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Aula de carrapatos

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Carrapatos dos animais 
domésticos 
Wendell Marcelo de Souza Perinotto 
Filo Arthropoda 
Classe Arachnida 
Subclasse Acari 
Subordem Gamasida 
(Mesostigmata) 
Subordem Ixodida (Metastigmata) 
Família 
Ixodidae 
Família 
Argasidae 
Família 
Dermanyssidae 
Família 
Macronyssidae 
Ordem Parasitiformes 
 
 
Introdução 
• Causam prejuízos aos animais domésticos: 
• Dano mecânico; 
• Irritação; 
• Inflamação; 
• Em alta infestação – anemia e redução de produtividade; 
• Podem transmitir uma variedade de agentes patogênicos – 
protozoários, rickettsias e bactérias. 
Introdução 
Família Ixodidae 
 Carrapatos duros 
Escudo dorsal presente em todos os estádios; 
Dimorfismo sexual bem evidente; 
Divisões aparentes no corpo = Gnatossoma e Idiossoma; 
Uma única postura grande durante o ciclo; 
Alimentação lenta; 
Acasalamento sobre o hospedeiro; 
Ciclos com 1 a 3 hospedeiros; 
Gêneros de importância médico veterinária: 
 
Rhipicephalus 
Dermacentor 
Amblyomma 
 
 
 
Rhipicephalus sanguineus 
Características de ixodídeos 
Reprodução 
 Cópula sobre o hospedeiro 
 3.000 - 8.000 ovos/fêmea 
 
 
 
Respiração 
 Larva – tegumento 
 Ninfas e adultos – estigmas ou placas respiratórias 
 
Fêmea 
Macho 
 
Fêmea 
Macho 
Família Ixodidae 
Rhipicephalus microplus 
Dermacentor nitens 
Amblyomma sp. 
Gnatossoma 
Idiossoma 
Quelíceras 
Hipostômio 
Vista Dorsal 
Vista Ventral 
Morfologia Geral 
Vista Dorsal 
Escudo 
dorsal 
4 pares de patas 
(ninfas e adultos) 
Vista Ventral 
Dimorfismo Sexual – escudo dorsal 
 Ovos 
 
Larvas 
– Possuem 3 pares de patas e escudo 
incompleto. 
 
 Ninfas 
– Possuem 4 pares de patas e escudo 
incompleto. 
 
 Fêmeas 
– Possuem 4 pares de patas, escudo incompleto 
e aparelho genital. 
 
 Machos 
– Possuem 4 pares de patas, escudo completo e 
aparelho genital. 
Fases de desenvolvimento 
Rhipicephalus (Boophilus) microplus 
“Carrapato do boi” 
• Atualmente as espécies pertencem ao gênero Rhipicephalus; 
• Infesta principalmente bovinos, excepcionalmente ataca o homem; 
• Se distribui nas Américas (erradicado na A. do Norte) e África; 
• Elevada importância na pecuária; 
 
Fêmeas ingurgitada de R. microplus 
Rhipicephalus (Boophilus) microplus 
Taxonomia 
Boophilus spp. 
Rhipicephalus spp. 
Face dorsal 
♂ 
escudo dorsal ♀ 
escudo 
 dorsal 
Gnatossoma hexagonal 
Face ventral ♂ 
orifício genital 
orifício anal 
prolongamento caudal 
Placas 
adanais (4) 
espiráculo respiratório 
hipostômio > palpos 
Sulco anal posterior ao ânus 
MORFOLOGIA 
Peritrema circular 
Face dorsal ♂ Face ventral ♂ 
Hipostômio > palpos 
ausência de festões 
processo 
caudal 
placas 
adanais 
escudo dorsal 
Rhipicephalus (Boophilus) microplus 
 Biologia 
www.unitins.br 
www.dpi.qld.gov.au 
• Hospedeiro: bovinos 
(monoxenos); 
• Fases parasitária e de vida livre; 
• São monoxenos, os três estágios 
alimentam e sofrem ecdise sobre 
o mesmo hospedeiro; 
 Teleóginas 
Quenóginas 
Rhipicephalus (Boophilus) microplus 
Fonte: Arquivo pessoal 
Rhipicephalus (Boophilus) microplus 
 
Rhipicephalus (Boophilus) microplus 
Fonte: Arquivo pessoal 
 Importância 
• Ampla distribuição geográfica 
no mundo; 
• Causa enorme prejuízo a 
pecuária (U$ 3,4 bilhões ao ano 
no Brasil – Grisi et al 2014); 
 
 
 
 
 Babesia bovis e B. bigemina – 
babesiose; 
 Anaplasma marginale e A. 
centrale – anaplasmose; 
 
 
 Vetor 
Rhipicephalus (Boophilus) microplus 
Bezerro com Tristeza Parasitária Bovina 
• Parasita equídeos; 
• Pavilhão auricular e divertículo nasal; 
• Pode causar ferimentos na pele, infecções secundárias, miíases e perda 
da orelha; 
• É um dos principais vetores de Babesia caballi; 
Dermacentor nitens 
“Carrapato da orelha dos eqüinos” 
Infestação natural por D. nitens em eqüino, na região perianal (A) e na região auricular 
(B). 
A B 
Equino com lesões cutâneas causadas pela infestação natural por carrapato D. nitens. 
Dermacentor nitens 
Dermacentor nitens 
 Morfologia 
• Base do capítulo retangular 
dorsalmente; 
• Hipostômio com 4 fileiras de 
dentes recorrente de cada lado; 
• Palpos curtos; 
• Coxa IV maior que as 
demais; 
• Macho com sete festões; 
• Peritrema em forma de ‘disco 
de telefone’. 
 
Dermacentor nitens 
pick5.pick.uga.edu 
pick5.pick.uga.edu 
Gnatossoma 
retangular 
1 
2 
3 
4 
Face ventral 
Ciclo biológico 
• As fêmeas põem em média 3000 ovos. As larvas podem resistir até 71 
dias no ambiente. 
 
 Importância 
 Provoca lesão no conduto auditivo de 
equinos; 
 Predispõe infecções secundárias e 
surgimento de miíases. 
 
 
 Vetor 
 Babesia caballi - babesiose; 
 
 
Dermacentor nitens 
Figura 1. Forma intra-eritrocítica de 
Babesia caballi. (FONTE:http://www.vet.uga.edu/ 
vpp/archives/ivm/ENG/ticks/exo_dis/e_bab01a.htm). 
• É encontrado no cão e outros mamíferos; 
• Pode atacar qualquer região do corpo (membros anteriores e nas 
orelhas); 
• Espalham-se pelas habitações, abrigando-se em frestas e forros; 
• Causa irritação e desconforto; 
• Transmite Babesia canis, Rickettsia canis e Hepatozoon canis. 
Rhipicephalus sanguineus 
“Carrapato vermelho do cão” 
Rhipicephalus sanguineus 
Macho 
Fêmea 
 Morfologia 
• Base do capítulo hexagonal dorsalmente; 
• Coxa I bifurcada; 
• Macho com um par de placas adanais; 
 
www.icb.usp.br 
Neves et al (2005) www.k-state.edu 
Rhipicephalus sanguineus 
Vista ventral ♂ 
Vista dorsal ♂ 
Gnatossoma 
hexagonal 
Peritrema em forma de 
vírgula 
Palpo e 
hipostômio curtos 
Ciclo biológico 
• Pode sobreviver até 8 
meses e meio no ambiente 
• Pode sobreviver até 
6 meses no ambiente 
•Pode sobreviver até 19 
meses no ambiente 
• 21 a 29 dias de 
postura 
•Duração do ciclo 63 dias 
Cão com alta infestação pelo carrapato R. sanguineus. 
Alta infestação pelo carrapato R. sanguineus e alguns sintomas: 
apatia, anorexia, anemia, magreza. 
Infestação pelo carrapato R. sanguineus no ambiente (parede da casa). 
Larva de Rhipicephalus sanguineus Teleógina de Rhipicephalus 
sanguineus 
Fonte: J. Gray et al. / Ticks and Tick-borne Diseases 4 (2013) 171– 180 
 Importância 
• Presença em ambiente 
domiciliar; 
• Envolvimento com doenças 
fatais para animais de 
companhia; 
 Babesia canis – babesiose 
canina; 
 Ehrlichia canis – erhlichiose 
canina; 
 Vetor 
Dantas-Torres et al Rev. Soc. Bras. 
Med. Trop. , 39 (2006) 
Rhipicephalus sanguineus 
Amblyomma cajennense 
“Carrapato estrela, carrapato de cavalo, picaço, 
carrapato-pólvora, micuim” 
• Parasita a maioria dos animais domésticos; 
• Pode parasitar o homem; 
• Pode transmitir vários agentes patogênicos e a sua picada pode originar 
ferimentos na pele de cura demorada; 
• Babesiose equina, Febre maculosa no homem (Rickettsia rickettsii); 
Classificação de Amblyomma 
Neves et al (2005) 
Amblyomma sp. 
Morfologia 
• Rostro longo; 
• Gnatossoma com base retangular; 
• Escudo ornamentado; 
• Presença de festões marginais; 
 
 
www.sucen.sp.gov.br 
home.austarnet.com.au 
pick5.pick.uga.eduAmblyomma sp. 
www.infobibos.com 
• Hospedeiro: várias espécies (heteroxenos); 
• São polixenos (exige três hospedeiros para completar o ciclo); 
• Extremamente resistentes a condições adversas do ambiente. 
 
 Biologia 
Amblyomma sp. 
 Importância 
• Carrapato mais importante na 
transmissão de patógenos para 
humanos; 
• Pouca especificidade parasitária; 
 Rickettsia rickettsi – febre 
maculosa; 
 Borrelia burgdorferi – doença de 
Lyme; 
 Babesia caballi – babesiose 
equina; 
 Entre outros agentes... 
 
 Vetor 
www.es.gov.br 
Fonte: SINAN DIR XII / DIV. ZOONOSES CVE 
Campinas 1985 - 2004 
Amblyomma sp. 
Família Argasidae 
Carrapatos moles 
o Ausência de escudo dorsal em ninfas e adultos; 
o Dimorfismo sexual pouco evidente; 
o Estigma respiratório entre o III e IV par de patas; 
o Alta resistência ao jejum; 
o Várias pequenas posturas após curtas alimentações; 
o Alimentação rápida; 
o Acasalamento fora do hospedeiro; 
o Gêneros de importância médico veterinária: 
• Argas 
• Ornithodorus 
• Otobios 
 
 
 
 
Argas miniatus 
 Morfologia 
Argas miniatus 
Monteiro, S.G. UFSM (2009) 
 Achatado dorso-ventralmente; 
 Face dorsal separada da ventral por uma borda 
lateral nitida; 
 Idiossoma ovóide; 
 Aparelho bucal na face ventral; 
 Estigma respiratório presente, sem peritrema; 
 Estigma localizado entre coxa III e IV; 
 
Machos: em forma circular 
Fêmeas: em forma de fenda 
Abertura genital 
 Biologia 
• Hospedeiros: galinha, peru, 
patos, pombo... 
• Habitam as instalações; 
• Hábitos noturnos; 
• Fêmeas nutrem moderada e 
frequentemente; 
• Postura intermitente 
(alimentação/postura); 
• Larvas sobrevivem em média 
de 100 dias em jejum, 
adultos e ninfas por 2 anos; 
 
 
 
 
Adultos 
nas instalações 
(galinheiro) . 
 
1. Adultos ingurgitam 
sobre a ave (25 a 45 
minutos) e retornam 
as instalações 
2. Fêmeas realizam 
postura (100-150 
ovos) [600-700 ao 
longo da vida] 
Ovos em incubação 
por 15 a 23 dias 
3. Larvas não-
infestantes (neolarva) 
eclodem e 
permanecem nas 
instalações 
4. Larvas infectantes 
alimentam-se por 11 
dias (metalarva) 
Monteiro, S.G. UFSM (2009) 
5. Metalarva volta as 
instalações e realiza 
muda (8 dias) 
 
6. Protoninfa alimenta 
no hospedeiro (hábito 
noturno) e volta as 
instalações 
7. Deutoninfa alimenta 
no hospedeiro e volta as 
instalações. Muda. 
Adulto 
… 
Argas miniatus 
Espécimes adultos de Argas miniatus alimentando-se em Gallus gallus 
adultos (Santos et al., 2010). 
 Importância 
• Causa irritação das aves; 
• Pode causar anemia, lesões hemorrágicas na pele, morte; 
• Vetor de Borrelia anserina = borreliose das aves. 
commons.wikimedia.org 
Argas miniatus

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