Buscar

Resumo livro: Aplicabilidade das normas constitucionais

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

A constituição, como sistema de normas jurídicas, é que constituirá o objeto nuclear de nossa preocupação, não como norma pura, desvinculada da realidade social e vazia de conteúdo axiológico, mas como uma estrutura, considerada como uma conexão de sentido, o que envolve um conjunto de valores. Pois, como assinala Herman Heller, se se prescinde da normalidade social positivamente valorada, a constituição, como mera formação normativa de sentido, sempre diz muito pouco. 
Constituição em sentido sociológico
O sociologismo concebe o Direito como fato social.
São resultados de algo que se encontra em relação concreta e viva com as forças sociais, em determinado lugar e em determinada conjuntura histórica, cabendo ao constituinte, se tanto, apenas reunir e sistematizar esses dados concretos num documento formal, que só teria sentido na medida em que correspondesse àquelas relações materiais que representam a verdadeira e efetiva constituição. 
Lassalle é exímio represente do sociologismo constitucional. Para ele, constituição de um país é, em essência, a soma dos fatores reais do poder que regem esse país. Os fatores reais do poder convertem-se em fatores jurídicos quando, observados certos procedimentos, são transportados para "uma folha de papel", recebem expressão escrita; então, desde esse momento, incorporados a um papel, já não são simples fatores reais de poder, mas transmudam-se em direito, em instituições jurídicas, e quem atentar contra eles atentará contra a lei, e será castigado. Segundo Lassalle, relacionam-se as duas constituições de um país: a real efetiva, formada pela soma dos fatores reais e efetivos que regem na sociedade, e a escrita, a que, para distinguir daquela, ele denomina folha de papel. A constituição escrita só é boa e durável quando corresponde à constituição real, àquela que tem suas raízes nos fatores de poder que regem no país. 
Os problemas – afirma Lassalle - constitucionais não são, primariamente, problemas de direito, mas de poder, a verdadeira constituição é a real e efetiva; as constituições escritas não têm valor nem são duráveis, senão na medida em que dão expressão fiel aos fatores de poder imperantes na realidade social. 
Charles A. Beard, numa pesquisa sobre os interesses que há por trás da constituição, publicou uma obra em 1913 que causou enorme impacto na literatura constitucional norte-americana. Procede ele a uma interpretação econômica da Constituição dos EUA, demonstrando "que é inteiramente falso o conceito de que a Constituição é uma peça de legislação abstrata, onde não se reflete nenhum interesse do grupo e não se reconhece nenhum antagonismo econômico. Pelo contrário, foi um documento desta índole, feito com extraordinária destreza por homens que tinham, na balança, seus direitos de propriedade, e que, em razão do mesmo, invocaram, direta e certeiramente, os interesses análogos do país em geral."
O próprio Ruy Barbosa já dizia que as constituições são consequências da irresistível evolução econômica do mundo. 
Sociológica é também a concepção marxista da constituição. Na concepção marxista, os interesses da classe dominante, representando a norma suprema da organização estatal, determinada pelas condições da existência material. 
Constituição em sentido político
No fundo, a concepção política da constituição revela certa faceta do sociologismo, segundo a formulação de Carl Schmitt, que a considera como decisão política fundamental. 
Para decantar esse conceito de constituição, Schmitt pesquisou, na literatura político-jurídica, todos os sentidos do vocábulo constituição, classificando-os em quatro grupos: 
A) Sentido absoluto: a constituição é considerada como um todo unitário, significando: o próprio Estado, o Estado é a constituição. Dever-ser, regulação legal fundamental, isto é, um sistema de normas supremas, normas de normas, normação total da vida do Estado, lei das leis. 
B) Sentido relativo: nesse caso, tem-se a constituição em sentido formal, constituição escrita, igual a uma série de leis constitucionais, identifica com o conceito de constituição rígida. 
C) Sentido ideal: nesse caso só existirá constituição quando um documento escrito corresponder a certo ideal de organização política, adotando determinadas ideologias e soluções, consideradas como as únicas legítimas. 
D) Sentido positivo: a constituição é considerada como decisão política fundamental, decisão concreta de conjunto sobre o modo e forma de existência da unidade política. A constituição em sentido positivo surge através de um ato do poder constituinte; nesse sentido, a constituição só contém a determinada nação consciente da concreta forma de conjunto pela qual se pronuncia ou decide a unidade política. Esse, para Schmitt, é o único e verdadeiro conceito de constituição. 
Para Schmitt a essência da constituição não se acha numa lei, ou norma, mas no fundo ou por detrás de toda normatividade está numa decisão política do titular do poder constituinte, isto é, do povo na democracia, e do monarca na monarquia autêntica. 
Constituição em sentido jurídico
 A constituição se apresenta essencialmente como norma jurídica, norma fundamental, ou lei fundamental de organização do Estado e da vida jurídica de um país. A constituição é, pois, um sistema de normas. 
Essa concepção nasceu com o constitucionalismo moderno está vinculada à ideia de Estado liberal e ao racionalismo. Só seria, pois, constituição aquilo que realizasse o ideal do Estado liberal, traduzido num documento escrito que contivesse a organização do poder político, estruturado segundo a teoria da separação dos Poderes, e uma declaração formal dos direitos fundamentais do homem. 
A constituição jurídica da constituição coloca-se em posição antagônica à concepção sociológica. Kelsen levou-a às últimas consequências. Sua teoria do Direito visa expurgar a ciência jurídica de toda classe de juízo de valor moral ou político, social ou filosófico. 
A palavra constituição é tomada por Kelsen em dois sentidos; no lógico-jurídico e no jurídico-positivo. A constituição jurídico-positiva, na concepção kelseniana equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regulam a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau; ou certo documento solene, conjunto de normas jurídicas que somente podem ser alteradas observando-se certas prescrições especiais. 
Constituição em sentido formal
A constituição em sentido formal não é outra coisa senão uma série de leis constitucionais escritas, porque contém numerosas prescrições particulares que só foram inscritas nela para ficarem ao abrigo das cambiantes maiorias parlamentares, e porque os partidos que determinam o conteúdo da constituição aproveitam o ensejo para emprestar o caráter de leis constitucionais a seus postulados. O conceito formal, aqui considerado, opõe-se ao conceito de constituição em sentido material, lato sensu. 
A constituição em sentido material é concebida, em doutrina, numa acepção ampla e noutra restrita. No sentido amplo, identifica-se com a organização do Estado, com regime político; significa a situação total da unidade e ordenação política, ou a concreta situação de conjunto da unidade política e ordenação social de determinado Estado, para usarmos expressões de Carl Schmitt, que, nesse caso, apresenta um dos conceitos absolutos da constituição. 
O conceito, aqui adotado, de constituição formal corresponde ao conceito de constituição escrita e rígida, constituição como norma objetiva legislada. 
Constituição rígida e normas constitucionais
Constituições rígidas são necessariamente escritas, mas, nem toda constituição escrita é rígida. 
Rigidez constitucional significa imutabilidade da constituição por processos ordinários de elaboração legislativa. Sob esse aspecto, trata-se de problema de natureza puramente formal, jurídica: só as constituições escritas entram nesse conceito. 
A constituição rígida, por seu caráter fundamentalmente sintético, não pode descer a pormenores, a assuntos tidos como de menor relevo, ou
que devem constituir apenas desdobramentos de normas e princípios constitucionais. Não pode, nem deve, regular todos os assuntos, todas as instituições políticas; por isso, deixa muitos deles às leis ordinárias, ou complementares.
Estrutura lógica e natureza de normas constitucionais
Toda constituição nasce para ser aplicada, mas só é aplicável na medida em que corresponde às aspirações socioculturais da comunidade a que se destina. Nenhuma, porém, pode sair completa da autoridade constituinte, de uma vez e toda armada.
Condições de aplicabilidade das normas constitucionais
As normas jurídicas, inclusive as constitucionais, são criadas para reger relações sociais, condutas humanas; enfim, para serem aplicadas.
Sociologicamente, pode-se dizer que as normas constitucionais, como outras, são eficazes e aplicáveis na medida em que são efetivamente observadas e cumpridas. Juridicamente, no entanto, a aplicabilidade das normas constitucionais depende especialmente de saber se estão vigentes, se são legítimas, se têm eficácia. 
Vigência
Vigência é, no sentido indicado, a qualidade da norma que a faz existir juridicamente e a torna de observância obrigatória, isto é, que a faz exigível, sob certas condições. Vigência não se confunde com eficácia, mas para que a eficácia se verifique é necessário que a norma comece a vigorar. 
A constituição - e assim as leis em geral - contém uma cláusula de vigência; cláusula que determina o momento em que ela começará a vigorar e, com isso, tornar-se apta a produzir os efeitos próprios de seu conteúdo. 
"Vocatio constitutionis"
A teoria jurídica conhece a vocatio legis, que é o período que vai da publicação do ato promulgatório até a efetiva entrada da lei em vigor. Durante a vocatio legis, continuam em vigor as normas anteriores reguladoras da mesma matéria e interesses, sendo, portanto, válidos os atos praticados na sua conformidade. 
No caso de vocatio na constituição, é nomeada de vocatio legis constitutionalis, ou simplesmente, vocatio constitutionis. 
Toda lei ordinária que tenha sido criada no período de vocatio constitutionis será inválida se contrariar as normas constitucionais existentes mesmo que esteja de acordo com a constituição já promulgada, mas não tem vigor. Após sua declaração de inconstitucionalidade, torna-se válida e executável desde o dia em que a constituição entra em vigor. 
Legitimidade
As normas ordinárias e mesmo as complementares são legítimas quando se conformam, formal e substancialmente, com os ditames da constituição. Importa dizer: a legitimidade dessas normas decorre de uma situação hierárquica em que as inferiores recebem sua validade da superior. 
Uma constituição, porém, já é o sistema normativo de grau mais elevado na ordenação jurídica do país. As demais normas jurídicas que dela discordarem ou divergirem são ilegítimas, inválidas, inconstitucionais, e devem ser ineficazes juridicamente, em princípio.
Eficácia
Uma norma só é aplicável na medida em que é eficaz. 
O problema da eficácia das normas constitucionais
O problema da eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais começa com as incertezas terminológicas, o que dificulta ainda mais sua solução e até mesmo sua formulação científica. 
Em resumo: 
Positividade do Direito exprime a característica de um Direito que rege, in concreto, a conduta humana, mediante normas bilaterais e atributivas, socialmente postas; pode ser histórico, como atual; opõe-se a direito natural. 
Vigência do Direito, ou Direito vigente, caracteriza o Direito que rege, aqui e agora, "hic et nunc", as relações sociais; refere-se ao Direito presente; designa a existência específica de uma norma, opondo-se ao direito histórico.
Eficácia do Direito: toma-se a expressão em dois sentidos. A eficácia social designa uma efetiva conduta acorde com a prevista pela norma; refere-se ao fato de que a norma é realmente obedecida e aplicada; nesse sentido, a eficácia da norma diz respeito, como diz Kelsen, ao "fato real de que ela é efetivamente aplicada e seguida, da circunstância de uma conduta humana conforme à norma se verificar na ordem dos fatos. 
Normas constitucionais mandatórias e normas constitucionais diretórias
O caráter imperativo das normas jurídicas revela-se no determinar uma conduta positiva ou uma omissão, um agir ou um não-agir; daí distinguirem-se as normas jurídicas em preceptivas – as que impõem uma conduta positiva – e em proibitivas – as que impõem uma omissão, uma conduta omissiva, um não-atuar, não fazer. As normas constitucionais são, em grande porção, desses dois tipos, bastando citar os exemplos seguintes, bem característicos: a) preceptivas: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza" (Art. 5°, caput); b) proibitivas: "ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante" (Art. 5°, XLV). Às vezes, num simples dispositivo, encontramos uma norma preceptiva e outra negativa: "é livre a manifestação do pensamento, [norma preceptiva] sendo vedado o anonimato [norma proibitiva]" (art. 5°, IV). Exemplo típico de uma norma proibitiva que tem real significação preceptiva é a do inciso II do art. 5° da Constituição ao estatuir que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei – valendo dizer, em termos preceptivos: só a lei pode obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. 
Para Del Vecchio essas duas espécies de normas são primárias, porque são suficientes por si mesmas, isto é, exprimem diretamente uma regra obrigatória do agir; outras normas são chamadas secundárias, visto que não são bastantes por si mesmas, mas dependem de outras, a que devemos reportar-nos para compreender aquelas exatamente.
Normas permissivas (ou facultativas) são as que atribuem uma permissão, sem determinar a obrigatoriedade de uma conduta positiva ou omissiva. 
A clássica distinção das normas jurídicas sob o ponto de vista da eficácia - a qual resume todas as outras - é que as separa em normas coercitivas e normas dispositivas.
Coercitivas, de acordo com a doutrina, são as que impõem uma ação ou uma abstenção independentemente da vontade das partes classificando-se, por isso, em normas preceptivas e em normas proibitivas. 
Dispositivas são as que "completam outras ou ajudam a vontade das partes a atingir seus objetivos legais, porque da natureza imperativa do Direito não se segue que ele não leve em conta ou suprima sempre a vontade individual. Todas são, porém, imperativas, porque, dadas certas condições ou hipóteses previstas, incidem obrigatoriamente. 
As normas constitucionais pertencem essencialmente ao ius cogens. 
As relações de direito constitucional são relações de poderes entre si e entre estes e sujeitos privados, estabelecendo direitos, obrigações e deveres da natureza pública, mediante normas que, por princípio, não deixam margem à atuação da vontade dos agentes constitucionais. 
Não há no direito constitucional normas supletivas no sentido em que essa expressão é usada no direito privado.
Normas constitucionais "self-executing" e "not self-executing"
Segundo a doutrina constitucional norte-americana, normas constitucionais self-executing (ou self-enforcing, ou self-acting; autoexecutáveis, autoaplicáveis, bastantes em si) são desde logo aplicáveis, porque revestidas de plena eficácia jurídica, por regularem diretamente as matérias, situações ou comportamentos de que cogitam, enquanto normas constitucionais not self-executing (ou not self-enforcing, ou not self-acting; não autoexecutáveis, não autoaplicáveis, não-bastantes em si) são as de aplicabilidade dependente de leis ordinárias.
Ruy Basbosa, conceitua as normas autoexecutáveis como sendo "as determinações, para executar as quais não se haja mister de constituir ou designar uma autoridade, nem criar ou indicar um processo especial, e aquelas onde o direito instituído se ache armado por si mesmo, pela sua própria natureza, dos seus meios de execução e preservação. Não autoexecutáveis são as que "não revestem dos meios
de ação essenciais ao seu exercício os direitos, que outorgam, ou os encargos, que impõem: estabelecem competências, atribuições, poderes, cujo uso tem de aguardar que a Legislatura, segundo o seu critério, os habilite a se exercerem".
Nem as normas ditas autoaplicáveis produzem por si mesmas todos os efeitos possíveis, pois são sempre passíveis de novos desenvolvimentos mediante legislação ordinária, nem as ditas não autoaplicáveis são de eficácia nula, pois produzem efeitos jurídicos e têm eficácia, ainda que relativa e reduzida.
Cada norma constitucional é sempre executável por si mesma até onde possa, até onde seja suscetível de execução.
Concepção moderna sobre a eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais: o problema terminológico
No dia 19 de janeiro de 1948 o Tribunal Penal de Roma proferia uma decisão que suscitou importantes problemas sobre a eficácia jurídica e a aplicabilidade das normas constitucionais e pôs em questão as relações destas com as leis precedentes. 
Dessa decisão surgiram duas afirmativas: 
A primeira consistiu na classificação das normas constitucionais, quanto à eficácia, em preceptivas e diretivas, semelhante àquela distinção das normas em mandatórias e diretórias da doutrina norte-americana, hoje ultrapassada. 
A segunda refere-se à distinção das normas constitucionais em programáticas e de natureza jurídica, o que equivale, consequentemente, a negar juridicidade às primeiras. 
Não se nega que as normas constitucionais têm eficácia e valor jurídico diversos uma de outras, mas isso não autoriza recusar-lhes juridicidade. Não há norma constitucional de valor meramente moral ou de conselho, avisos ou lições. 
Enfim, com todas essas discordâncias e posições insustentáveis, a jurisprudência e a doutrina italiana formularam uma classificação das normas constitucionais, quanto à eficácia e aplicabilidade, que assim se apresenta:
A) Normas diretivas: não contêm qualquer preceito concreto, mas dão somente diretivas ao legislador futuro, e não excluem, de modo absoluto, a possibilidade de que sejam emanadas leis não conformes com elas, e menos ainda atingem de qualquer maneira, as leis preexistentes.
B) Normas preceptivas: de aplicabilidade imediata contêm comandos jurídicos de aplicação direta e imediata, invalidam qualquer lei nova discordante e modificam ou ab-rogam as anteriores que com elas contrastem. 
C) As normas preceptivas de aplicabilidade direta mas não imediata: porque requerem outras normas jurídicas integrativas, invalidam também novas leis infringentes, mas, enquanto a sua aplicação permanecer suspensa, não atingirão a eficácia das leis anteriores. 
Essa classificação e sua terminologia são falsas e inaceitáveis, pela própria improcedência das premissas em que assentam, pois fundamentam-se na distinção entre normas constitucionais jurídicas e não-jurídicas, que já criticamos. Normas puramente diretivas não existem nas constituições contemporâneas. 
A tríplice característica das normas constitucionais quanto à eficácia e aplicabilidade
Não há norma constitucional alguma destituída de eficácia. Todas elas irradiam efeitos jurídicos, importando sempre uma inovação da ordem jurídica preexistente à entrada em vigor da constituição a que aderem e a nova ordenação instaurada. 
É insuficiente, a nosso ver, separá-las em dois grupos. Em vez, pois, de dividir as normas constitucionais, quanto à eficácia e aplicabilidade, em dois grupos, achamos mais adequado considerá-las sob tríplice característica, discriminando-as em três categorias: 9
I – Normas constitucionais de eficácia plena: pode se dizer que sejam de aplicabilidade direta, imediata, e integral sobre os interesses objeto de sua regulamentação jurídica.
II – Normas de eficácia contida: também são de aplicabilidade direta, imediata, mas não integral, porque sujeitas a restrições previstas ou dependentes de regulamentação que limite sua eficácia e aplicabilidade.
III – Normas de aplicabilidade limitada: são de aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre esses interesses após uma normatividade ulterior que lhes desenvolva a eficácia, conquanto tenham uma incidência reduzida e surtam outros efeitos não-essenciais, ou melhor, não dirigidos aos valores-fins da norma, mas apenas a certos valores-meios e condicionantes.
A doutrina estabeleceu uma divisão das normas de eficácia limitada em dois grupos: 
A) normas programáticas, que versam sobre matéria eminente ético-social, constituindo verdadeiramente programas de ação social (econômica, religiosa, cultural etc.);
B) normas de legislação, como aquela primeiramente apresentada, que não têm conteúdo ético-social, mas se inserem na parte organizativa da constituição.
Segue uma classificação mais aproximada da realidade constitucional: 
	Normas constitucionais quanto à eficácia e aplicabilidade
	(1) normas de eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral
(2) normas de eficácia contida e aplicabilidade direta e imediata, mas possivelmente não integral
(3) normas de eficácia limitada
(a) declaratórias de princípios institutivos ou organizativos.
(b) declaratórias de princípio programático.
Normas constitucionais de eficácia plena
São de eficácia plena as normas constitucionais que: a) contenham vedações ou proibições; b) confiram isenções, imunidades e prerrogativas; c) não designem órgãos ou autoridades especiais a que incumbam especificamente sua execução; d) não indiquem processos especiais de sua execução; e) não exijam a elaboração de novas normas legislativas que lhes completem o alcance e o sentido, ou lhes fixem o conteúdo, porque já se apresentam suficientemente explícitas na definição dos interesses nela regulados. 
Natureza e conceito
Quanto à natureza, estabelecem conduta jurídica positiva ou negativa com comando certo e definido, incrustando-se, predominantemente, entre as regras organizativas e limitativas dos poderes estatais, e podem conceituar-se como sendo aquelas que, desde a entrada em vigor da constituição, produzirem, ou têm possibilidade de produzir, todos os efeitos essenciais, relativamente aos interesses, comportamentos e situações, que o legislador constituinte, direta e normativamente, quis regular. 
Normas constitucionais de eficácia contida
Natureza e conceito
As normas de eficácia contida têm natureza de normas imperativas, positivas ou negativas limitadoras do poder público, valendo dizer: consagradoras, em regra, de direitos subjetivos dos indivíduos ou de entidades públicas ou privadas. E as regras de contenção de sua eficácia constituem limitações a esses direitos e autonomias; ou, segundo uma teoria moderna, são regras e conceitos limitativos das situações subjetivas de vantagem. 
Normas de eficácia contida, portanto, são aquelas em que o legislador constituinte regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do Poder Público, nos termos que a lei estabelecer ou nos termos de conceitos gerais nelas enunciados.
Normas constitucionais de princípio institutivo 
Aquelas através das quais o legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuições de órgãos, entidades ou institutos, para que o legislador ordinário os estruture em definitivo, mediante lei. 
Podem ser impositivas ou facultativas
Impositivas: são as que determinam ao legislador, em termos peremptórios, a emissão de uma legislação integrativa.
Facultativas ou permissivas: isto é, não impõem uma obrigação; limitam-se a dar ao legislador ordinário a possibilidade de instituir ou regular a situação nelas delineada. 
Condições gerias de aplicabilidade
Podemos asseverar que elas são aplicáveis, independentemente da lei prevista, enquanto possam, o que se percebe pela configuração de elementos autônomos que contenham. Mas sua completa aplicabilidade depende da promulgação de lei integrativa. Esta, no caso, vale como instrumento de sua executoriedade.
As normas
constitucionais em tela são de aplicabilidade imediata no que tange à legislação anterior, inclusive em relação a normas da constituição preexistente, bem como em relação à legislação futura, que elas tem que se conformar. 
Normas constitucionais de princípio programático
Conceito
Programáticas são "aquelas normas constitucionais com as quais um programa de ação é assumido pelo Estado e assinalado aos seus órgãos, legislativos, que a eles incube a obrigação de realizar nos modos e nas formas das respectivas atividades". Finalmente: "Normas que, em vez de regular, desde o primeiro momento de modo direto e imediato, determinadas situações e relações, regulam comportamentos públicos destinados, por sua vez, a incidir sobre ditas matérias, isto é, estabelecem aquilo que os governantes deverão ou poderão fazer relativamente aos assuntos determinados". Distingue-se as normas programáticas em dois grupos: 
A) normas programáticas de simples escopo, que prescrevem aos órgãos estatais certo fim mais ou menos específico a alcançar, cabendo aos próprios órgãos a liberdade de adotar os meios que julgarem mais idôneos nesse sentido;
B) Normas programáticas que, ao prescreverem o fim a atingir, indicam, outrossim, ao menos em linhas gerais, os meios aptos a isso, limitando, pois, o âmbito da discricionariedade legislativa. Vincula as normas programáticas à disciplina das relações econômico-sociais e ético-sociais. 
Localização das normas programáticas
Elas se localizam entre as de eficácia limitada. Elas impõem certos limites à autonomia de determinados sujeitos, privados ou públicos, e ditam comportamentos públicos em razão dos interesses a serem regulados; e, assim, sustentamos, contra a doutrina corrente, seu caráter imperativo e seu caráter vinculativo. 
Disposições programáticas e princípios constitucionais
Não se confundem disposições programáticas e princípios constitucionais.
Os princípios são ordenações que se irradiam e imantam os sistemas de normas, "são [como observam Canotilho e Vital Moreira] 'núcleos de condensações nos quais confluem valores e bens constitucionais".
O tema mereceu considerações esclarecedoras de Canotilho. Refere-se ele a dois tipos de princípios: 
A) os princípios jurídicos fundamentais: recusa a ideia de que os princípios fundamentais se reduzam a simples princípios gerais de Direito ou regras jurídicas (jusnaturalismo). Entende-os como direito positivo e fonte de Direito. 
B) princípios políticos constitucionalmente conformadores: são os que explicitam as valorações políticas fundamentais do legislador constituinte, nos quais se condensam as opções políticas fundamentais e se reflete a ideologia inspiradora da constituição. 
Normas programáticas no sistema constitucional brasileiro
São normas de interesses políticos e sociais que estão de acordo com a Constituição, ou seja, de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro. 
A natureza dos direitos sociais
Certa corrente concebe os direitos sociais não como verdadeiros direitos, mas como garantias institucionais, negando-lhes a característica de direitos fundamentais. A doutrina mais consequente, contudo, vem refutando essa tese, e reconhece neles a natureza de direitos fundamentais, ao lado dos direitos individuais, políticos e do direito a nacionalidade. 
A constituição seguiu essa doutrina, incluindo-os entre os direitos fundamentais em seu Título II.
Juridicidade
Quando uma norma tem juridicidade, ela está de acordo com o Direito e se encontra em conformidade com a lei. 
Função e relevância
Os princípios expressos em tais normas projetam a sua relevância bem para além dos limites da matéria específica, para as quais as próprias normas são ditadas, e investem toda a ordenação jurídica. Isso mesmo significa que a sua relevância não pode ser excluída ou suspensa falta da prevista legislação ulterior de atuação, mas que ela se explica por destaque que, aqui deriva serem princípios de ordem constitucional. 
Normas programáticas e regime político
São normas que contêm, além de princípios esquemáticos para atuação legislativa futura, também princípios gerais informadores de toda a ordem jurídica. 
Normas programáticas e interpretação do Direito
Constituem elas, como regras reveladoras das tendências socioculturais da comunidade, princípios básicos que, entre outros, informam a concepção do Estado e da sociedade e inspiram sua ordem jurídica positiva vigente. Vê-se que elas se manifestam exatamente como aqueles critérios hierárquicos de valor sobre os quais está fundada e pelos quais se inspira a ordem jurídica positiva, de que deve servir-se o juiz para resolver o caso submetido à sua jurisdição.
Normas programáticas e leis anteriores incompatíveis
As normas programáticas revelam-se com eficácia tão plena como qualquer outra. E a lei anterior com elas incompatível deve ser considerada revogada, por inconstitucionalidade. 
Condições gerais da aplicabilidade
As normas programáticas têm eficácia jurídica imediata, direta e vinculante.
Instrumentos da eficácia constitucional
O art. 5° parágrafo 1°, da constituição.
O Título II da Constituição contém a declaração dos direitos e garantias fundamentais, incluindo ai os direitos individuais, coletivos, sociais, de nacionalidade e políticos.
As normas que consubstanciam os direitos fundamentais democráticos e individuais são de eficácia contida e aplicabilidade imediata, as que mencionam uma lei integradora, são de eficácia limitada e aplicabilidade contida. 
Mandato de injunção
Este é o instrumento que, torna todas as normas constitucionais potencialmente aplicáveis diretamente. 
Inconstitucionalidade por omissão
A inconstitucionalidade por omissão verifica-se nos casos em que não sejam praticados atos legislativos ou executivos requeridos para tornar plenamente aplicáveis normas constitucionais que postulam lei ou providência administrativa ulterior para que os direitos ou situações nelas previstos se efetivem na prática. 
Iniciativa popular
O exercício da iniciativa popular pode contribuir para a elaboração de leis ordinárias ou complementares integradoras da eficácia de normas constitucionais.
Eficácia das normas constitucionais e tutela de situações subjetivas
Proteção jurídica dos interesses e direitos subjetivos
O estudo das situações jurídicas deve partir da consideração dos interesses e da sua proteção pela ordem jurídica. 
Escopo do Direito é tutelar os bens ou interesses. Jhering concebeu o direito subjetivo como interesse juridicamente protegido, não como mero interesse psicológico, ou de acordo com o puro subjetivismo, mas conforme certos valores, visto que às "ideias de bem se unem as de valor interesse. 
Classificação e conceito de situações subjetivas 
Podemos conceituar situação jurídica subjetiva como a posição que os indivíduos ou entidades ocupam nas relações jurídicas, e que lhes possibilita realizar certos interesses juridicamente protegidos ou os constrange a subordinar-se a eles. 
Classifica-se em: 
Situação subjetiva positivas ou de vantagem: consiste na possibilidade, reconhecida pela norma jurídica, de o indivíduo ou entidade realizar certo interesse por ato próprio ou exigindo ação ou omissão de terceiros. 
Situação subjetivas negativas ou de vínculo: consiste no dever ou na obrigação de submeter-se ao indivíduo (ou entidade) às exigências de realizar uma prestação, ação ou abstenção. 
Normas constitucionais de eficácia plena e tutela das situações jurídicas subjetivas
É compreensível que as normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade imediata protejam diretamente as situações jurídicas subjetivas, configuradas como direito subjetivo.
Normas constitucionais de eficácia contida e proteção das situações subjetivas
Importantes para a ordem social, as normas constitucionais oferecem instrumentos diretos à sua proteção: habeas corpus, mandato de segurança, direito de petição, habeas data, mandato de injunção etc.
Portanto, conferem situações jurídicas subjetivas de vantagem aos governados, de modo
específico, e situações subjetivas de vínculo ou negativas aos agentes do Poder Público.
Normas constitucionais de princípios institutivo e tutela das situações subjetivas
As normas de princípio institutivo são de eficácia limitada. Isso indica que os interesses por elas protegidos o são com intensidade diminuta, mas não quer dizer que criem situações jurídicas subjetivas.
Normas programáticas e tutela das situações subjetivas
As normas programáticas são de eficácia limitada, mas, como qualquer norma jurídica, destinam-se a proteger certos interesses. Das normas programáticas, em geral, derivam vínculos para o legislador, para o administrador e para o juiz. 
Se as normas constitucionais programáticas não produzem direitos subjetivos em seu aspecto positivo, geram-nos em seu aspecto negativo. 
Estrutura normativa das constituições e eficácia das normas constitucionais
Estrutura e elementos das constituições 
A natureza, a função e a finalidade desses elementos constituem pressupostos em que se assenta a maior ou menor eficácia das normas constitucionais, não de um modo absoluto, mas de maneira predominante. 
Os elementos da constituição não tem valor isoladamente, como se inserem num sistema , condicionam-se reciprocamente, de sorte que não se pode interpretar uns sem ter presente a significação dos demais.
Podemos distinguir, em sua estrutura normativa, cinco categorias de elementos, segundo sua natureza, função ou finalidade:
Eficácia das normas constitucionais orgânicas
As normas que compõem o elemento orgânico são, geralmente, de eficácia plena e de aplicabilidade imediata.
Normas constitucionais de princípio institutivo entre as de natureza orgânica são de eficácia limitada pois, dependem de uma legislação ulterior que lhes integre a aplicabilidade.
Raramente se encontra normas constitucionais de eficácia contida e de princípio programático entre os elementos orgânicos da constituição. 
Eficácia das normas constitucionais limitativas
As normas limitativas, impõem restrições e deveres aos poderes governantes e, em contrapartida, conferem direitos subjetivos que estatuem sobre as declarações dos direitos fundamentais e democráticos e garantias constitucionais desses direitos. 
Conclui-se que as normas limitativas são de eficácia contida. As normas de eficácia contida são também aquelas que fazem referência à ordem pública, bons costumes etc., como conceitos que condicionam a atividade discricionária do poder de polícia. 
A lei poderá opor limitações, mas o direito fundamental de greve deverá ser salvaguardo, e seria inconstitucional a lei que a vetasse, ou a circundasse de tais restrições que praticamente alcançasse o mesmo resultado. 
Eficácia das normas constitucionais socioideológicas
As que consubstanciam os elementos ideológicos, de compromisso, de natureza econômica e social, das constituições contemporâneas. 
Se baseiam entre os arts. 170-232 da nossa Carta Constitucional Básica. 
Prospera acentuada tendência de considerá-las, todas ou quase todas, de natureza programática e de nenhuma eficácia, de acordo com certa corrente doutrinária. 
Eficácia das normas de estabilização constitucional
A permanência de determinada ordem constitucional depende de fatores extrínsecos e de fatores intrínsecos. Os extrínsecos, que asseguram a durabilidade da constituição, são de ordem sociológica e psicológica, como ocorre na Inglaterra. Os intrínsecos são técnicas, criadas pelas próprias normas constitucionais, destinadas a assegurar sua estabilidade e defesa. 
As normas constitucionais de estabilização (ou defesa) da constituição indicam-nos não só as técnicas e os meios para tanto, mas também: a) a quem cabe defendê-la e guardá-la; b) contra quem se dirigirão a defesa e a guarda. 
São normas de eficácia plena e aplicabilidade imediata.
Eficácia das normas de aplicabilidade da constituição
Assim são o preâmbulo, as disposições transitórias, as disposições sobre a promulgação, publicação e momento inicial de vigência da constituição.
São normas de eficácia plena e aplicabilidade imediata, tanto que foram as primeiras a ser executadas.
A Constituição de 1988 traz a cláusula de promulgação inserida no Preâmbulo: "Nós, representantes do Povo Brasileiro (...) promulgamos (...)"
Mas não tem ela um artigo com a cláusula de vigência, o que significa dizer que a constituição entraria em vigor imediatamente à sua publicação, pois, normas constitucionais não ficam sujeitas as leis contidas na Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro.
Eficácia jurídica das normas constitucionais e ordem jurídica
Constituição e ordem jurídica
Para Kelsen a ordem jurídica é um sistema de normas, e, quanto a saber quando uma norma pertence a determinada ordem jurídica, é problema estreitamente ligado à razão de validade de cada uma, considerado o sistema referido como de natureza dinâmica.
A ordem jurídica será aquele complexo de normas que, enlaçadas por uma relação de fundamentação ou derivação, constituem uma estrutura normativa específica.
Ordem jurídica como reunião de normas vinculadas entre si por uma fundamentação unitária.
Unidade da ordem jurídica e Estado Federal
Unidade de ordem jurídica e Estado Federal
Ordem jurídica é um conjunto de normas com padrões que devem ser seguidas.
Validade formal e material das normas jurídicas 
Formal: enquanto devem ser formadas por autoridades criadas de acordo com ela, dentro da esfera de competência e conforme o procedimento por ela estabelecido.
Material: enquanto o conteúdo de tais normas deve ajustar-se aos preceitos da constituição.
Eficácia ab-rogativa das normas constitucionais
É quando uma constituição revoga a outra. Todas as normas constitucionais, sejam elas de eficácia limitada, contida ou plena possuem eficácia ab-rogativa da legislação precedente incompatível e criam situações simples e de interesse legítimo. 
Eficácia construtiva das normas constitucionais 
Constituições vigente e normas constitucionais anteriores
Algumas constituições expressamente consideram revogadas a constituição e as leis constitucionais precedentes. A maioria das cartas constitucionais, contudo, não traz regra ab-rogativa, ou semelhante, das normas constitucionais precedentes.
Prevalece também o princípios de que a lei posterior que regula novamente a mesma matéria revoga a anterior. Isso se verifica mesmo quando as normas anteriores não sejam incompatíveis. 
Essas normas permanecem em vigor, não na sua qualidade de normas constitucionais, mas como leis de caráter ordinário. 
Integração da eficácia das normas constitucionais
Aplicação da constituição
Toda constituição é feita para ser aplicabilidade. Mas, muitas normas constitucionais tem eficácia limitada, ficando sua aplicação efetiva e positiva dependente da atividade dos órgãos governamentais, especialmente ao legislativo ordinário. 
Sistema de integração das normas constitucionais
Um sistema de integração das normas constitucionais existe para aquelas de eficácia limitada, quer as de princípio institutivo, quer as de princípio programático. Compõe-se de diversos elementos normativos: leis, decretos, resoluções, convênios, e até de referendum popular, onde esse instituto de democracia direta é admitido. 
Leis complementares da constituição, conceito e espécies
Discrimina em três classes: 
I – Leis complementares fundamentais: toda regulação orgânica de competência e procedimento para as atividades estatais politicamente importantes, bem como toda limitação normada das faculdades ou atividades. 
II – Leis complementares orgânicas: são aquelas que dão forma e regulamentação aos órgãos do Estado e aos entes menores, instituições e serviços estatais.
III – Leis complementares comuns: são aquelas leis ordinárias que visam à aplicação dos demais dispositivos constitucionais.
Leis complementares na Constituição Federal
A Constituição Federal utiliza da palavra "lei" abundantemente. Ora fala em lei federal, ora em lei estadual; lei orgânica, outras refere-se à lei, simplesmente; noutro
lugar menciona lei especial. Quando usa apenas a palavra "lei", é necessário recorrer-se aos princípios da competência para se decidir se a matéria só postula regulamentação por lei federal, ou também admite a interferência de lei estadual.
Referência às leis complementares na Constituição
São leis complementares da constituição, no sentido referido aquelas a que a vigente Carta Política faz referência expressa, o que se verifica em quarenta e quatro de seus dispositivos.
Normas constitucionais dependentes das leis complementares
Podemos afirmar que as leis complementares da Constituição têm, a função e a finalidade de integrar a eficácia de normas constitucionais referentes à estrutura do Estado, à formação dos Poderes e suas relações. 
Conceito
Leis complementares da Constituição são leis integrativas de normas constitucionais de eficácia limitada, contendo princípio institutivo ou de criação de órgãos e sujeitas à aprovação pela maioria absoluta dos membros das duas Casas do Congresso Nacional.
Leis complementares e a Constituição
São hierarquicamente inferiores à Constituição, sua validade afere-se segundo o princípio da compatibilidade vertical. Por isso, estão sujeitas ao controle de constitucionalidade, como outra lei qualquer. 
Leis complementares e leis ordinárias
As leis ordinárias são inferiores as leis complementares, pelo quê têm de respeitá-las.
Leis complementares e leis delegadas
Leis complementares não podem ser delegadas. 
Leis complementares e medidas provisórias 
Vigoram com força de lei. 
Processo legislativo das leis complementares
Iniciativa - discussão e votação - sanção e veto - promulgação e publicação.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais