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Miguel Reale x Platão

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Segundo Platão, o que rege e participa de todas e demais ideias é somente o conhecimento inteligível, e o mesmo é o único que pode superar a mutação no campo das opiniões, e ai então chegar à ideia do bem. A analogia que o autor segue é a do Ver/Conhecer, que está presente em toda a Alegoria. Platão afirma ainda que o mecanismo de educação que se deve aplicar é o dos “olhos da alma”. Discutindo isso Platão afirma que nesse método que será aplicado aos aprendizes deve se dar mais importância às ciências, com destaque para os cálculos e a geometria, porém não se pode deixar de ensinar o senso comum, como uma forma de exigência habituando-os a tarefas comuns da cidade (cotidiano).
Por fim Platão ressalta também a existência de dois mundos paralelos, o mundo sensível e o mundo inteligível, sendo que o primeiro ocorre mutações em suas ideias, não podendo ser considerado como fonte de conhecimento verdadeiro, ele reafirma então que se deve desenvolver uma educação tanto de corpo quanto de alma, levando a fim esses dois trabalhos, devem-se educar somente os que se mostrarem capazes de aprender, já que para participar ou assumir o controle de uma sociedade perfeita, é preciso de um conhecimento pleno de corpo e alma.
Assim os que foram educados com esse método, que Platão tenta formalizar uma sociedade perfeita, os mesmos educandos não se deixaram influenciar por interesses, não tendo assim uma certa ganancia por uma fonte inevitável de poder, mas sim levando em conta o seu bem e dos demais, não apenas de seus próprios interesses, pois com essa educação saberão que a uma vida mais valiosa que a ganancia pelo poder.
A educação, portanto torna-se coletiva. Não se trata mais de uma educação individual, no caso, de um preceptor, de uma educação grupal, aberta a coletividade. Essa mudança de um ensino individual para um ensino grupal vai exigir uma institucionalização da educação, já que a socialização da educação exigirá uma instituição correspondente que a coordene (Teixeira, 1999, p.17).
Platão não define o conceito de Justiça. Para ele, na Democracia o Povo governa, e o sistema democrático não é capaz de promover a justiça. Muitas vezes o povo não tem conhecimento para governar, pois falta todo um preparo intelectual para entender alguns valores fundamentais para um bom governante, por isso é necessário saber o que é justiça. Para ele, as pessoas podem ser levadas pelos seus desejos e vontades, fazendo com que o conceito de justiça seja relativizado.
De acordo com o filósofo, os valores morais (bem e mal, justo e injusto) não mudam, pois são essência. A justiça para Platão é algo que existe para além das coisas, não é sensível, é algo transcendental, onde não pode ser definida sensivelmente.
Platão doutrina um "Projeto Educacional" onde segundo seu pensamento é necessário passar por alguns estágios para que se possam formar pessoas capazes de governar e julgar com racionalidade, deixando então de tomar escolhas a partir dos seus sentidos e vontades.
 Esses estágios se dividem em três:
1°-Disciplinas corporais: Ginástica, Dança... Motivo: O treino do corpo decide quem trabalha só com o corpo e quem, assim como com o corpo também é capaz de trabalhar com a mente.
OBS: Seriam Trabalhadores Corporais, aqueles que não se adequassem a trabalhar também com a mente.
2°-Disciplinas de raciocínios lógicos e matemáticos: Esse estágio se resume a todo tipo de conhecimento que se envolve números, aqueles que alcançavam esse estágio, mas não o superavam formariam então a classe de trabalhadores de raciocínio. Já os que passavam chegavam então ao último estágio elaborado por Platão.
3°-Disciplinas sumamente intelectual: dialética e filosofia; Aqueles que alcançavam esse estágio continuariam a estudar e poderiam então se tornar governantes (cargo mais alto) ou Magistrados (cargo mais baixo que o de governador). Segundo Platão é chegando a esse estágio que o indivíduo estaria fora da caverna, chegando ao terceiro estagio o individuo estaria com carga filosófica suficiente para compreender o que é justiça.
Se, pois, nos ativermos o que ficou dito, convencidos de que nossa alma é imortal e por natureza capaz de todos os bens e de todos os males, andaremos sempre pelo caminho que conduz ao céu e nos devotaremos com todas as forças à prática da justiça e da sabedoria. Assim fazendo viveremos em paz conosco e uns com os outros e com os deuses; e, depois de haver conseguido nesta vida o prêmio destinado à virtude, como os atletas vitoriosos que são levados em triunfo por todas cidades, seremos coroados na terra e fruiremos deliciosas alegrias nessa viagem de mil anos de que acabamos de falar (Platão, 1956, p. 450.) 
 Sendo assim, para chegarmos a uma concepção de justo, devemos investir em indivíduos que baseiam esse principio de justiça fundada no conhecimento inteligível, tornar sábios os integrantes do Estado provoca em todos, um desejo infindável de buscar da verdade e da sabedoria, mas priorizando o bem comum, o bem maior. Deste modo, o individuo que segue o modelo educacional proposto por Platão tem menor chances de cometer a injustiça, uma vez que esse individuo após passar por os três estágios estará totalmente preparado para exercer a justiça.
 Os valores surgem de quatro pontos de vista distintos, sendo o primeiro de maneira subjetiva chamado de psicologismo axiológico, que é fruto dos desejos, das vontades e satisfação dos prazeres humanos (particularmente); de maneira objetiva, chamado de sociologia axiológica, que afirmam que os valores surgem da consciente coletiva que sempre sobrepõe as consequências individuais por coerção; o terceiro ponto de vista é o ontológico ou axiologia eidética que, doutrinam que os valores são essências (existência própria como modelos ideais), sendo eles não dependentes do sujeito e da sociedade; e o quarto e ultimo ponto de visa é o histórico-cultural, que se aproxima da axiologia histórico-dialética, nessa perspectiva existem dois ambiente, o primário que, são todas as necessidades humanas, e o secundário que todos os homens para satisfazer suas necessidades culturais criam coisas (cultura – valor), ou seja os valores surgem de suas transformações históricas, e do constante devir dialético.
 Quando o ser humano cria um elemento cultural, ele cria um outro mundo, sua imagem e semelhança que muda de acordo com a consciência humana, que tem um objetividade relativa. Para Reale cultura é o significado que sobreleva e marca a razão, ou seja, é aquilo que resta, quando se esqueceu de tudo, isso dentro da perspectiva filosófica. No entendimento sociológico, cultura para Reale são generalizações precipitadas, pela preocupação de querer explicar a maneira de ser e a alma de um povo, e ainda querer utilizar essa interpretação como fonte filosófica.
 Para Miguel Reale, o direito é uma manifestação da cultura humana, ele tenta humanizar o direito que é um fruto da consciência humana. Tem o intuito também de desvincular o conceito de justiça de explicações transcendentais. Segundo ele a justiça floresce na imanência das experiências espirituais humanas.
O Direito, segundo esses tratadistas, reduzir-se-ia a um complexo fenômeno de consciência, a fatos de ordem psíquica. Se o Direito, afirmam eles, existe enquanto o homem se inclina segundo uma linha de interesse e é movido por desejos e vontades; se o Direito é o interesse protegido, e o interesse é um elemento de ordem psíquica, toda a Ciência Jurídica tem em sua base a Psicologia do jurídico e do justo [..] Pontes de Miranda, cuja obra fundamental Sistema de Ciência Positiva do Direito, publicada em 1922, representa uma vigorosa expressão do naturalismo jurídico. Essa atitude chega, no entanto, ao paradoxo de apresentar o Direito como fenômeno não peculiar ao homem, mas comum ao mundo orgânico e até mesmo aos sólidos inorgânicos e ao mundo das figuras bidimensionais, por significar apenas um sistema de relações e de conciliação ou composição de forças. [são] concepçõesunilaterais e falhas da Ciência Jurídica, porque se limita[m] a ver no Direito apenas um de seus elementos, tentando reduzir a complexidade da vida jurídica a um fator isolado de sua gênese e de seu processo. (Reale, 2002, p. 180.)
 Em geral, reducionismo segundo Reale é uma forma equivocada de interpretação cuja tendência é reduzir a analise de um objeto unilateral ou que não aborde todos os métodos de interpretação, ainda segundo Reale o psicologismo jurídico e o naturalismo jurídico, essas teorias reduzem o estudo do direito a apenas uma única entidade. O autor analisa ainda o mundo do dever ser como sendo um valor tomado enquanto razão de ser da conduta. O direito só compreende o significado referido do dever ser. Os valores é que tornam o direito infinito, possibilitam adequações sociais e deixam este ramo da ciência interessante e em constante abundancia.
 E a teoria perspectiva histórica cultural de valores de Miguel Reale não seria apenas mais uma forma de reduzir a interpretação de justiça em uma mera entidade, como ele mesmo afirma? Uma vez que o Reale defende que o direito só pode ser interpretado pelo fato do valor e da norma? Reale estaria caindo no próprio reducionismo?
REFERENCIAS 
TEIXEIRA, Evilázio. A Educação do Homem segundo Platão. São Paulo: Paulus, 1999.
PLATÃO. República. São Paulo, Atena Editora, 6ª Edição. Tradução de Albertino Pinheiro, 1956.
LIMA, Fernando Machado da Silva. Uma critica a Reale. Disponível em <http://www.investidura.com.br/biblioteca-juridica/resumos/etica/2800>. Acesso em: 01 de maio de 2013.

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