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INTRODUÇÃO A ANATÔMIA HUMANA Posição anatômica É a posição padrão adotado para se estudar o corpo no geral e suas divisões. Descriminação: corpo ereto, membros estendidos e paralelos ao tronco, palmas das mãos voltadas para frente com os dedos (quirodáctilos) adzudos (fechados) com exceção do polegar e que fica abduzido (aberto), pés apontados para frente, cabeça em posição neutra e olhos apontados para frente na linha do horizonte. Planos e eixos Planos de delimitação: é a figura geométrica imaginária usada para dar limites ao corpo, segmentos corporais ou órgãos. Planos de secção: difere do plano de delimitação, pois este corta parte do corpo. Eixos: São linhas imaginárias traçadas nas articulações, promovendo movimento da juntura quando o eixo é girado em torno de si mesmo. Ex.: Divisão do corpo humano O corpo humano esta dividido em cabeça, pescoço, tronco e membros. Sendo que o tronco pode ser subdividido ainda em tórax, abdômen e pelve. Nomenclatura São abreviações usadas em textos que se referem à anatomia. a. significa artéria no singular; a.a. significa artérias; v. veia; v.v. veias; n. nervo; n.n. nervos; m. músculo; m.m. músculos; lig. Ligamento; ligg. Ligamentos; M.M.I.I. membros inferiores; M.S.D. membro superior direito; E assim por diante... Decúbito É a posição adotada pelo corpo ou parte do mesmo. Sedo as mais comuns: Decúbito Dorsal: Deitado sobre o dorso Decúbito Ventral: Deitado sobre o abdome Decúbito Lateral: Deitado de lado (lateral esquerda ou direita) Trendelenburg: Uma posição de decúbito na qual a cabeça fica em um nível mais baixo do que os pés Posição de Sim: (posição de semidecúbito ventral) É uma posição de decúbito oblíquo em que o paciente se deita sobre o lado anterior esquerdo com a perna esquerda esticada e o joelho direito parcialmente fletido A posição de Sim modificada: é usada para a inserção de um tubo retaI Posição de Fowlert: É uma posição de decúbito em que o corpo é inclinado de forma que a cabeça esteja em um nível superior ao dos pés Posição de litotomia: É uma posição de decúbito dorsal na qual os joelhos e o quadril ficam fletidos e a coxa abduzida e rodada externamente, apoiada pelo suporte para os tornozelos. SISTEMA ESQUELÉTICO Funções: Sustentação e da forma ao corpo; Proteção; Movimento (passivo); Armazenamento de cálcio e fosfato; Produção de sangue (centro hemocitopoiético); O que é esqueleto? É feito somente de osso? ____________________________________________________________________________ ________________________________________________________________. Tipos de esqueleto Articulado e desarticulado: no primeiro há encaixe e no segundo não há encaixe entre os ossos. Natural, artificial e misto: o primeiro é feito pelos próprios ligamentos e cartilagem. No segundo as ligações são feitas por peças metálicas. E no ultimo os dois processos anteriores são usados. Exoesqueleto e endoesqueleto: No primeiro o esqueleto fica externamente. Já no segundo o esqueleto fica internamente. Divisão do esqueleto Axial: inclui todos os ossos localizados no eixo central do corpo ou próximo a este. O esqueleto axial do adulto consiste em 80 ossos e inclui crânio, coluna vertebral, costelas e esterno. Cabeça Crânio 8 Cabeça Ossos da face 14 Osso Hióide 1 Ossículo da audição (pequeno osso em cada ouvido) 6 Coluna vertebral Cervical 7 Coluna vertebral Torácica 12 Coluna vertebral Lombar 5 Coluna vertebral Sacral 1 Coluna vertebral Coccígea 1 Tórax Esterno 1 Tórax Costela 24 Total de ossos no esqueleto do adulto 80 Apendicular: é composta por todos os ossos dos membros superiores e inferiores (extremidades) e as cinturas escapular e pélvica. No esqueleto apendicular do adulto existem 126 ossos separados. Cintura escapular Clavículas 2 Escápula 2 Membros superiores Úmero 2 Ulna 2 Rádio 2 Ossos carpais 16 Ossos metacarpais 10 Falanges 28 Cintura pélvica Ossos do quadril 2 Membros inferiores Fêmur 2 Tíbia 2 Tíbia 2 Tíbia 2 Ossos tarsais 14 Ossos metatarsais 10 Falanges 28 Total de Osso no Esqueleto Apendicular 126 Número de ossos: Aproximadamente 206 ossos. Fatores que modificam a contagem: Etário; Individual; Forma de contar; Classificação dos ossos: A) Longos (comprimento > que largura e espessura); B) Laminares, planos ou achatados (espessura < comprimento e largura); C) Curtos (comprimento, largura e espessura se equivalem); D) Irregulares (apresenta morfologia complexa não encontra correspondência em formas geométricas conhecidas); E) Pneumáticos (apresenta cavidade revestida de muco contendo ar); F) Sesamóides (desenvolvem-se na substância de certos tendões ou da cápsula fibrosa que envolve certas articulações intratendíneas e peri-articulares); OBS: Ainda podemos encontra outra classificação que é a de alongado. Neste caso o único osso do corpo humano que se classifica assim seria a costela. Pois este tipo de classificação absorve as características do osso longo e laminar ao mesmo tempo. Tipos de substâncias ósseas 1. Substância compacta: as lamínulas de tecido ósseo encontram-se fortemente unidas. 2. Substância esponjosa: as lamínulas se unem de forma a deixar espaços ou lacunas entre si. OBS: Embora os elementos constituintes sejam os mesmos nos dois tipos de substâncias ósseas, eles dispõem-se diferentemente. Osso longo: Na diáfise há interiormente uma cavidade (canal medular) que aloja a medula óssea. Por esta razão os ossos longos são também chamados tubulares. Nos ossos em que a ossificação ainda não se completou, é possível visualizar entre a epífise e a diáfise um disco cartilaginoso (cartilagem epifisária) relacionado com o crescimento do osso em comprimento. Desenvolvimento ósseo A maioria dos ossos leva muitos anos para crescer e amadurecer. O úmero (osso do braço), por exemplo, começa a ossificar no fim do período embrionário (8 semanas); entretanto, a ossificação não está completa até os 20 anos. Existem dois processos de ossificação embora histologicamente (estrutura microscópica) de um osso seja a mesma nas duas formas: Ossificação intramembranosa (formação de osso membranoso) Seu amadurecimento é precoce em relação ao endocondral. Ossificação endocondral (formação de osso cartilaginoso) Seu amadurecimento é tardio em relação ao intramembranoso. Ossificação Intramembranosa ocorre rapidamente nos ossos que são necessários para a proteção, como nas suturas dos ossos planos na calvária, que são os centros de crescimento no desenvolvimento ósseo precoce. Ossificação Endocondral ocorre de forma muito mais vagarosa do que a intramembranosa e ocorre na maior parte do esqueleto, principalmente nos ossos longos. Os capilares iniciam o centro de ossificação primário, assim denominados porque o tecido ósseo formado substitui a maior parte da cartilagem no corpo principal do modelo ósseo. O corpo de um osso ossificado a partir do centro de ossificação primário é a diáfise, que cresce enquanto o osso desenvolve. A maioria dos centros de ossificação secundários surge em outras partes do osso em desenvolvimento após o nascimento; as partes de um osso ossificado a partir destes centros são as epífises. A parte alargada da diáfise mais próxima da epífise é a metáfise. Para que ocrescimento continue, o osso formado a partir do centro primário na diáfise não se funde aquele formado a partir dos centros secundários nas epífises até o osso atingir seu tamanho adulto. Assim, durante o crescimento de um osso longo, cartilagens epifisárias interrompem-se entre as diáfises e as epífises. Essas cartilagens epifisárias são finalmente substituídas por osso nos dois lados, diafisário e epifisário. Quando isso ocorre, o crescimento ósseo cessa e a diáfise funde-se com as epífises. Formam durante este processo uma linha de junção chamada sinostose (ou linha epifisária). Periósteo Delicada membrana de tecido conjuntivo que reveste o osso com exceção das superfícies articulares. São dois folhetos: um superficial e outro profundo, este em contato direto com a superfície óssea. A camada profunda é chamada osteogênica pelo fato de suas células se transformarem em células ósseas, que são incorporadas à superfície do osso, promovendo assim o seu espessamento. (responsável pelo crescimento em espessura do osso longo) Os ossos, seja devido a sua função hemocitopoiética, sejam pelo fato de apresentarem com um desenvolvimento lento e continuo, são altamente vascularizados. As artérias penetram no osso irrigando e distribuindo-se na medula óssea. Por esta razão desprovida do seu periósteo o osso deixa de ser nutrido e morre. Fisiologia óssea Os ossos são órgãos vivos que doem quando lesados sangram quando fraturados, se remodelam em relação aos estresses sofridos e modificam-se com a idade. Possuem vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Podem atrofiar (diminuição do tamanho) ou hipertrofiar (aumentar de tamanho). O osso é composto por uma matriz orgânica dura que é muito fortalecida por depósitos de sais de cálcio. O osso compacto médio contém, em peso, cerca de 30% de matriz e 70% de sais. O osso recém pode ter uma porcentagem consideravelmente mais alta de matriz em relação aos sais. Matriz orgânica do osso É constituída por 90 a 95% de fibras colágenas, e o resto de um meio gelatinoso homogêneo chamado de substância fundamental. As fibras colágenas se estendem primariamente ao longo das linhas de força da tensão. Estas fibras conferem ao osso sua poderosa força tênsil. Sais ósseos Os sais cristalinos depositados na matriz orgânica do osso são compostos principalmente por cálcio e fosfato. A formula do principal sal cristalino, conhecido como hidroxiapatita, é o seguinte: Ca10 (PO4)6 (OH)2 Íons magnésio, sódio, potássio e carbonato, também estão presentes entre os sais ósseos, apesar de estudos de difração de raio X não mostrarem cristais definidos formados por estes. Forças tênsil e compressiva do osso Os cristais de hidroxiapatita ficam adjacentes a cada segmento da fibra colágena firmemente fixados a esta. Este tipo de fixação impede a separação no osso, isto é, impede que os cristais e as fibras colágenas de saírem do lugar, o que é essencial para dar força ao osso (como tijolos alternados numa parede). Fibras colágenas do osso: têm grande força tênsil. Sais de cálcio: têm grande força compressível. Estas propriedades combinadas, mais o grau de coesão entre eles fornecem uma estrutura óssea que tem tanto extrema força tênsil como compressível. Precipitação, absorção e mecanismo de calcificação óssea Embora as concentrações de íons cálcio e fosfato no líquido extracelular serem consideravelmente maiores que as necessárias para causar a precipitação de hidroxiapatita. Existe em quase todos os tecidos corporais um inibidor, que impede esta precipitação; um destes inibidores é o pirofosfato. A etapa inicial da produção de osso é a secreção de moléculas de colágeno (monômeros do colágeno) e de substância fundamental (sobre tudo proteoglicanos) pelos osteoblastos. Moléculas de colágeno Osteblasto (secreta) Substância fundamental Os monômeros de colágeno multiplicam-se para formar fibras colágenas; o tecido resultante transformam-se em osteóide, um material semelhante a cartilagem, mas diferente desta por que os sais e cálcio logo nele se precipitam. Quando o osteóide é formado, alguns dos osteoblastos são aprimorados dentro deste sendo então chamados de osteócitos. Remodelagem óssea – deposição e absorção Deposição O osso esta continuamente sendo depositado pelos osteoblastos. Estes são encontrados nas superfícies estremas dos ossos e nas cavidades ósseas. Uma pequena quantidade de atividade ostebástica ocorre continuamente em todos os ossos vivos. Absorção O osso esta sendo continuamente absorvido na presença de osteoclastos que são grandes células fagocitárias multinucleadas. Histologicamente (tecido), a absorção óssea ocorre imediatamente adjacente ao osteoclastos. Acredita-se que o mecanismo desta absorção seja a seguinte: (1) As enzimas proteolíticas liberadas a partir dos lisossomos dos osteoclastos digerem ou dissolvem a matriz orgânica do osso. (2) Vários ácidos liberados pelas mitocôndrias e vesículas secretoras causam a solução (fragmentação) dos sais ósseos. (3) Fagocitose. A contínua deposição e absorção de osso têm numerosas funções fisiologicamente importantes: (1) O osso geralmente ajusta sua força em proporção ao grau de estresse a que é submetido; (2) A forma do osso pode ser remodelada para a sustentação apropriada de forças mecânicas; (3) Nova matriz orgânica é necessária a medida que a velha matriz orgânica é degenerada; Pergunta: A idade é um fator importante para determinar a deposição e absorção do osso? ____________________________________________________________________________ ________________________________________________________________ O que é fratura em galho verde? ____________________________________________ ______________________________________________________________________ OBS: Se uma pessoa estiver com uma perna engessada mais continua a andar sobre a outra perna, o osso da perna engessada torna-se fina e descalcificado em até 30% dentro de algumas semanas. Reparo de uma fratura A fratura de osso de algum modo ativa ao máximo todos os osteblástos do periósteo e intra-ósseos implicados na fratura. Também, números imensos de novos osteblastos são formados quase imediatamente a partir das chamadas células osteoprogenitoras, que são células primitivas da linhagem óssea no tecido superficial que reveste o osso, chamada de membrana óssea. Portanto, em pouco tempo surgem, entre as duas extremidades fraturadas dos ossos, grande proeminência de tecidos osteblasticos e nova matriz óssea orgânica, seguindo-se, em breve, deposição de sais de cálcio. Isto é chamado de calo ósseo. OBS: Muitos cirurgiões usam o fenômeno do estresse ósseo para acelerar a velocidade na cura da fratura. Isto é feito pelo uso de aparelhos de fixação mecânica especiais para manter as extremidades do osso fraturado juntas de modo que o paciente possa continuar a usar o osso imediatamente. Isto causa estresse nas extremidades opostas dos ossos fraturados o que acelera a atividade osteblastica no local da fratura e, em geral, em curta convalescença. JUNTURAS As junturas (articulações) são a união ou junções entre dois ou mais ossos ou partes rígidas do esqueleto. As articulações exibem várias formas e funções. Algumas articulações não têm movimento; outras permitem apenas pequeno movimento, e algumas são livremente móveis, como a articulação do ombro (glenoumeral). Classificação Segundo o grau de movimento: Sinartrose (nenhum movimento); Anfiartrose (pouco movimento); Diartrose (muito movimento); Segundo o material interposto: - Fibrosas o Suturas o Sindesmose o Gonfose - Cartilaginosas o Sircondroseo Sínfise - Sinovial Classificação segundo a forma: Vascularização e inervação das articulações As articulações recebem das artérias articulares originadas nos vasos ao redor da articulação. As artérias frequentemente anastomosam-se (comunicam-se) para formar redes e assegurar a irrigação sanguínea da articulação e através dela nas varias posições assumidas. As artérias estão localizadas na cápsula articular, principalmente na membrana sinovial. As articulações possuem uma rica inervação; as terminações nervosas estão localizadas na cápsula articular. As articulações transmitem uma sensação denominada propriocepção, que proporciona a consciência do movimento e da posição das partes do corpo. A membrana sinovial é relativamente insensível. As fibras de dor são numerosas na camada fibrosa e nos ligamentos associados, causando dor intensa quando há lesão da articulação. As terminações nervosas sensoriais respondem à rotação e ao alongamento que ocorrem durante atividades esportivas, como o basquetebol. Movimentos articulares Nossas articulações podem apresentar em torno de 6 movimentos básicos ou fundamentais. Que são: a flexão, extensão, adução, abdução, rotação e circundução. Sendo que ainda podemos falar de outros movimentos como a pronação, supinação, flexão-plantar, dorso-flexão, protrusão, retrusão, enclinação e outros. Conceitos Flexão e extensão: Abdução e adução: Rotação: Circundução: MÚSCULOS O sistema muscular é formado por todos os músculos do corpo. Embora os músculos do sistema muscular sejam todos formados por um tipo específico de tecido muscular, outros tipos de tecido musculares formam importantes componentes dos órgãos de outros sistemas, incluindo o sistema circulatório, digestório, genital, urinário e tegumentar. As células musculares, que frequentemente são denominadas fibras musculares porque são longas e estreitas quando relaxadas, são células contrateis especializadas. Realizando dois tipos de movimentos: contração e relaxamento. Classificação dos músculos - músculo (m.) estriado esquelético: é o m. somático voluntário que forma os músculos esqueléticos macroscópicos que compõem o sistema muscular, movendo ou estabilizando ossos e outras estruturas. - m. estriado cardíaco: é um músculo visceral involuntário que forma a maior parte das paredes do coração e a partes adjacentes dos grandes vasos, como a aorta, e bombeia o sangue. - m. liso: é o músculo visceral involuntário que forma parte das paredes da maioria dos vasos sanguíneos e órgãos ocos (vísceras), deslocando substâncias através deles por contrações seqüenciais coordenadas (peristaltismo). Componentes anatômicos dos músculos estriados esqueléticos Ventre muscular: é a porção média do músculo, carnosa e vermelha. Nele predominam as fibras musculares, sendo, portanto a parte ativa do músculo, isto é, a parte contrátil. Tendões e aponeuroses: Ambos são esbranquiçados e brilhantes, muito resistentes e praticamente inextensíveis, constituídos por tecido conjuntivo rico em fibras colágenas. Servindo para prenderem o músculo ao osso. Classificação funcional dos músculos Agonista: quando um músculo é o agente principal na execução de um movimento. Antagonista: quando um músculo se opõe ao trabalho de um agonista, seja para regular a rapidez ou a potência da ação deste agonista. (é o freio do agonista) Voluntário: são os que contraem quando o indivíduo quer. Involuntários: são músculos comandados pelo sistema nervoso vegetativo e o indivíduo não tem nenhum controle voluntário sobre eles. Inervação e nutrição A atividade muscular é controlada pelo sistema nervoso central. No entanto a interação do músculo com o sistema nervoso central ocorre através dos nervos periféricos. Esta união entre o nervo periférico e o músculo é chamada de placa motora ou junção mioneural. Normalmente encontra-se no meio do ventre muscular. Os músculos recebem eficientemente suprimento sanguíneo através de uma artéria ou mais artérias, que neles penetram e se ramificam intensamente, formando um extenso leito capilar. Fisiologia da contração muscular Cada fibra muscular contém de várias centenas a vários milhares de miofibrilas. Cada miofibrila por suas vez, contém disposta lado a lado, cerca de 1500 filamentos de miosina e cerca de 3000 filamentos de actina responsáveis pela contração muscular. Note que os filamentos de miosina e actina se interligam através das pontes cruzadas. Elas proeminam da superfície dos filamentos de miosina, ao de toda a sua extensão, exceto em sua parte central. Interação entre essas pontes cruzadas e os filamentos de actina produz contração. Etapas da contração muscular 1. Potencial de cão pelo nervo motor; 2. Liberação de acetilcolina 3. Abertura dos canais acetilcolina-dependentes; 4. Entrada de íons sódio; 5. Tem início o potencial de ação na fibra muscular; 6. Liberação de íons cálcio pelo retículo sarcoplasmático; 7. Contração muscular (encontra dos filamentos actina e miosina) 8. Absorção do cálcio; 9. Relaxamento muscular; SISTEMA NERVOSO As funções orgânicas, bem como a integração do animal no meio ambiente estão na dependência de um sistema especial, denominado; sistema nervoso. Isto significa que este sistema controla e coordena as funções de todos os sistemas do organismo e ainda, recebendo estímulos aplicados à superfície do corpo animal, são capazes de interpretá-los e desencadear, respostas adequadas a estes estímulos. Assim muitas funções do sistema nervoso dependem da vontade e outras ocorrem sem que delas tenhamos consciência. Neurônio É a menor unidade funcional do sistema nervoso. Logo abaixo temos um tipo de célula (neurônio). Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde esta o núcleo, o citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos, que podem ser subdivididos em dendritos e axônios. Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores de estímulos, funcionando, portanto, como “antenas” para o neurônio. Os axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações são chamadas de colaterais. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações são chamadas de colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio propriamente dito) e um fim (terminal axonal ou botões terminais). A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula adjacente chama-se sinapse. Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema nervoso, localizados próximo da coluna vertebral. Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes chamados nervos, que constituem o sistema nervoso central. O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes, as células de Schwann. Em muitos axônios, esses tipos celulares determinam à formação da bainha de mielina – invólucro principalmente lipídico que atua como isolante térmico e facilita a transmissão do impulso (saltatório) nervoso. Em axônios mielinizados existem regiões de descontinuidade da bainha de mielina, que acarretam a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. Arco reflexo Impulso nervoso A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons ativamente, do líquido extracelular parao interior da fibra, e outros, do interior, de volta ao líquido extracelular. Assim funciona a bomba de sódio e potássio, que bombeia ativamente o sódio para fora, enquanto o potássio é bobeia do ativamente para dentro. Em repouso Em repouso a membrana é praticamente impermeável ao sódio, impedindo sua difusão a favor do gradiente de concentração. Sódio é bombeado ativamente para fora pela bomba de sódio e potássio. Como a saída de sódio não é acompanhada pela entrada de potássio na mesma proporção, estabelece-se uma diferença de cargas elétricas entre os meios intra e extracelular. Há déficit de cargas positivas dentro da célula e as faces da membrana mantêm-se eletricamente carregadas. O potencial eletronegativo criado no interior da fibra nervosa devido à bomba de sódio e potássio é chamado de potencial de repouso da membrana, ficando o exterior da membrana positivo e o interior negativo. Dizemos, então, que a membrana está polarizada. Ao ser estimulado, uma pequena região da membrana torna-se permeável ao sódio. Como a concentração desse íon é maior fora do que dentro da célula, o sódio atravessa a membrana no sentido do interior da célula. A entrada de sódio é acompanhada pela pequena saída de potássio. Esta inversão vai sendo transmitida ao longo do axônio, e todo esse processo é denominado onda de despolarização (impulso nervoso). Este impulso obedece à lei do tudo ou nada; onde o estímulo necessário para desencadear o início da despolarização atinge o limiar ou não haverá o início do impulso nervoso. Divisão anatômica do sistema nervoso: Este sistema se divide em sistema nervoso central e periférico. O sistema nervoso central de subdivide em encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico). O tronco encefálico ainda se subdivide em mesencéfalo, ponte e bulbo. Já os nervos periféricos se dividem em espinhais (31 pares de nervos) e cranianos (12 pares de nervos). Nervos periféricos Os que estão sobre a pele (derme – segunda camada da pele) são chamados de terminações nervosas. E conseguem captar os estímulos de dor, calor, frio, tato superficial e tato profundo. Sistema Nervoso central Os lobos cerebrais apresentam três funções principais: Desenvolvimento; Sensibilidade; Motricidade; Essas três funções principais estão distribuídas no cérebro da seguinte maneira: Lobo frontal: centro das funções mentais superiores; Lobo parietal: centro das impressões táteis e térmicas; Lobo occipital: centro das impressões visuais; Lobos temporais: centro das impressões auditivas; ATLAS ANATÔMICO Acidentes ósseos Surgem em qualquer lugar onde haja inserções de tendões, ligamentos e fascias. Também onde haja artérias adjacentes ou penetrando nos ossos. Outras formações ocorrem em relação à passagem de um tendão frequentemente para direcionar o tendão ou melhorar sua alavanca. Capítulo: cabeça articular pequena e redonda (capitulo umeral); Côndilo: área articular arredondada, que geralmente ocorre em pares (côndilo femoral); Crista: crista do osso (crista ilíaca); Epicôndilo: eminência superior a um côndilo (epicôndilo lateral do úmero); Fóvea: área articular plana lisa geralmente coberta por cartilagem, onde um osso articula-se com outro osso; Forame: passagem através de um osso (forame obturador); Fossa: área oca ou deprimida (fossa infra-espinhal da escápula); Sulco: depressão ou escavação alongada (sulco do nervo radial do úmero); Linha: elevação linear (linha para o m. sólear da tíbia); Cabeça: extremidade articular grande e redonda (maléolo lateral da fíbula); Incisura: entalhe na borda de um osso (incisura isquiática maior); Protuberância: projeção de osso (protuberância occipital externo); Espinha: processo semelhante a um espinho (espinha da escápula); Processo espinhoso: parte que se projeta semelhante a um espinho (processo espinhoso de uma vértebra); Trocanter: elevação arredonda grande (trocanter maior do fêmur); Tróclea: processo articular semelhante a uma roda ou processo que atua como roldana (tróclea do úmero); Tubérculo: eminência pequena e elevada (tubérculo maior do úmero); Tuberosidade ou túber: grande elevação arredondada (tubérculo isquiático); Que osso é este? ______________________ Com quem se articula?_________________________________ Quem são ossos de número? 1. __________________ 2. __________________ 3. __________________ Princípios do tratamento das lesões traumáticas do aparelho locomotor e principais lesões traumáticas no adulto e na criança Contusão É uma lesão de tecido mole produzida por forças fechada (chute, queda ou impacto). Muitos vasos sanguíneos pequenos se rompem e sangram para dentro dos tecidos moles. Um hematoma se desenvolve quando o sangramento é suficiente para provocar uma coleção apreciável de sangue. Sintomas locais Dor, edema e coloração; que são controlados com a aplicação intermitente de frio. Muitas contusões exibem resolução dentro de 1 a 2 semanas. Estiramento É uma “tração muscular” decorrente de uso, estiramento ou estresse excessivo. Os estiramentos consistem em lacerações musculares microscópicas e incompletas com algum sangramento para dentro do tecido. O paciente experimenta dolorimento ou dor súbita, com sensibilidade localizada perante o uso do músculo e na contração isométrica. Entorse É a lesão dos ligamentos que circundam uma articulação, provocada por um movimento de torção ou tração violenta. A função de um ligamento é manter a estabilidade, enquanto possibilita a mobilidade. Um ligamento lacerado perde sua capacidade estabilizadora. Os vasos sanguíneos se rompem e ocorre o edema; a articulação fica dolorosa, assim como a movimentação desta. O grau de incapacidade e de dor aumenta durante as primeiras 2 a 3 horas depois da lesão, devido ao edema e sangramento associados. O paciente deve passar por uma radiografia para avaliar a lesão óssea. A fratura por avulsão pode estar associada a uma entorse. Tratamento O tratamento de contusões, estiramentos e entorses consistem em repouso e elevação da parte afetada, aplicação de frio e uso de uma bandagem compressiva. Repouso; Gelo; Compressão; Elevação; O repouso impede a lesão adicional e promove a cura. O frio úmido ou seco aplicado de forma intermitente por 20 a 30 minutos durante as primeiras 24 a 48 goras após a lesão, produz vasoconstrição, o que diminui o sangramento, edema e desconforto. Deve-se ter o cuidado de evitar a lesão cutânea e tecidual em decorrência do frio excessivo. Uma bandagem compressiva elástica controla o sangramento, reduz o edema e fornece suporte para tecidos lesados. A elevação controla o edema. Quando a entorse é grave, pode haver necessidade de reparação cirúrgica ou de imobilização de aparelho gessado, de modo que a articulação não perca sua estabilidade. O estado neurovascular (circulação, movimento, sensação) do membro lesado é monitorado com freqüência. Depois do estágio inflamatório agudo (24 a 48 horas depois da lesão), o calor pode ser aplicado de forma intermitente (por 15 a 30 minutos, quatro vezes ao dia) para aliviar o espasmo muscular e promovera vasodilatação, absorção e reparação. Dependendo da gravidade da lesão, osexercícios passivos e ativos progressivos podem começar em 2 a 5 dias. As entorses graves podem exigir 1 a 3 semanas de imobilização antes que se iniciam os exercícios protegidos. O exercício excessivo precoce no curso do tratamento retarda a recuperação. Os estiramentos e entorses levam semanas ou meses para curar. A imobilização pode ser utilizada para impedir a recidiva da lesão. Luxações A luxação de uma articulação é a condição em que as superfícies articulares dos ossos formadores da articulação não estão mais em contato anatômico. Os ossos estão literalmente “fora de articulação”. A subluxação é um deslocamento parcial das superfícies em articulação. As luxações traumáticas são emergências ortopédicas, porque as estruturas articulares, aporte sanguíneo e nervos associados são distorcidos e gravemente estressados. Quando a luxação não é tratada de imediato, podem ocorrer a necrose avascular (morte tecidual provocada pela anoxia e aporte sanguíneo diminuído) e a paralisia nervosa. As luxações podem ser congênitas, presentes ao nascimento (mais amiúde no quadril); espontâneas ou patológicas, devido à doença das estruturas articulares ou periarticulares; ou traumáticas, resultando de lesão em que a articulação é rompida pela força. Os sinais e sintomas de uma luxação traumática são: a dor, alteração no contorno da articulação, alteração no comprimento do membro, perda da mobilidade normal e alteração no eixo dos ossos luxados. As radiografias confirmam o diagnóstico e demonstram a possível fratura associada. Tratamento A articulação afetada precisa ser imobilizada, enquanto o paciente é transportado para o hospital. A luxação é prontamente reduzida (partes luxadas trazidas para a posição normal), afim de preservar a função articular. Analgesia, relaxante musculares e, possivelmente, anestesias são empregados para facilitar a redução fechada. A articulação é imobilizada por bandagens, talas, aparelhos ou tração e é mantida em uma posição estável. Monitoriza-se o estado neurovascular. Vários dias a semanas depois da redução, iniciam-se o movimento ativo e passivo, suave e progressivo, três ou quatro vezes ao dia, a fim de preservar a amplitude de movimento e restaurar a força. A articulação é suportada entre as sessões de exercícios. Fraturas É uma ruptura na continuidade do osso e é definida de acordo com o tipo e extensão. As fraturas acontecem quando o osso fica sujeito ao estresse maior que aquele que ele pode absorver. As fraturas podem ser causadas por um impacto direto, força de esmagamento, movimento súbito de torção e, até mesmo, contração muscular extrema. Quando o osso é quebrado, as estruturas adjacentes também são afetadas, resultando em edema de tecidos moles, hemorragia para dentro dos músculos e articulações, luxações articulares, tendões rompidos, nervos lacerados e vasos sanguíneos lesados. Os órgãos corporais podem ser lesados pela força que gerou a fratura ou por fragmentos da fratura. Tipos de fraturas Uma fratura completa envolve uma quebra através de todo o perímetro do osso e é frequentemente deslocada (removida da posição normal). Em uma fratura incompleta (fratura em galho verde), a quebra acontece apenas através de parte de perímetro do osso. Uma fratura cominutiva apresenta vários fragmentos ósseos. Uma fratura fechada (fratura simples) não produz uma descontinuidade na pele. Uma fratura exposta (fratura composta ou complexa) é aquela em que a lesão da pele ou da mucosa se estende até o osso fraturado. As fraturas expostas são graduadas de acordo com os seguintes critérios: O grau I é uma lesão limpa com menos de1 cm de comprimento; O grau II é uma lesão maior, sem lesão extensa do tecido mole; O grau III é altamente contaminado, apresenta lesão extensa de tecidos moles e é o mais grave; As fraturas também podem ser descritas de acordo com o posicionamento anatômico dos fragmentos, principalmente quando eles estão deslocados ou não-deslocados. Manifestações clínicas As manifestações clínicas de uma fratura são dores, perda da função, deformidade, encurtamento do membro, creptação, coloração e inchação localizadas. Nem todas essas manifestações clínicas estão, no entanto, presentes nas fraturas. DOR é continua e aumenta em intensidade até que os fragmentos ósseos sejam imobilizados. O espasmo muscular que acompanha uma fratura é um tipo de imobilização natural destinado a minimizar o movimento adicional dos fragmentos da fratura. PERDA DA FUNÇÃO depois de uma fratura, a região não pode ser usada e tente a exibir (movimento falso). O membro não consegue funcionar adequadamente porque a função normal destinado a minimizar o movimento adicional dos fragmentos da fratura. DEFORMIDADE o deslocamento dos fragmentos em uma fratura do braço ou perna provoca uma deformidade (quer visível, quer palpável) do membro detectável, quando comparada ao membro sadio. ENCURTAMENTO nas fraturas de osso longos, existe um encurtamento real do membro por causa da contração dos músculos que estão presos acima e abaixo do local da fratura. Com freqüência, os fragmentos podem sobrepor-se por até 2,5 a 5 cm. CREPITAÇÃO quando o membro é examinado com as mãos, uma sensação de arranhadura, conhecida como crepitação, pode ser sentida por causa do atrito dos fragmentos entre si. (o teste para a crepitação pode produzir lesão tecidual adicional e deve ser evitado). EDEMA E COLORAÇÃO o edema a e coloração da pele, localizados ocorrem em conseqüência do trauma e hemorragia que sucedem a uma fratura. Esses sinais podem não se desenvolver por várias horas ou dias depois da lesão. Tipos de fraturas Avulsão um arrancamento para fora de um fragmento de osso por um ligamento ou tendão e sua inserção. Cominutiva uma fratura em que o osso foi quebrado em diversos pedaços. Composta uma fratura em que a lesão também envolve a pele ou mucosas. Compressiva uma fratura em que o osso foi comprimido (observado em fraturas de vértebras). Deprimida uma fratura em que os fragmentos são direcionados para dentro (observada frequentemente em fraturas de ossos do crânio e faciais). Epifisária uma fratura através da epífise. Espiralada uma fratura em torção ao redor da diáfise do osso. Galho verde uma fratura em que um lado do osso está quebrado e o outro lado está inclinado. Impactada uma fratura em que um fragmento ósseo é direcionado para dentro de outro fragmento ósseo. Obliqua uma fratura que ocorre em um ângulo através do osso (menos estável que a transversa). Patológica uma fratura que ocorre através de uma área de osso afetado; pode ocorrer sem trauma ou queda. Simples uma fratura que permanece contida; não rompe a pele. Transversa uma fratura que é reta através do osso. Tratamento Redução; Imobilização; Manutenção e restauração da função; Ilizarov – fixador externo Ruptura miotendínea O mais grave dos acidentes musculares, pois se trata de uma ruptura importante do grupo muscular, existindo neste caso incapacidade funcional. A simples observação do músculo envolvido no processo permite perceber uma depressão localizada ou mesmo uma depressão localizada ou mesmo uma tumefação, quando da contração. Na maioria das vezes esta alteração, implica em um tratamento cirúrgico com reabilitação posterior prolongada, chegando esta há alguns meses. Lesões epifisárias Epífises são as extremidades ósseas. Podendo ser proximal ou distal. Geralmente associam-se essas lesões com a área de crescimento ósseo. Onde por patologias ou traumas, acaba por afetar o desenvolvimento ósseo. Que é LER? O termo LER refere-se a um conjunto de doenças que atingem principalmente os membrossuperiores, atacam músculos, nervos e tendões provocando irritações e inflamação dos mesmos. A LER é geralmente causada por movimentos repetidos e contínuos com conseqüente sobrecarga do sistema músculo-esquelético. O esforço excessivo, má postura, stress e más condições de trabalho também contribuem para aparecimento da LER. Em casos extremos pode causar sérios danos aos tendões, dor e perda de movimentos. A LER inclui várias doenças entre as quais, tenossinovite, tendinites, epicondilite, síndrome do túnel do carpo, bursite, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico e síndrome do pronador redondo. Alguns especialistas e entidades preferem, atualmente, denominar as LER por DORT ou LER/DORT. A LER também é conhecida por L.T.C. (Lesão por Trauma Cumulativo). A quem a LER ataca? A LER é contagiosa? As principais vítimas são digitadores, publicitários, jornalistas, bancários e todos os profissionais que têm o computador como companheiro de trabalho. Não é contagiosa, pois não é causada por bactérias, fungos ou vírus, mas sim por movimentos repetitivos. Porque há quem diz que LER não existe? Penso que por se definir a LER como um conjunto de doenças e não como uma doença específica. Quando alguém diz que tem LER, na verdade trata-se de uma tendinite, tenossinovite ou outro tipo de doença causada por esforço repetitivo. Que significa DORT? Distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho. Qual a diferença entre LER e DORT? LER é a designação de qualquer doença causada por esforço repetitivo enquanto DORT é o nome dado às doenças causadas pelo trabalho. Alguns especialistas e entidades preferem, atualmente, denominar LER por DORT ou ainda LER/DORT. Quais os sintomas da LER? Em geral dores nas partes afetadas. A dor é semelhante à dor de reumatismo ou de esforço estático, como por exemplo, a dor causada quando se segura algo com o braço, por longo tempo, sem movimentá-lo. Há formigamentos e dores que dão à sensação de queimadura ou às vezes frio localizado. A LER é uma doença nova? Não. Já na idade média era conhecida sob outros nomes, como por exemplo, a "Doença dos Escribas", que nada mais era do que uma tenossinovite, praticamente desaparecendo depois da invenção da imprensa por Gutemberg. Ramazzini, em 1700, também, descreve a doença dos escribas e notórios. Em 1895 o cirurgião suiço Fritz de Quervain descrevia o "Entorse das Lavadeiras”, atualmente conhecida como Tenossinovite de De Quervian, um tipo de doença causada por esforço repetitivo. A LER, entretanto, acentuou-se demasiadamente na década de 1990, com a popularização dos computadores pessoais. A LER é causada somente pelo trabalho? Não, também podem ser causa de LER atividades esportivas que exijam grande esforço. Da mesma forma a má postura ou postura incorreta, compressão mecânica das estruturas dos membros e outros fatores podem causar LER. Quais as possíveis causas das lesões por esforços repetitivos? Podemos citar entre tantas: 1. posto de trabalho inadequado e ambiente de trabalho desconfortável; 2. atividades no trabalho que exijam força excessiva com as mãos; 3. posturas inadequadas e desfavoráveis às articulações; 4. repetição de um mesmo padrão de movimento; 5. tempo insuficiente para realizar determinado trabalho com as mãos; 6. jornada dupla ocasionada pelos serviços domésticos; 7. atividades esportivas que exijam grande esforço dos membros superiores; 8. compressão mecânica das estruturas dos membros superiores; 10. ritmo intenso de trabalho; 11. pressão do chefe sobre o empregado; 12. metas de produção crescente e pre-estabelecidas; 13. jornada de trabalho prolongada; 14. falta de possibilidade de realizar tarefas diferentes; 15. falta de orientação de profissional de segurança e ou medicina do trabalho; 16. mobiliário mal projetado e ergonomicamente errado; 18. postura fixa por tempo prolongado; 19. tensão excessiva e repetitiva provocada por alguns tipos de esportes; 20. desconhecimento do trabalhador e ou empregador sobre o assunto; 1. Quais as doenças decorrentes de esforços repetitivos? São diversas, a saber, as mais comuns são: 1. tenossinovites 2. tendinites 3. epicondilite 4. síndrome do túnel do carpo 5. bursites 6. dedo em gatilho 7. síndrome do desfiladeiro torácico 8. síndrome do pronador redondo 9. mialgias Que fazer em caso de suspeita de LER? O mais recomendado é procurar o médico imediatamente e passar por uma avaliação. Também é aconselhável parar com a atividade suspeita de ser causa da LER. Classificação As classificações mais usuais são feitas conforme a evolução e o prognóstico, classificando a "DORT" baseando apenas em sinais e sintomas. Fases Fase 1 - Dores fortes e constantes, durante uma certa atividade repetitiva. Fase 2 - Exuberância de sinais objetivos, que não desaparecem com repouso. Fase 3 - Estado doloroso intenso com incapacidade funcional (não necessariamente permanente) Estágios Em 1984, a classificação de Browe, Nolan e Faithfull divide a LER em estágios: Estágio 1 - Dor e cansaço nos membros superiores durante o turno de trabalho, com melhora nos fins de semana, sem alterações no exame físico e com desempenho normal. Estágio 2 - Dores recorrentes, sensação de cansaço persistente e distúrbio do sono, com incapacidade para o trabalho repetitivo. Estágio 3 - Sensação de dor, fadiga e fraqueza persistentes, mesmo com repouso. Distúrbios do sono e presença de sinais objetivos ao exame físico. Graus Dennet e Fry, em 1988, classificaram a doença, de acordo com a localização e fatores agravantes: Grau 1 - Dor localizada em uma região, durante a realização da atividade causadora da síndrome. Sensação de peso e desconforto no membro afetado. Dor espontânea localizada nos membros superiores ou cintura escapular, às vezes com pontadas que aparecem em caráter ocasional durante a jornada de trabalho e não interferem na produtividade. Não há uma irradiação nítida. Melhora com o repouso. É em geral leve e fugaz, e os sinais clínicos estão ausentes. A dor pode se manifestar durante o exame clínico, quando comprimida a massa muscular envolvida. Tem bom prognóstico. Grau 2 - Dor em vários locais durante a realização da atividade causadora da síndrome. A dor é mais persistente e intensa e aparece durante a jornada de trabalho de modo intermitente. É tolerável e permite o desempenho da atividade profissional, mas já com reconhecida redução da produtividade nos períodos de exacerbação. A dor torna-se mais localizada e pode estar acompanhada de formigamento e calor, além de leves distúrbios de sensibilidade. Pode haver uma irradiação definida. A recuperação é mais demorada mesmo com o repouso e a dor pode aparecer, ocasionalmente, quando fora do trabalho durante outras atividades. Os sinais, de modo geral, continuam ausentes. Pode ser observado, por vezes, pequena nodulação acompanhando bainha de tendões envolvidos. A palpação da massa muscular pode revelar hipertonia e dolorimento. Prognóstico favorável. Grau 3 - Dor desencadeada em outras atividades da mão e sensibilidade das estruturas; pode aparecer dor em repouso ou perda de função muscular; a dor torna-se mais persistente, é mais forte e tem irradiação mais definida. O repouso em geral só atenua a intensidade da dor, nem sempre fazendo-a desaparecer por completo, persistindo o dolorimento. Há frequentes paroxismos dolorosos mesmo fora do trabalho, especialmente à noite. É frequente a perda de força muscular e parestesias. Há sensível queda da produtividade, quando não impossibilidade de executar a função. Os sinais clínicos estão presentes, sendo o edema frequente e recorrente; a hipertonia muscular é constante, as alterações de sensibilidade estão quasesempre presentes, especialmente nos paroxismos dolorosos e acompanhadas de manifestações como palidez, hiperemia e sudorese das mãos. A mobilização ou palpação do grupo muscular acometido provoca dor forte. Nos quadros com comprometimento neurológico compressivo a eletromiografia pode estar alterada. Nessa etapa o retorno à atividade produtiva é problemático. Grau 4 - Dor presente em qualquer movimento da mão, dor após atividade com um mínimo de movimento, dor em repouso e à noite, aumento da sensibilidade, perda de função motora. Dor intensa, contínua, por vezes insuportável, levando o paciente a intenso sofrimento. Os movimentos acentuam consideravelmente a dor, que em geral se estende a todo o membro afetado. Os paroxismos de dor ocorrem mesmo quando o membro está imobilizado. A perda de força e a perda de controle dos movimentos se fazem constantes. O edema é persistente e podem aparecer deformidades, provavelmente por processos fibróticos, redizindo também o retorno linfático. As atrofias, principalmente dos dedos, são comuns. A capacidade de trabalho é anulada e os atos da vida diária são também altamente prejudicados. Nesse estágio são comuns as alterações psicológicas com quadros de depressão, ansiedade e angústia. Síndrome do Túnel do Carpo O QUE É? Essa doença é uma forma bastante comum de LER, provocada pela compressão do nervo Mediano, que vem do braço e passa pelo punho, numa região chamada túnel do carpo. Esse nervo é o responsável pela movimentação do dedo polegar, além de promover a sensação nos dedos polegar, indicador e médio na parte da palma das mãos. Devido ao uso excessivo dos dedos e punhos, começa a haver uma inflamação e inchaço das estruturas que passam pelo túnel do carpo, resultando na compressão do nervo mediano. Como resultado, esse nervo passa a ficar mais "fraco", provocando a sensação de formigamento e amortecimento dos dedos das mãos, principalmente dos dedos polegar, indicador e médio. Às vezes, pode dar até a sensação de "choque" sentida nos dedos e indo em direção ao braço. Em geral, os sintomas pioram com o decorrer do dia, principalmente após um dia de trabalho. Alguns pacientes acordam no meio da noite com as mãos amortecidas. Essa doença é comum em mulheres de 30 a 50 anos, e acomete 3 vezes mais o sexo feminino do que o masculino. Normalmente, os sintomas estão presentes nas duas mãos, mas são notados primeiramente na mão dominante. DIAGNÓSTICO Para se fazer o diagnóstico da doença é preciso colher os dados de dor nas mãos, a perda de sensibilidade nos dedos, ou formigamento ou mesmo adormecimento dos mesmos. Também é comum o paciente se queixar que não consegue segurar bem as coisas, principalmente fazer o movimento de pinçar. A relação com a profissão tem importância fundamental no diagnóstico. Ao exame físico, um exame de grande importância é a manobra de Phalen, em que se pede para o paciente colocar as mãos em flexão, ou seja, com os dedos voltados para baixo, e unir dorso contra dorso das mãos, durante um minuto. Os cotovelos devem ficar num ângulo de 90 graus e na mesma altura dos punhos. A presença de dor ou sintomas de formigamento ou adormecimento aponta fortemente para o diagnóstico de Síndrome do túnel do carpo. Outro teste é o chamado teste de Tinnel que consiste da compressão do nervo mediano no trajeto dele pelo túnel do carpo. A presença de dor indica a presença da síndrome do túnel do carpo. Caso seja necessário, poderá ser feito um teste para medir a condução do nervo mediano, para ver se está normal ou não. Os exames de raio-X das mãos são importantes para afastar as outras causas de dor nas mãos, como artrites, tumores ou fraturas ósseas. TRATAMENTO O tratamento se baseia no uso de antinflamatórios, como o ibuprofeno, para aliviar a dor bem como a inflamação das estruturas envolvidas. Também o uso de munhequeiras ajuda a manter a articulação dos punhos fixa, aliviando assim a dor. O repouso é uma das melhores formas de tratamento e muitas vezes o paciente deve ficar alguns dias sem trabalhar as articulações para haver a diminuição completa da inflamação. Também pode ser administrada a vitamina B6 para melhorar as condições do nervo. Em casos mais severos, poderão ser utilizados corticóides injetados diretamente nas articulações afetadas. Nos casos em que há grande comprometimento do nervo mediano está indicada a cirurgia para a descompressão do mesmo. Essa cirurgia leva a uma melhora dos sintomas em 95% dos casos. PREVENÇÃO A medida mais importante é evitar usar as articulações durante muito tempo. Dê umas paradas no serviço para relaxar a musculatura das mãos e dedos. Outro fator importante é a posição em que você está trabalhando. Para aqueles que usam computadores ou máquinas de escrever, é muito importante a posição em que você está sentado. Os pés devem ficar paralelos ao chão, as pernas devem ficar flexionadas no joelho, sendo que a coxa forme um ângulo de 90 graus com as costas. A cadeira deve ser bem confortável e as costas devem estar apoiadas no encosto. Os braços devem ficar na mesma altura do teclado, sendo que as mãos ficam também no mesmo nível, não forçando assim os punhos. Coloque a tela do computador de modo que você fique a uma distância de 40 a 60 centímetros dela e sua visão direta forme um ângulo de 15 a 30 graus com a mesma. Síndrome do Túnel do Carpo - Compressão do nervo mediano no túnel do carpo. As causas mais comuns deste tipo de lesão são as exigências de flexão do punho, a extensão do punho e a tenossinovite no nível do tendão dos flexores - neste caso, os tendões inflamados levam a uma compressão crônica e intermitente da estrutura mais sensível do conjunto que compõe o túnel do carpo: o nervo mediano. Tendinites dos Extensores dos Dedos O QUE É? Tendões são estruturas que se parecem com cordões extremamente fortes, responsáveis pela fixação dos músculos nos ossos. Toda vez que o músculo se contrai, os tendões se esticam, dando-se assim o movimento desejado. O termo tendinite significa uma inflamação dessas estruturas, em geral causada por excessivo uso daquela articulação envolvida. A tendinite pode ocorrer em qualquer articulação, mas é mais comum nos punhos, nos joelhos, ombros e cotovelos. Devido à inflamação, a pessoa irá apresentar dor quando movimentar as articulações em questão. No caso das mãos, possuímos um grupo de músculos que estendem os dedos e as mãos, e os respectivos tendões passam pela parte dorsal das mãos. Da mesma forma que para a síndrome do túnel do carpo, o uso excessivo e repetitivo de certa articulação irá provocar o inchaço das estruturas presentes nas costas das mãos, provocando dor ao movimento dos dedos e punhos. DIAGNÓSTICO Pode ser feito através da queixa do paciente que revela dor na parte dorsal da mão, principalmente após o uso excessivo daquelas articulações. O paciente pode se queixar de fraqueza nas mãos bem como sensação de queimação em vez de dor. TRATAMENTO O tratamento indicado é o uso de antiinflamatórios e repouso da articulação envolvida. PREVENÇÃO É preciso tomar cuidado com a posição em que se está sentado, observar a posição dos braços e mãos, principalmente para aqueles que trabalham com computadores e máquinas de escrever. Os punhos devem sempre ficar numa posição confortável, evitando que eles fiquem desalinhados com os braços e o teclado. Da mesma forma, pare o seu trabalho de tempos em tempos para relaxar a musculatura e os tendões. Tendinite - Inflamação aguda ou crônica dos tendões. Manifestam- se com mais freqüência nos músculos flexores dos dedos, e geralmente são provocados por dois fatores; movimentação freqüente, e período de repouso insuficiente. Manifesta-se principalmente através de dor na região que é agravada por movimentos voluntários.Associados à dor, manifestam-se também edema e crepitação na região. Tenossinovite dos Flexores dos Dedos O QUE É? Os tendões flexores dos dedos estão presentes na parte da palma das mãos. Esses tendões estão recobertos por uma bainha chamada sinovial, que faz com que a contração do músculo fique mais "macia". Quando ocorre a inflamação dessa bainha sinovial, usa-se o termo tenossinovite, no caso dos tendões que fazem à flexão dos dedos. Devido à inflamação da bainha, quando houver contração do músculo para movimentar os dedos, aparecerá o sintoma de dor local, e o movimento das mãos não será bem realizado. DIAGNÓSTICO O paciente irá se queixar dor e inflamação na parte interna da mão, principalmente quando fizer o movimento de flexão dos dedos (quando a pessoa fecha as mãos, por exemplo) TRATAMENTO Da mesma forma, usam-se antiinflamatórios para aliviar a dor e inflamação, bem como é indicado o repouso das articulações envolvidas. Tenossinovite – Inflamação aguda ou crônica das bainhas dos tendões. Assim como a tendinite os dois principais fatores causadores da lesão são; movimentação freqüente, e período de repouso insuficiente. Manifesta-se principalmente através de dor na região que é agravada por movimentos voluntários. Associados à dor, manifestam-se também edema e crepitação na região. Tenossinovite Estenosante (Dedo em Gatilho) O QUE É? Essa doença envolve os tendões flexores dos dedos das mãos, que passam por túneis dentro dos dedos. Se houver a formação de um nódulo sobre o tendão ou ocorrer um inchaço na bainha que o cobre, ele então se tornará mais largo, ficando comprimido nos túneis por onde ele passa. Conforme a pessoa mexe os dedos, ela irá sentir um estalo ou escutar um barulho na articulação envolvida, principalmente no meio dos dedos. DIAGNÓSTICO Pode ser feito através dos sintomas apresentados, bem como a referência de que a pessoa trabalha em serviços que requerem o uso da palma das mãos e o movimento de fechar os dedos, como carimbar e grampear, em movimentos repetitivos e por longos períodos. TRATAMENTO O tratamento mais indicado para este problema é o uso de antiinflamatórios e repouso das articulações. PREVENÇÃO Evitar o uso repetitivo das articulações, se possível usar um grampeador elétrico ou que ele seja acolchoado para evitar que a palma das mãos se force. A mesma coisa é válida para os carimbos. Também podem ser usadas luvas com gel para que amorteçam a batida contra a palma das mãos. Epicondilite Lateral O QUE É? Essa doença é conhecida como tennis elbow (cotovelo de tênis) e, é causada pela inflamação das pequenas protuberâncias dos ossos do cotovelo, os chamados epicôndilos. Neste caso, os ossos envolvidos são os epicôndilos laterais, ou seja, da parte de fora do braço. Apesar do nome, poucos tenistas apresentam essa doença, sendo mais comum em pessoas que trabalham levantando peso, donas de casa, pessoas que fazem trabalhos manuais e que trabalham em escritórios. Alguns músculos que promovem a retificação do punho e dos dedos são presos pelos tendões no epicôndilo lateral do cotovelo. Quando houver um uso excessivo dessas estruturas, começará a se desenvolver uma inflamação das mesmas, iniciando os sintomas de dor. DIAGNÓSTICO O paciente pode se queixar de dor aguda quando roda o antebraço. Em geral, a pessoa vai notando que a dor vai aumentando gradativamente conforme o uso das articulações, como ao abrir latas, ou ao abrir as fechaduras das portas ou mesmo quando vai parafusar alguma coisa. As outras doenças que causam inflamação e inchaço das juntas, como artrite, etc. TRATAMENTO Em geral é feito com o repouso da articulação em questão e com o uso de antiinflamatórios. São úteis também os exercícios de alongamento do antebraço e músculos das mãos. Poderá ser usado um suporte para o antebraço, para reduzir a pressão na área afetada. Em casos mais graves, podem ser injetados corticóides no local afetado. Caso não haja melhora, poderá ser indicada cirurgia para alívio dos sintomas. Doença de Quervain O QUE É? Essa doença decorre da inflamação dos tendões que passam pelo punho no lado do polegar. Se houver um uso excessivo dessa articulação, poderá ocorrer a inflamação desses tendões, dificultando o movimento do polegar e do punho, principalmente quando for pegar algum objeto ou rodar o punho. Em geral as pessoas que trabalham em escritório arquivando documentos, ou datilografando ou escrevendo a mão, em que há uso constante do polegar em direção ao dedo mínimo são as mais propensas a apresentar essa doença. DIAGNÓSTICO O paciente irá revelar dor na região do polegar e punho, principalmente se estiver relacionada com profissões acima relacionadas. A manobra de Filkestein é em geral positiva, em que se segura a mão do paciente na parte das costas e leva-se o polegar em direção ao dedo mínimo e faz-se a flexão do punho. O paciente irá apresentar dor na região do punho que poderá se irradiar para o braço. TRATAMENTO O tratamento para a doença de Quervain consiste no uso de antiinflamatórios e repouso da articulação envolvida. PREVENÇÃO Procure relaxar as mãos durante o trabalho. Alterne o uso do polegar direito com o esquerdo quando for digitar a barra de espaço do computador ou máquina de escrever. Sempre se sente confortavelmente, com os punhos sempre no mesmo nível das teclas. Procure usar canetas e lápis que sejam bem confortáveis nas mãos, para não forçar o polegar. Se você trabalha com uma atividade que faça movimentos de pinçamento, use luvas de borracha e alterne as mãos. Síndrome de DeQuervain - Constrição dolorosa da bainha comum dos tendões do longo abdutor do polegar e do extensor curto do polegar. Estes dois tendões têm uma característica anatômica interessante: correm dentro da mesma bainha; quando friccionados, costumam se inflamar. O principal sintoma é a dor muito forte, no dorso do polegar. Um dos principais fatores causadores deste tipo de lesão está no ato de fazer força torcendo o punho. Bursite e a tendinite São condições inflamatórias que comumente ocorrem no ombro. As bolsas são sacos cheios de líquidos que impedem o atrito entre as estruturas articulares durante a atividade articular. Quando inflamadas, elas se tornam dolorosas. De maneira similar, as bainhas tendinosas dos músculos ficam inflamadas com o estiramento repetitivo. A inflamação provoca a proliferação da membrana sinovial e a formação de pano, o que restringe a movimentação articular. TRATAMENTO Conservador inclui o repouso do membro, o gelo e o calor intermitentes na articulação, e as drogas antiinflamatórias não-esteroidais para controlar a inflamação e a dor. Doenças congênitas do aparelho locomotor Pé torto congênito O Pé Torto Congênito (PTC) é uma deformidade complexa que envolve ossos, músculos, tendões e vasos sangüíneos. O pé é geralmente pequeno e assume a posição em eqüino-varo- supinado (calcanhar elevado, pé voltado para dentro e rodado para cima) (Figura 1). Causa A causa do PTC ainda não é bem conhecida. Algumas teorias procuram explicar o mecanismo pelo qual se desenvolve a deformidade. De acordo com a teoria esquelética, o defeito primário estaria na deformidade de alguns ossos do pé. A teoria muscular fundamenta-se em achados de estudos ao microscópio eletrônico, que demonstram alterações de fibras musculares no PTC. Conforme a teoria neurológica as alterações primárias estariam nos nervos periféricos. A teoria vascular baseia-se no fato de que anomalias arteriais em fetos e embriões podem determinar deformidades congênitas. Existe ainda a teoria da‘parada do desenvolvimento embrionário’ que defende a idéia de que o pé permaneceria em seu estado embrionário desde a 5a. semana de gestação. Estudos realizados em famílias de pacientes com PTC comprovam a importância da genética no aparecimento da deformidade, mas o exato mecanismo de herança ainda não foi determinado, talvez por existirem diferentes padrões de herança e causas. De qualquer forma a herança que mais tem sido considerada é a multifatorial, na qual há vários fatores envolvidos no desenvolvimento de uma deformidade congênita. Estes fatores são genéticos e ambientais. Partindo da suposição de um padrão de herança multifatorial e de estudos epidemiológicos, a recorrência da deformidade em um casal que tem um filho com PTC é, em média, de quatro por cento. Tratamento O tratamento deve ser iniciado logo após o nascimento com manipulação seriada e gesso (a cada semana, o pé da criança é suavemente estendido pelo ortopedista e a deformidade vai sendo corrigida gradativamente). Após cada manipulação é feita imobilização com gesso. A resposta a este tipo de procedimento é boa em muitas crianças. Quando não se consegue uma boa posição do pé com manipulação seriada e gesso, o tratamento cirúrgico deve ser considerado. A idade ideal da cirurgia do PTC permanece controversa. Há ortopedistas que recomendam a realização do procedimento nas primeiras semanas de vida, mas não há, na literatura, registros que realmente comprovem que crianças operadas precocemente apresentam melhores resultados. O que significa o termo displasia? Significa desenvolvimento anormal de órgãos e tecidos que causam deformidades, podendo ou não ser hereditárias. O que significa displasia de desenvolvimento do quadril (DDQ)? É uma situação presente ao nascimento, em que a criança apresenta graus variáveis de estabilidade do quadril, que pode ser só instável e hipermóvel ou pode se apresentar luxado (fora do lugar). Trata-se de uma doença de difícil diagnóstico, de evolução silenciosa, pois não apresenta nenhum sintoma até o início da marcha e, se não diagnosticada e tratada adequadamente, poderá levar à incapacidade definitiva. É mais freqüente em meninas e a incidência varia de 1:1. 000 a 15: 1000 nascidos vivos, mudando consideravelmente de acordo com a região geográfica. Em lugares onde os bebês são carregados com os quadris dobrados (África, Ásia) praticamente não existe o problema, enquanto nos países frios da Europa, em que as crianças são enroladas como charutinho e os quadris ficam em extensão, a incidência é maior. Como é a evolução da DDQ? A instabilidade articular é o primeiro evento que acontece no desenvolvimento da displasia. Nesta fase inicial do processo, a cabeça femoral não está deslocada, o que torna o diagnóstico mais difícil, porque o exame clínico é praticamente normal. A partir desta fase do desenvolvimento, o quadril pode evoluir para três situações diferentes. Primeiro, para uma forma satisfatória e se normalizar. Segundo, para a luxação. Terceiro, estabilizar-se e guardar os sinais de displasia, o que conduzirá fatalmente para o quadro de osteoartrose precoce do quadril. Como se apresenta o quadril instável no recém-nascido? Apresenta-se ao exame clínico como se estivesse mais “frouxo”, permitindo um movimento um pouco mais amplo entre a cabeça femoral e o acetábulo (parte do quadril onde se encaixa a cabeça femoral). Há uma sensação de contenção mais “frouxa” da cabeça do fêmur. Esta percepção é difícil e exige experiência do examinador. Mesmo o mais experiente dos examinadores poderá não reconhecer ou ser enganado por este sinal clínico tão discreto encontrado nos casos de displasia escondida do quadril. O diagnóstico só poderá ser feito se for considerada essa hipótese. Como identificar as crianças portadoras de displasia escondida do quadril? O primeiro passo é identificar a criança e o quadril que necessita ser tratado. É muito importante identificar as crianças portadoras de displasia escondida do quadril, porque o tratamento necessita ser precoce, de preferência no período neonatal. Existem fatores de risco que ajudam a identificar esses recém-nascidos. A associação dos fatores de risco a alterações do exame clínico facilita o diagnóstico. As alterações clínicas mais comuns encontradas nas crianças com displasia escondida do quadril são a assimetrias de pregas cutâneas e a limitação da abdução (abertura) das articulações coxofemorais. Uma vez feito o diagnóstico da displasia, o tratamento deve ser iniciado imediatamente. O atraso pode causar deformidades residuais definitivas, e eventual artrite degenerativa que comprometerá a função articular. Como os pais podem desconfiar? Freqüentemente, há casos de luxação do quadril na família. No berçário da Maternidade é feito um exame simples dos quadris chamado de Ortolani em que é testada a estabilidade do quadril. Tal exame é obrigatório por lei e deve ter o resultado anotado no exame médico inicial do bebê. Na suspeita de instabilidade ou luxação, o bebê deve ser encaminhado para o Ortopedista nos primeiros dias de vida para tratamento especializado. A observação pelos pais de que a criança começou a andar e está mancando constitui uma tragédia pois o tratamento está atrasado pelo menos um ano e qualquer método de tratamento instituído será insuficiente para proporcionar um quadril normal. Como deve ser o tratamento deste quadro? Deve ser iniciado precocemente por Ortopedista afeito à Pediatria. O bebê será submetido a um exame de Ultra-som dos quadris que determinará a extensão do problema. O tratamento, inicialmente, é sempre clínico, com o uso de aparelhos ortopédicos que objetivam manter os quadris dobrados e com certo grau de movimento, para que sejam moldados e encaixados no osso da bacia. Caso este encaixe não aconteça de maneira adequada, a criança poderá ser submetida a manipulações sob anestesia e a cirurgias para se efetuar a correção articular. Escoliose É o termo que designa um desvio da coluna vertebral no plano frontal. É uma patologia que aparece e progride, principalmente, em pacientes em fase de crescimento, sendo, portanto, uma doença da infância e adolescência. A maioria das curvaturas congênitas aparece e é visível ao nascimento. Entretanto, algumas anormalidades congênitas leves podem não aparecer durante o crescimento. Em geral, o uso de coletes nestas curvaturas é ineficiente e se houver progresso da curva, será necessária à cirugia. Tratamento Se a curvatura for leve (< 20), será adequada uma consulta clínica anual para radiografar. Quando a curva for de etiologia apropriada e não grave o suficiente para a cirurgia, o tratamento com colete será o de escolha. O uso do colete também pode ser indicado para segurar a coluna de uma criança até que esta atinja a idade adequada para cirurgia. O tratamento é feito com colete de Milwaukee, combinado com exercícios específicos. Em muitos casos, o colete deve ser usado por um período de 23 horas por dia, sendo retirado apenas para o banho. As principais indicações para a cirurgia são as seguintes, compressão medular, progressão da curva, dor intensa, dificuldade respiratória e estética. O principal procedimento cirúrgico é a fusão espinhal com ou sem instrumentação com haste de Harrington. Luxação congênita de joelho Patologia de joelho infantil geralmente são observadas ao nascimento e relacionam-se com a perna das relações articulares dos joelhos, por isso o termo luxação. A tíbia pode apresentar- se em contato com uma região maisanterior dos côndilos femorais, diferindo assim do indivíduo normal. Pode estar associada à luxação congênita de quadril, doença de Ehnler- Danos, Down,... E já foi observado, um ou outro caso associado à Mielomeningocele. Alguns autores acreditam que este tipo de patologia se deve a um aumento na pressão intra- uterina, associado com o joelho em extensão. Pois, ao contrário do adulto, o feto tem uma tendência à instabilidade anterior dos joelhos; logo este aumento de pressão poderia levar a uma luxação anterior da tíbia sobre o fêmur. Quando existe agenesia de ligamento cruzado anterior – ligamento responsável pela manutenção da estabilidade anterior do joelho, iremos encontrar a luxação congênita de joelho. Classificação Grau I – até 20 graus de anteversão – pode ser corrigido manualmente; Grau II – acima de 20 graus – não conseguem a correção manual, por termo encontrado uma anteriorização tibial em relação aos côndilos femorais; Graus III – não há contato das superfícies articulares nesta situação. Princípios, tipos e complicações do tratamento com imobilizações Por Que Imobilizar? As imobilizações não são novas. Na verdade, elas vêm sendo usadas por milhares de anos. Eles possuem várias utilidades. A imobilização mantém os ossos quebrados no devido lugar, impossibilitando sua movimentação até que eles curem. A imobilização também é utilizada para ajudar na cura de outras lesões, tais como distensões - uma distensão é uma lesão no ligamento (o tecido firme de suporte de uma junta). Em alguns casos, o gesso é aplicado após certas cirurgias. De que materiais são feitas as Imobilizações? A maioria das imobilizações ainda são feitas do primeiro material encontrado perto de Paris, denominado "Gesso de Paris". Na verdade, a imobilização é geralmente feita com uma bandagem coberta com gesso que vem em tiras ou rolos. A bandagem é mergulhada em água e aplicada na parte do corpo, que estiver lesionada. Ela se molda ao formato e endurece à medida que seca. Também são utilizados materiais sintéticos nas imobilizações. A fibra de vidro é mais freqüentemente utilizada por ortopedistas para cuidar de alguns tipos de ossos quebrados. Imobilizações com fibra de vidro possuem algumas vantagens em relação às imobilizações feitas com gesso. Essas podem ser umedecidas sem sofrer sérios danos, são leves e de uso prolongado. Raios-X podem ser tirados com a imobilização aplicada para medir o processo de cura. Isso se deve ao fato de que os Raios-X penetram mais facilmente o material sintético do que o gesso. Como é feita a Imobilização? Antes da colocação do gesso ou da fibra, uma proteção é colocada sobre a pele para proteger o osso e a pele do contato direto ou da pressão contra o imobilizado. A quantidade de proteção depende do formato da imobilização, de seu propósito e da seriedade da lesão. A imobilização deve ser feita de forma que os ossos lesados sejam mantidos no lugar adequado para que possam curar corretamente. O inchaço diminui e o gesso torna-se folgado, podendo ser substituído se necessário, para que seu ortopedista certifique-se de que os ossos quebrados não se movam. Tipos de Imobilização As imobilizações ocorrem de várias formas, dependendo de seu propósito. Para antebraços quebrados, a imobilização pode estender-se até o cotovelo ou ultrapassá-lo um pouco. Da mesma forma, a imobilização da canela pode estender até o joelho ou ultrapassá-lo. Algumas imobilizações do pé e perna possuem uma aplicação na sola chamada "caliper" ou salto de borracha, para que possa ser possível caminhar sem o uso de muletas, embora o seu médico possa recomendar o uso de uma bengala ou de muletas para ajudá-lo a caminhar enquanto estiver usando o gesso. O seu médico também pode explicar o quanto você pode usar o osso quebrado enquanto ele estiver curando. Acostumando-se com a Imobilização Para que o tratamento de imobilização seja bem sucedido, você deve seguir as instruções de seu médico com cuidado. As seguintes informações são destinadas a prover alguns conselhos, mas não devem substituir o seu cirurgião ortopedista. O inchaço no local da lesão é muito comum, o que gera uma pressão contra a imobilização. Então, nas primeiras 48 horas ou mais após o imobilizado ter sido colocado, você provavelmente sentirá ele apertado. Para que esse inchaço seja reduzido: Eleve a parte lesada a um nível acima do coração, colocando travesseiros ou algum outro suporte ( você terá que se reclinar se a imobilização for na perna ). Coloque gelo na imobilização; ele deve ser colocado dentro de um saco plástico seco e envolver metade da imobilização. Sacos plásticos ou recipientes rígidos que toquem a imobilização em somente um ponto não serão suficientes. Para proteger a imobilização até ela secar - dois a três dias para gesso e, geralmente, menos de um dia para materiais sintéticos: Manuseie com cuidado a imobilização. Mantenha-a destapada e seca. Uma fina toalha de rosto pode ser usada, se necessário, para manter a umidade do saco de gelo longe da imobilização. Não caminhe com uma imobilização se essa não estiver completamente seca. Mantenha a imobilização longe de superfícies duras e pontiagudas para não deformá- la. Sinais de Atenção que seguem a Colocação de Imobilizações Na maioria dos casos, você pode esperar somente por pequenos problemas para se ajustar à imobilização. Algumas vezes, entretanto, problemas sérios ocorrem, e devem ser levados ao conhecimento de seu médico. Se você tiver qualquer um desses sinais a seguir, entre em contato com o seu médico imediatamente: Aumento de dor, a qual pode ser causada por inchamento causado por muita pressão. Dormência ou formigamento na sua mão ou pé, que pode ser causado por muita pressão nos nervos. Inchaço excessivo debaixo da imobilização, o que pode indicar que o sangue está sendo obstruído pela imobilização. Febre que não seja associada com nenhuma outra doença. Também, se a sua imobilização desenvolver pontos macios ou rachaduras, ou se você sentir a imobilização muito frouxa ou dolorosamente apertada, você deve ter a imobilização inspecionada pelo seu cirurgião ortopedista. Cuidando de sua Imobilização Após você ter tido tempo para se ajustar à imobilização nos primeiros dias, mante-la em boas condições irá ajudar na recuperação. Mantenha o gesso sempre seco. A umidade irá amolecer a imobilização e evitar que essa exerça o suporte apropriado e a proteção necessária à lesão. Você pode usar proteções plásticas ou comprar proteções à prova de água para manter a imobilização seca enquanto você toma banho ou se lava. Mantenha o interior de sua imobilização seco. Enquanto uma imobilização de fibra de vidro ou de plástico é mais resistente à água do que gesso, a proteção que é colocada não é resistente. Proteção molhada em contato com a pele pode causar irritação. Mantenha pó, sujeira e areia longe do interior da imobilização. Não enfie objetos dentro da imobilização para coçar a pele irritada. Se a coceira continuar, contate seu médico. Não arranque cantos da sua imobilização ou apare-a antes de perguntar ao seu cirurgião ortopedista. Inspecione a pele ao redor da borda da imobilização. Se ela se tornar vermelha ou inchada, ou se você sentir um mau cheiro vindo dela, chame o seu doutor. Inspecione a imobilização regularmente. Se ela possuir rachaduras ou pontos macios, contate o seu médico. Nunca remova uma imobilização você mesmo. O seu cirurgião ortopedista tem uma ferramenta especial para fazer isso. Finalmente, use bom senso, conscientize-se de que você tem uma lesão séria, e proteja a sua imobilização de danos para que ela possa proteger a sua lesão enquanto ela cura. Embora sendo uma
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