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LEI DE INTRODUÇÃO AS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – “LINDB” PROF. ANDERSON ARAÚJO DE MEDEIROS 1. NOTA INTRODUTÓRIA Dec-Lei 4657/1942 LICC – Lei de Introdução ao Código Civil (Lei 12.376/2010) LINDB – Lei de introdução as normas do direito brasileiro 2. FUNÇÕES DA LINDB norma jurídica autônoma; aplicabilidade univesal; não regula o comportamento humano mas sim a análise da norma. 3. EFICÁCIA (VIGÊNCIA) DA NORMA A) processo legislativo de criação da norma. B) qual a função da publicação? (obrigatoriedade ou coercibilidade) C) quando a norma é inválida? D) o que é vacatio legis? (norma esta existente, válida mas desprovida de vigor) E) qual o prazo de vacatio legis, em regra, no Brasil e no Exterior? (prazo geral se aplica no silêncio da norma – possibilidade de autodeclaração, ex. art. 2044 CC/2002) F) O que fazer quando a norma precisa ser corrijida no curso da vacatio legis? (equívoco “subtancial” que cause divergência - republicação - interrupção) G) Caso haja correção de apenas uma parte da lei? H) E quando a correção ocorrer após a vacatio legis? I) Como fica a vacatio legis quando houver veto parcial de norma pelo Presidente da República e derrubada do veto pelo Congresso? TRT/SC/2007. As correçõesa texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. Atenção! Alguns autores diferenciam “vigência” de “vigor”. Afirma Carlos Roberto Gonçalves: VIGÊNCIA TEMPO DE DURAÇÃO DA NORMA VIGOR FORÇA VINCULANTE DA NORMA O que seria uma norma eficaz? Aptidão genérica de uma norma produzir efeitos 3.1 TIPOS E FUNÇÕES DE EFICÁCIA a) Social (condições fáticas e possiveis de cumprimento). Ex. “Norma que exige algo possivél; Lembrar lei do kit primeiros socorros.” b) Técnica (possui possibilidade tecnica de produzir efeitos). Ex. “Norma que exige complementação” c) Função de bloqueio (bloqueio de certas condutas contrárias a norma– sanção) d) Função de programa (estipulam metas, programas de concretização) 3.2 APLICABILIDADE DAS NORMAS (Divisão tradicional – JOSÉ AFONSO DA SILVA) EFICÁCIA PLENA: concretização imediata EFICÁCIA LIMITADA: outra norma para concretizar EFICÁCIA CONTIDA: inicialmente plena. Possibilidade de restrição 4. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE OU PERMANÊNCIA A norma produzirá seus efeitos até que outra norma a torne, total ou parcialmente, ineficaz, através do mecanismo da revogação (art. 2º da LINDB) Exceções: 1) Leis temporárias 2) Leis excepcionais/ circunstanciais Juiz do trabalho (9ª Reg). O ordenamento jurídico brasileiro não admite lei de vigência temporária, permanecendo em vigoraté que outra modifique ou revogue. Em outro exemplo, é possível uma norma ter eficácia ultrativa ou ter pós-eficácia quando revogada expressamente por outra? Em regra não, pois a norma terminaria sua eficácia quando não estivesse mais em vigor, mas admite-se a ultratividade em alguns casos, produzindo efeitos mesmo depois de revogada. Ex. art. 1787, CC. Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela. 4.1 TIPOS DE REVOGAÇÃO Quando ocorre a revogação? Quando uma lei posterior expressamente declara retirar a anterior, é com essa incompatível ou regula inteiramente e de forma diversa o tema da norma anterior. (EXPRESSA OU TÁCITA) A) AB-ROGAÇÃO – Revogação total (CC/2002 X CC/1916) B) DERROGAÇÃO – Revogação parcial (CC/2002 X COD. COMERCIAL 1850) 4.2 REGRAS REGULADORAS DA REVOGAÇÃO – CONFLITO DE NORMAS LEI SUPERIOR (hierárquico): a norma que dispõe sobre a edição de outra norma prevalece. Ex. CF X CC/2002 – Divórcio direto; LEI POSTERIOR (cronológico): normas do mesmo escalão. Prevalência da mais nova. LEI ESPECIAL (especialidade): norma especial revoga a geral no que dispõe especialmente. Ex. CC/2002 X ECA - Adoção 4.2 REPRISTINAÇÃO É possível no Brasil? O parágrafo terceiro do art. 2º da LINDB proíbe a repristinação tácita. A repristinação é o retorno à vigência da lei anterior pela revogação da lei posterior, revogadora, ou seja, a Lei A revoga a Lei B, posteriormente a Lei C revoga a Lei B, trazendo a tona, automaticamente, a Lei A. Isso é repristinação tácita que, como dito antes, é proibida pelo nosso Direito. Entretanto, a repristinação expressa é possível, quando a Lei C expressamente declara o retorno à vigência da Lei A. ATENÇÃO EFEITO REPRISTINATÓRIO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Nesse caso existe a idéia de que a declaração de inconstitucionalidade pelo STF gera a nulidade da lei revogadora e em razão do efeito ex tunc é como se a revogação nunca tivesse ocorrido, motivo pelo qual a lei revogada continua produzindo efeitos. 5. PRINCÍPIO INESCUSABILIDADE DA IGNORÂNCIA DA LEI Art. 3º - Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Lingaguem: ninguém deve se furtar ao cumprimento da lei alegando que não a conhece. O Direito não admite o “ERRO DE DIREITO”. INTEGRAÇÃO OU COLMATAÇÃO DA LEI Art. 4º - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a ANALOGIA, os COSTUMES e os PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO. Princípio do “Non Liquet”? A lei pode ser omissa. O juiz não pode deixar de julgar. Uso de elementos de integração. ELEMENTOS DE INTEGRAÇÃO ANALOGIA - Falta de previsão legal - Semelhança entre os casos -Identidade jurídica COSTUMES Comportamentos sociais reiterados; PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO Regras gerais orientadores das normas jurídicas. E a equidade? Só poderá ser usada quando houver previsão legal. Ex. art. 413, CC/2002. Art. 5º - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Art. 6º - A lei em vigor terá efeito “imediato” e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, direito adquirido e a coisa julgada. OBS. Possibilidade excepcional de retroatividade (benefício do réu – previsão legal). PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE MÍNIMA, o que é? Fatos passados que prolongam seus efeitos no tempo. Lei nova (aplicação imediata). Elementos da Segurança Jurídica § 1º - Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º - Consideram-se ADQUIRIDOS assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º - Chama-se COISA JULGADA ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE A norma deve ser aplicada dentro dos limites territoriais do Estado que a editou. (regra – concepção da soberania estatal) Exceção: “extraterritorialidade” A idéia da extraterritorialidade é, portanto, a admissão de aplicabilidade, no território nacional, de leis de outro Estado, segundo princípios e convencões internacionais. Princípio que vige na LINDB: “Territorialidade temperada” Conflito de Normas no Espaço Qual a norma será aplicada, a nacional ou a estrangeira? A) começo e fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direito de família LEI DO DOMICÍLIO DA PESSOA; B) regulação das relações concernentes a bens LEI DO PAÍS ONDE ESTÃO SITUADOS Conflito de Normas no Espaço C) Questões envolvendo obrigações A LEI DO PAÍS ONDE FORAM CONSTITUÍDAS (Residência do proponente); D) Em questões envolvendo sucessão por morte LEI DO PAÍS DE DOMICÍLIO DO “DE CUJUS”; E) Se envolver à capacidade para suceder LEI DO DOMICÍLIO DO HERDEIRO OU DO LEGATÁRIO; Conflito de Normas no Espaço F) Quando a sucessão incidir sobre bens do estrangeiro situado no Brasil LEI BRASILEIRA em favor do cônjuge brasileiro e dos filhos do casal, sempre que não lhes for mais favorável a lei do domicílio do defunto. Atenção!!! Ações judiciais de COMPETÊNCIA DO JUDICIÁRIO BRASILEIRO x JUDICIÁRIO ESTRANGEIRO: É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil OU aqui tiver de ser cumprida a obrigação, sendo que somente ela poderá conhecer ações relativas a imóveis situados no Brasil (art. 12, §1º). Sentença estrangeira pode ser cumprida no Brasil? Os requisitos para que sentença proferida no estrangeiro seja executada no Brasil: a) haver sido proferida por juiz competente; b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; d) estar traduzida por intérprete autorizado; e) ter sido homologada, outrora pelo STF, agora pelo STJ (Exequatur). OBSERVAÇÃO A aceitação de tais sentenças estrangeiras é obrigatória? A extraterritorialidade da lei, todavia, pode ser limitada, pois atos, sentenças e leis de países alienígenas não serão aceitos no Brasil quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes, na forma do art. 17 da LINDB Problemáticas Se um marroquino quiser casar no Brasil, fazendo uso da sua legislação mulçumana que permite mais de um matrimônio e com mulheres diferentes, seria possível? Justifique sua resposta. R. Somente poderia convalidar as núpcias no Brasil se não tivesse impedimentos (outros casamentos, por exemplo) Probemáticas O Brasil deve reconhecer o matrimônio realizado entre homossexuais fora do País? CORRENTES: Pablo Stolze e Rodrigo Pamplona: NÃO - considerando que os nossos costumes ainda reconhecem, por princípio, a diversidade de sexos como pressuposto existencial do ato nupcial. Maria Berenice Dias: SIM – tendo em vista que a união estável entre pessoas do mesmo sexo passou a ser admitida. (Tendência maior atual)
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