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resumão LINDB PROVA DIREITO CIVIL.docx

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O decreto-lei 4.65/10942 tem como tema principal a própria lei, porque é a lei das leis, que até 2010 levava o nome de LICC = Lei de Introdução ao Código Civil que foi alterada pela lei 12.376/2010 para LINDB = Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro por que? Por que trata de todas as leis do nosso ordenamento e não apenas das leis civis.
Artigo 1º - Vacatio legis
É um período, um tempo que é dado a sociedade, juízes, promotores, advogados para se adaptar a lei. 
Esse período de adaptação começa na data em que é publicada a lei e termina na entrada em vigor da lei. Esse período da publicação oficial até a entrada oficial da lei é o que chamamos de vacatio legis.
Exemplo: lei das cadeirinhas, teve que ter um período de adaptação, para as pessoas comprarem as cadeirinhas, para se fabricar as cadeirinhas. O mesmo aconteceu como nosso código civil de 2002 que foi publicado em 2002 e teve um tempo para entrar em vigor. Só entrou em vigor em 2003.
Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada. Quando na lei não há o período determinado como nos exemplos acima, o tempo (a vacatio legis) será de 45 dias. No Brasil essa é a vacatio legis oficial da data da publicação a entrada em vigor da lei.
Cada lei e publicada em um Diário oficial, sendo municipal, estadual ou federal. 
A vacatio legis pode ser menor ou maior que 45 dias? Sim, desde que esteja prevista na própria lei.
A vacatio legis pode ser em dias, meses ou anos.
Exemplo: Se for em dias: pode valer no dia da publicação, estando escrito na própria lei. Publiquei dia 5/06, entra em vigor no dia seguinte 6/06. 
Agora se forem 5 dias, vou contar também o dia 5, no dia 9 completa os 5 dias e a lei entra dia 10/06.
Sendo em meses: publicação da lei em 05/06, vacatio legis 3 meses, fica 05/07 1 mês, 05/08 2 meses e 05/09 3 meses, a lei entra em 06/10
Sendo em anos: publicação em 05/06/2017, vacatio legis 1 ano, de 05/06/2017 a 05/06/2018 a lei entra em 06/06/2018.
Parágrafo 1º = Quando as leis brasileiras são admitidas no exterior inicia 3 meses depois de oficialmente publicada. É maior que no Brasil. Isso para dar maior prazo de adaptação para os brasileiros que moram lá, ministros, diplomatas, cônsules.
Se essa lei possui um vacatio legis aqui no Brasil de 10 dias, não vamos considerar esses 10 dias + os 3 meses, somente os 3 meses.
Agora se o vacatio aqui no Brasil é de 1 ano, sendo assim, maior que os 3 meses do exterior, a vacatio será de 1 ano.
Se o período aqui no Brasil for menor que 3 meses, no exterior sempre vai ser de 3 meses.
Artigo 2º - Revogação
Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
A partir do momento que a lei entregou em vigor, ela vigora até a sua revogação. O período que vai da publicação da lei até a sua revogação, é chamado de vigência. Durante esse período a lei é exigida e obrigatória. A revogação tira a obrigatoriedade dessa lei, fazer com a lei não tenha mais efetividade.
Quando se diz: “não se destinando a vigência temporária” significa que temos dois tipos de leis: lei permanente, que em razão do princípio da continuidade, as leis são permanentes, a partir do momento que elas entram em vigor, vão vigorar até o momento em que vem outra lei e a revogue. Temos as leis temporárias, que já tem um prazo certo para terminar. Pode ser revogada por 3 motivos:
Advento do termo: aqui ela já tem uma data certa para terminar. Exemplo: a lei da Copa, que permitiu a venda de bebida alcoólica durante a copa. Tinha um prazo certo para vigorar. 
Consecução dos seus fins: quando a lei atinge a finalidade para qual ela foi feita. Exemplo: a ampliação da pista de um aeroporto, a duplicação de uma via.
Implemento da condição resolutiva: aqui não temos uma data certa, mas temos um evento futuro e incerto. A partir do momento que este evento se concretizar a lei se encerra. Exemplo: ajuda do Governo Federal para um município que está com surto de dengue. Não sabemos quando vai terminar o surto, mas quando terminar, se encerra a lei.
Esse artigo 2ª trata das leis permanentes e não das temporárias, por isso que no início do artigo vem: “não se destinando à vigência temporária”.
***Quanto a questão do “até que outra a modifique ou revogue”, pode vir uma outra lei que altera apenas um artigo da lei ou alterar um inciso da lei. A lei continua existindo, mas foi modificada. Isso é chamado de DERROGAÇÃO, que é uma revogação parcial da lei.
Quando tivermos uma revogação total da lei, não está mais em vigor chamamos de AB-ROGAÇÃO, revogação total de uma lei.
Sempre seguindo o princípio do paralelismo das formas, ou seja, sempre que formos revogar ou modificar uma lei tem que ser por uma lei do mesmo nível.
Exemplo a Constituição se altera por emenda constitucional, a lei complementar por lei complementar e lei ordinária por outra lei ordinária. 
Parágrafo 1º = Revogação expressa: deve vir expresso na própria lei que a lei posterior revogou a lei anterior, há a revogação expressa.
Revogação tácita: não está expresso na lei posterior que revogou a lei anterior. Neste caso é necessário fazer uma análise dessa lei para saber que houve a revogação. 
Essa análise é feita de duas formas: quando a lei posterior regula inteiramente a matéria da lei anterior ou quando ela é incompatível com a lei anterior.
Exemplo: na lei anterior dizia que o IR deve ser entregue até 30/04, a lei nova diz que será dia 15/04, então é incompatível uma com a outra, não tem como entregar nas duas datas, e assim pressupõe-se que revogou. 
O mesmo acontece no exemplo de que na lei anterior a idade para tirar habilitação é 18 anos e na nova lei consta aos 21 anos. Também pressupõe-se que revogou, que era 18 e agora é 21.
Outra possibilidade é quando a lei posterior revoga inteiramente a lei anterior. Ex. um novo CV, C. Florestal.
Parágrafo 2º = diz que se vier uma lei posterior que trata do mesmo assunto da lei anterior, mas não for incompatível com ela e não regular inteiramente a matéria da lei anterior, não houve revogação. Assim permanece as duas leis. Tratam do mesmo assunto e se complementam. Ex. Uma lei ambiental.
Parágrafo 3º = Repristinação: o que acontece com a lei revogada se a lei revogadora também perdeu a sua vigência? A lei anterior não se restaura, no Brasil é proibido. Isso pode acontecer somente se vir escrito na lei atual que após o término desta, volta a vigorar a anterior. Tem que estar expresso.
Artigo 3º - Ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece.
Provém do princípio da obrigatoriedade da lei e provém de 2 fatores:
Presunção legal: a partir do momento em que a lei foi publicada, seja municipal, estadual ou federal, todos devem ter o conhecimento desta lei.
Necessidade social: eficácia do ordenamento jurídico, imagine se todos pudessem dizer que não conhece a lei, não teríamos segurança jurídica.
Exemplo: não posso alegar que não sabia que o IR tem que entregar em 30/04, para não ter que pagar a multa, ou que não sabia que era obrigado a pagar as férias do funcionário para me eximir do pagamento em dobro.
Ao mesmo tempo que não posso dizer que não conheço a lei, a pessoa só obrigada a fazer o que está na lei. Ex. não me podem exigir uma carteira de motorista para dirigir uma bicicleta, porque a lei não exigi.
Artigo 4º - Costumes
Esse artigo determina que quando a lei for omissa o juiz deve considerar o caso como analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.
O juiz deve obedecer essa ordem, sendo assim, primeiro tentar resolver a lacuna na lei com analogia, se não der certo, vai tentar os costumes e se ainda não der certo, vai tentar os princípios gerais de direito.
Costumes: uma prática reiterada da sociedade. Ex. cheque pré-datado, não está previsto em lei, mas é habitual no Brasil usar. Outro costume é a obediência as filas.
Existem 3 tipos de costumes:
Costume Secundum legem: são aqueles que a própria lei autoriza o uso do costume. 
A lei determina que quando
as partes não decidirem sobre a situação, o juiz pode aplicar o costume.
Art. 569, II, do CC: o locatário é obrigado a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar.
Aqui o juiz pode determinar que de acordo com os costumes do lugar. Está escrito no CC, o juiz aplicando este artigo ele estará fazendo uma subsunção, porque ele encontrou a lei para o caso concreto.
Costume Praeter Legem: não estão previstos em lei, mas também não é contrário a lei. É este que se fala no artigo 4º. O juiz resolve de acordo com um costume do local, não está previsto na lei
Exemplo: quando a pessoa empresta o cachorro para procriar e pelo costume tem direito a um filhote. Não tá na lei, mas é um costume.
Costume Contra legem: são os costumes que contrariam a lei, apesar de ser uma prática reiterada da sociedade, mas está contrariando a lei.
Ele por contrariar a lei não pode ser empregado pelo juiz e de tão reiterado esse costume, faz com que a lei deixe de ter a sua aplicabilidade.
Exemplo: quando contraria a lei: moradores de uma cidade onde não se usam capacetes, se houver um mandato de segurança discutindo a multa, o juiz vai ter que aplicar a multa, mesmo que seja hábito daquela cidade andar sem capacete.
Exemplo: fazem com que a lei deixe de ter aplicabilidade: adultério, antigamente era crime, mas foi revogado. Hoje o juiz não pode mais aplicar. Outro exemplo é a lei do kit primeiro socorros, não encontrou apoio na sociedade e deixou de ser aplicada.
Artigo 5º - Função Social da Lei
“Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.”
Exemplo de situação onde o juiz ao aplicar a lei tem que estar atento a finalidade social e o bem comum.
Quando é determinado que o Estado forneça medicamentos gratuitos a quem não tem condições de pagar. São situações onde a pessoa precisa do medicamento e ele não está disponível e mesmo assim, o juiz a entender a finalidade social da lei, manda o Estado fornecer os medicamentos.
Outro exemplo é, João e sua família possuem apenas uma bicicleta como veículo, mas ele bate e estraga um carro, não tem dinheiro para pagar, o juiz visando que penhorar a bicicleta de João, não atingi a finalidade social, já que sua família ficará sem um veiculo de locomoção, o juiz poderá deixar de penhorar o bem de João.
Artigo 6º - 
A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
Parágrafo 1º - ato jurídico perfeito: “Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.”
Ato jurídico perfeito é aquele ato já realizado por um ser humano, já consumado e realizado de acordo com a lei vigente. Ex. A lei municipal permiti que se construam prédios de 6 andares de frente para o mar, João o construiu dentro da lei. Se essa lei mudar, João não vai ter que demolir.
Parágrafo 2º -direito adquirido: “Consideram-se adquiridos os direitos que seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha tempo pré-fixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.”
A pessoa já pode exercer, porque ele incorporou aquele direito a seu patrimônio.
Exemplo: aposentadoria, já contribuiu o período necessário e já poderia se aposentar, mas o faz quando quiser, independente do momento em que pedir ou se a lei mudar. 
Parágrafo 3º - a coisa julgada: “Chama-se coisa julgada ou caso jurídico a decisão judicial de que já não caiba recurso”.
Exemplo: Colisão de veículo, o juiz decidiu que fulano pagaria um valor de 1000,00 pelos danos a vítima, transitou em juízo e foi concluída a sentença, não cabe mais recurso.

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