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RESUMO DE DAVID RICARDO

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Universidade federal da fronteira sul- Ciências Econômicas
Disciplina: Economia Internacional
Acadêmica: Sonia Aparecida Machado
RESUMO CAPÍTULO VII
SOBRE O COMÉRCIO EXTERIOR
	O aumento do comércio exterior não aumentará o montante do valor do país. O valor de todos os bens estrangeiros é medido pela quantidade de produtos de nossa terra e de nosso trabalho dados em troca dele, nem os seus ganhos, nem o valor das mercadorias importadas aumentarão ou diminuirão por causa da maior quantidade de bens estrangeiros adquiridos. Uma alta autoridade afirmou que, na medida em que menos capital for dedicado ao cultivo de cereais, à manufatura de tecidos, chapéus, sapatos etc., enquanto a demanda permanece a mesma, o preço dessas mercadorias aumentará tanto que o arrendatário, o industrial têxtil, o fabricante de chapéus e o de sapatos terão seus lucros aumentados, assim como o negociante que se dedica às importações. Ricardo não acredita que menos capital será necessariamente destinado ao plantio de cereais, à manufatura de tecidos, chapéus, sapatos etc., a não ser que a demanda dessas mercadorias diminua e, se assim for, seus preços não aumentarão. Existem duas maneiras de acumular capital: pode-se poupá-lo em conseqüência de um aumento nos rendimentos, ou pela redução do consumo. Se meus lucros aumentassem de 1 000 libras para 1 200 libras, enquanto meus gastos continuassem os mesmos, eu acumularia 200 libras mais do que antes. Mas se, em conseqüência do barateamento de todas as mercadorias nas quais é gasto seu rendimento, ele e todos os demais consumidores puderem poupar, em cada 1 000 libras que antes gastavam, o valor de 200 libras.
	Se, pela introdução de maquinaria, o conjunto das mercadorias em que se empregava o rendimento diminuísse 20% em valor, no entanto, num caso, a taxa de lucros permaneceria estacionária e, no outro, aumentaria 20%. não é em conseqüência da extensão do mercado que a taxa de lucro se eleva; embora tal extensão possa contribuir para aumentar o volume de mercadorias, capacitando-nos, pois, a ampliar os fundos destinados ao sustento do trabalho e a aumentar a quantidade de matérias-primas nas quais este último pode ser empregado.
	David Ricardo contextualiza ao longa da obra que a taxa de lucros só pode se elevar por uma redução dos salários, e que estes só podem cair permanentemente em conseqüência de uma queda do preço dos gêneros de primeira necessidade, nos quais os salários são gastos. Se, em vez de cultivar nosso próprio trigo ou de fabricar as roupas e outros produtos necessários ao trabalhador , descobrirmos um novo mercado do qual possamos abastecer-nos de todas essas mercadorias a um preço mais baixo, os salários diminuirão e os lucros aumentarão.
	O comércio exterior, portanto, embora altamente benéfico para um país, na medida em que eleva o montante e a diversidade dos objetos nos quais o rendimento pode ser gasto, e na medida em que, pela abundância e barateamento das mercadorias, incentiva a poupança e a acumulação de capital. Essas observações acerca do comércio exterior aplicam-se igualmente ao comércio interno. A taxa de lucro jamais é aumentada pela melhor distribuição do trabalho, pela invenção de máquinas, pela construção de estradas e de canais ou por quaisquer meios de poupar trabalho, tanto na manufatura quanto no transporte de mercadorias.
	Num sistema comercial perfeitamente livre, cada país naturalmente dedica seu capital e seu trabalho à atividade que lhe seja mais benéfica. Essa busca de vantagem individual está admiravelmente associada ao bem universal do conjunto dos países. Em um mesmo país, os lucros, de maneira geral, se situam sempre no mesmo nível, ou diferem somente na medida em que o emprego de capital pode ser mais ou menos seguro e atraente. Em Portugal, a produção de vinho pode requerer somente o trabalho de 80 homens por ano, enquanto a fabricação de tecido necessita do emprego de 90 homens durante o mesmo tempo. Será portanto vantajoso para Portugal exportar vinho em troca de tecidos. Embora Portugal pudesse fabricar tecidos com o trabalho de 90 homens, deveria ainda assim importá-los de um país onde fosse necessário o emprego de 100 homens Então a Inglaterra entregaria o produto do trabalho de 100 homens em troca do produto do trabalho de 80. Tal troca não poderia ocorrer entre os indivíduos de um mesmo país. O trabalho de 100 ingleses não pode ser trocado pelo de 80 ingleses, mas o produto do trabalho de 100 ingleses pode ser trocado pelo de 80 portugueses, 60 russos ou 120 indianos. Em tais condições, seria indubitavelmente vantajoso para os capitalistas da Inglaterra e para os consumidores de ambos os países, que o vinho e o tecido fossem feitos em Portugal, transferindo-se para lá o capital e o trabalho empregados na Inglaterra na fabricação de tecidos. Se o comércio fosse meramente baseado no escambo, somente poderia prosseguir enquanto a Inglaterra fabricasse tecidos tão baratos que obtivesse uma maior quantidade de vinho, com uma dada quantidade de trabalho empregada na fabricação de tecidos, do que no cultivo de uvas; e também enquanto a indústria em Portugal estivesse sujeita aos efeitos contrários. Se o mercado for favorável à exportação de vinho de Portugal para a Inglaterra, o exportador aparecerá como vendedor de uma letra, que será comprada pelo importador de tecidos ou pela pessoa que lhe vendeu a letra.Se, no entanto, os preços do vinho fossem tais que não se pudesse exportá-lo para a Inglaterra, o importador de tecidos teria, da mesma forma, que comprar uma letra. Mas o preço desse título seria maior, pois o seu vendedor saberia não existir no mercado um contratítulo por meio do qual se pudesse liquidar a transação entre os dois países.
	Contudo, a redução do dinheiro num país e seu aumento em outro não influem apenas no preço de uma mercadoria, mas no preço de todas. Além dos progressos introduzidos nas técnicas e na maquinaria, várias outras causas operam onstantemente no desenvolvimento natural do comércio e interferem no equilíbrio e no valor relativo do dinheiro. Os lucros dependem dos salários, não dos salários nominais, não do número de libras pagas anualmente ao trabalhador, mas dos dias de trabalho necessários para obter aquelas libras. Os salários podem ser, portanto, precisamente iguais nos dois países, mantendo também a mesma proporção em relação à renda e ao produto global obtido da terra. 
	Ao falar da taxa de câmbio e do valor comparativo do dinheiro em diferentes países, não devemos referir-nos, de modo algum, ao valor do dinheiro estimado em mercadorias em qualquer país.

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