Federal como um todo ○ Autonomia: dos estados-membros, que pressupõe descentralização do poder político e administrativo. Criar e executar leis. Sobre as pessoas há uma dúplice esfera de poder normativo, a da União e a dos estados-membros. ● Existência de uma Constituição Federal: que organiza e distribui competências. Deve ser rígida e deve ainda conter cláusula pétrea que impeça a União de transformar a federação em estado unitário. ● Repartição de Competências prevista Constitucionalmente: de atribuições e tambeḿ de repartição de recursos. Meio também para promover maior equilíbrio socioeconômico regional. ● Participação dos Estados-membros na vontade federal: principalmente na formação das câmaras altas (senado), que confere participação paritária aos estados-membro. ● Inexistência de direito de secessão: fato que não ocorre na confederação. ● Conflitos: cabe a Suprema Corte dirimir os conflitos. União dispõe ainda do mecanismo da intervenção para assegurar o cumprimento da CF. Definição de Estado Federal: é um modo de ser do Estado em que se divisa uma organização descentralizada, tanto administrativa quanto politicamente, erigida sobre uma repartição de competências entre o governo central e os locais, consagrada da CF, em que os Estados federados participam das deliberações da União, sem dispor do direito de secessão. Há uma Suprema Corte com jurisdição nacional e é previsto mecanismo de intervenção federal. O Estado Federal Brasileiro ● União: é fruto da junção dos Estados, é indissolúvel. É quem age em nome da Federação. No plano legislativo, edita leis nacionais (incidência sobre todos os habitantes do território nacional e outras esferas da Federação) e leis federais (que incidem sobre os jurisdicionados da União, servidores federais e aparelho administrativo da União). Tem bens próprios definidos no art. 20 Art. 20. São bens da União: I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, 23 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO e as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005) V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; VI - o mar territorial; VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; VIII - os potenciais de energia hidráulica; IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. § 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. ● Intervenção Federal: mecanismo drástico, excepcional destinado a manter a integridade da CF, enumerados taxativamente no art. 34 da CF/88. A intervenção federal somente pode recair sobre Estado-membro, Distrito Federal ou Municípios integrantes de território federal. Não cabe intervenção federal em Municípios integrantes de Estados-membros, mesmo que a medida seja pedida por desrespeito, por parte do Município, de decisões de tribunais federais. Só Estado-membro pode intervir em Município. Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 24 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO Procedimento: somente o presidente da república é competente para decretar a intervenção federal. Alguns casos ele atua sem a provocação de ninguém: I - integridade nacional II - repelir invasão estrangeira III - grave comprometimento da ordem pública V - reorganizar as finanças da unidade da federação (deixar de pagar dívida fundada / deixar de entregar aos municípios receita tributária). Pode ser solicitado pelo governador ou assembléia legislativa, nos termos do inciso IV: garantir livre exercício dos poderes nas unidades da federação. Se a coação recai sobre o Judiciário, a medida será requerida pelo Supremo Tribunal Federal. Nas duas hipóteses acima, a intervenção não é obrigatória para o Presidente da República. Já a intervenção será requisitada pelo Supremo Tribunal Federal, pelo Superior Tribunal de Justiça ou pelo Tribunal Superior Eleitoral, em caso de descumprimento de ordem ou decisão judicial (inciso VI: prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial). Pode ainda resultar de provimento de ação de lei federal proposta pelo Procurador Geral da República, perante o Supremo Tribunal Federal, ou representação por inconstitucionalidade, para garantir o cumprimento pelos Estados dos princípios constitucionais sensíveis. Todas essas modalidades passam pelo controle jurídico e não há discricionariedade do presidente da república. Repartição de Competências: repartição tanto horizontal quanto vertical, tanto nas legislativas quanto materiais. A Constituição efetua a repartição de competências em seis planos, a saber: 1) Competência geral da União (material): (art. 21) bastante ampla, abrangendo temas que envolvem o exercício de poderes de soberano , ou que por motivos de segurança ou de eficiência, devem ser objeto de atenção do governo central. Além disso, fala em manter relações com estados estrangeiros. 2) Competência de legislação privativa da União: (art. 22) não é exaustivo. Parágrafo único prevê a possibilidade de Lei Complementar Federal vir a autorizar que Estados legislem sobre questões específicas de matérias relacionadas no artigo. 3) Competência relativa aos poderes reservados dos Estados: são reservadas aos Estados as competências não vedadas pela CF (art. 25). Além desses poderes ditos remanescentes ou residuais, algumas competências foram expressamente designadas (§ 2 e 3 do art. 25 = exploração dos serviços de gás canalizado e instituir regiões metropolitanas). Também é competência legislativa estadual, respeitando período fixado em lei complementar federal, criar, fundir e desmembrar Municípios. 4) Competência comum material da União, Estados, DF e Municípios (competências concorrentes administrativas): combina os esforços de todos os entes (art. 23). Leis Complementares fixarão normas para o exercício dessa cooperação. A finalidade é evitar choques e a dispersão de esforços. Se houver choque, há que se considerar o critério de preponderância do interesse. Mesmo não havendo hierarquia entre os entes que compõem a Federação, pode-se falar em hierarquia de interesses, em que os mais amplos (União) devem preferir aos mais restritos (Estados). 25 ANOTAÇÕES DE AULA - BRUNO CAETANO 5) Competência legislativa concorrente: condomínio legislativo, em que as normas gerais serão editadas pela União e as normas específicas pelos Estados (art. 24: direito tributário, previdenciário, meio-ambiente, educação, cultura, etc). Os parágrafos disciplinam a divisão de tarefas. União edita as normas gerais que não desce aos pormenores. Os Estados
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