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Infecção no Trato Urinário na Gestação

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		A infecção do trato urinário (ITU) assume grande importância na gestação, estando relacionada ao abortamento, ao parto prematuro e a infecção ovular.
		A gravidez, com suas alterações anatômicas e funcionais (perda da tonicidade da musculatura do trato urinário, compressão ureteral e vesical, estase urinária), predispõe ao surgimento de bacteriúria, que pode ser assintomática ou sintomática.
		O diagnóstico precoce e o tratamento adequado permitem a prevenção das complicações associadas. 
 
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	Cerca de 90% dos casos de infecção urinária na gestação são causadas por enterobactérias, sendo 70-80% provocados pela Escherichia coli. Essas bactérias estabelecem uma replicação monoetiológica eficaz na bexiga e, encontrando condições propícias, acarretam o desenvolvimento de infecção ascendente (pielonefrite). 
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 Diagnóstico
O diagnóstico clássico de infecção urinária é dado pela presença de 100.000 ou mais colônias/ml na urina (colheita do jato médio). 
O diagnóstico além de ser obtido através da urocultura, alguns exames conduzem também ao mesmo, e alguns deles são realizados rotineiramente no pré-natal, sendo importantes para o rastreamento da infecção urinária.
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Métodos de diagnóstico:
Sumário de urina
 Aumento do ph ;
Hematúria;
Cilindrúria (seu achado sugere pielonefrite).
Gram (esfregaço corado)
 Rápido, simples e baixo custo;
Sensibilidade em torno de 80%; a especificidade atinge mais de 90%. 
Teste de fita
Urocultura
100.000 colônias ou mais. 
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	O rastreamento para infecção urinária deve ser universal na gestação. Idealmente deveria ser realizada urocultura em todas as gestantes. 
	No pré-natal de baixo risco, é realizado apenas o Sumário de Urina na primeira consulta e no início do terceiro trimestre. Indica-se a urocultura caso haja evidências de infecção no trato urinário (ITU) pelo exame dos elementos anormais e sedimento, ou se há sintomas característicos. Está é a atual recomendação do Ministério da Saúde. 
	A urocultura é realizada de rotina se a gestação é de alto risco, e é mensal em diabéticas. 
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	A sintomatologia da infecção urinária na gestação relaciona-se a dois quadros específicos: a cistite e a pielonefrite.
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Quadro clínico:
 Cistite 
 Disúria;
Dor a micção (urência);
Polaciúria;
Urgência miccional;
Estrangúria;
Pielonefrite: 
Febre e calafrios;
Mal-estar;
Náuseas;
Vômitos;
Presença de dor lombar
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Tratamento
	No tratamento um dado que deve ser levado em conta é a mãe e a existência de um feto, desta forma o uso de determinadas drogas são inviáveis, tais como: quinolonas, as tetraciclinas, a combinação sulfa-trimetoprim e os aminoglicosídeos. 
	As drogas básicas para o tratamento da ITU na gestação são as cefalosporinas (cefalexina e cefalotina) e a ampicilina, ácido nalidíxico, a amoxicilina e a nitrofurantoína, que deve ser evitada próximo ao termo, devido ao risco aumentado de icterícia neonatal.
	A linha de tratamento é traçada da seguinte forma: tratamento para as gestantes com bacteriúria assintomática ou cistite e tratamento para gestantes com pielonefrite. 
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Tratamento da Bacteriúria Assintomática e da Cistite 
	É importante que o médico conheça a sensibilidade antimicrobiana de suas pacientes, a fim de selecionar as opções de drogas antimicrobianas. 
	Se a paciente está assintomática e o diagnóstico de ITU foi meramente laboratorial, o antibiograma guia a escolha, lembrando sempre das contra-indicações específicas da gestação. Mas se presente a sintomatologia, o clínico tem que iniciar a terapêutica antes de conhecida a suscetibilidade dos germes; nessa situação, o antibiograma apenas determinará a manutenção ou a substituição do esquema original. 
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Tratamento da Pielonefrite
	No tratamento da pielonefrite, devem-se levar em consideração medidas de suporte a depender do grau de acometimento sistêmico da paciente. 
	Gestantes com pielonefrite devem ser internadas para monitorização dos sinais vitais, incluindo débito urinário. O controle da dor é obtido com analgésicos e antiespasmódicos (paracetamol, escopolamina, entre outros), antieméticos são indicados nos casos com exuberância de náuseas e vômitos. 
	A terapêutica antimicrobiana das pielonefrites é preferencialmente iniciada por via parenteral, só passando para via oral quando existe remissão do quadro clínico agudo por mais de 24-48 horas. Os antimicrobianos indicados são: cefuroxima, ceftriaxona, norfloxacina, a nitrofurantoína, cefalotina e ampicilina. 
Na pielonefrite, o tratamento se estende por aproximadamente 14 dias.
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Reinfecção x Recidiva
	A cura bacteriológica é evidenciada pela urocultura estéril obtida uma semana após o término da terapia antimicrobiana. O reaparecimento de infecção depois deste período é considerado recidiva ou reinfecção. 
	Recidiva, quando o organismo recuperado nos espécimes de cultura é o mesmo anteriormente encontrado, o que pode indicar uma forma latente de doença parenquimatosa renal crônica. 
	Reinfecção é definida pelo surgimento de um novo gênero bacteriano na urocultura ou ainda pelo isolamento do mesmo germe, mas com padrão diferente de suscetibilidade aos antibióticos. 
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 Bibliografia:
Obstetrícia: Diagnóstico e Tratamento

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