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ESTUDO DIRIGIDO 1 - MMC - Prof Flavio - GABARITO

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1
Instituto de Ciências da Saúde 
Campus Brasília 
Curso: FARMÁCIA 
Disciplina: Microbiologia e Micologia Clínicas 
Prof: Flavio Gaspar Bianchi 
Estudo Dirigido nº 1 - Infecções Hospitalares 
NOTA 
Nome do aluno: 
 
RA: Turma: 
 
Assinatura do aluno: 
 
Data: 
 
 
 
INSTRUÇÕES 
 Este estudo dirigido deve ser respondido individualmente e entregue para o professor até o dia 26 de 
março, em sala de aula. 
 Para responder o estudo dirigido o aluno deve realizar a leitura do Manual de Microbiologia Clínica da 
ANVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/microbiologia.asp 
 Este estudo dirigido conta como um dos trabalhos extra-classe do 1º bimestre propostos no plano de 
ensino da disciplina. A média dos trabalhos extra-classe vale 20% da média final do 1º bimestre. 
 
QUESTÕES 
 
Questão 1 - Os patógenos implicados nas infecções hospitalares são transmitidos ao indivíduo tanto via 
endógena, ou seja, pela própria flora do paciente quanto pela via exógena. Esta última inclui veículos como 
mãos, secreção salivar, fluidos corpóreos, ar e materiais contaminados, como por exemplo, equipamentos e 
instrumentos utilizados em procedimentos médicos. Quais os principais fatores, relacionados ao paciente, que 
influenciam a aquisição de uma infecção hospitalar? 
 
Os principais fatores são: 
 status imunológico 
 idade (recém-nascidos e idosos são mais vuneráveis) 
 uso abusivo de antibióticos 
 procedimentos médicos, em particular, os invasivos 
 immunosupressão 
 falhas nos procedimentos de controle de infecção 
 
Questão 2 - As infecções do trato urinário (ITUs) estão entre as doenças infecciosas mais comuns na prática 
clínica, particularmente em crianças, adultos jovens e mulheres sexualmente ativas, sendo apenas menos 
frequente que as do trato respiratório. Quanto à topografia, como as ITUs podem ser divididas? 
 
Quanto à topografia, as ITUs são divididas em: 
a) Altas - que envolvem o parênquima renal (pielonefrite) ou ureteres (ureterites) 
b) Baixas - que envolvem a bexiga (cistite) a uretra (uretrite), e nos homens, a próstata (prostatite) e o 
epidídimo (epididimite). 
 
Questão 3 - Com relação à patogênese da infecção urinária, quais são as possibilidades de um microrganismo 
alcançar o trato urinário e causar infecção? 
 
As três possibilidades de um microrganismo alcançar o trato urinário e causar infecção são: 
 Via ascendente: o microrganismo poderá atingir através da uretra, a bexiga, ureter e o rim. Esta via é a 
mais frequente, principalmente em mulheres (pela menor extensão da uretra) e em pacientes 
submetidos à instrumentação do trato urinário. 
 Via hematogênica: ocorre devido a intensa vascularização do rim podendo o mesmo ser comprometido 
em qualquer infecção sistêmica; é a via de eleição para ITU(s) por alguns microrganismos como 
Staphylococcus aureus, Mycobacterium tuberculosis, Histoplasma spp., sendo também a principal via 
das ITU(s) em neonatos. 
 Via linfática: é rara embora haja a possibilidade de microrganismos alcançarem o rim pelas conexões 
linfáticas entre o intestino e o rim e/ou entre o trato urinário inferior e superior. 
 
Questão 4 - A maioria das ITUs é diagnosticada através de dados clínicos e laboratoriais como piúria e ou 
bacteriúria e também pela urocultura com contagem de colônias. Qual contagem de UFC/mL é adotada como 
limite indicativo de infecção urinária? 
 
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O critério de diagnóstico tradicional de bacteriúria, estabelecido por Kass (1956), determina a contagem ≥105 
UFC/ml como limite indicativo de infecção urinária. 
 
Questão 5 - A pesquisa da Piúria reflete a possibilidade de resposta inflamatória do trato urinário. A causa 
mais comum é a infecção bacteriana que poderá ser confirmada pela urocultura; porém a piúria poderá ser 
evidenciada em outras situações clínicas, cuja urocultura resulta negativa. Quais são essas condições? 
 
a) Não infecciosa: 
- doença túbulo-intersticial (nefropatia por analgésicos e beta-lactâmicos) 
- cálculos e corpos estranhos 
- terapia com ciclofosfamida 
- rejeição de transplante renal 
- trauma genitourinário 
- neoplasias 
- glomerulonefrite 
b) Infecciosa (microrganismos de difícil cultivo): 
- Tuberculose e infecções causadas por micobactérias atípicas 
- Haemophilus influenzae 
- Chlamydia spp. e Ureaplasma urealyticum 
- Gonococos 
- Anaeróbios 
- Fungos 
- vírus (herpes, adenovírus, varicela-zoster) 
- Leptospiras 
c) Outras causas infecciosas: 
- durante ou até uma semana após o tratamento adequado da ITU 
- Infecção “mascarada” pela antibioticoterapia 
- infecções adjacentes ao trato urinário (apendicite, diverticulite e prostatite) 
 
Questão 6 - A identidade da bactéria infectante isolada na cultura de urina é um dos fatores indicativos de 
infecção. Porém, o resultado da identificação do microrganismo deve ser associado com a avaliação do 
número de unidades formadoras de colônias UFC por ml para a interpretação da urocultura. Por que? 
 
Porque não podemos esquecer que existem microrganismos que colonizam frequentemente a uretra distal de 
pacientes, e que raramente causam ITUs. Cerca de 10 a 20% das pacientes apresentam colonização da 
mucosa vaginal e da região periuretral por enterobactérias por esta razão, além da identificação de bactérias 
uropatógenas, a avaliação do número de unidades formadoras de colônias UFC por ml tornou-se um critério 
importante na interpretação da urocultura, já que os microrganismos colonizantes geralmente apresentam-se 
em contagens baixas. 
 
Questão 7 - Explique o princípio do método de semeadura com alça calibrada, utilizado para a quantificação 
da urina e posterior identificação de microrganismos, descrevendo o procedimento e meios de cultura 
empregados. 
 
Esse método consiste em utilizar a urina não diluída, e fazer a semeadura utilizando-se uma alça de platina ou 
de plástico (disponível comercialmente), de diâmetro calibrado capaz de carrear uma quantidade fixa de urina 
(0,001 ou 0,01ml), padronizando desse modo o fator de diluição. Em sua execução a alça bacteriológica é 
introduzida em uma amostra de urina bem homogeneizada, fazendo-se movimentos para baixo e para cima no 
sentido vertical. A alça carregada é então utilizada para inocular cada meio de cultura, fazendo-se, inicialmente, 
uma linha reta no centro da placa e completando-se o espalhamento com uma série de passagens em um 
ângulo de 90º, através da linha original. Importante item de controle de qualidade é utilizar alças calibradas 
periodicamente aferidas ou, quando possível, alças descartáveis. As placas com meio seletivo (Mac Conkey ou 
EMB) e outro meio não seletivo (Ágar Sangue de Carneiro a 5%) deverão ser incubadas 24 horas à 35-37ºC, 
devendo este período ser prolongado quando as condições clínicas justificarem ou quando houver suspeita de 
infecção por Gram positivos (Enterococos e Streptococcus agalactiaeou leveduras). Atualmente utiliza-se muito 
o meio CLED, que permite crescimento das enterobacterias, impedindo o espalhamento dos Proteus, a maioria 
dos gram positivos e leveduras. É prudente a leitura em 48-72 horas quando a contagem de leucócitos ou a 
bacterioscopia sugerirem infecção urinária e não for verificado crescimento bacteriano em 24 horas. 
 
Questão 8 - A maioria das infecções de vias aéreas superiores são autolimitadas, de etiologia viral, porém 
outras são provocadas por bactérias e exigem tratamento antimicrobiano. Contudo, a identificação de uma 
bactéria patogênica ou potencialmente patogênica não necessariamente indica seu envolvimento na infecção. 
Por que? 
 
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Porque estes microrganismos podem também ser detectados em portadores como é o exemplo do 
Haemophilus influenzae. Desse modo, o conhecimento da flora normal do trato respiratório superior é essencial 
para a interpretação dos resultados da cultura. A orofaringe contém uma microbiota mista com grande 
densidade de bactérias aeróbias, anaeróbias facultativas e anaeróbias estritas, incluindo Streptococcusalfa 
hemolíticos e não hemolíticos, Streptococcusbeta hemolíticos não pertencentes ao grupo A, Neisserias não 
patogênicas, Haemophilus spp., difteróides, Staphylococcus sp, Micrococcus spp., Anaeróbios 
(Bacteroidesspp, Fusobacterium spp., Veillonella spp., Peptostreptococcus spp., Actinomyces spp.). Alguns 
patógenos como Streptococcus pneumoniae, Streptococcus pyogenes, Haemophilus influenzae, Neisseria 
meningitidis, enterobactérias e leveduras como Candida albicans podem ser componentes transitórios da flora 
de orofaringe em indivíduos saudáveis, sem desenvolvimento de doença. A mucosa nasal anterior é 
frequentemente colonizada por Staphylococcus epidermidise difteróides, e alguns indivíduos são portadores 
intermitentes ou definitivos de Staphylococcus aureus. 
 
Questão 9 - Quais são os meios de cultura mais utilizados para semeadura de materiais obtidos das vias 
aéreas superiores? 
 
Os meios de cultura mais utilizados para semeadura,de materiais obtidos das vias aéreas superiores são o 
Ágar Chocolate (com sangue de cavalo) e Agar Sangue incubados em atmosfera de 5% de CO2, e Ágar Mac 
Conkey. Na rotina não se recomenda fazer enriquecimento, nem fazer uso de meios seletivos. Na suspeita de 
infecções por anaeróbios usar meios e condições apropriadas para o cultivo destas bactérias. Para cultura do 
bacilo diftérico é recomendável encaminhar a Laboratório de Saúde Pública. O meio seletivo é o meio de Ágar 
Sangue cistina-telurito. O bacilo também cresce em Agar Sangue, sendo opcional fazer enriquecimento em 
Ágar Loeffler azul de metileno. 
 
Questão 10 - Apesar dos progressos diagnóstico-terapêuticos, as pneumonias ainda representam a causa 
mais importante de morte atribuída à doença infecciosa nos países desenvolvidos, em parte pela dificuldade de 
se estabelecer o agente etiológico e dirigir a terapêutica específica, pela grande diversidade de agentes 
possíveis. Contudo, existe uma interessante associação entre fatores predisponentes e agentes etiológicos que 
podem facilitar a pesquisa ou interpretação de achados microbiológicos. Para cada fator predisponente 
relacionado abaixo, indique os mais prováveis agentes etiológicos associados. 
 
Fator predisponente Agentes etiológicos mais prováveis 
Alcoolismo Streptococcus pneumoniae, Anaeróbios, Enterobactérias 
Infecção por HIV precoce Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, Mycobacterium 
tuberculosis 
Má higiene dentária Anaeróbios 
Pnemonia de aspiração Anaeróbios 
Surtos de gripe Influenzavirus, Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus, 
Streptococcus pyogenes(A), Haemophilus influenzae 
 
Questão 11 - Considerando-se as diferentes topografias associadas às infecções hospitalares, as localizadas 
no trato respiratório inferior, têm grande importância pela frequência em que ocorrem e pela morbidade 
associada. Quais são os agentes mais comumente isolados nessas infecções e quais as possíveis formas dos 
microrganismos alcançarem o trato respiratório inferior. 
 
Os agentes mais freqüentemente isolados são: 
a) ƒBacilos Gram negativos 
b) ƒEnterobactérias: Klebsiella spp., E. coli, Enterobacter spp. 
c) ƒBacilos Gram negativos não fermentadores: P. aeruginosa, Acinetobacter baumaniie outras espécies, 
etc. 
d) ƒCocos Gram positivos, principalmente Staphylococcus aureus. 
e) ƒOutros agentes, tais como Legionella pneumophilae Vírus Respiratório Sincicial (VRS) aparecem em 
casos de surto e em pacientes imunodeprimidos, assim como Aspergillus spp. e Pneumocystis carinii. 
De uma maneira geral os microrganismos podem alcançar o trato respiratório pela aspiração de secreções da 
orofaringe, pela inalação de aerossóis contendo bactérias, pela translocação de microrganismos do trato 
gastrointestinal ou pela disseminação hematogênica de um foco a distância. Ainda, para que a infecção 
respiratória ocorra é necessário existir a perda das defesas do hospedeiro, um inóculo suficiente para alcançar 
o trato respiratório ou a presença de um microrganismo altamente virulento. 
 
Questão 12 - Dentre as infecções hospitalares, a pneumonia hospitalar é a que leva a morte com maior 
frequência, com um risco maior na Unidade de Terapia Intensiva. Defina o conceito de pneumonia hospitalar, 
abordando sua frequência e principais causas associadas. 
 
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A pneumonia de origem hospitalar é definida como aquela que aparece após um período maior ou igual a 48 
horas de admissão e não está incubada no momento da hospitalização. Segundo dados da literatura, ocorre 
entre 6 a 10 casos a cada 1000 admissões hospitalares. Entre as pneumonias, aquelas associadas com 
ventilação mecânica através de entubação orotraqueal ou traqueostomia, são as mais frequentes. São 
definidas para pacientes sob ventilação mecânica em um período igual ou superior a 48 horas. Nesta situação 
a incidência de infecção é de 7 a 21 vezes maior à que ocorre em pacientes que não necessitam de respirador. 
 
Questão 13 - Com relação ao diagnóstico laboratorial das pneumonias, quais são as amostras aceitáveis para 
exame e a principal dificuldade encontrada na coleta dessas amostras? 
 
As amostras aceitáveis são: escarro, aspirado traqueal ou transtraqueal, lavado bronco-alveolar, escovado 
brônquico e biópsia brônquica, punção pulmonar e biópsia pulmonar. O diagnóstico das infecções do trato 
respiratório inferior, do ponto de vista microbiológico, é dificultado pela contaminação da amostra, em nível do 
trato respiratório superior, durante a coleta. 
 
Questão 14 - Aspectos da análise macroscópica do escarro, tais como cor, quantidade, consistência e cheiro, 
podem ser úteis para sugestão de agentes ou patologias. Cite alguns exemplos que confirmam esta afirmação. 
 
Escarro purulento – pneumonia bacteriana (embora nas pneumonias por vírus ou micoplasma a infecção 
secundária pode oferecer os mesmos achados em cerca de 30 a 50% dos casos) 
Expectoração matinal, abundante e fétida - bronquiectasia 
Expectoração escassa ou aquosa (mucóide) - pneumonias atípicas 
Escarro avermelhado, mucóide - Klebsiella pneumonia 
Escarro fétido associado a pneumonia aspirativa - anaeróbios 
 
Questão 15 - A bacterioscopia do escarro pela coloração de Gram é um recurso simples, rápido e barato, 
podendo ser muito útil para orientação terapêutica, desde que atendidas algumas condições. Quais são essas 
condições? 
 
A bacterioscopia do escarro tem significado clínico importante quando um material purulento e representativo é 
analisado, quando os analistas são experientes, quando as informações clínicas e/ou o clínico participam da 
interpretação e quando os achados são bem definidos. Algumas medidas relacionadas à coleta e 
processamento da amostra podem tornar os resultados obtidos com este espécime de maior utilidade. A 
remoção de próteses e gargarejo com água imediatamente antes da coleta pode reduzir substancialmente a 
contaminação da amostra. O único cuidado é impedir o uso de substâncias com conteúdo bactericida. 
Preferencialmente, deve-se colher a primeira amostra de escarro da manhã, por ser um material mais 
concentrado, utilizando-se a porção mais purulenta para análise. A coleta por um período de 24 horas é 
inadequada, já que durante o dia passa a ocorrer diluição da amostra, morte de alguns agentes fastidiosos, e 
em contrapartida, o crescimento bacteriano de outros microrganismos. 
 
Questão 16 - Das técnicas endoscópicas para coletade material, por que o lavado e o escovado bronco-
alveolar são as mais utilizadas para o diagnóstico de pneumonia? 
 
Porque o escovado bronco-alveolar obtém um maior volume de amostra, o que aumenta a sensibilidade do 
método e permite que se realize um maior número de procedimentos diagnósticos além da cultura, após a 
citocentrifugação da amostra. Dentre eles incluem-se colorações para identificação de organismos específicos, 
porcentagem de macrófagos e leucócitos contendo microrganismos (nas pneumonias considera-se relevante 
acima de 2%), e presença de fibras de elastina como indicador de necrose pulmonar. São referidos valores de 
sensibilidade e especificidade para o lavado bronco-alveolar variando de 80-100% e 75-100% respectivamente 
e para o escovado de 65-100% e 60-100%. 
 
Questão 17 - Todo resultado liberado pelo laboratório de microbiologia é consequência da qualidade da 
amostra recebida. O material coletado deve ser representativo do processo infeccioso investigado, devendo ser 
eleito o melhor sítio da lesão, evitando contaminação com as áreas adjacentes. Cite alguns aspectos básicos 
da coleta e do transporte de amostras para análise microbiológica. 
 
O profissional responsável pela coleta será também responsável por identificar de forma legível e correta o 
material a ser encaminhado ao laboratório de microbiologia. Quem coleta o material deve ser devidamente 
treinado e periodicamente reciclado nesta atividade. Deve saber que o material deverá ser destinado, o mais 
brevemente possível, ao laboratório. Além disso, deve adotar os seguintes procedimentos: 
a) Colher antes da antibioticoterapia, sempre que possível. 
b) Instruir claramente o paciente sobre o procedimento. 
c) Observar a antissepsia na coleta de todos os materiais clínicos. 
d) Colher do local onde o microrganismo suspeito tenha maior probabilidade de ser isolado. 
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e) Considerar o estágio da doença na escolha do material. Patógenos entéricos causadores de diarréia, 
estão presentes em maior quantidade e são mais facilmente isolados durante a fase aguda ou diarréica 
do processo infeccioso intestinal. 
f) Coletar quantidade suficiente de material para permitir uma completa análise microbiológica. Caso a 
quantidade seja pequena, priorizar os exames. 
g) Utilizar as barreiras de proteção necessárias a cada procedimento. 
h) Tratar toda amostra como potencialmente patogênica. 
i) Usar frascos e meios de transporte apropriados. 
j) Não manusear a amostra em trânsito. 
k) Não contaminar a superfície externa do frasco de coleta e verificar se ele está firmemente vedado. 
(caso ocorram respingos ou contaminação na parte externa do frasco, fazer descontaminação com 
álcool 70% ou outra solução descontaminante disponível). 
l) Não contaminar a requisição médica que acompanha o material. 
m) Transportar as amostras em sacos plásticos fechados. 
n) Identificar claramente a amostra coletada, com todos os dados necessários. 
o) Colocar a identificação no frasco de coleta e nunca na tampa ou sobre rótulos. 
p) Encaminhar os materiais imediatamente ao laboratório 
 
Questão 18 - O objetivo do laboratório de microbiologia não é apenas apontar o responsável por um 
determinado estado infeccioso, mas sim, indicar, através do monitoramento de populações microbianas, qual o 
perfil dos microrganismos que estão interagindo com o homem. Com essas informações, a equipe de saúde é 
capaz de definir quais microrganismos podem ser responsáveis pelo quadro clínico de um paciente e assim, 
propor um tratamento mais adequado. Cite outras atribuições e competências importantes do laboratório de 
microbiologia. 
 
Entre as atribuições e competências importantes do laboratório de microbiologia, podemos citar: 
a) Elaborar e viabilizar normas para coleta, conservação e transporte de material de interesse clínico; 
b) Estabelecer e executar rotinas microbiológicas, dentro dos padrões técnico-científicos vigentes, que 
permitam o isolamento e identificação dos principais agentes infecciosos de importância clínica, por 
gênero e, se possível, por espécie; 
c) Determinar a sensibilidade às drogas antimicrobianas; 
d) Efetuar o controle de qualidade de suas atividades e dos processos de esterilização; 
e) Divulgar e implementar normas de biossegurança; 
f) Participar junto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do rastreamento epidemiológico 
dos surtos de infecção hospitalar; 
g) Fornecer periodicamente dados relacionados com a etiologia das infecções hospitalares e da 
resistência às drogas; 
h) Executar outras atividades afins de natureza não rotineira e de relevância em determinadas situações 
como, por exemplo, estudos microbiológicos de materiais inanimados, portadores, desinfetantes, etc. 
 
Questão 19 - Defina o conceito de biossegurança e explique como os laboratórios de microbiologia podem ser 
classificados de acordo com as normas da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. 
 
Biossegurança é a condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, 
controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal 
e o meio ambiente. 
A CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) é responsável pela maioria das atribuições relativas 
ao estabelecimento de normas, análise de risco, acompanhamento, emissão de certificados de qualidade em 
biossegurança (CQB) para o desenvolvimento de atividades em laboratório nessa área, definindo o nível de 
biossegurança dos laboratórios de microbiologia. As características físicas estruturais e de contenção de um 
laboratório determinam o tipo de microrganismo que pode ser manipulado em suas dependências. Existem 
quatro níveis de biossegurança. 
Nos laboratórios de nível 1 (NB-1) as práticas, o equipamento de segurança e o projeto das instalações são 
apropriados para o treinamento educacional secundário ou para o treinamento de técnicos, e de professores de 
técnicas laboratoriais. É adequado ao trabalho que envolva agente com o menor grau de risco para o pessoal 
do laboratório e para o meio ambiente. 
Nos laboratórios de nível 2 (NB-2) as práticas, os equipamentos, a planta e a construção das instalações são 
aplicáveis aos laboratórios clínicos, de diagnóstico, laboratórios escolas e outros laboratórios onde o trabalho é 
realizado com um maior espectro de agentes nativos de risco moderado presentes na comunidade e que 
estejam associados a uma patologia humana de gravidade variável. 
O nível 3 (NB-3) é aplicável para laboratórios clínicos, de diagnóstico, ensino e pesquisa ou de produção onde 
o trabalho com agentes exóticos possa causar doenças sérias ou potencialmente fatais como resultado de 
exposição por inalação. A equipe laboratorial deve possuir treinamento específico no manejo de agentes 
patogênicos e potencialmente letais devendo ser supervisionados por competentes cientistas que possuam 
vasta experiência com estes agentes. 
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Nos laboratórios de nível 4 (NB-4) realiza-se o trabalho com agentes nativos ou exóticos que possuam um 
potencial de transmissão via respiratória e que podem causar infecções sérias e potencialmente fatais. O 
Mycobacterium tuberculosis, o vírus da encefalite de St. Louis e a Coxiella burnetiisão exemplos de 
microorganismos determinados para este nível. São poucos laboratórios no mundo que possuem instalações 
compatíveis com nível 4 de biossegurança. 
 
Questão 20 - De acordo com as normas da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, como os 
microrganismos podem ser classificados segundo seu grau patogênico? Cite exemplos. 
 
Os microrganismos podem ser divididos em 4 classes. 
Os de classe 1 são de baixorisco individual e baixo risco para a comunidade, incluindo microrganismo que não 
causa doença ao homem ou animal. Ex: microrganismos usados na produção de cerveja, vinho, pão e queijo. 
(Lactobacillus casei, Penicillium camembertii, S. cerevisiae, etc). 
Os de classe 2 são de risco individual moderado e risco limitado para a comunidade. Incluem patógenos que 
causam doenças ao homem ou aos animais, mas que não consistem em sério risco, a quem o manipula em 
condições de contenção, à comunidade, aos seres vivos e ao meio ambiente. As exposições laboratoriais 
podem causar infecção, mas a existência de medidas eficazes de tratamento e prevenção limita o risco. 
Exemplo: bactérias- Clostridium tetani, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus; fungos - Candida 
albicans. 
Os de classe 3 possuem elevado risco individual e risco limitado para a comunidade. Incluem patógenos que 
geralmente causam doenças graves ao homem ou aos animais e pode representar um sério risco a quem o 
manipula. Pode representar um risco se disseminado na comunidade, mas usualmente existem medidas de 
tratamento e de prevenção. Exemplos: bactérias- Bacillus anthracis, Brucella, Chlamydia psittaci, 
Mycobacterium tuberculosis; fungos - Blastomyces dermatiolis, Histoplasma. 
Os de classe 4 são de elevado risco individual e elevado risco para a comunidade. Incluem patógenos que 
representam grande ameaça para o ser humano e para aos animais, representando grande risco a quem o 
manipula e tendo grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Normalmente não existem 
medidas preventivas e de tratamento para esses agentes. Exemplos: Vírus de febres hemorrágicas, Febre de 
Lassa, Machupo, Ébola, arenavírus e certos arbovírus. 
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