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Prévia do material em texto

Responsável pelo Conteúdo: 
Prof. Ms. Silvia Cristina Galana 
 
Revisão Textual: 
Profa. Ms. Simone Aparecida Polli 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O Estado 
• O Capitalismo 
• Modos de produção 
• Conceitos da Economia 
Nesta disciplina trataremos dos aspectos mais relevantes do 
ambiente em que a empresa está situada (o que chamaremos de 
“Macroeconomia”) e das principais teorias econômicas que nos 
permitem entender a competição neste ambiente (o que chamaremos 
de “Microeconomia”). 
 
Atenção 
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar 
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
Bem-vindo à disciplina de Ambiente de Negócios! 
Essa será uma disciplina extremamente interessante que deverá mostrar de uma forma 
mais estruturada e científica diversos aspectos do nosso cotidiano empresarial. 
Para o melhor acompanhamento desta disciplina, o aluno deverá ter a mente aberta 
para uma nova forma de ver os fenômenos que certamente já conhece dos noticiários, jornais 
e revistas, como inflação, crescimento econômico, as leis da concorrência, entre outros. 
Deverá estar familiarizado também com algumas ferramentas matemáticas básicas, como o 
uso de equações lineares e a construção de gráficos. 
Aliaremos teoria à prática com o uso de exemplos reais em cada unidade da disciplina. 
 
7 
 
 
 
Como entender o Ambiente de Negócios? 
Esta é uma questão sempre presente para profissionais da área de 
Negócios e de Marketing. Então, vamos conhecer alguns conceitos 
importantes! 
 
 
 
 
 
Mesmo se estiverem realizando uma disciplina de Economia pela primeira vez, os 
alunos em geral já trazem uma bagagem de conhecimentos sobre o tema em razão da sua 
importância. Diariamente, vários aspectos sobre a economia são abordados nos noticiários, 
nas TVs, no trabalho e até em casa. 
Contudo, é preciso que tomemos um cuidado em diferenciar os aspectos que são 
tratados nestes veículos de informação e os aspectos teóricos mais formais da Economia. De 
um lado, é importante ter o conhecimento diário e mais genérico sobre as atualidades e 
notícias recentes. Mas, de outro lado, é também fundamental, sobretudo para os profissionais 
que atuarão no mundo dos negócios, entenderem os aspectos mais formais e teóricos da 
Economia. Ou seja, o empreendedor deve conhecer as “Leis” que regem o funcionamento da 
Economia. 
Vamos, então, definir de que trata esta ciência. 
A definição dada por Vasconcellos & Garcia é a seguinte: 
“Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a 
sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na 
produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as 
várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as 
necessidades humanas.” (Vasconcellos; Garcia, 2005, p. 2) 
Há, nessa definição, diversos conceitos que iremos 
abordar ao longo da disciplina, como a questão da produção, 
distribuição, emprego de recursos, etc. 
 
 
 
8 
 
O primeiro aspecto a ressaltar é que Economia é uma Ciência Social. Em razão do uso 
intensivo da matemática e da estatística, algumas pessoas são inclinadas a imaginar que 
Economia é uma Ciência Exata; mas não é, embora a Matemática e Estatística sejam 
ferramentas usadas largamente pelos economistas. A Economia trata da maneira com que os 
homens se organizam e organizam seus recursos para produzirem e distribuírem os bens que 
desejam. Trata, portanto, do homem e seu meio, sendo então uma ciência humana e, como 
alguns autores diriam, é a mais humana de todas as ciências1. 
Sobre este amplo conceito de economia, sustentam-se estudos mais específicos, o que 
denominamos de ramos da economia. Estudaremos nesta disciplina os princípios elementares 
de dois destes ramos: a microeconomia e a macroeconomia. Na microeconomia, veremos 
como funcionam os mercados isoladamente, o comportamento de produtores e 
consumidores, e como eles decidem trocar produtos no mercado, decidindo as quantidades e 
a que preço negociarão suas mercadorias. Na macroeconomia, abordaremos os temas mais 
amplos das economias que afetam a todos os agentes que de alguma forma atuam neste 
meio. Os principais temas tratados na macroeconomia são o PIB dos países, inflação, os juros, 
o câmbio (relação de troca entre moedas de diferentes países), o emprego, as contas do setor 
público, as contas externas, entre outros. 
 
 
Principais Questões e Problemas Abordados 
Com ajuda da microeconomia, abordaremos as questões de quais bens produzir, 
quantas quantidades produzir ou adquirir, e a que preço. Também averiguaremos de que 
forma podemos atingir o máximo de lucro em nossos negócios, a partir de entendimentos do 
funcionamento de nossa empresa, dos concorrentes e dos compradores deste mercado. 
Através da macroeconomia, por sua vez, tentaremos entender de forma mais 
abrangente como se dá o ambiente econômico em que nossa empresa opera. Tentaremos 
entender por que há inflação e quais seus malefícios aos negócios, o que determina o 
crescimento de um país ou região, de que forma mudanças nas taxas de câmbio podem afetar 
este ambiente e de que maneira os juros interferem também em nossos negócios. Buscaremos, 
ainda, entender o funcionamento das contas públicas e sua influência nas economias e, 
finalmente, o relacionamento da economia de um país com os outros países (o “resto do 
mundo”). 
 
1
 Há diversos casos de cientistas socias de outras áreas que, ao tentarem entender determinado fenômeno, passaram 
a estudar economia para tentar entendê-los melhor, e acabaram por redirecionar suas carreiras para a Economia. 
Muitos sociólogos, cientistas políticos, historiadores, entre outros, passaram a se dedicar à economia na busca das 
respostas a questões sociais. Também há na economia contribuições importantes de cientistas de áreas tão diversas, 
como física, matemática e biologia. 
 
9 
Relevância e atualidade 
Em um curso de Marketing, poderíamos dizer que poucas coisas são mais importantes 
do que entender os mercados em que as empresas operam. Uma das propostas desta 
disciplina é justamente a de iluminar este tema; não necessariamente do ponto de vista mais 
prático e específico dos mercados em que se atua, mas dos mecanismos gerais que 
determinam o funcionamento dos mercados, ou seja, suas “leis”. Apesar de um pouco mais 
abstrata, esta abordagem tem a vantagem de ser aplicável a mais casos, de forma genérica, 
para todos os mercados. 
Já com relação à macroeconomia, a relevância é contribuir para o ambiente 
econômico a que todas as empresas de um país estão submetidas. Entender este ambiente 
econômico é compreender os fatores que influenciam os negócios e permitem um 
posicionamento mais consciente no mercado de atuação da empresa. 
 
 
 
 
O objetivo deste tópico é apresentar algumas das 
formas mais importantes de produzir riqueza estabelecida ao 
longo da história da sociedade. Nossa intenção é a de 
demonstrar que o modo de produção atualmente 
dominante, o capitalismo, é uma forma relativamente 
recente de organização econômica, que tem suas 
particularidades, vantagens e desvantagens. Com isso, 
buscaremos salientar as principais características que 
distinguem o capitalismo das demais formas de produção e, 
ao mesmo tempo,exporemos que diversas destas 
características, dadas como ‘naturais’ e até ‘obvias’, são na verdade inovações sociais 
extremamente complexas, recentes e particulares deste modo de produção, resultado de 
milhares de anos de evolução social. 
Outro objetivo deste tópico é mostrar que este mesmo modo de produção ainda está 
em constante transformação, mesmo nos dias atuais, que certamente fazem com que o 
capitalismo mude e evolua a cada dia2. 
 
2
 Ao usarmos o termo ‘evolução’ não nos referimos a uma mudança necessariamente para melhor, mas sim a uma 
forma mais adaptada de organização social ao seu meio. 
 
 
10 
 
O termo 'modo de produção' foi cunhado pelo economista alemão Karl Marx para 
denominar os sistemas econômicos dominantes em determinadas civilizações em dados 
períodos, cujas características econômicas marcantes eram dadas pelas suas forças produtivas 
e as relações de produção entre os grupos de indivíduos daquelas sociedades. 
Trata-se de um conceito simplificador, mas que nos ajuda a entender, de uma forma 
genérica, como uma sociedade produzia os bens de que precisava e queria usufruir. Neste 
sentido, ao estudar a história da humanidade, Marx identificou, de forma idealizada, seis 
modelos de funcionamento das economias das civilizações. 
 
Fonte: 
http://www.alpharrabio.com.br/Karl_Marx.jpg 
 
Karl Marx, economista prussiano (atualmente, 
Alemanha), disseminou o conceito de “modos de 
produção”, formas características utilizadas pelas 
civilizações para produzirem seus bens ao longo da 
história. Aprofundou-se no estudo das características do 
capitalismo, tendo como principal obra “O Capital”. 
Grande pensador do século XIX, Marx foi ainda 
sociólogo, filósofo, historiador e cientista político. É 
considerado um dos autores mais influentes da história. 
 
A seguir vamos ressaltar as principais características de cada um destes modos de 
produção. 
 
Modo Primitivo ou Comunismo Primitivo 
Trata-se das organizações tribais e coletivistas mais primitivas das primeiras sociedades 
humanas. Este modo de produção, comumente associado às sociedades humanas tribais 
(algumas ainda existentes em locais remotos) foi a forma de produção dominante nos 
períodos paleolítico e neolítico. As atividades econômicas mais importantes são a caça, a 
pesca, a coleta de tubérculos, frutos e demais alimentos vegetais e, em períodos posteriores ou 
sociedades mais avançadas, sistemas de agricultura rudimentar. 
Do ponto de vista social, trata-se de uma sociedade sem classes bem definidas. Em 
razão do pequeno ou nulo superávit (produção acima das necessidades básicas para a 
sobrevivência) não há formação de uma elite significativa. A produção é distribuída de forma 
relativamente igual para todos os membros da sociedade, que atuam de forma coletiva. 
 
11 
Neste período ocorreu aquela que é considerada uma das mais importantes revoluções 
da nossa história e da economia: a invenção da agricultura. A agricultura permitiu a fixação 
das sociedades em determinadas regiões, contrariando a tendência nômade anterior (exigida 
porque a atividade de coleta e caça é extensiva e pode rapidamente exaurir um determinado 
ambiente, exigindo o deslocamento constante). A agricultura desenvolveu-se principalmente 
às margens de rios e outras fontes de água doce. O benefício mais importante desta 
localização, além da fonte de água para consumo, era a fertilidade dos terrenos ao redor. 
 
 
Modo de produção Asiático 
Assim denominado por Marx para representar, de forma comum, as sociedades da 
Fenícia, Mesopotâmia e Pérsia antiga (entre outras da região do Oriente Médio), e as 
civilizações antigas hoje denominadas China, Índia e Egito. 
Trata-se de uma simplificação feita por Marx para abranger sociedades que tinham 
algumas características importantes em comum. Do ponto de vista econômico, todas elas 
apresentavam uma base na agricultura, já bastante mais desenvolvida aqui do que a 
agricultura rudimentar observada no modo Primitivo. A produção de grãos para alimentação 
difundiu-se entre várias destas “novas civilizações”, e diversas técnicas agrícolas passaram a 
ser utilizadas de forma disseminada. Houve ainda o desenvolvimento de equipamentos e 
instrumentos agrícolas, utilizados como auxílio em todas as fases da produção e até no 
armazenamento de colheitas. Desenvolvimentos em outras áreas, como a construção, 
atuavam também como apoio à produção, como era o caso da construção de sistemas de 
irrigação, a exemplo da fertilização de terrenos mais distantes dos vales dos rios, permitindo o 
aumento da produção. 
Representação de sistema de irrigação e canais típicos do Egito 
antigo. Tais sistemas também foram largamente utilizados por outras 
sociedades, associadas ao modo de produção “Asiático”, e 
possibilitaram um aumento na produção agrícola. 
Estas sociedades foram ainda marcadas pela ênfase na construção 
de grandes obras e monumentos. 
 
Outro desenvolvimento importante dessas sociedades foi no ramo da metalurgia, 
principalmente com a exploração do cobre e bronze. A construção também foi um aspecto 
fundamental dessas economias, com destaque para os monumentos edificados na época 
(como pirâmides, jardins suspensos etc.). 
 
12 
 
Por serem sociedades mais eficientes na produção de alimentos e outros bens, elas 
permitiram a formação de classes diferentes na sociedade, como as elites religiosas. Nessas 
sociedades é que surgem, pela primeira vez de forma mais formal, a noção de um Estado e de 
uma classe gestora dos aspectos comuns daquela sociedade. 
Outros aspectos econômicos importantes que surgem como destaque nessas sociedades 
foi o uso mais difundido da moeda (dinheiro, representado de forma rudimentar por objetos 
de valor como gado, conchas, e posteriormente, moedas de cobre) e do comércio. 
 
 
Modo de Produção Antigo 
Este é o modo de produção associado às civilizações da Grécia e Roma antigas. Trata-
se de um modo de produção bastante similar ao modo Asiático, porém com uma ênfase mais 
formal no uso do trabalho escravo, por isso esse modo, por vezes, é denominado como Modo 
de produção Escravista. 
Além das características descritas no modo anterior, essas sociedades eram marcadas 
por um sistema agrícola mais avançado, rotas de comércio e o uso permanente da guerra 
como força econômica. A guerra, além de expandir as fronteiras da civilização a outros povos, 
permitia ainda a captura de mais escravos. 
Por entenderem que esse modo de produção é similar ao “Asiático”, alguns autores 
preferem denominar essas sociedades de forma comum, como “Civilizações Clássicas”. 
 
 
Modo de Produção Feudal 
Apesar de a imagem do feudalismo estar associada à Europa, esse é um modo de 
produção que se disseminou para diversas civilizações, tanto no ocidente como no oriente, 
tendo atingido as regiões hoje ocupadas pela Europa continental e insular, norte da África, 
Oriente Médio, Rússia, China, Japão, entre outras. 
Do ponto de vista econômico, o aspecto mais marcante é o surgimento de uma classe 
aristocrática, isto é, os proprietários da terra, cuja mão-de-obra servil está associada a ela. A 
servidão era a condição das populações que habitavam aquela terra, e estavam de certa forma 
presos a ela. A mobilidade, portanto, estava restrita. Havia uma rede de obrigações mútuas 
entre aristocratas e servos, resumidas nas relações sociais conhecidas como “senhoriagem” e 
“vassalagem”. 
 
13 
A base econômica continua sendo a agricultura, porém o período é marcado por um 
enorme avanço nas práticas artesanais nas áreas têxtil, metalúrgica, produção de ferramentas 
earmamentos, entre outros. A importância da produção de bens, além da agricultura, cresce 
de forma nunca vista em nenhum período anterior. 
Também há avanços extremamente importantes na própria agricultura, construção, na 
produção de energia e em seu uso na produção (como moinhos). De forma generalizada, há 
avanços em todas as áreas científicas. Também o comércio é intensificado e expandido. 
Dissemina-se neste período o uso de metais nobres como moeda, facilitando o comércio entre 
diferentes civilizações. 
 
 
Capitalismo 
Surge entre os séculos XIV e XVI, na Europa, a partir do mercantilismo, a intensificação 
do comércio ocorrida já ao final do período feudal. Na visão de Marx, a característica principal 
do capitalismo é a criação do trabalho como um fator de produção comercializável. Dessa 
maneira, o capitalismo é marcado pelo uso do trabalho na forma de uma mercadoria. 
O capitalismo, assim, é caracterizado por uma sociedade de classes em que, de um 
lado, há os proprietários do capital (ou capitalistas) e de outro lado há os proprietários de 
trabalho (ou “desapropriados” de capital), que precisam vender sua força de trabalho. 
Um dos marcos do capitalismo é o fenômeno histórico denominado “Revolução 
Industrial”. A Revolução Industrial foi um conjunto de transformações técnicas, tecnológicas, 
científicas e sociais que permitiram um aumento sem precedentes na produtividade e na 
variedade de bens produzidos pelas sociedades. 
Do ponto de vista da dinâmica capitalista, o principal motor de desenvolvimento deste 
sistema está baseado na livre iniciativa dos empreendedores, que decidem alocar seu capital 
em empresas e projetos que vislumbram serem lucrativos. Este modo de produção é marcado 
ainda pelo funcionamento do “mercado”, um ambiente (que pode ser real ou abstrato) de 
livre negociação de mercadorias. Nesse ambiente, os indivíduos que desejam comprar e os 
indivíduos que desejam vender determinadas mercadorias encontram-se para negociar preços 
e quantidades a serem comercializadas. 
Trataremos de outros aspectos do capitalismo ainda nesta unidade. 
 
 
14 
 
Comunismo 
Trata-se de um modo de produção baseado na gestão científica e planejada da 
produção, em contraposição ao mecanismo de mercado do capitalismo. No comunismo, há 
um ou mais planejadores centrais que, através de avaliações objetivas e científicas, identificam 
a quantidade e os tipos de bens que devem ser produzidos. A partir dessa identificação, é feito 
um planejamento e a alocação dos recursos exigidos para que esta produção ocorra de fato. 
No limite, o comunismo seria um meio de produção mais eficiente que o capitalismo, 
por minimizar “desperdícios” que ocorrem normalmente no capitalismo, como o desemprego, 
o uso de recursos para propaganda e outros elementos da concorrência, além de propiciar um 
maior ganho de escala na gestão da produção. No seu limite extremo, o comunismo 
eliminaria outros aspectos de modos de produção anteriores, como a necessidade de se usar 
moeda para trocas. 
Na prática, o Comunismo foi um modo de produção idealizado, mas nunca realizado 
de fato. As experiências econômicas inauguradas pela União Soviética no século XX foram 
denominadas de “socialismo real”, cujo objetivo era o de estabelecer o comunismo como 
modo de produção, todavia sucumbiram antes desta realização. Alguns dos aspectos 
fundamentais ao comunismo, como a democracia plena, não estiveram presentes nessas 
economias. 
 
 
 
Descreveremos a seguir as principais características dessa forma de produzir, hoje 
dominante no mundo em que vivemos. Na observação dessas características, é fundamental 
fazermos duas ressalvas. 
Primeiro, quanto à simplicidade das informações colocadas aqui. Naturalmente, tais 
características são aquelas entendidas como as mais relevantes para se entender o modo de 
produção em que atuamos. Trata-se de uma visão puramente técnica e econômica do 
capitalismo, em que buscamos apenas destacar o que é mais relevante para o profissional de 
Marketing, objetivando entender que o meio em que atua tem preconceitos e valores que não 
são necessariamente naturais do ser humano, mas provavelmente são induzidos pela nossa 
forma atual de produzir, consumir e trocar bens. Há muitas outras características que deveriam 
ser analisadas e mesmo as que são demonstradas aqui deveriam ser estudadas mais 
profundamente para um completo entendimento do capitalismo. 
Segundo, quanto à constante evolução do capitalismo. O modo de produção em que 
atuamos é extremamente dinâmico e evolui constantemente. Foi, aliás, justamente esse 
caráter de constante adaptação do capitalismo ao seu meio que permitiu que ele se tornasse o 
 
 
15 
modo de produção dominante até hoje, de forma generalizada no mundo. Portanto é 
importante perceber que ressaltaremos as características elementares, que persistem ao longo 
do tempo, e que há muitas e constantes mudanças ao longo do tempo sobre as formas com 
que o capitalismo se desenvolve. 
 
 
Bens e Mercadorias 
Bens são todos os produtos e serviços que têm alguma utilidade para os indivíduos e 
que podem ser comercializados de alguma forma. Todas as mercadorias que adquirimos ou 
vendemos são bens. Também são considerados bens aqueles materiais adquiridos e utilizados 
para a fabricação de outros bens. Nesse caso, os primeiros são chamados de bens 
intermediários; enquanto os últimos são denominados bens finais. 
Mercadorias são, simplesmente, os bens quando transacionados ou comercializados. 
Eles têm a dupla característica de terem algum valor para as pessoas e poderem ser 
negociados entre elas. 
 
 
Propriedade privada 
No capitalismo os bens e direitos são de propriedade de indivíduos (privada) ou do 
Estado (pública). Na prática, isso significa que os bens, ativos, mercadorias (e mesmo direitos) 
têm dono certo e identificado. Esse proprietário pode, por conseguinte, fazer o uso que desejar 
de seus bens, desde que respeite as leis daquele país ou região em que atua. O Estado 
também pode ser proprietário, porém nos Estados capitalistas modernos a maior parte da 
propriedade é privada e o Estado atua como garantidor destas propriedades e dos contratos. 
 
 
Fatores de produção 
A produção é realizada através da combinação de diversos fatores. Esses fatores são 
comumente categorizados em capital, trabalho e terra. Atualmente, capital e terra confundem-
se, pois terra posta à produção também tem as mesmas características de capital. Portanto, 
essencialmente, os fatores de produção são capital e trabalho que, combinados, permitem a 
produção de produtos e serviços. Por exemplo, para que sejam fabricados pregos são 
necessários aço, ferramentas (para cortar e afiar o aço no formato desejado) e algumas 
pessoas operando estas ferramentas e a matéria-prima para que o produto final seja realizado. 
Nesse caso, então, o aço e as ferramentas são o capital, enquanto o esforço das pessoas em 
converter a matéria-prima em pregos é o trabalho. 
 
16 
 
 
Mercado 
Mercado é o ambiente, real ou virtual, em que se dão as trocas dos bens. É o local 
onde as pessoas que querem comprar um bem e as pessoas que querem vender este mesmo 
bem se encontram para negociar o preço e realizar esta troca. O mercado pode ser, 
efetivamente, um mercadinho de bairro onde se compram os alimentos da semana. Pode ser 
também uma Bolsa de Valores, onde ativos financeiros - que também são bens - podem ser 
negociados. Pode ainda ser um ambiente virtual ou abstrato, por exemplo, um portal na 
internet onde é feito um leilão de telefones celulares. 
 
 
Divisão do trabalho 
Trata-se de um dos aspectos mais marcantes do capitalismo. Mesmo em modosde 
produção mais modernos, havia um grau de certa diversidade nas atividades de um indivíduo. 
Um típico artesão do feudalismo, por exemplo, era responsável por realizar todo um conjunto 
de atividades que viriam, ao final, a dar como resultado a produção de um sapato. 
No capitalismo, porém, a produção é feita de forma extremamente parcelada e 
especializada. Na produção de um sapato, por exemplo, um funcionário pode ser responsável 
apenas por colar a sola do sapato no couro, mas ele faz isso de forma extremamente 
especializada e sem precisar trocar ferramentas e equipamentos. No seu conjunto, com a 
produção sendo feita por diversas pessoas realizando atividades parciais, mas de forma 
especializada, há um enorme aumento da produtividade. 
É uma característica que damos por “natural”, mas que é bastante recente, a nossa 
especialização em profissões. Dessa forma, um biólogo que trabalhe em uma vinícola pode ser 
hoje especializado nos processos de fermentação e fazer isso com conhecimento e 
produtividade inigualáveis, mas pouco sabe dos solos e das épocas do plantio ou mesmo do 
processo de engarrafamento do vinho. No feudalismo, para compararmos, um vinho 
provavelmente era feito pela mesma pessoa ou família, que realizavam todo o processo desde 
o plantio, colheita, fermentação, produção, engarrafamento e venda. 
Essa maior divisão do trabalho é que permitiu o alcance de maior produtividade e 
especialização no capitalismo. 
 
17 
Representação de uma fábrica de alfinetes. Segundo observado por 
Adam Smith em seu clássico “Riqueza das Nações”, considerado um dos 
fundadores da Ciência Econômica moderna, a divisão do trabalho 
permitia que a produção de alfinetes passasse de 20 unidades por 
trabalhador (no modelo artesanal) para cerca de 4.800 alfinetes por 
trabalhador (no modelo industrial), essencialmente em virtude da divisão 
do trabalho. 
 
 
Uso crescente da Moeda e do comércio 
A moeda e o comércio já existiam antes do capitalismo, mas é a partir desse modo de 
produção eles passam a ser essenciais na vida cotidiana de todos. A razão disso é que, como 
no capitalismo predomina a divisão do trabalho, cada pessoa tende a produzir apenas um tipo 
de bem ou alguns tipos de bens, porém para sobreviver precisa adquirir uma variedade muito 
maior de bens. 
Dessa maneira, a necessidade de comercializar bens é comum a todos. Por exemplo, 
um indivíduo assalariado vende seu trabalho em troca de moeda e comprar todos os demais 
bens de que precisa com uso também da moeda. 
Trataremos mais deste tema em outras unidades. 
 
 
Ao contrário do que algumas pessoas poderiam imaginar, a existência do Estado não é 
antagônica à existência do capitalismo; é, ao contrário, uma condição necessária. 
É fato, aliás, notado por diversos historiadores, que o capitalismo somente vigorou 
naquelas nações que detinham um Estado em pleno funcionamento. Observa-se, ainda, que o 
capitalismo frutificou primeiro naquelas nações cujo Estado, na nossa concepção moderna, 
desenvolveu-se de forma plena. 
Isso ocorre porque o capitalismo somente pode funcionar em um ambiente em que a 
propriedade privada está garantida, em que há respeito aos contratos e em que há um certo 
ambiente de segurança. Além disso, existem outros elementos pelos quais o Estado zela e que 
facilitam muito o desenvolvimento do capitalismo, como, por exemplo, a moeda. 
 
 
 
18 
 
Livre Iniciativa ou Liberdade Econômica 
Se podemos considerar que o motor do capitalismo é o mercado, então podemos dizer 
que a liberdade econômica é o combustível que faz este motor funcionar. 
A liberdade econômica é a permissão para que os cidadãos comuns de um país 
tenham direito a propriedade privada e possam realizar empreendimentos tendo como 
objetivo o lucro. É o direito de realizar negócios e apropriar-se dos lucros deste negócio. Para 
que isso seja possível, deve haver um conjunto de leis que permita - e, em alguns casos, 
estimule - a realização de empreendimentos econômicos privados, além da garantia estatal à 
propriedade e aos contratos. Em uma sociedade capitalista, considera-se legítimo que um 
empreendedor aproprie-se dos lucros de seu empreendimento, ainda que parte dos lucros 
possa ser retida pelo Estado na forma de impostos sobre a renda ou lucro. 
É justamente esta expectativa dos lucros que motiva as pessoas a realizarem 
investimentos, estimulando a produção de bens, o emprego e a inovação. 
Essas são apenas algumas das características do capitalismo, mas que perduram em 
todas as suas fases desde seu nascimento até os dias atuais, ainda que muitos outros aspectos 
tenham se alterado de forma significativa. 
É importante notar a brevidade do capitalismo na vida humana, sobretudo a partir de 
sua forma mais consolidada, a partir do século XVIII. 
Na próxima unidade, trataremos de forma mais objetiva de algumas das “Leis” que 
regem o funcionamento dos mercados e dos negócios dentro deste sistema econômico. 
 
20 
 
 
 
 
ANDERSON, Perry. Passages from Antiquity to Feudalism. Nova Iorque: Verso Books, 
1997. 
MANDEL, Ernest. An Introduction to Marxist Economic Theory. Nova Iorque: 
Pathfinder Press, 1974. 
SMITH, Adam. Riqueza das Nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. 
São Paulo: Editora Nova Cultural, 1996. 
VASCONCELLOS, M. A. S.; ENRIQUEZ GARCIA, M. Fundamentos de Economia. 2. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2005. 
 
 
19 
 
 
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