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INSTITUTO FEDERAL DO ESPIRITO SANTO - IFES COORDENAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA ANA JÚLIA FONSECA COSTA E SILVA Prática n° 01 (21/09/2017), Grupo (G1) DETERMINAÇÃO DE CINZAS Disciplina: Análise de Alimentos Professor: José Augusto Brunoro Costa VILA VELHA SETEMBRO – 2017 ANA JÚLIA FONSECA COSTA E SILVA DETERMINAÇÃO DE CINZAS Relatório do Curso de Técnico em Química apresentado ao Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes, como parte das exigências da Disciplina Análise de Alimentos, sob a orientação do Professor José Augusto Brunoro Costa. VILA VELHA SETEMBRO – 2017 INTRODUÇÃO A análise de cinzas fornece informações prévias sobre o valor nutricional do alimento, em relação ao seu conteúdo em minerais. As cinzas de um alimento é o nome dado ao resíduo mineral inorgânico que permanece após a queima da matéria orgânica, a qual e transformada em CO2. H2O e NO2, sendo assim, a cinza de um material são o ponto de partida para a análise de minerais específicos. Estes minerais são analisados tanto para fins nutricionais como também para segurança. A cinza é constituída principalmente de: Macronutrientes: normalmente presentes em grandes quantidades nos alimentos, como: K, Na, Ca, P , S, Cl e Mg. Micronutrientes: normalmente presentes em pequenas quantidades nos alimentos, como: AI, Fe, Cu, Mn e Zn. Elementos traços: além dos macros e micronutrientes, ainda existem os chamados elementos traços que se encontram em quantidades muito pequenas nos alimentos. Alguns são necessários ao organismo humano e muitos deles são prejudiciais à saúde, os contaminantes químicos, entre esses se destacam: Ar, I, F, Cr, Co, Cd e outros elementos. A composição da cinza vai depender da natureza do alimento e do método de determinação usado. Ca - alta concentração em produtos lácteos, cereais, nozes, alguns peixes e certos vegetais; P - alta Concentração em produtos lácteos, grãos, nozes, carne, peixe, aves, ovos e legumes. Fe - alta concentração em grãos, farinhas, produtos farináceos, cereais assados e cozidos, nozes, carne, aves, frutos do mar, peixes, ovos e legumes. Baixa concentração em produtos lácteos, frutas e vegetais. Na - sal é a principal fonte, e em quantidade média em produtos lácteos, frutas, cereais, nozes, carne, peixes, aves, ovos e vegetais. Mg - nozes, cereais e legumes. Mn – cereais vegetais e algumas frutas e carnes. Cu - frutos do mar, cereais e vegetais. S - em alimentos ricos em proteínas e alguns vegetais. Co - vegetais e frutas. Zn - frutos do mar e em pequena quantidade na maioria dos alimentos. Nesta prática iremos abordar cinzas presentes em farinha de trigo, onde seus principais constituintes são o ferro, sódio, potássio, magnésio e fósforo, que são obtidos através da queima da matéria orgânica da farinha, pelo aquecimento a temperaturas próximas de 550-570ºC. A maior concentração destes minerais encontra-se na parte externa do grão, isto é, no farelo, com isso, conclui-se que, quanto maior a quantidade ou a contaminação de farelo na farinha, maior será o teor de cinzas resultante. O teor de cinzas presentes na farinha só apresenta correlação com a cor destas e com a presença de partículas de cascas quando da moagem da mesma mescla de trigos, sob as mesmas condições, no mesmo diagrama e na mesma regulagem. Sendo assim, é um número de moleiro, podendo-se obter na comparação de farinhas obtidas de trigos diferentes, uma farinha mais clara, com maior teor de cinzas que outra mais escura. A determinação do teor de cinzas é feita colocando-se uma quantidade conhecida de amostra (1-5 g) em um equipamento chamado Mufla, a temperatura entre 550-570ºC, até a eliminação completa do carvão. As cinzas deverão ficar brancas ou ligeiramente acinzentadas. Uma farinha que possui um teor de cinzas superior ao especificado, gerará um miolo de pão de coloração mais escura, o que, dependendo das características típicas do produto final pode não ser desejável, o que é o caso da fabricação de pães brancos, não integrais. Segundo a legislação brasileira (Portaria 354/96), a farinha de trigo integral pode possuir no máximo entre 2 a 2,5% de cinzas, a farinha de trigo comum, no máximo 1,35% e a farinha de trigo especial, no máximo 0,65%. Para os produtos oriundos da moagem do trigo Durum, a legislação brasileira, através da Portaria 132/99 prevê para a sêmola e semolina no máximo 0,92 % de cinzas, para a farinha, 1,50% e para a farinha integral de trigo Durum, 2,10%. OBJETIVO Nesta atividade experimental temos como objetivo determinar o teor de cinzas em amostras de trigo desidratado e com isso trabalhar com a expressar Base Seca (BS) e Base Úmida (BU). MATERIAIS E MÉTODOS MATERIAIS Balança analítica Cadinho de porcelana Mufla Dessecador Trigo desidratado Regina Espátulas Garras Luva de Kevlar. MÉTODO Primeiramente fazer a manipulação dos cadinhos com cuidado, para evitar uma possível contaminação de umidade e gordura, aquecer o cadinho em uma temperatura de aproximadamente 850°C por 10 minutos e esfriar o mesmo no dessecador. Pesar o cadinho vazio e anotar o seu peso. Pesar aproximadamente cerca de 5g de amostra de trigo desidratado. Colocar o cadinho contendo a amostra na Mufla, fazendo o uso de luvas de Kevlar e uma espátula. Deixar por aproximadamente 2 horas numa temperatura entre 550ºC a 600ºC. Retirar e esfriar o cadinho contendo a amostra no dessecador. Realizar a pesagem novamente e anotar seu respectivo peso. Realizar os cálculos. RESULTADOS E DISCUSSOES Para obter a quantidade de gramas de cinzas da amostra é feito o seguinte cálculo: C+Z (massa do cadinho vazio + massa de cinza) – C (cadinho vazio) = Z (massa de cinza em gramas). Posteriormente, para obter a quantidade por cento de cinzas segue-se o seguinte cálculo: Z (massa de cinza em gramas) _________________________ X 100 = zBU(%) = Teor de cinza, em Base Úmida. AU (massa da amostra úmida) Z (massa de cinza em gramas) _________________________ = zBS(%) = Teor de cinza, em Base seca. AS (massa da amostra úmida) Amostra Analistas Cadinho (g) Amostra Cinza C C + AS C + Z AS (g) U (%) AU (g) Z (g) ZBU (%) ZBS (%) 1 Amanda 61,8055 65,2709 61,8234 3,4654 4,0% 3,5055 0,0179 51,06% 0,52% 2 Ana Júlia 66,9233 71,1649 66,9454 4,2416 4,0% 4,2817 0,0221 51,61% 0,52% 3 Franciene 56,8654 61,0895 56,8878 4,2241 4,0% 4,2642 0,0224 52,53% 0,53% 4 Jéssica 59,2578 63,7633 59,2833 4,5055 4,0% 4,5456 0,0255 56,10% 0,57% 5 João Vitor 56,7839 60,8089 56,8157 4,0250 4,0% 4,0651 0,0318 78,23% 0,79% 6 Leticia B. 39,4305 42,4536 39,4460 3,0231 4,0% 3,0632 0,0155 50,60% 0,51% Média (%) 56,69% 0,57% Desvio padrão (%) 11,53% 0,12% Coeficiente de variação (%) 20,33% 20,32% Após a execução do procedimento, obtivemos os seguintes dados conforme tabela abaixo para a determinação do teor de cinzas das amostras. LEGENDA C= MASSA DO CADINHO VAZIA (g) AU = MASSA DA AMOSTRA UMIDA (g) AS = MASSA DA AMOSTRA SECA (g) U% = TEOR DE UMIDADE, EM% ZBU% = TEOR DE CINZA EM BASE ÚMIDA ZBS% = TEOR DE CINZA EM BASE SECA Z = MASSA DE CINZA (g) EXERCICIO PROPOSTO Amostra C C + ASA ASA C + Z Z Z ASA (%) ASE (%) ASE Z ASE (%) AN Z AN (%) 1 9,3210 10,5605 1,2395 9,3872 0,0662 0,0008 94,51 1,1715 0,0008 3,9927 1,66 2 13,0495 14,5150 1,4655 13,126 0,0767 0,0011 94,51 1,3850 0,0011 4,7207 1,62 3 10,0650 11,0410 0,976 10,117 0,0515 0,0005 94,51 0,9224 0,0005 3,1439 1,64 C = massa do cadinho vazio (g). ASA: massa da amostra seca ao ar (g). Z = massa de cinza (g) ASE: massa da amostra seca em estufa (g). AN: massa daamostra natural (g). OBS.: A matéria seca em estufa corresponde a 29,34% da matéria natural. CONCLUSÃO Analisando os resultados obtidos, pode-se concluir que o objetivo do experimento de obter o teor de cinzas na amostra seca e úmida foi atingindo. Pois segundo a legislação brasileira (Portaria 354/96), diz que a farinha de trigo comum deve apresentar cerca de 1,35% em base seca, no Maximo, visto que após o experimento o mesmo apresentou cerca de 0,57% em base seca, de acordo com os parâmetros estabelecidos pela portaria 354/96. BIBLIOGRAFIA CECCHI, H. M. Fundamentos teóricos e práticos em analise de alimentos. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2003. COSTA, Marcos Lana. Análises de alimentos, 2001. Disponível em: < http://rehagro.com.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=473> Acesso em 09 de Setembro de 2017. DALLA, Andréia; DORS, Giniani Carla ; FELTES, Maria Manuela Camino; GONÇALVES, Luana; HEIDEN, Thaisa; KOW ACIC, Júlia. Determinação de cinzas em diversos alimentos. Santa Catarina: Araquari, 2014. NITZKE, Julio Alberto; SILVEIRA THYS, Roberta Cruz . AVALIAÇÃO DA QUALIDADE TECNOLOGICA: INDUSTRIAL FARINHA DE TRIGO. 1. ed. Instituto de Ciências e Tecnologia de Alimentos - ICTA: [s.n.], 2001. 1 p. Disponível em: <https://lume-re-demonstracao.ufrgs.br/avaliacao-qualidade/1c.php>. Acesso em: 08 set. 2017.
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