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PROF. ANGELO JUST DA COSTA E SILVA
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Índice
31.	COBERTURA	
1.1.	Componentes do telhado	3
1.2.	Estrutura de suporte	4
1.3.	Telhas (adaptado de trabalho apresentado por Paliari, 2001)	5
1.3.1.	Telhas cerâmicas	5
1.3.1.1.	Tolerâncias dimensionais	6
1.3.1.2.	Aspectos gerais	7
1.3.1.3.	Inspeção	8
1.3.1.4.	Aceitação e rejeição	9
1.3.1.5.	Projeto e execução de telhados com telhas cerâmicas	10
1.3.2.	Telhas de concreto	11
1.3.2.1.	NBR 13.858 – 1 (1997)	11
1.3.2.2.	NBR 13.858 – 2 (1997)	11
2.	IMPERMEABILIZAÇÃO	13
2.1.	Materiais betuminosos	13
2.1.1.	Classificação dos materiais betuminosos	13
2.1.2.	Propriedades básicas	14
2.2.	Sistemas de impermeabilização	15
2.2.1.	Impermeabilização rígida	16
2.2.2.	Impermeabilização plástica ou elástica	16
2.2.3.	Impermeabilização laminar	18
3.	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	19
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Neste tópico serão apresentados conceitos importantes acerca dos materiais e componentes utilizados em coberturas, materiais betuminosos e impermeabilização, bem como aspectos normativos relacionados a estes componentes.
COBERTURA
Entende-se por cobertura a parte superior da edificação, protetora das intempéries, constituída por um elemento de suporte resistente (laje, estrutura de madeira, estrutura metálica) e conjunto de componentes com função de vedação (telhado), podendo apresentar ainda isolação térmica, acústica, forro e impermeabilização.
Componentes do telhado
As normas brasileiras que tratam de telhas cerâmicas (NBR 8039 e NBR 13858) apresentam definições importantes dos elementos presentes na cobertura, conforme representado na figura 1 e descrito a seguir.
Água ou pano d’água: Superfície plana inclinada de um telhado;
Beiral: Parte do telhado que se projeta para fora do alinhamento da parede;
Cumeeira: Aresta horizontal delimitada pelo encontro das duas águas, geralmente localizada na parte mais alta do telhado;
Espigão: Aresta inclinada definida pelo encontro entre duas águas que formam um diedro convexo, isto é, o espigão é um divisor de águas;
Fiada: Seqüência de telhas no sentido de sua largura;
Faixa: Seqüência de telhas no sentido de seu comprimento;
Rincão ou água-furtada: Aresta inclinada delimitada pelo encontro de duas águas que formam um diedro côncavo, isto é, é um captador de águas;
Peça complementar: Componente de concreto, ou qualquer outro material que permita a solução de detalhes construtivos de telhado, tais como cumeeiras, espigões, águas furtadas, encontro com paredes, ventilação, iluminação e arremates em geral;
Rufo: Peça complementar de arremate entre o telhado e uma parede;
Telha translúcida ou transparente: Telha de vidro, fibra de vidro ou outro material com o mesmo formato e dimensões das telhas convencionais, empregada para possibilitar a iluminação natural;
Telhado: Parte da cobertura de uma edificação constituída pelas telhas e peças complementares.
Estrutura de suporte
A estrutura de suporte para os elementos do telhado pode ser constituída por lajes de concreto, forros, estruturas metálicas e, especialmente, estruturas de madeira, a qual apresenta uma armação principal (representada por tesouras, ou pontaletes, ou vigas principais) e outra secundária, classificada como trama, composta pelas ripas, caibros e terças. Para um melhor entendimento, os elementos principais desta estrutura estão indicados na figura 1.1 e descritos a seguir:
	Figura 1.1. Esquema de componentes do telhado
	
Ripas (A): peças pregadas sobre os caibros, atuando como apoio para as telhas;
Caibros (B): peças apoiadas sobre as terças, servindo de suporte para a ripas;
Terças (C): peças apoiadas sobre as tesouras, pontaletes, ou mesmo paredes, servindo de suporte para os caibros;
Frechal (D): peças colocadas no topo das paredes, com a função de distribuir as cargas da tesoura, vigas principais ou quaisquer elementos de sustentação;
Cumeeira ou terça de cumeeira (E): terça correspondente à parte mais alta do telhado;
Tesoura: trata-se da estrutura principal de apoio, com formato de treliça que serve de apoio para a trama. As barras das tesouras recebem designações próprias, tais como banzo (inferior – I, ou superior - H), montante (J), pendural (K), diagonal (L) etc;
Chapuz (M): calço de madeira, geralmente em forma triangular, que serve de apoio lateral para a terça;
Pontaletes: peças dispostas verticalmente, tais como pilares curtos sobre os quais se apoiam as vigas ou as terças;
Mão francesa: peça disposta de forma inclinada, a fim de travar a estrutura.
Telhas (adaptado de trabalho apresentado por Paliari, 2001)
Para cobrir a estrutura de suporte do telhado podem ser utilizados diferentes tipos de telhas, a depender dos materiais utilizados e do processo de fabricação. Alguns dos tipos mais conhecidos de telhas comumente utilizadas são: telhas cerâmicas, de concreto, de alumínio, de fibrocimento ou cimento amianto (gradualmente substituídas por fibras de celulose, devido a problemas ambientais), poliestireno (transparentes), entre outros.
Telhas cerâmicas
Para um melhor entendimento do conteúdo das normas de telhas cerâmicas utilizadas em telhados, a tabela 1.1 apresenta uma descrição sumária dos objetivos contidos em cada uma, cujos aspectos mais importantes serão abordados em seguida.
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	Tabela 1.1 - Relação de normas da ABNT – telhas cerâmicas
	NBR 
	Ano
	Título
	Objetivo
	8038
	1987
	Telha cerâmica tipo francesa: padronização de forma e dimensões
	Padroniza a forma e as dimensões, com respectivas tolerâncias, de telhas cerâmicas tipo francesa, para coberturas de edificações em geral
	9598
	1986
	Telha cerâmica de capa e canal tipo paulista: padronização de dimensões
	Padroniza a forma e as dimensões, com respectivas tolerâncias, de telha cerâmica de capa e canal tipo paulista, para coberturas de edificações em geral
	9599
	1986
	Telha cerâmica de capa e canal tipo plana: padronização de dimensões
	Padroniza a forma e as dimensões, com respectivas tolerâncias, de telha cerâmica de capa e canal tipo plan, para coberturas de edificações em geral
	9600
	1986
	Telha cerâmica de capa e canal tipo colonial: padronização de dimensões
	Padroniza a forma e as dimensões, com respectivas tolerâncias, de telha cerâmica de capa e canal tipo colonial, para coberturas de edificações em geral
	9601
	1986
	Telha cerâmica de capa e canal: especificação
	Fixa as condições exigíveis para a aceitação de telhas cerâmicas de capa e canal, destinadas à execução de telhados de edificações, e abrange os tipos plan, colonial e paulista
	7172
	1987
	Telha cerâmica tipo francesa: especificação
	Fixa as condições exigíveis para a aceitação de telhas cerâmicas tipo francesa, destinadas à execução de telhados de edificações
	8947
	1985
	Telha cerâmica – determinação da massa e da absorção de água: método de ensaio
	Prescreve o método para determinação da massa e da absorção de água em telhas cerâmicas
	8948
	1985
	Telha cerâmica – verificação da impermeabilidade: método de ensaio
	Prescreve o método para verificação da impermeabilidade em telhas cerâmicas
	6462
	1987
	Telha cerâmica tipo francesa: determinação da carga de ruptura à flexão: método de ensaio
	Prescreve o método para determinação da carga de ruptura à flexão em telha cerâmica tipo francesa
	9602
	1986
	Telha cerâmica de capa e canal: determinação da carga de ruptura à flexão: método de ensaio
	Prescreve o método para determinação da carga de ruptura à flexão em telha cerâmica de capa e canal, englobando os tipos plan, colonial e paulista
	8039
	1983
	Projeto e execução de telhados com telhas cerâmicas tipo francesa
	Fixa as condições exigíveis para o projeto e a execução de telhados com telhas cerâmicas tipo francesa
As telhas cerâmicas tipo capa e canal apresentam um formato de meia cana, fabricadaspelo processo de prensagem, e caracterizadas por peças côncavas (canais), que se apoiam sobre as ripas, e peças convexas (capas), que se apoiam sobre os canais. Dentre este grupo, existem ainda a seguinte classificação:
Tipo colonial: apresenta um mesmo tipo de peça tanto para os canais quanto para as capas;
Tipo paulista: as capas possuem largura ligeiramente inferior à largura dos canais;
Tipo plan: apresenta as formas acentuadamente retas, o que confere ao telhado características arquitetônicas diferenciadas.
A figura a seguir apresenta modelos de algumas das telhas cerâmicas apresentadas:
	
	
	
	Telha francesa
	Telha capa canal (plan)
	Telha romana
Tolerâncias dimensionais
As tolerâncias dimensionais especificadas nas normas de padronização das telhas cerâmicas são idênticas, conforme a Tabela 1.2.
	Tabela 1.2 – Tolerâncias dimensionais expressas nas normas da ABNT – telhas cerâmicas
	NBR
	
	Tolerâncias dimensionais
	Galga
	8038
	Telha tipo francesa
	( 2mm para dimensões nominais ( 50mm
( 1mm para dimensões nominais < 50mm
( 2mm para a espessura
	Não faz referência
	9598
	Capa e canal tipo paulista
	Idem telha tipo francesa
	400 mm
	9599
	Capa e canal tipo plana
	Idem telha tipo francesa
	400 mm
	9600
	Capa e canal tipo colonial
	Idem telha tipo francesa
	400 mm
Aspectos gerais
Na Tabela 1.3 são apresentados os termos definidos pelas normas, assim como as principais características das telhas cerâmicas e requisitos de desempenho contidos nas normas de especificação das telhas cerâmicas tipo francesa e tipo capa e canal.
	Tabela 1.3 – Termos definidos pelas normas sobre telhas cerâmicas, requisitos de desempenho e características das telhas cerâmicas
	Tipo de telha
	Francesa
NBR 7172 (ABNT, 1987)
	Capa e canal
NBR 9601 (ABNT, 1986)
	Definições
	Telha cerâmica tipo francesa, empenamento, esfoliação, fissura, rebarba, partida e lote
	Telha cerâmica tipo capa e canal, telha tipo plan, tipo colonial, tipo paulista, empenamento, esfoliação, fissura, rebarba, partida e lote
	Identificação
	A telha deve trazer na face inferior, gravada em alto ou baixo relevo, a marca do fabricante e a cidade de sua fabricação
	Idem telha francesa
	Unidade de compra
	Milheiro
	Idem telha francesa
	Aspecto visual
	Não deve apresentar defeitos sistemáticos, tais como fissuras na superfície que resultar, expostas às intempéries, bolhas, esfoliações, quebras e rebarbas
	Idem telha francesa
	Característica sonora
	A telha deve apresentar um som semelhante ao som metálico, quando suspensa por uma extremidade e devidamente percutida
	Idem telha francesa
	Empenamento
	Com a telha, apoiada sobre um plano horizontal, com sua face inferior voltada para cima, nenhum de seus vértices deve ficar separado deste plano mais do que 5 mm
	Idem telha francesa
	Massa da telha seca
	Não deve ser superior a 3,0 kg
	Determinada de acordo com a NBR 8947, não deve ser superior:
Colonial: 2700 g
Plan: 2750
Paulista: 2650
	Absorção de água
	Não deve ser superior a 20%, determinada de acordo com a NBR 8947
	Idem telha francesa
	Impermeabilidade
	A telha não deve apresentar vazamentos ou formação de gotas em sua face inferior, sendo porém, tolerado o aparecimento de manchas de umidade (ensaio de acordo com a NBR 8948)
	Idem telha francesa
	Carga de ruptura
	Determinada de acordo com a NBR 6462, não deve ser inferior a 700 N (70 kgf)
	Determinada de acordo com a NBR 9602, não deve ser inferior a 1000 N (100 kgf)
	
	
	Ensaios de impermeabilidade e de medição de largura realizados em telhas cerâmicas.
Inspeção
As normas NBR 7172 (1987) e NBR 9601 (1986) apresentam, respectivamente, para as telhas cerâmicas tipo francesa e tipo capa e canal, os critérios para a constituição dos lotes e os tipos de amostragem para a inspeção geral ou inspeção por amostragem (Tabela 1.4).
Estas normas permitem que a inspeção geral possa ser feita por amostragem (no caso, dupla amostragem) ou inspeção de todas as telhas de uma partida. 
Para o caso da inspeção por ensaios, a amostragem é apresentada nas Tabelas 1.5 e 1.6, respectivamente, para as telhas cerâmicas tipo francesa e capa e canal.
	Tabela 1.4 – Constituição dos lotes e amostragem segundo a NBR 7172 (ABNT, 1987) e NBR 9601 (ABNT, 1986)
	Tipo de telha
	Francesa
NBR 7172 (ABNT, 1987)
	Capa e canal
NBR 9601 (ABNT, 1986)
	Constituição dos lotes
	Toda partida deve ser dividida em lotes de 40.000 telhas. Caso o resto da divisão da partida em lotes resulte em número inferior a 20.000 telhas, o mesmo deverá ser repartido igualmente pelos lotes já constituídos; caso contrário, o resto constituirá outro lote.
	Toda partida deve ser dividida em lotes de 60.000 telhas, sendo 30.000 capas e 30.000 canais. Caso o resto da divisão da partida em lotes resulte em número inferior a 30.000 telhas (15.000 capas e 15.000 canais), o mesmo deverá ser repartido igualmente pelos lotes já constituídos; caso contrário, o resto constituirá outro lote.
	Identificação
	A telha deve trazer na face inferior, gravada em alto ou baixo relevo, a marca do fabricante e a cidade de sua fabricação.
	Idem telha francesa
	Inspeção geral
	A inspeção geral deve ser feita em todas as telhas de uma partida, independentemente do número de telhas que a constitui; alternativamente, pode-se realizar a dupla amostragem, sendo cada amostra constituída por 50 telhas.
	A inspeção geral deve ser feita em todas as telhas de uma partida, independentemente do número de telhas que a constitui; alternativamente, pode-se realizar a dupla amostragem, sendo cada amostra constituída por 50 telhas (25 capas e 25 canais).
	Inspeção por ensaio
	Telhas de cada lote são amostradas aleatoriamente. O número de telhas amostradas em cada lote é expresso na Tabela 2.5.
	Telhas de cada lote são amostradas aleatoriamente. O número de telhas amostradas em cada lote é expresso na Tabela 2.6.
	Tabela 1.5 – Número e destinação das telhas amostradas, constituintes de um único lote – telha francesa - NBR 7172 (1987)
	Número de telha
	Verificações
	1a amostra
	2a amostra
	
	6
	6
	Dimensões, empenamento, massa e absorção de água
	6
	6
	Impermeabilidade e carga de ruptura à flexão
	Tabela 1.6 – Número e destinação das telhas amostradas, constituintes de um único lote – telha tipo capa e canal [NBR 9601 (ABNT, 1986)]
	Número de telha
	Verificações
	1a amostra
	2a amostra
	
	6 (3 capas e 3 canais)
	6 (3 capas e 3 canais)
	Dimensões, empenamento, massa e absorção de água
	6 (3 capas e 3 canais)
	6 (3 capas e 3 canais)
	Impermeabilidade e carga de ruptura à flexão
Ainda com relação à especificação de telhas cerâmicas, há que se destacar a NBR 13582 (ABNT, 1996) relacionada à telha cerâmica tipo romana, que possui, basicamente, as mesmas especificações apresentadas para as telhas tipo capa e canal e tipo francesa.
Aceitação e rejeição
As duas normas em questão apresentam procedimentos e critérios para aceitação ou rejeição dos lotes avaliados quando do recebimento das telhas nos canteiros de obras. Resumidamente, os principais procedimentos são:
sempre que a responsabilidade do transporte não for do comprador, lotes com um limite máximo de 3% de telhas quebradas acidentalmente durante o transporte serão aceitos automaticamente pelo consumidor, desde que sejam cumpridas as demais condições de aceitação;
as telhas que foram rejeitadas na inspeção geral devem ser substituídas;
no caso de ser adotada a inspeção geral por dupla amostragem, a aceitação ou rejeição do lote fica condicionada ao disposto na Tabela 1.7 e 1.8;
	Tabela 1.7 – Número de aceitação e número de rejeição, na inspeção geral por dupla amostragem – telha francesa [NBR 7172 (ABNT, 1987)]
	No constituintes da amostra
	Unidades defeituosas
	1a amostragem
	2a amostragem
	1o no. de aceitação
	1o no. de rejeição
	2o no. de aceitação
	2o no. de rejeição50 
	50 
	3
	7
	8
	9
	Tabela 1.8 – Número de aceitação e número de rejeição, na inspeção geral por dupla amostragem – telha tipo capa e canal [NBR 9601 (ABNT 1986)]
	No constituintes da amostra
	Unidades defeituosas
	1a amostragem
	2a amostragem
	1o no. de aceitação
	1o no. de rejeição
	2o no. de aceitação
	2o no. de rejeição
	50 (25 capas e 25 canais)
	50 (25 capas e 25 canais)
	3
	7
	8
	9
na inspeção por ensaio por dupla amostragem, a aceitação ou rejeição do lote fica condicionada ao disposto na Tabela 1.9 e 1.10;
	Tabela 1.9 – Número de aceitação e número de rejeição, por ensaios, para cada uma das verificações realizadas (dimensões, empenamento, massa, absorção de água, impermeabilidade e carga de ruptura à flexão) (telha francesa) - NBR 7172 (ABNT, 1987)
	No. Constituintes da amostra
	Unidades defeituosas
	1a amostragem
	2a amostragem
	1o no. de aceitação
	1o no. de rejeição
	2o no. de aceitação
	2o no. de rejeição
	50 
	50 
	1
	3
	3
	4
	Tabela 1.10 – Número de aceitação e número de rejeição, por ensaios, para cada uma das verificações realizadas (dimensões, empenamento, massa, absorção de água, impermeabilidade e carga de ruptura à flexão) (telha tipo capa e canal) - NBR 9601 (ABNT 1986)
	No. Constituintes da amostra
	Unidades defeituosas
	1a amostragem
	2a amostragem
	1o no. de aceitação
	1o no. de rejeição
	2o no. de aceitação
	2o no. de rejeição
	50 (25 capas e 25 canais)
	50 (25 capas e 25 canais)
	1
	3
	3
	4
para que o lote seja aceito na 1a amostragem (inspeção geral por dupla amostragem ou inspeção por ensaio) é necessário que o número de unidades defeituosas, para cada um dos ensaios ou verificações consideradas, seja inferior ou igual ao 1o número de aceitação;
o lote deve ser rejeitado na 1a amostragem (inspeção geral por dupla amostragem ou inspeção por ensaio) se o número de unidades defeituosas, para cada um dos ensaios ou verificações consideradas, for igual ou superior ao 1o número de rejeição;
caso o número de unidades defeituosas (inspeção geral por dupla amostragem ou inspeção por ensaio), para cada um dos ensaios ou verificações consideradas, resulte maior que o 1o número de aceitação e menor que o 1o número de rejeição, devem ser repetidos os ensaios ou verificações que impossibilitaram a aprovação do lote, empregando-se as unidades constituintes da 2a amostragem;
para que o lote seja aceito na 2a amostragem é necessário que a soma das unidades defeituosas da 1a e da 2a amostra seja igual ou inferior ao 2a número de aceitação; caso esta soma resulte igual ou superior ao 2o número de rejeição, para qualquer um dos ensaios ou verificações executadas, o lote é definitivamente rejeitado. 
Projeto e execução de telhados com telhas cerâmicas
No que diz respeito às telhas cerâmicas, a única norma relacionada ao projeto e execução de telhados existente trata esta questão apenas para a telha cerâmica francesa (NBR 8039, 1983), não existindo algo semelhante para as telhas tipo capa e canal.
Nesta norma são apresentadas recomendações sobre a estocagem das telhas, assim como a declividade mínima e máxima do telhado executado com este tipo de telha.
Em termos de execução, dispõe sobre o sentido de colocação das telhas e o cuidado adicional quanto à distribuição dos esforços, recomendando o uso de tábuas para tal finalidade.
Com relação à execução da cumeeira e dos espigões, apresenta valores mínimos para o recobrimento entre a cumeeira e as telhas, tipo e traço de argamassa a ser utilizada para tal. Também traz algumas recomendações para a execução do beiral e dos arremates, apresentando algumas ilustrações para o melhor entendimento destas recomendações.
Telhas de concreto
O conjunto normativo para este tipo de telha é composto por duas normas abrangentes, a saber:
NBR 13.858-1 (ABNT, 1997) Telhas de concreto – Parte 1: projeto e execução de telhados;
NBR 13.858-2 (ABNT, 1997) Telhas de concreto – Parte 2: requisitos e métodos de ensaio.
NBR 13.858 – 1 (1997)
Esta norma fixa as condições exigíveis para o projeto e execução de telhados com telhas de concreto. Contém as definições de água ou plano d’água, beiral, cumeeira, espigão, fiada faixa, rincão ou água furtada, peça complementar, rufo, telha translúcida ou transparente e telhado. Para o melhor entendimento destas definições, as mesmas são ilustradas em uma figura.
Com relação ao projeto de telhados com este tipo de componente, a norma apresenta recomendações ao projetista, atentando-o para as condições climáticas locais, além das propriedades das telhas.
Apresenta também uma tabela completa contendo a inclinação dos telhados em graus e em porcentagem, o comprimento máximo da água, distância máxima (galga), sobreposição mínima, número de telhas por m2 e o limite de inclinação a partir do qual há a necessidade de se proceder a amarração das telhas.
No que diz respeito à execução apresenta recomendações ilustrativas para o manuseio e estocagem das telhas de concreto. 
Quanto à colocação das telhas, indica o sentido de colocação das telhas, alerta sobre a necessidade de se distribuir os esforços sobre as telhas durante a sua colocação além de definir a posição para a furação da telha, caso haja necessidade.
Com relação à execução da cumeeira e espigão, apresenta os procedimentos e recobrimentos mínimos entre as cumeeiras e as telhas (80 mm) e entre as cumeeiras (70 mm). Quanto ao beiral, alerta para a utilização de telha terminal esquerda.
Apresenta um conjunto considerável de detalhes de arremates e peças complementares.
NBR 13.858 – 2 (1997)
Esta norma fixa os requisitos exigíveis para o recebimento e aceitação de telhas de concreto, destinadas à execução de telhados.
Apresenta as seguintes definições: telha de concreto, aditivos, adições, empenamento, desagregação, fissura, rebarba, forma, encaixe lateral, garras de fixação, nervura dupla ou pingadeira, partida, lote.
Apresenta também os requisitos para fabricação, aspectos visuais e dimensional e geométrico. Com relação a este último requisito, apresenta os valores gerais e do perfil da telha, transcritos nas Tabelas 1.11 e 1.12, respectivamente.
	Tabela 1.11 – Características geométricas gerais
	Características
	Valores e limites (mm)
	Projeção horizontal
	420 x 330
	Comprimento útil
	320
	Comprimento total
	420
	Espessura (*)
	( 10 (**)
	(*) medida na onda central da telha
(**) admitem-se nas partes do encaixe espessuras de no mínimo 6,0 mm
	Tabela 1.12 – Características geométricas do perfil
	Características transversais
	Valores e limites (mm)
	Altura
	Em função do tipo do perfil
	Largura total
	330 ( 2
	Largura útil
	300 + 2 -1
	Sobreposição lateral mínima
	28
	Sobreposição longitudinal mínima
	100
Além destas recomendações de ordem geométrica, apresenta também alguns detalhes construtivos tais como:
encaixe lateral e nervura dupla;
garras de fixação nos apoios e alinhamentos;
pré-furos para amarração e fixação das telhas.
Com relação aos ensaios físicos, basicamente esta norma prescreve os mesmos ensaios especificados para as telhas cerâmicas (sonoridade, empenamento, absorção de água, permeabilidade, carga de ruptura à flexão e massa). Os procedimentos para a execução dos ensaios são descritos nos anexos à norma, de acordo com a Tabela 1.13.
	Tabela 1.13 - Tipo de ensaio de telhas de concreto segundo a [NBR 13.858-2 (ABNT, 1997)]
	ANEXO
	Ensaio
	Critérios de desempenho
	A
	Empenamento, massa
	Quando apoiada sobre um plano horizontal, com sua face inferior voltada para baixo, o afastamento entre o plano e qualquer ponto de contato não deve exceder 3 mm;
A massa da telha seca é função do perfil, podendo variar de 4,3 kg a 5 kg
	B
	Absorção de água
	A absorção de água da telha não deve ser superior a 10%
	C
	Permeabilidade
	A telha não deve apresentar vazamentos ou formação de gotas em sua face inferior,sendo, porém, tolerado o aparecimento de manchas de umidade
	D
	Carga de ruptura à flexão
	Não deve ser inferior a 2500 N (250 kgf)
�
IMPERMEABILIZAÇÃO
Pode-se entender a impermeabilização como uma camada cuja função é promover a estanqueidade do piso ou parede, impedindo a ascensão capilar da umidade do solo ou a infiltração de águas superficiais.
Para um melhor entendimento do assunto, o tópico será dividido em materiais betuminosos, que formam a família dos principais materiais utilizados para impermeabilização, e as classificações mais comuns deste sistema, onde são abordados os tipos, aplicações e considerações de execução importantes para a execução da atividade. 
Materiais betuminosos
Os materiais betuminosos têm grande aplicabilidade na engenharia, com uso em pavimentação rodoviária, pintura industrial para proteção, isolamento elétrico e impermeabilização. Alguns dos exemplos destes materiais são o asfalto, os alcatrões, os óleos graxos, entre outros, todos compostos basicamente de betume.
Entende-se por betume um aglomerante orgânico, de consistência sólida, líquida ou gasosa, obtido por processo industrial (resíduo da destilação do petróleo) ou na própria natureza, completamente solúvel em bissulfeto de carbono (CS2), e apresentando polímeros de variada composição química (CH4 – gás metana – combustível para aquecimento; C8H8 – líquido octana – gasolina - combustível para motores; C100 – sólido – asfaltos para pavimentação e impermeabilização).
As características básicas mais importantes acerca dos betumes estão as seguir listadas:
Ao contrário dos aglomerantes minerais da construção civil (cimento Portland, gesso, cal), são adesivos que dispensam o uso da água;
São materiais termoplásticos, isto é, amolecem quando aquecidos, sendo então moldados e resfriados sem perda das propriedades, podendo passar novamente pelo mesmo processo. Além disso, não possuem ponto de fusão (temperatura de perda da estrutura cristalina) definido, amolecendo em temperaturas variadas. No caso dos materiais termofixos, ao contrário, a moldagem ocorre por reação química irreversível, tornando-o duro e quebradiço, não permitindo ser novamente moldado;
Repelem a água, ou seja, são materiais hidrófugos;
São inócuos, isto é, não reagem quimicamente com cargas ou agregados minerais eventualmente adicionados para efeito de enchimento;
Por serem inócuos e termoplásticos podem ser reciclados, o que lhes proporciona um grande número de reutilizações;
Apresentam ductilidade muito influenciada pela exposição ao calor e luz solar.
Classificação dos materiais betuminosos
Os materiais betuminosos podem ser classificados em dois grandes grupos: os asfaltos ou cimentos asfálticos, e os alcatrões, de acordo com a sua forma de obtenção.
Acerca dos asfaltos, ou cimentos asfálticos, de acordo com a NBR 7208 entende-se asfalto como o material sólido ou semi sólido, de cor preta ou pardo escura, que ocorre na natureza ou é obtido pela destilação do petróleo, e cujo constituinte predominante é o betume. Assim, os asfaltos são misturas de betumes com solos de diferentes origens (argilas, siltes, areias, impurezas orgânicas, etc.).
Caso o asfalto seja encontrado naturalmente no solo é classificado como nativo (CAN – cimento asfáltico natural), e caso obtido pela destilação do petróleo é classificado como asfalto de petróleo, ou pirogenado (CAP – cimento asfáltico de petróleo).
Os CAP utilizados atualmente em impermeabilização apresentam dureza de 85-100, 50-60 e 30-40, todos com ponto de amolecimento na faixa de 40ºC a 50ºC (estas propriedades estão descritas no item 2.1.12).
Os CAP podem ainda sofrer um tratamento durante a fabricação, por meio da passagem de corrente de ar através de uma massa de asfalto destilado, de modo a torná-los mais sólidos e duros, menos sensíveis às variações de temperatura e às intempéries, porém com menor poder de adesividade e menos aglutinantes. São os chamados asfaltos oxidados, mais indicados à impermeabilização que os CAP comuns e classificados em quatro tipos (tabela 2.1), conforme normalização brasileira específica (NBR 9910). A sua aplicação ocorre com aquecimento a temperatura da ordem de 200ºC.
	Tabela 2.1. Classificação dos asfaltos oxidados para impermeabilização (NBR 9910)
	TIPO
	APLICAÇÕES
	Ponto de amolecimento (ºC)
	Penetração (mm/10)
	Ductilidade (cm)
	Perda por aquecimento
	I
	Estruturas enterradas
	60 – 75
	25 - 40
	5
	1%
	II
	Sistemas de impermeabilização moldados no local e colagens em sistemas pré fabricados (mantas asfálticas)
	75 - 95
	20 - 35
	-
	1%
	III
	
	95 - 105
	15 - 25
	-
	1%
	IV
	Câmaras frigoríficas e isolação térmica
	85 - 105
	40 - 55
	10
	1%
Obs.: Fazem parte ainda da especificação técnica deste produto o ponto de fulgor, a solubilidade em CS2 e a penetração de resíduo.
Por se apresentarem sólidos ou praticamente sólidos à temperatura ambiente normal, os asfaltos puros são de difícil aplicabilidade. Neste sentido, são normalmente dissolvidos para torná-los líquidos nas temperaturas normais, formando os asfaltos diluídos (ou solução asfáltica), nos quais são utilizados solventes orgânicos, ou as emulsões asfálticas (ou hidrasfalto), onde o asfalto é dissolvido em água. As emulsões para impermeabilização são classificadas quanto ao teor de inerte presente.
Os alcatrões são materiais resultantes da destilação de materiais orgânicos (hulha, turfa, madeira) normalmente utilizados para a fabricação de mastiques ou material para enchimento de juntas, especialmente devido ao seu bom desempenho quanto à ação de agentes agressivos. Em comparação com os asfaltos, os alcatrões destilados apresentam maior sensibilidade à temperatura (mais moles quando aquecidos e mais duros quando resfriados), menor resistência às intempéries e maior poder aglomerante.
Propriedades básicas
Para um adequado conhecimento do comportamento dos materiais betuminosos, é fundamental o entendimento das propriedades básicas que norteiam estes materiais, cujos métodos de avaliação são determinados pela normalização brasileira:
Dureza: Está relacionada com a capacidade de deformação do material, representada (NBR 6576) pelo índice de penetração (em décimos de mm ou cm) de uma agulha padrão de diâmetro de 1mm a 1,2mm, aplicada durante 5 segundos sobre uma amostra padronizada a 25ºC.Um material muito duro pode trincar sob baixas temperaturas, devido à sua provável pouca ductilidade e, caso apresente baixa dureza, poderá escorrer em altas temperaturas;
Ponto de amolecimento: Refere-se à temperatura de referência para a aplicação do material, a partir da qual o material se torna mole. Em geral, quanto mais alto o ponto de amolecimento, melhores as condições de uso do material, uma vez que não amolecerá em dias quentes, sendo necessário, por outro lado, maior calor para os trabalhos de aplicação (maior risco de explosão). Está diretamente relacionado com a dureza. A determinação (NBR 6560) é realizada a partir da fundição e moldagem do material em anel vazado padronizado, sobre o qual é assentada uma bola de aço também padronizada, sendo o conjunto aquecido de modo que a bola desça de nível gradativamente até que, a uma dada temperatura (ponto de amolecimento), atinja uma placa de referência;
Viscosidade: Trata-se da resistência oposta por um fluido à deformação sob a ação de uma força. O ensaio brasileiro normalizado (NBR 5847) é o de viscosidade absoluta, com base no tempo de escoamento do material em vasos especiais calibrados com óleos de referência a uma dada temperatura;
Ductilidade: É a capacidade do material se deformar sem romper ou apresentar fissuras. É de fundamental importância para a escolha do material a ser utilizado na impermeabilização, uma vez que avalia a plasticidade do material, necessária quando a base está sujeita a dilatações volumétricas diferenciadas (concreto, madeira, metal). A avaliação é realizada (NBR 6293) por meio da medida da extensão da amostrapadrão (em formato de “gravata borboleta” sob tração controlada);
Massa específica: Refere-se à densidade do material, de grande importância para avaliação da uniformidade e do teor de impurezas, podendo ser determinada a partir do processo de balanças hidrostáticas;
Ponto de fulgor: Representa a temperatura na qual os gases desprendidos do material se inflamam (rápida explosão), mesmo que temporariamente, acima da qual se encontra o ponto de combustão (ou ponto de incêndio, em cuja temperatura a amostra continua a queimar por, no mínimo, 5 segundos). Estão relacionados com a segurança do aplicador, de modo que a temperatura de aplicação deve-se situar, pelo menos, 20ºC abaixo do ponto de fulgor. A determinação (NBR 13341) é efetuada pelo método de Cleveland, no qual ocorre uma passagem de chama sobre amostra padrão até a ocorrência de lampejos inflamados;
Betume total: Muito utilizada para betuminosos utilizados em pavimentação, na qual se avalia a solubilidade do material em bissulfeto ou tetracloreto de carbono.
Sistemas de impermeabilização
A escolha quanto ao sistema de impermeabilização a ser utilizado deve ser realizada a partir da avaliação dos seguintes aspectos:
Comportamento físico do elemento
Representa a susceptibilidade do componente da base à ocorrência de fissuras e trincas. A depender da distribuição dos elementos estruturais de suporte presentes na base, pode-se prever o surgimento de trincas, tais como peças sujeitas a alterações dimensionais provenientes de aquecimento e resfriamento, recalques, lajes passando sobre vigas, marquises em balanço, reservatórios superiores de água (devido a diferencial térmico), influências do entorno (edificações vizinhas, tráfego intenso), entre outros. Partes da obra com carga estabilizada, em condições de temperatura constante, como subsolos ou locais onde o concreto permaneça em compressão, são menos sujeitas ao surgimento de trincas.
Atuação da água sobre o elemento:
Sobre este aspecto, as situações mais comumente encontradas são: água de percolação, na qual ocorre livre escoamento do líquido, atuante em terraços, coberturas, empenas e fachadas; água com pressão, quando ocorre força hidrostática sobre a impermeabilização, tal como em piscinas, caixas d’água, subsolos; e umidade por capilaridade, na qual a água ascende do solo por capilaridade de materiais porosos até acima do nível estático, ou seja, trata dos elementos das construções que estão em contato com bases alagadas ou solo úmido.
Com isso, com base na avaliação do comportamento físico do elemento base utilizado, bem como na forma de atuação da água a ser estancada, é possível se escolher o tipo de impermeabilização mais indicado para cada caso, cuja classificação pode ser apresentada como se segue:
Impermeabilização rígida
É aquela em que o componente, concreto ou argamassa, torna-se impermeável pela inclusão de aditivos químicos, aliado à correta granulometria dos agregados, baixa relação água/cimento, e consequente redução da porosidade do elemento, cuidados durante o lançamento, entre outros.
Este tipo de impermeabilização é especialmente indicado para elementos não sujeitos a trincas ou fissuras, podendo-se citar como exemplos:
Carga estrutural estabilizada: poço de elevador, reservatório inferior de água;
Áreas não expostas ao sol: banheiro, cozinha, área de serviço;
Condições de temperatura constante: subsolos, pequenos terraços, varandas.
Impermeabilização plástica ou elástica
Neste caso são utilizados mantas pré fabricadas, ou elastômeros dissolvidos e aplicados no local em forma de pintura, a qual forma uma película com certa elasticidade após a evaporação do solvente.
A utilização dos elastômeros apresenta um comportamento inferior quanto à deformabilidade do que as mantas, de modo que o seu uso se deve restringir a peças cujas fissuras ocorram com magnitude muito pequena, insuficiente para a ruptura da membrana formada.
As mantas utilizadas em impermeabilizações podem ser feitas de asfalto com armadura (manta asfáltica), de borracha butílica, ou de PVC plastificado.
As mantas asfálticas são compostas por uma matriz de asfalto armada para reforço com materiais de diferentes propriedades (filme de polietileno, filme de poliéster, véu de fibra de vidro, feltro de poliéster, filme de PVC etc.), a depender das necessidades de cada caso, muito utilizadas em áreas sujeitas a variações dimensionais, movimentos estruturais, balanços, floreiras, entre outros. Além disso, apresentam-se atualmente no mercado mantas com acabamento para proteção solar (escamas de ardósia ou lâminas de alumínio, utilizadas em áreas não transitáveis).
A NBR 9952 classifica as mantas asfálticas com armadura para impermeabilização de acordo com a relação entre a capacidade de carga do material e o seu respectivo alongamento, conforme apresentado na tabela 2.2.
	Tabela 2.2. Classificação das mantas asfálticas para impermeabilização (NBR 9952)
	VALORES MÍNIMOS
	CLASSE
	Carga de ruptura (N) / 50mm de largura
	Alongamento na ruptura (%)
	Produto N x %
	Classe 1
	290
	4
	2.940
	Classe 2
	780
	8
	14.700
	Classe 1 especial
	-
	-
	19.400
A depender das características encontradas em cada caso, deve-se optar pelo tipo de armadura mais indicado, cujas características básicas comparativas estão a seguir apresentadas:
Filme de polietileno: Apresentam, em condições normais de utilização, a melhor relação custo benefício, em função do desempenho e o seu valor comercial;
Filme de poliéster: Maior resistência à perfuração (efeito de puncionamento), importante para os casos de brotos de capim, raízes de plantas (floreiras em geral);
Feltro de poliéster: Bom comportamento também quanto ao puncionamento, e resistência a altas temperaturas sem apresentar escorrimento;
Filme de PVC: Boa resistência mecânica, exige tipo especial de PVC associado ao asfalto, podendo ocorrer perda de flexibilidade caso utilizado componente inadequado, custo elevado;
Véu de fibra de vidro: utilizado em situações extremas devido ao alto custo envolvido.
As mantas asfálticas devem atender a exigências normativas específicas, avaliadas de acordo com metodologias de ensaio normalizadas, dentre as quais: espessura mínima nominal de 3mm; massa por metro quadrado indicada pelo fabricante; estanqueidade, medida em corpos de prova submetidos a uma coluna de água de 500mm durante 16 horas; carga de ruptura e alongamento, de acordo com a tabela 2.2; absorção de água máxima de 3% (imersão em banho a 50ºC por 5 dias); flexibilidade a baixa temperatura (-5ºC), por meio de ensaios de dobramento seguidos da verificação da ocorrência de fissuras; resistência ao impacto, devendo a amostra não apresentar mossas ou cortes após a aplicação de peso sobre base padronizada; resistência ao puncionamento, por meio da aplicação de peso de 25kg durante 1 hora a 23ºC de temperatura, devendo a amostra permanecer estanque; resistência ao envelhecimento acelerado, com ensaio em 168 horas em estufa a 70ºC com ventilação forçada.
Conforme anteriormente comentado, existem ainda as mantas pré fabricadas de borracha butílica (poli-isobutileno-isopreno) e as de PVC, cujas principais características estão apresentadas na tabela 2.3.
	Tabela 2.3. Requisitos de desempenho de mantas de borracha e de PVC
	VALORES MÍNIMOS PARA MANTAS COM 1MM DE ESPESSURA
	Armadura
	Carga de ruptura (N) / 50mm de largura
	Alongamento na ruptura (%)
	Produto N x %
	Borracha
	210
	300
	63.000
	PVC
	400
	250
	100.000
As mantas de PVC e de borracha são geralmente utilizadas com espessura muito delgada, em torno de 1mm, de modo que se tornam facilmente perfuradas quando aplicadas sobre bases com protuberâncias formadas por grãos de areia, por exemplo, devido ao atrito originado pela movimentação entre as camadas. Por este motivo recomenda-se a preparação da base com uma camada de regularização e outra também de proteção, na camada superior, as quais recebem a denominaçãode camada de berço (inferior) e camada de amortecimento (superior).
Esta camada protetora é recomendada em todos os casos, podendo-se empregar argamassa de cimento e areia com dosagem de 1:6 (cimento : areia úmida) e mínimo de 15mm de espessura. A camada de berço pode ser feita também com betume asfáltico, mastiques, feltros, etc.
As mantas asfálticas, por apresentarem asfalto dúctil na sua composição, em geral não se opõem à penetração de grãos de areia cuja altura das pontas não seja excessiva. Quanto menor a espessura da manta, maiores os cuidados a serem tomados no tocante a este aspecto.
A execução da impermeabilização com mantas pode ser efetuada por três tipologias diferentes, em função da aderência à base:
Totalmente aderidas à base: Indicadas em planos verticais, fundo de caixas d’água e piscinas, mantas auto protegidas, que não apresentam lastro pesado sobre as mesmas, a fim de evitar o seu carreamento pelo vento, entre outras.
Não aderidas à base: Trata-se do sistema mais indicado, uma vez que as deformações da base se diluem na extensão da manta, evitando a ocorrência de pontos concentrados de esforço. Os críticos deste sistema alegam que uma falha na manta é de difícil identificação, uma vez que a água se distribui por entre a base e a manta até encontrar local adequado para infiltração.
Impermeabilização laminar
Utilizadas em casos extremos de necessidade de elasticidade e deformação da base, sendo executadas com asfaltos ou elastômeros intercalados de materiais rígidos, com feltros, tecidos de nylon ou lâminas de alumínio.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUNHA, A.G.; NEUMAN, W. Manual de impermeabilização e isolamento térmico. Rio de Janeiro, Texsa Brasileira, 4.ed, 1979.
FALCÃO BAUER, L.A. Materiais de construção. São Paulo, LTC, v.2, 1979.
PALIARI, J.C. Estudo comparativo das telhas cerâmicas e de concreto. Trabalho apresentado na disciplina PCC 5016 – Materiais e Componentes de Vedações e Acabamentos de Edifícios – Análise de Especificações Normativas, EPUSP, 2002. <<não publicado>>.
PIRONDI, Z. Manual prático da impermeabilização e de isolação térmica. São Paulo, Pini/IBI, 2.ed, 1988.
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