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CHEFE DE ESTADO- principal órgão do Estado nas relações internacionais (principal representante estatal) Por ser a autoridade mais alta hierarquia da administração publica, é ele o competente para decidir em ultima instancia acerca das ações internacionais do ente estatal. Os Estados atribuem funções semelhantes a seus respectivos chefes, notadamente: declarar guerra e celebrar a paz, concluir tratados; formular e executar a politica externa estatal. ( com autorização ou referendo congressual) No BR, as funções do Chefe de Estado, é exercida pelo Presidente da Republica, e estão definidas no ar. 84 da CF: VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; A capacidade do Chefe de Estado brasileiro de celebrar tratados se encontra sujeita a autorização do Congresso Nacional, prévia à ratificação do ato internacional. Não é possível ao Presidente da República denunciar tratados sem o consentimento do Congresso Nacional. Cabe ao Presidente da Republica nomear os chefes de missão diplomática (embaixadores) – para isso, estará sujeito a previa aprovação do Senado, em sessão secreta (art. 52, V e IV, CF- ler) As ações presidenciais estão sujeitas a controle jurisdicional No exterior, os Chefes de Estado beneficiam-se de privilégios e imunidades semelhantes ás aplicáveis aos agentes diplomáticos- a inviolabilidade de sua pessoa e de seu local de hospedagem; a imunidade cível e penal; a isenção de impostos diretos e a liberdade de comunicação com seu Estado. Defesa dos interesses dos respectivos entes estatais A imunidade e privilégios são extensivos a sua família e comitiva. Abrange também ex-chefes de Estados (em relação a imunidade de ex-chefes, não persistem diante de atos contrários aos princípios e objetivos das Nações Unidas, sendo assim, o ex-chefe ser julgado por cortes internas de Estados estrangeiros ou por tribunais internacionais por conta de atos cometidos por essa autoridade durante o período em que exerceu o poder, o que antes não era viável) CHEFE DE GOVERNO Depende do sistema e do regime de governo adotado pelo Estado No Brasil não tem relevância, pois adota o sistema de presidencialismo Nos Estados parlamentaristas, os chefes de governo tem muitas competências internacionais do chefe de Estado nos regimes presidencialistas Em missões no exterior, os chefes de governo também gozam de prerrogativas semelhantes as dos chefes de Estado. MINISTRO DAS RELAÇES EXTERIORES Principal assessor do Chefe de Estado ou do chefe de Governo na formulação e execução da politica externa. Os poderes específicos são definidos pela legislação interna do Estado. No exterior também goza de prerrogativas semelhantes as dos chefes de estado e de governo O ministério das relações exteriores é o órgão governamental encarregado de assessorar o chefe de Estado e a administração publica como um todo em matéria internacional e de coordenar as ações neste sentido. No decreto 8.817, trás as seguintes áreas de competências: Art. 1º O Ministério das Relações Exteriores, órgão da administração direta, tem como área de competência os seguintes assuntos: I - política internacional; II - relações diplomáticas e serviços consulares; III - participação nas negociações comerciais, econômicas, técnicas e culturais com governos e entidades estrangeiras; IV - programas de cooperação internacional e de promoção comercial; V - promoção do comércio exterior, dos investimentos e da competitividade internacional do país, em coordenação com as políticas governamentais de comércio exterior; e VI - apoio a delegações, comitivas e representações brasileiras em agências e organismos internacionais e multilaterais. Parágrafo único. Cabe ao Ministério auxiliar o Presidente da República na formulação da política exterior do Brasil, assegurar sua execução e manter relações com Estados estrangeiros, organismos e organizações internacionais. CHEFE DE ESTADO MINISTRO DAS RELAÇOES EXTERIORES Manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos Auxiliar o Presidente da Republica na formulação da politica exterior do BR, assegurar sua execução e manter relações com Estados estrangeiros e organizações internacionais Celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional Politica internacional, relações diplomáticas e serviços consulares Declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas e nas mesmas condições decretar total ou parcialmente a mobilização nacional Participação nas negociações comerciais, econômicas, técnicas e culturais com governos e entidades estrangeiras Celebrar a paz, autoridade ou com o referendo do Congresso Nacional Programas de cooperação internacional e de promoção comercial - Apoio a delegações, comitivas e representações brasileiras em organismos internacionais AGENTES DIPLOMATICOS São os funcionários do Estado encarregados essencialmente de representa-lo em suas relações internacionais Diplomacia ad hoc – seria as missões especiais, cuja representatividade é outorgada por um tempo e para um fim determinado. A diferença dos diplomatas dos funcionários internacionais, que trabalham em organizações internacionais e que são habitualmente confundidos com os agentes diplomáticos. Os estatutos jurídicos são diferenciados. As suas funções são: a de representar o Estado acreditante perante o Estado acreditado; proteger os interesses do Estado acreditante e de seus nacionais no Estado acreditado; negociar com o governo do Estado acreditado; inteirar-se , por todos os meios lícitos das condições existentes e da evolução dos acontecimentos do Estado acreditando ou da organização internacional junto a qual atuam e informar o Estado acreditante a respeito; promover relações amistosas e desenvolver as relações econômicas, culturais e cientificas entre os Estados acreditante e o acreditado. O ESTADO ACREDITANTE É O ESTADO QUE ENVIA AGENTES DIPLOMATICOS; O ESTADO ACREDITDO É O QUE OS RECEBE No exterior, os diplomatas exercem suas funções as missões diplomáticas (embaixadas), órgão de representação do Estado junto aos governos de outros Estados, e nas delegações e missões junto a organismos internacionais. No BR, os Estados estrangeiros tem direito a adquirir a propriedade dos prédios necessários a sede dos representantes diplomáticos (LINDB, art. 11) Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem. § 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. § 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação. § 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares para que os diplomatas possam atuar em outro Estado e , portanto, para que possam ser instaladas missões diplomáticas em cidades estrangeiras é necessário queos entes estatais tenham o chamado “direito de legação”, ou seja, a prerrogativa de enviar e de receber agentes diplomáticos dividida respectivamente em direito de legação ativo e direito de legação passivo. O direito de legação confere ao Estado a mera faculdade de abrir missão diplomática no exterior, não obrigando a respeito, visto que a abertura de embaixada obedece, também, a critérios do interesse publico, revelados na importância que se atribui ao relacionamento com determinado Estado. O responsável de chefiar os trabalhos da missão diplomática, é o embaixador, também como “Chefe de Missão” que é a pessoa encarregada pelo Estado acreditante de agir nessa qualidade, é o Estado que representa que faz sua nomeação Núncio- é atribuído aos Chefes de Missões Diplomáticas de Santa Sé A nomeação do Embaixador é processo que requer, no Dto. Internacional, o pedido e a concessão do agrément- “concordância”. Ato discricionário pelo qual o Estado acreditado aceita a indicação de embaixador estrangeiro para que nele exerça suas funções. No BR, o posto de embaixador é cargo de confiança do Chefe de Estado. Além do agrément, a indicação do embaixador precisa ser aprovada pelo Senado Federal, por voto secreto, após arguição secreta em que o candidato a embaixador é sabatinado pelos Senadores. Na ausência de embaixador, a embaixada é chefiada por um encarregado de negócios No BR para a seleção dos agentes diplomáticos , devem, dentre outros requisitos: Ser brasileiro; ter curso superior de graduação em qualquer área, mínimo 21 anos de idade. Submeter-se ao Concurso de Admissao a carreira de diplomata. Funçoes dos agentes diplomáticos Representar o Estado acreditante perante o Estado acreditado Proteger os interesses do Estado acreditante e de seus naconis no Estado acreditado Negociar com o governo do Estado acreditado Inteirar- se das condições e da evolução dos acontecimentos do Estado acreditado ou da organização internacional junto a qual atuam e informar o Estado acreditante a respeito Promover relações amistosas e desenvolver as relações econômicas, culturais e cientificas entre o Estado acreditante e o acreditado AGENTES CONSULARES São funcionários de um Estado encarregados essencialmente de oferecer a seus nacionais a proteção e assistência cabíveis no exterior. Compete ao agente consular a proteção dos interesses do Estado que o envia e de seus nacionais, pessoa físicas ou jurídicas. A função consular gira em torno da proteção e da assistência aos nacionais no exterior, compete a ele a função notarial e de registro civil, cabendo a ele emitir documentos de seu Estado que sejam de interesse de seus nacionais no exterior ou eventualmente no estrangeiro .Outra função do cônsul é oferecer a proteção, ajuda e assistência possível a nacionais no exterior, como aqueles que estejam em conflito com a lei, doentes, etc. Todo consulado exerce suas funções apenas dentro de determinada área territorial, chamada “distrito consular” ou “jurisdição consular”, que pode abranger todo um país, uma parte ou apenas uma cidade. A jurisdição é definida em acordo entre os Estados que envia e o que recebe o consulado. Proteção dos interesses do Estado que o envia e de seus nacionais Função notarial e de registro civil Oferecer proteção e assistência a nacionais no exterior Representar o Estado na ausência de missão diplomática Representar o Estado a uma organização internacional, quando necessário MISSÕES ESPECIAIS -> são as viagens oficiais de autoridades do Estado ao exterior, como o Chefe de Estado, com o objetivo de tratar de assuntos de interesse da politica externa nacional. PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES Os órgãos de um Estado nas relações internacionais, seus locais de trabalho e seus bens não estão diretamente submetidos a jurisdição de entes estatais estrangeiros, os quais devem se abster de exercer suas competências sobre essas pessoas e haveres, sem a autorização do Estado de origem dessas autoridades. Para Montesquieu- o agente diplomático representava o soberano ou o Estado estrangeiro, e nesse sentido, como o Estado era propriedade do soberano, a ofensa a seu representante atingia o próprio soberano e o próprio Estado Grócio – teoria da extraterritorialidade, pela qual as missões diplomáticas e locais ocupadas por agente diplomáticos seriam entendidas como extensão do território estrangeiro E por fim , Gentili- entendia que as imunidades decorriam do direito de legação, que era um direito natural dos Estados Atualmente as imunidades fundamenta-se na teoria do interesse da função, ou seja, apoia-se na necessidade de garantir que os diplomatas e cônsules exerçam as funções de defender os interesses dos Estados que representam sem coação de qualquer espécie. Os agentes diplomáticos gozam de imunidade penal, pelo que não pode ser presos, processados, julgados e condenados no Estado acreditado. De imunidade de jurisdição cível, de imunidade tributaria ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS São entidades criadas e compostas por Estados soberanos por meio de tratado, dotadas de um aparelho institucional permanente e de personalidade jurídica própria e formadas com o objetivo de tratar de interesse comuns, por meio de cooperação entre seus membros Tem personalidade jurídica própria. Podem de maneira autônoma celebrar tratados, contratar e demitir funcionários, adquirir, bens, etc. O tratado que institui um organismo intergovernamental estabelece sua estrutura, seus objetivos, sua forma de funcionamento, seus órgãos, os processos decisórios da entidade e outros pontos de interesse das partes que instruíram a organização. É formado com vista a promover a cooperação internacional em temas de interesse comum, que exigem a concentração entre os Estados e que variam, entre tais entidades, nada impedindo que um organismo se dedique a vários temas Gozam de imunidade de jurisdição Elementos essenciais: Devem ter pelo menos três membros Devem funcionar por prazo indeterminado – podem deixar de existir, fundamentalmente por decisão de seus membros, a partir de sua dissolução ou de sua sucessão por outra organização Tem 4 tipos de competências: A competência operacional, refere-se a capacidade de a organização formular e executar operações, politicas e projetos para atingir seus objetivo. A competência de controle, resume-se a supervisionar a aplicação dos tratados negociados no âmbito da entidade ou das normas que esta tenha competência de elaborar. Competencia impositiva, compreende a capacidade de o organismo impor suas decisões, o que dependera do que for estabelecido a respeito pelo ato constitutivo da organização. É a capacidade de impor sanções aqueles que violem suas normas ou os tratados que foram elaborados em seu âmbito CARACTERISTICAS DAS ORGANIZAÇOES INTERNACIONAIS multilateralidade. Permanência Institucionalização As organizações regionais abarcam um espaço delimitado e normalmente são compostas por Estados contíguos geograficamente ou unidos por afinidades históricas, culturais, etc. A respeito de seus fins ou de seu domínio temático, os organismos podem ser gerais e especiais. Os gerais reúnem uma ampla gama de competência, como a ONU, de cunho politco, já as especiais cuidam de temas específicos, como a UNESCO (educação, ciência e cultura). No tocante a natureza dos poderes exercidos, os organismos podem ser intergovernamentais e supranacionais. Os primeiros são entes cuja atuação baseia-se na coordenação entre seus membros. Seus órgãos são formados por representantes dos Estados, e suas decisões são tomadas pela unanimidade ou maioria qualificada dos próprios entes estatais. O segundo reúne poderes de subordinar os Estados que deles fazem. Em relação aos poderes recebidos ou quanto as estruturas institucionais, as organizações podem ser de cooperação ou de integração. As de cooperação procuram coordenar as atividades dos membros com o objetivo de alcançar interesses comuns, enquantoas de integração tem capacidade de impor as suas decisões, razão porque também são conhecidas como “subordinação” Tipos de organismos internacionais Quanto a abrangência Quanto aos fins Quanto a natureza dos poderes exercidos Quanto aos poderes recebidos Regionais Gerais Intergovernamentais Integração Universais Especiais Supranacionais Cooperação Cada organismo internacional, por meio do respectivo ato constitutivo, pode regular a admissão de novos membros, que geralmente esta condicionada a anuência de seu órgão competente e/ou a concordância de pelos menos uma parte dos membros da organização. A saída de Estados-membros pode ocorrer voluntariamente ou pela expulsão. No primeiro caso a retirada é feita por meio da denuncia do ato constitutivo. A expulsão por sua vez, decorre de violação das normas que governam a entidade. Teve se ter uma sede, que em regra é estabelecida no território de um de seus Estados-membros, e nada impede que se tenha mais e uma sede. NACIONALIDADE É um vinculo jurídico e politico que une uma pessoa física a um Estado Nacionalidade não se identifica com a cidadania, ou seja, com a possibilidade de exercício de direitos políticos. Com efeito, a cidadania, em regra, pressupõe a nacionalidade, mas a eventual suspensão e perda dos direitos políticos não afeta o vinculo com o Estado. A nacionalidade é um objeto de regulamentação pelo Direito interno. O Dto. Internacional adota o principio de que todo individuo deveria ter apenas uma nacionalidade. A ideia é evitar os conflitos que podem advir da chamada “ polipatridia” ou seja, da posse da mais de uma nacionalidade por um individuo A celebração ou a dissolução do casamento entre nacionais ou estrangeiros nem a mudança de nacionalidade do marido durante o matrimonio poderão afetar automaticamente a nacionalidade da mulher Regulamentação interna e caráter soberano de sua atribuição: cada Estado define as regras de atribuição de sua própria nacionalidade Efetiva nacionalidade nacionalidade é direito humano: todo individuo tem direito a nacionalidade desde o nascimento e fica proibida a apatridia a nacionalidade da mulher não se relaciona com a do marido direito a apenas uma nacionalidade: vedação da polipatridia os filhos de agentes de Estados estrangeiros terão a nacionalidade dos pais aonde quer que nasçam direito a mudar a nacionalidade direito do nacional de entrar e permanecer no território do Estado cuja nacionalidade detém polipatria- é o fenômeno pelo qual um individuo tem duas ou mais nacionalidade a apatria- pode ocorrer ou pela perda arbitraria da nacionalidade, normalmente por motivos políticos ou pela não incidência de nenhum critério de atribuição de nacionalidade sobre uma pessoa. NACIONALIDE: TIPOS E CRITÉRIOS a nacionalidade primaria ou originaria é aquela atribuída em decorrência do nascimento, tendo pouca ou nenhuma relevância a vontade humana, a primaria vincula-se a dois critérios : jus soli :conhecida como critério territorial, o individuo adquire a nacionalidade em função do Estado em cujo território nasce, independentemente da nacionalidade dos ascendentes. Jus sanguinis: a nacionalidade é atribuída de acordo com a nacionalidade dos pais ou de outros ascendentes, independente do local aonde nasça. Nacionalidade secundaria ou adquirida é aquela atribuída por fato posterior ao nascimento normalmente em decorrência da manifestação de vontade do Estado em conceder sua nacionalidade. O critério de aquisição da nacionalidade secundaria por excelência é a naturalização, pelo qual a nova nacionalidade é obtida a partir da manifestação do interesse do estrangeiro em obter uma nova nacionalidade, seguida do exame do atendimento de uma serie de exigências legais e culminando com o ato discricionário do Estado em conceder essa nacionalidade ao interessado Por fim, a também a nacionalização unilateral, pela qual nova nacionalidade é atribuída a partir de mero ato do Estado ou pela vontade da lei TIPOS CRITERIOS DE AQUISIÇÃO Primaria ou originaria Jus solis Jus sanguinis Secundaria ou adquirida Naturalização Casamento Vinculo funcional Anexação, unificação e cessão territorial Vontade da lei (unilateral) NACIONALIDADE BRASILEIRA ORIGINARIA O art. 12, I alíneas “a”, “b” e “c”, determina quem são os brasileiros natos, adotando tanto o critério jus solis como o jus sanguinis Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; Na alínea “a”, consagra o jus solis, atribuindo-se a nacionalidade brasileira a todos os que nasçam em território, inclusive os filhos de cidadãos estrangeiros. O ordenamento pátrio acompanha, portanto, a regra geral de que os filhos de pessoas estejam a serviço de ente estatal diverso tem vinculo com este Estado, e não com aquele em cujo território nasçam. Adotando assim o jus sanguinis Se adota também o critério jus sanguinis na aliena “c”, ao conferir a nacionalidade brasileira ao filho de cidadão brasileiro que nasça no exterior, ainda que sua mãe ou seu pai não estejam a serviço do Brasil. a emenda 54, retoma as linhas gerais da redação original da CF, que determinava que eram brasileiros natos “ os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente, ou venham a residir no Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira. Os juízes federais são competentes para processar e julgar as causas referentes a nacionalidade e a respectiva opção. AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE SECUNDARIA BRASILEIRA – CONDIÇÕES Encontra-se regulamentada pelo Estatuto do Estrangeiro, arts. 111-124 A naturalização é ato discricionário, que deve obedecer a certos requisitos legais, mas que em ultima instancia, depende de considerações vinculadas ao próprio interesse nacional Os requisitos para naturalização constam no art. 112 do Estatuto do estrangeiro: Art. 112. São condições para a concessão da naturalização: I - capacidade civil, segundo a lei brasileira; II - ser registrado como permanente no Brasil; III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização; IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família; VI - bom procedimento; VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e VIII - boa saúde. O art 113 reduz o prazo de residência no Brasil nas seguintes condições : Art. 113. O prazo de residência fixado no artigo 112, item III, poderá ser reduzido se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes condições: I - ter filho ou cônjuge brasileiro; II - ser filho de brasileiro; III - haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Brasil, a juízo do Ministro da Justiça; IV - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística; ou V - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja igual, pelo menos, a mil vezes o Maior Valor de Referência; ou ser industrial que disponha de fundos de igual valor; ou possuir cota ou ações integralizadas de montante,no mínimo, idêntico, em sociedade comercial ou civil, destinada, principal e permanentemente, à exploração de atividade industrial ou agrícola. Parágrafo único. A residência será, no mínimo, de um ano, nos casos dos itens I a III; de dois anos, no do item IV; e de três anos, no do item V. A naturalização será requerida pelo interessado por meio de petição dirigida ao Ministerio da Justiça, apresentada no órgão competente do Munisterio da Justiça nos Estados. A portaria de naturalização gerará a emissão, pelo Ministerio da Justiça, de certificado de naturalização, o qual será solenemente entregue pelo juiz federal da cidade aonde tenha domicílio o interessado. A CF também estabelece algumas normas especificas relativas a naturalização, facilitando a aquisição da nacionalidade brasileira por determinados grupo de estrangeiros : art. 112 : II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. NATOS NATURALIZADOS Nascidos no BR, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país ( jus solis) Estatuto do Estrangeiro (art. 111-124) Nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mae, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir no BR e optem, em qualquer tempo depois de atingida a maioridade pela nacionalidade brasileira (jus sanguinis) Os estrangeiros originários de países de lingue portuguesa, após residência por um ano ininterrupto e com idoneidade moral Nascido no exterior, de pai ou mae brasileira desde que qualquer deles estejam a serviço do BR (jus sanguinis) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Republica Federativa do BR, há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira Os juízes federais são competentes para processar e julgar as causas referentes a naturalização, em caso de recurso compete aos TRF apreciar a questão. A naturalização confere ao naturalizado o gozo de todos os direitos civis e políticos, excetuados os que a CF atribui exclusivamente ao brasileiro nato O BR não proíbe a mudança de nacionalidade do brasileiro, porem adquirindo outra nacionalidade, perde a brasileira De acordo com o art. 12, § 4, I e II, sera declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: § 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
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