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0 0 4 2 4 1 0 3 9 2 0 1 3 4 0 1 3 4 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL Processo N° 0042410-39.2013.4.01.3400 - 14ª VARA FEDERAL Nº de registro e-CVD 00036.2015.00143400.1.00336/00128 Autos nº 42410-39.2013.4.01.3400 Classe : 2100 – MANDADO DE SEGURAÇA INDIVIDUAL Impetrante : ANDREA DE CARVALHO PEDROZA Impetrado : DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL SENTENÇA 1. Relatório Cuida-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado por ANDREA DE CARVALHO PEDROZA, contra o DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL, objetivando a remoção da Impetrante para unidade do Departamento de Polícia Federal em João Pessoa, Paraíba e, sucessivamente, seu exercício provisório na Seção da Justiça Federal na Paraíba, em João Pessoa. Alega a Impetrante, em síntese, que: [a] encontra-se lotada na Penitenciária Federal em Mossoró, Rio Grande do Norte; [b] seu marido, que é Agente de Segurança Penitenciária do Estado da Paraíba, foi removido de ofício, da cidade de Catolé do Rocha, para João Pessoa, ambas naquele Estado; [c] após essa mudança o convívio familiar foi rompido, em razão da distância entre as cidades (cerca de 450 quilômetros); [d] apesar de anteriormente seu marido ser lotado na cidade de Catolé da Rocha/PB, a convivência familiar era possível, vez que a distância entre essa cidade e a de Mossoró/RN é de apenas 160 Km (cento e sessenta quilômetros); [d] tem direito à proteção de sua unidade ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL WALDEMAR CLAUDIO DE CARVALHO em 30/03/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 50987523400247. Pág. 1/5 0 0 4 2 4 1 0 3 9 2 0 1 3 4 0 1 3 4 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL Processo N° 0042410-39.2013.4.01.3400 - 14ª VARA FEDERAL Nº de registro e-CVD 00036.2015.00143400.1.00336/00128 familiar, nos termos dos arts. 226 e 227 da CF, art. 36, parágrafo único, inciso III, alínea “a” e art. 84, § 2º, da Lei nº 8.112/90 e art. 2º da Lei nº 10.693/03. Com a inicial, procuração e documentos de fls. 26/248. O pedido de liminar foi deferido mediante decisão de fls. 250/253. Às fls. 263, a União informa o interesse no ingresso do feito, bem como a interposição do agravo de instrumento (fls. 265/277) Informações prestadas às fls. 279/280. Parecer do Ministério Público Federal às fls. 109/111, o qual eximiu-se de opinar sobre o mérito, por entender não existir interesse público de repercussão social que justifique a sua intervenção. Vieram-me os autos. 2. Fundamentação A lide nesse mandado de segurança já foi devidamente resolvida pelo ilustre Juiz Federal Jamil Rosa de Jesus Oliveira, na decisão de fls. 250/253, cujos fundamentos adoto como razão de decidir, in verbis: “3.- A Lei nº 8.112, de 1990, com a redação dada pela Lei nº 9.527, de 1997, definiu no seu art. 36 que remoção “é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede”, enumerando três modalidades de remoção, no seu parágrafo único, a saber: ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL WALDEMAR CLAUDIO DE CARVALHO em 30/03/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 50987523400247. Pág. 2/5 0 0 4 2 4 1 0 3 9 2 0 1 3 4 0 1 3 4 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL Processo N° 0042410-39.2013.4.01.3400 - 14ª VARA FEDERAL Nº de registro e-CVD 00036.2015.00143400.1.00336/00128 “I - de ofício, no interesse da Administração; II - a pedido, a critério da Administração; III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração: a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; b) e c)” 4.- As duas primeiras situações, não há dúvida, encontram-se na seara da oportunidade e conveniência da Administração. Quanto ao item III, contudo, como dispõe a própria norma legal, tem-se a remoção do servidor desde que preenchidos os requisitos para tanto, sem depender do interesse da Administração. 5.- Na resposta ao requerimento administrativo, vasta discussão se travou,entre os órgãos e autoridades responsáveis, sobre o eventual direito da Impetrante à remoção ou ao exercício provisório, em razão das especificas atribuições do cargo de Agente Penitenciário. 6.- Resultou, então, que à Impetrante não se aplicaria o instituto da remoção, por se considerar, corretamente, que os Agentes Penitenciários são vinculados ao DEPEN e não ao Departamento de Polícia Federal, que têm quadros distintos. Restaria, então, o exercício provisório, o qual também foi negado por se considerar não haver na Polícia Federal atividade compatível com o cargo da servidora. 7.- Ora, em verdade, afora a discussão levantada pelos órgãos consultivos, como consta do Parecer de fls. 99-110, verifica-se, no caso, que a Impetrante preenche, sim, os requisitos necessários ao exercício provisório, uma vez que seu cônjuge, servidor estadual, foi removido de ofício, e pode a Impetrante exercer atividade na Polícia Federal. 8.- Com efeito, a Lei nº 10.693, de 2003, prevê que compete aos ocupantes do cargo de Agente Penitenciário Federal o exercício de suas atividades nos estabelecimentos penais federais e nas dependências do Departamento de Polícia Federal (art. 2º). 9.- E também a Lei nº 11.907, de 2009, que reestruturou a carreira em discussão, assim fixando, na redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010: ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL WALDEMAR CLAUDIO DE CARVALHO em 30/03/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 50987523400247. Pág. 3/5 0 0 4 2 4 1 0 3 9 2 0 1 3 4 0 1 3 4 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL Processo N° 0042410-39.2013.4.01.3400 - 14ª VARA FEDERAL Nº de registro e-CVD 00036.2015.00143400.1.00336/00128 “Art. 123. Compete aos ocupantes do cargo de Agente Penitenciário Federal o exercício das atividades de atendimento, vigilância, custódia, guarda, escolta, assistência e orientação de pessoas recolhidas aos estabelecimentos penais e de internamento federais, integrantes da estrutura do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça, e às dependências do Departamento de Polícia Federal.” 10.- Portanto, não há falar em impossibilidade de exercício provisório de umAgente Penitenciário em uma unidade da Polícia Federal. Como adendo a essa conclusão, ainda que se cuidando de remoção e não de exercício provisório,transcreve-se trecho de um parecer exarado em caso análogo à da Impetrante, tendo assim concluído a autoridade responsável: “...se já foi reconhecido, inclusive em sede judicial, o direito líquido e certo de ser removida para a localidade para qual seu cônjuge está sendo transferido, é mais do que razoável esperar que essa remoção seja operacionalizada dentro dos órgãos que compõem o Ministério da Justiça, especialmente aqueles previstos na legislação específica (a Lei nº 11.907/2009), quais sejam o Departamento Penitenciário Nacional e o Departamento de Polícia Federal, ambientes onde a servidora deverá exercer suas atividades-fim, e não outras que sejam compatíveis.” (fls. 122) 11.- E no que concerne à não aplicação da remoção e sim do exercício provisório, vê-se que, na verdade, o marido da Impetrante não foi removido para João Pessoa, mas foi designado para prestar serviço em unidade penitenciária estadual, até ulterior deliberação (fls. 84), o mesmo se depreendendo do documento de fls. 87. O ato, na sua essência, é provisório, por isso que só pode ser aplicável à Impetrante, no caso, o instituto do exercício provisório. 12.- Com efeito, a Lei nº 8112, no § 2º de seu art. 84, trata do exercício provisório para os casos de deslocamento de servidor cujo cônjuge também seja servidor público, nos seguintes termos: “§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.” 13.- Assim, diante do exposto, e verificando-se a situação específica da Impetrante, tenho como solução adequada ao caso o seu deslocamento para ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL WALDEMAR CLAUDIO DE CARVALHO em 30/03/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 50987523400247. Pág. 4/5 0 0 4 2 4 1 0 3 9 2 0 1 3 4 0 1 3 4 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL Processo N° 0042410-39.2013.4.01.3400 - 14ª VARA FEDERAL Nº de registro e-CVD 00036.2015.00143400.1.00336/00128 exercício provisório na Policia Federal da cidade de João Pessoa, na Paraíba, permitindo à Administração lotar a servidora em unidade que lhe permita exercer atividades compatíveis com a do cargo de Agente Penitenciário. “ 3. Dispositivo. Pelo exposto, CONFIRMO A LIMINAR e CONCEDO A SEGURANÇA, para “determinar à Autoridade Impetrada que coloque a Impetrante à disposição do Departamento de Polícia Federal, para exercício provisório em unidade na cidade de João Pessoa, Estado da Paraíba, situação que deverá perdurar apenas enquanto seu marido estiver designado para exercer suas atribuições funcionais naquela cidade, sem prejuízo de que seja novamente lotada na sua unidade de origem, se o seu marido voltar ao estabelecimento de origem ou for designado para outra cidade no interior do Estado.” Sem condenação em honorários, nos termos do art. 25 da Lei 12.016/09. Custas na forma da lei. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 30 de março de 2015 WALDEMAR CLÁUDIO DE CARVALHO Juiz Federal da 14ª Vara Federal – DF ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL WALDEMAR CLAUDIO DE CARVALHO em 30/03/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 50987523400247. Pág. 5/5
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