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OS CONCEITOS ESTRUTURADORES DA GEOGRAFIA

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OS CONCEITOS ESTRUTURADORES DA GEOGRAFIA COMO DISCIPLINA 
ESCOLAR - PARTE I 
 
Iara Vieira Guimarães 
Fátima A. da Silveira Greco 
 
Fig. 13 _ Professores-cursistas da FUMEC na Praça da Liberdade. 3ª Semana 
Presencial do Veredas. Belo Horizonte, jan./2003. 
Introdução 
Caro Professor: 
Nesta unidade, vamos estudar alguns conceitos considerados fundamentais para 
pesquisar e interpretar o espaço geográfico do mundo em que vivemos. Vamos 
pensar sobre os conceitos geográficos mais importantes de serem desenvolvidos 
nos anos iniciais do ensino fundamental, porque eles propiciam meios para 
desenvolver o raciocínio espacial do aluno, auxiliam a análise das diversas 
espacialidades e permitem compreender os espaços de vivência próximos e 
distantes. 
Sabemos que você já conhece ou já viu referências a alguns deles: lugar, 
paisagem, território, região, sociedade, natureza etc. São conceitos e linguagens 
desenvolvidos pela ciência geográfica ao longo da sua trajetória histórica e 
utilizados pela Geografia ensinada na escola. Embora esses conceitos, para sua 
melhor compreensão, sejam aqui estudados em separado, eles estão 
relacionados entre si, por fazerem parte de um sistema conceitual mais amplo na 
estrutura do raciocínio geográfico. 
Esses conceitos não são exclusivos da Geografia, mas estão presentes em 
outras ciências e também no senso comum, apresentando grande complexidade 
e variedade de significados. Nossa abordagem nesta unidade, entretanto, refere-
se ao ponto de vista geográfico. 
Sabemos que a diversidade de pensamento nos seres humanos é a responsável 
pela construção social e cultural da humanidade. Essa diversidade cria diferentes 
perspectivas ou pontos de vista sobre um objeto de estudo. Isto acontece 
também com os conceitos geográficos, que podem ser interpretados sob 
abordagens diferentes. Assim, você poderá encontrar diferentes perspectivas na 
compreensão de alguns conceitos. 
Para ampliar nossos conhecimentos sobre o conjunto de elementos que auxiliam 
a compreensão e uso desses conceitos geográficos em sala de aula, vamos 
analisar alguns documentos curriculares que estruturam a Geografia como 
conteúdo escolar. Vamos considerar os Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCNs) e outros programas curriculares de referência como instrumentos 
construídos para servir aos professores. É importante identificar as possibilidades 
e os limites desses instrumentos em auxiliar o ensino-aprendizagem da Geografia 
na escola. 
Com esses conhecimentos e instrumentos, você estará não apenas 
desenvolvendo o raciocínio geográfico, mas se tornando mais capaz de fazer a 
leitura do espaço geográfico que construímos no cotidiano, tendo como referência 
os lugares, as paisagens e os territórios que o homem estabelece historicamente. 
Esses conteúdos serão tratados nas seguintes seções: 
Ø Os conceitos estruturadores da interpretação geográfica I 
Ø Os conceitos estruturadores da interpretação geográfica II 
Desejamos que você tenha sucesso no estudo desta unidade. Bom trabalho! 
Objetivos Específicos 
Ao final do estudo desta unidade, você deverá: 
u Identificar e caracterizar o espaço geográfico como objeto de estudo da 
Geografia. 
u Caracterizar o conceito de lugar e sua importância auxiliar no estudo da 
realidade do mundo em que vivemos. 
u Utilizar os conceitos geográficos de paisagem e território na análise de imagens 
e de situações da realidade espacial. 
u Identificar os documentos institucionalizadores da Geografia na escola e suas 
características básicas. 
 
Seção 1: Os Conceitos Estruturadores da Interpretação 
Geográfica I 
Objetivos específicos: identificar e caracterizar o espaço geográfico como objeto de 
estudo da Geografia; caracterizar o conceito de lugar e sua importância auxiliar no 
estudo da realidade do mundo em que vivemos. 
Ao longo da história humana na superfície do planeta Terra, o homem trabalhou 
modificando as coisas, dando forma aos objetos e organizando seu entorno. O 
homem criou técnicas, desde o tempo da pedra lascada até hoje em dia, 
originando produtos sofisticados como o computador, os robôs e as inúmeras 
máquinas e equipamentos presentes na nossa vida cotidiana. Desse modo, o 
homem, como um ser social e cultural, esteve e ainda está definindo, 
transformando e organizando o espaço na superfície da Terra. 
Este espaço que está sempre em construção pelas ações humanas, numa 
produção social cada vez mais complexa, é o que se compreende, na Geografia, 
como espaço geográfico. 
Casas, edifícios, ruas, avenidas, escolas, lavouras, estradas, fazendas, 
indústrias, lojas, bancos, aviões, trens e trilhos, cidades e metrópoles, e tantas 
outras coisas ou objetos que têm sua origem nos elementos da natureza, são 
criados pelo homem e produzidos através do seu trabalho. Essas criações 
humanas envolvendo o trabalho do corpo e da mente, a invenção das técnicas, 
tecnologias e culturas, são moldadas nas relações sociais e organizadas para 
atender a sociedade, configurando o espaço geográfico. 
O calor e o frio, a neve e a chuva, o vento e os furacões, as águas dos lagos e 
oceanos, as nascentes dos rios, os maremotos e terremotos, as florestas, os 
campos e os vales, as montanhas e as veredas etc, são elementos que não 
foram criados e elaborados pelo homem, mas existem no espaço geográfico. 
Estes, e tantos outros, são elementos da natureza do nosso planeta. 
O homem tem a capacidade de entender como esses elementos naturais 
funcionam e, conseqüentemente, como utilizá-los em razão das suas 
necessidades, interesses e desejos. O homem também é capaz de explicar como 
a sua produção social pode alterar o funcionamento desses fenômenos naturais, 
quais são os limites, as possibilidades e as conseqüências da sua ação. 
Podemos dizer que o espaço geográfico é o resultado dinâmico das ações das 
sociedades humanas sobre a natureza. Nele encontramos a herança do trabalho 
humano e da natureza de outros tempos. Nele se dão as articulações entre os 
homens e entre os homens e a dinâmica da natureza. Nele se manifesta o 
resultado, em movimento, dessas articulações. 
Você pode então perceber que o espaço geográfico é uma referência para a 
compreensão da realidade do nosso mundo. Por isto é o objeto de estudo da 
Geografia. Isto significa que, estudando o espaço geográfico, a Geografia faz 
uma leitura da realidade social do ponto de vista de suas relações espaciais. 
Quando estudamos o espaço geográfico estamos nos dedicando a responder 
questões que estão presentes na nossa própria vida. Dessa forma, o objetivo da 
Geografia é o de conhecer melhor o mundo em que vivemos, para compreender 
não só o lugar onde moramos, mas, também, o mundo para além das nossas 
fronteiras, pois, como não vivemos isolados, precisamos enriquecer nossos 
conhecimentos sobre as ações humanas que marcam o espaço geográfico mais 
amplo e as relações entre os diferentes e distantes lugares da Terra. 
Você já pôde identificar como a compreensão do objeto da Geografia é 
importante para o ensino a ser desenvolvido na escola, não é mesmo? A 
compreensão do objeto da Geografia é necessária para orientar a organização 
dos seus conteúdos, para ampliar os saberes do aluno sobre o mundo e, assim, 
para a construção de um conjunto de instrumentos conceituais que sirvam de 
chaves para desenvolver o seu raciocínio geográfico. 
 
Fig. 14 _ Serra da Graciosa (Morro Sete). 
Fonte: Wagner, H. E. Serra do Mar no Estado do Paraná. Curitiba: Secretaria de Estado do Esporte do Paraná, 
1981. 
Atividade 1 
A ciência geográfica tem como objeto de pesquisa o estudo do espaço geográfico 
produzido pela sociedade. O que chamamos de espaço geográfico? 
A Geografia, tanto como ciência como disciplina escolar, possui um conjunto de 
conceitos formulados cientificamente,que constituem a linguagem geográfica. 
Estes conceitos são caros à Geografia e são referência básica para a 
estruturação do seu ensino na escola. Eles permitem fazer uma leitura do mundo 
na perspectiva geográfica. 
Entretanto, é importante considerar que os especialistas em ensino e 
aprendizagem têm a compreensão de que a aprendizagem escolar deve ter início 
a partir dos saberes que os alunos trazem para a sala de aula. Esses saberes do 
senso comum estão repletos de significados e conceitos cotidianos. 
Os professores podem enriquecer a compreensão sobre o mundo partindo 
desses saberes cotidianos, acrescentando conceitos científicos e ampliando o 
domínio da análise dos fenômenos, do ponto de vista geográfico. Você sabe 
quais são os conceitos geográficos de maior relevância para desenvolver com os 
alunos dos anos iniciais de escolaridade? 
Tratamos aqui de conceitos que permitem a você, professor, fazer uma 
aproximação com aquilo que deve ser trabalhado, possibilitando a inter-relação 
necessária entre o saber científico e o saber do aluno. 
Desse modo, temos que identificar os conceitos geográficos mais adequados 
para os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. Os PCNs de Geografia 
para o 1o e 2o ciclos estabeleceram como conceitos básicos a serem trabalhados: 
lugar, paisagem e território. Sobre esta sugestão o documento afirma: 
No que se refere ao ensino fundamental, é importante considerar quais são as 
categorias da Geografia mais adequadas para os alunos em relação à sua faixa 
etária, no momento da escolaridade em que se encontram e às capacidades que 
se espera que eles desenvolvam. Embora o espaço geográfico deva ser o objeto 
central de estudo, as categorias paisagem, território e lugar devem também ser 
abordadas, principalmente nos ciclos iniciais, quando se mostram mais 
acessíveis aos alunos, tendo em vista suas características cognitivas e afetivas 
(PCNs: 1997, p.110). 
A seleção desses conceitos básicos está em consonância com o pensamento de 
um significativo grupo de autores que refletem sobre o ensino de 
Geografia atualmente. Pensando em suas necessidades, nós também nos 
posicionamos a favor desta seleção de conceitos para serem tratados com você. 
O domínio dos conceitos elementares é importante para que possa desempenhar 
o seu papel com sucesso. Então, vamos lá! 
O que é lugar? 
Todos vivemos em algum lugar: num bairro, numa casa ou apartamento, em 
edifícios, em uma fazenda (ou até mesmo na rua). A cidade é um espaço onde 
encontramos um conjunto de lugares com várias funções, regras e identidades 
sociais e culturalmente construídas: casas, escolas, ruas, edifícios, indústrias, 
empresas, restaurantes, calçamentos... O campo também tem seus lugares: a 
área para um lavrador cultivar, o pasto para o gado, a moradia, a escola, a 
cachoeira. 
Você já parou para pensar sobre o seu lugar? Sobre os lugares que você guarda 
na memória? Vamos analisar esse conceito precioso para a Geografia e 
importantíssimo para os nossos alunos. 
Atividade 2 
Você é habitante de um lugar no mundo, se identifica com este lugar e tem "seu 
mundo" nele. Podemos nos lembrar de um lugar ouvindo uma música ou um som 
qualquer, sentindo um cheiro ou tirando do baú da nossa memória aquelas 
imagens que ficam guardadas e que marcam a nossa história. 
Descreva um lugar especial para você, na vida ou trabalho, que fez ou ainda faz 
parte do seu cotidiano. 
Ao realizar essa atividade você pensou em um lugar agradável, do qual você 
gosta ou sente saudade? Ou, pelo contrário, você resgatou um lugar onde teve 
uma experiência de medo, de uma aventura perigosa, ou mesmo que o remete a 
experiências desagradáveis e negativas? 
Seja qual for o tipo de situação que marca a sua vivência no lugar descrito na 
atividade anterior, é importante perceber que você o escolheu porque ele tem 
sentido/significado para você. É por isso que ele recebe a denominação de lugar. 
O lugar está repleto de significados, de fatos que foram ou ainda são importantes 
para nós. 
Lugar é um conceito especialmente importante para a Geografia. No lugar 
vivemos e construímos nossas referências. O lugar é onde há um movimento 
produzindo a vida social e a existência dos seres humanos; onde os objetos são 
construídos pelas relações humanas e entre os homens e a natureza; onde há 
problemas e soluções; onde as coisas que criamos têm significado e com elas 
estabelecemos uma identidade. Nós nos reconhecemos por meio desse lugar. 
Este conceito geográfico permite que você aprenda e ensine mais sobre a 
Geografia do seu cotidiano ou dos diversos lugares do mundo em que vivemos. 
No lugar, os habitantes estabelecem relações de amizade ou conflito, portanto, 
produzem a vida. O lugar tem sua identidade dada por um conjunto de objetos 
que o fazem existir e poder ser identificado como especial para seus habitantes. 
Assim, de acordo com a professora Ana Fani A. Carlos (1996), pode-se analisar 
um lugar observando os seguintes aspectos inter-relacionados: habitante-
identidade-lugar e o tempo. 
A cidade é um lugar que tem seus objetos: ruas, escolas, praças, comércio, 
viadutos etc. A rua é um lugar que tem seus objetos: semáforos, lojas, casas, 
edifícios, entre outros, e tem os sentidos dados pelos moradores ou os pedestres 
que passam pelo lugar. Mudando os lugares ou os seus objetos, mudam-se as 
funções e as formas dos lugares, a relação dos habitantes com o uso de cada 
lugar, o comportamento, alterando-se, então, o significado deste lugar para eles. 
Por exemplo: nas metrópoles, cheias de tantos lugares atraentes, perigosos, 
desejados, repudiados, as pessoas vivem em ritmo alucinante, de mudanças 
rápidas. Podemos pensar que a metrópole perde o sentido para as pessoas, e, 
por ela ser tão grande, sua população não consegue conhecê-la a ponto de 
considerá-la um lugar vivido. Mas sendo produzida pelos homens, que vivem 
numa porção dela, na metrópole se constroem lugares que têm significado para 
grupos de habitantes: ruas, bairros, guetos, favelas, centros culturais, áreas de 
lazer, centros de serviços etc. 
Nesse sentido geográfico, um lugar pode ser a sala de aula, a escola, a rua, a 
cidade, a fazenda etc. Os lugares, seus objetos e as pessoas não estão isolados 
uns dos outros, estão no mundo. As pessoas se relacionam com vários lugares, 
assim como os lugares estão relacionados uns aos outros. Por exemplo: um 
lugar, como uma cidade, expõe algo que existe em outros lugares do mundo: o 
shopping, a indústria, as ruas, as praças, os museus, e tantos outros. Um pouco 
do mundo, tão grande, está no lugar. Em um pequeno lugar o mundo pode estar 
profundamente presente. 
O tempo passa, os lugares continuam a existir. Mas o uso, as funções de um 
lugar se modificam com o tempo e muda, também, o sentido dos lugares para as 
pessoas. O lugar está repleto de história, da qual cada geração é herdeira. Ele 
fica na memória humana. Milton Santos, um importante geógrafo brasileiro, 
mostra-nos que "cada lugar combina variáveis de tempos diferentes. Não existe 
um lugar onde tudo seja novo ou onde tudo seja velho. A situação é uma 
combinação de elementos com idades diferentes". (Santos: 1988, p.98). 
Através da observação geográfica podemos desvendar os significados de muitos 
lugares. Através dela podemos também descobrir como as pessoas usam e 
conferem identidade ao lugar, analisando como novas funções substituem as 
antigas no decorrer do tempo. 
Pensando de modo mais específico em nosso trabalho com os alunos, é 
importante assinalar que 
Para a formação do conceito de lugar, ultrapassando suas manifestações 
fenomênicas individuais, são necessários: a reflexão sobre os lugares da prática 
imediata (...); o desenvolvimento da habilidade de orientação, de localização, de 
representação; o conhecimento de outros lugares.A reflexão sobre o seu lugar, 
as implicações ou a significação desse lugar, a compreensão de que outros 
lugares são diferentes, exige que o aluno desenvolva determinadas habilidades 
espaciais e que tenha informações objetivas do seu e de outros lugares. 
(Cavalcante: 1998, p. 94) 
Atividade 3 
Leia o poema de Carlos Drummond de Andrade e faça as atividades solicitadas. 
A rua diferente 
Na minha rua estão cortando árvores 
Botando trilhos 
Construindo casas. 
Minha rua acordou mudada. 
Os vizinhos não se conformam. 
Eles não sabem que a vida 
tem dessas exigências brutas. 
Só minha filha goza o espetáculo 
e se diverte com os andaimes 
a luz da solda autógena 
e o cimento escorrendo nas formas 
 
(Andrade, C. D. Sentimento do mundo. 6.ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p.28. Carlos Drummond de Andrade 
© Graña Drummond www.carlosdrummond.com.br 
A) O poema fala de um lugar especial para o poeta. Identifique no poema os 
aspectos que mostram a rua como sendo um lugar. 
B) Retire do poema frases que indicam que o tempo muda um lugar. 
C) Compare a reação dos vizinhos com a da filha do poeta em relação às 
transformações que estão ocorrendo naquele lugar. Na sua opinião, por que 
ocorrem essas reações diferentes entre eles diante das mudanças na rua? 
Atividade 4 
Considerando o que estudou nesta seção, escreva um parágrafo explicitando as 
relações entre os conceitos de espaço geográfico e de lugar. 
Seção 2: Os Conceitos Estruturadores da Interpretação 
Geográfica II 
Objetivo específico: utilizar os conceitos geográficos de paisagem e território na análise 
de imagens e de situações da realidade espacial. 
Atividade 5 
Tendo como referência as duas fotografias, responda as questões que se 
seguem: 
A) As duas fotografias mostram paisagens? Por quê? 
B) Para você o que é uma paisagem? 
Quando as pessoas são questionadas sobre o que vem a ser paisagem, é muito 
comum a idéia que a expressa como uma imagem bonita do espaço, como os 
cartões postais que mostram praias deslumbrantes, rios e cachoeiras, 
monumentos históricos ou ruas com obras arquitetônicas modernas. Paisagens 
seriam compreendidas, então, pelas pessoas de um modo geral, como imagens 
admiradas, belas e opulentas. 
Na Geografia, entretanto, a paisagem tem um significado diferenciado. Para a 
Geografia as duas fotografias mostradas acima retratam paisagens, pois esse 
conceito não é definido a partir de critérios relacionados à beleza. 
 
Fig. 15 _ As pedras e lages multiplicam-se na orla de Paquetá. 
Fonte: Baía de Guanabara/texto de Bia Hetzel; fotografias Bia Hetzel... [et al.]. Rio de Janeiro: Manati, 2000. 
p.184 
Para esta ciência tudo o que conseguimos ver é a paisagem: a rua com os 
pedestres, o movimento dos carros, as cores do céu poluído da grande cidade, a 
floresta e a praça. Ela é o horizonte que o nosso olho consegue alcançar em um 
determinado espaço. O que vemos são as paisagens naturais e as modificações 
nelas produzidas pelas sociedades humanas, resultando em paisagens 
construídas pelos homens. A paisagem não é só um conjunto de objetos em uma 
determinada extensão espacial, ela é também impregnada de movimentos, sons, 
cheiros, cores. 
Ao observarmos uma paisagem percebemos elementos naturais e objetos 
humanos. Alguns desses elementos da natureza são os rios, florestas, solo, 
montanhas etc. Eles representam as diversas e complexas formas naturais da 
paisagem ou a paisagem natural. Há também as construções humanas, objetos 
que contêm trabalho, cultura, tais como ruas, casas, lavouras, edifícios, 
indústrias, viadutos etc, resultantes da transformação da natureza. Esses objetos 
construídos representam a dimensão humana da paisagem que pode ser 
chamada de paisagem cultural. 
A história do homem no planeta Terra é marcada pela capacidade que ele 
desenvolveu de conhecer, dominar e transformar os elementos das paisagens 
naturais. É muito difícil encontrarmos hoje paisagens naturais que ainda não 
sofreram direta ou indiretamente qualquer tipo de intervenção humana. As 
transformações realizadas são marcantes e profundas e às vezes muito 
prejudiciais à natureza e à própria sociedade. 
Quando observamos a paisagem de uma cidade, por exemplo, verificamos que 
as formas construídas são predominantes e, em algumas delas, o que aparenta 
ser natural, como um parque ou uma praça, é resultado de um planejamento 
urbano. Embora nesses lugares apareçam as árvores, animais, córregos e outros 
elementos da natureza, são paisagens elaboradas, são criações humanas. Você 
já pensou nisso? 
Outro aspecto importante a ser notado é que nem tudo na paisagem é visível. 
Então, precisamos desvendar as paisagens. Há elementos que não podem ser 
vistos em um primeiro momento, mas eles existem e são importantes para deixar 
a paisagem tal como ela é. 
Paisagem é um conceito importante para iniciarmos a observação de um lugar e, 
depois, procedermos na compreensão do espaço geográfico. Assim, não basta 
identificar o que vemos, é preciso fazer a leitura da paisagem: descobrir e 
interpretar por que a paisagem é desse e não de outro modo. A leitura da 
paisagem permite conhecer os processos de construção e modificação delas, 
reconhecer elementos sociais, culturais e naturais, e suas relações no espaço 
geográfico, no tempo passado e presente. 
Para a leitura das paisagens necessitamos desenvolver nosso olhar observador e 
ampliar nossa percepção. Observar, descrever e analisar são procedimentos 
chaves para a compreensão das paisagens geográficas. 
Atividade 6 
Tendo como referência este texto: 
A) Defina o significado de paisagem para a Geografia. 
B) Estabeleça relação entre os conceitos de paisagem e lugar. 
A distinção clara entre os conceitos estudados neste texto é muito importante 
para nós, professores, que temos a tarefa de ajudar os nossos alunos a construir 
conhecimentos geográficos e, com isso, compreender melhor o mundo em que 
vivemos. 
Analisemos as relações entre os conceitos de paisagem e de espaço geográfico. 
Conforme diz a professora Lana de Souza Cavalcante: 
Paisagem já foi considerada o objeto da ciência geográfica. Entretanto hoje numa 
outra perspectiva da Geografia na atualidade, de cunho dialético, a paisagem tem 
sido tomada como um primeiro foco de análise, como ponto de partida para 
aproximação de seu objeto de estudo que é o espaço geográfico, contendo ao 
mesmo tempo uma dimensão objetiva e uma subjetiva. (Cavalcante: 1998, p. 98). 
Também o texto seguinte, do professor Milton Santos, fala-nos sobre a 
importância de distinguirmos espaço geográfico de paisagem. 
Uma necessidade epistemológica: a distinção entre paisagem e 
espaço 
Paisagem e espaço não são sinônimos. A paisagem é o conjunto de formas que, num dado 
momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre 
homem e natureza. O espaço são essas formas mais a vida que as anima. (...) 
Durante a guerra fria, os laboratórios do Pentágono chegaram a cogitar da produção de 
um engenho, a bomba de nêutrons, capaz de aniquilar a vida humana em uma dada área, 
mas preservando todas as construções. O Presidente Kennedy afinal renunciou a levar a 
cabo esse projeto. Senão, o que na véspera seria ainda o "`espaço", após a temida 
explosão seria apenas "paisagem". Não temos melhor imagem para mostrar a diferença 
entre esses dois conceitos. (...) 
Uma casa vazia ou um terreno baldio, um lago, uma floresta, uma montanha não 
participam do processo dialético senão porque lhes são atribuídos determinados valores, 
isto é, quando são transformados em espaço. 
O simples fato de existirem como formas, isto é, como paisagem, não basta. A forma já 
utilizada é coisa diferente, pois seu conteúdo é social. Ela setorna espaço, porque forma-
conteúdo. 
 
Fig. 17 _ Praia de Copacabana, desenho do artista alemão Rugendas (século XVIII). 
Fonte: Schmidt, M. F. Nova história crítica do Brasil: 500 anos de história malcontada. São Paulo: Nova 
Geração, 1997. p.116 
(Santos, M. A Natureza do espaço: técnica e tempo _ razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 83, 85 e 
88.) 
Atividade 7 
O texto de Santos nos mostra que espaço geográfico não é sinônimo de 
paisagem. Por que o autor utilizou o exemplo da bomba de nêutrons para marcar 
a diferença entre esses dois conceitos? 
O conceito de paisagem é importante para auxiliar a compreensão do espaço 
geográfico, objeto da ciência geográfica. A Geografia não se preocupa apenas 
em observar e descrever as paisagens, mas a compreendê-las para explicar as 
modificações que elas expressam e as relações que ocorrem no espaço 
geográfico. 
Atividade 8 
Observe com atenção as seguintes paisagens e, em seguida, responda às 
questões que se seguem. 
 
Fig. 18 _ Morro de Santo Antônio de Nicolas-Antoine Taunay. Óleo sobre tela. Rio de Janeiro: 1816. 
Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. 
Fonte: Anais do Museu Paulista _ História e Cultura Material, v.2. jan./dez./1994. Universidade de São Paulo. 
p.195 
 
 
Fig. 19 _ Fonte: Baía de Guanabara/texto de Bia Hetzel; fotografias Bia Hetzel... [et al.]. Rio de Janeiro: Manati, 
2000. p.82 
A) Quais os aspectos presentes nessas paisagens que permitem a você 
identificá-las no tempo histórico e localizá-las no espaço geográfico? 
B) Observe as modificações nas paisagens retratadas através do tempo. 
Compare a primeira paisagem com a última e escreva a seguir a sua conclusão 
sobre as diferenças entre elas. 
C) Observe e identifique as diferenças entre as três paisagens tomando como 
referência as relações entre os homens e a natureza e, também, as técnicas 
utilizadas para produzi-las. 
Ao olhar para estas imagens você identifica três paisagens. Observa que as 
paisagens se diferenciam umas das outras porque foram retratadas em 
momentos diferentes. Você ainda pode comparar uma paisagem com a outra 
destacando as coisas, os objetos que chamam sua atenção e descrever essas 
observações. 
Ao fazer essas observações, descrições e comparações sobre as paisagens do 
presente e do passado, você está estudando um lugar. Um lugar que é 
identificado pela memória histórica dos homens. Ao mesmo tempo, você está 
utilizando conceitos fundamentais para analisar o espaço geográfico: lugar e 
paisagem. Por isso, podemos considerar que você está dando os primeiros 
passos para estudar Geografia. 
No futuro, uma outra paisagem poderá ser acrescentada ao lado destas três que 
aí aparecem. Isto porque o homem está sempre construindo e transformando as 
paisagens. 
Território 
Atividade 9 
A) O que significa território para você? 
B) Procure no dicionário o significado da palavra território e, em seguida, 
compare a definição apresentada por você no item A com a encontrada no 
dicionário. 
Para a ciência geográfica o conceito de território é especial, pois revela as 
relações de poder entre os homens, grupos e classes sociais. A Geografia utiliza 
o conceito de território principalmente nas análises da Geografia Política e da 
Geopolítica. Este conceito está presente, também, em outras ciências e matérias 
escolares. 
Vamos começar a estudar este conceito observando o mapa-múndi. 
Você percebe que o espaço mundial está organizado em países. Pense no que 
há de comum entre esse grande número de países que o mapa nos mostra. 
Descobriu? 
Nesta rápida observação a primeira coisa que vem a nossa cabeça é que cada 
país tem um limite. Podemos concluir que não há nenhum país sem uma 
extensão física ou uma base material e que, assim, a existência de um país 
supõe um território. Todos os países estão organizados em governo, povo e 
território delimitado pelas fronteiras. 
Esta primeira aproximação do conceito de território está muito presente na nossa 
vida. Por isto, na maioria das vezes que usamos o conceito de território, ele está 
atrelado ao conceito de território nacional, que corresponde a uma área 
delimitada, que abriga a população de um país e o seu governo. 
Fig. 20 _ Planisfério político. 
Fonte: Simielli, M. E. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2000. p.10 
 
Entretanto, você deve levar em consideração a existência de povos que não têm 
a posse de um território (os ciganos, os palestinos, os curdos, os bascos etc.) e, 
portanto, não possuem um país. Isto significa que a existência de povos 
independe da posse de um território, embora alguns lutem com o objetivo de ter 
seu próprio território. 
Sendo assim, se uma das condições para a existência do estado-nação, ou seja, 
o país, é essa base material, o território torna-se um elemento político, muitas 
vezes alvos de grandes disputas. 
Entretanto, o conceito de território se torna restrito quando ele é compreendido 
apenas como área ou extensão de um país, ou limitado ao significado de território 
nacional. 
Atividade 10 
Escreva diante de cada afirmativa V, se for verdadeira, ou F, se for falsa. 
a ( ) A existência de um país supõe a existência de uma área delimitada por 
fronteiras, ou seja, um território. 
b ( ) A organização de um país pode ocorrer sem algum desses elementos: 
governo, povo e território. 
c ( ) A existência de um povo não pressupõe a posse de um território e de um 
governo. 
d ( ) O conceito de território, para a Geografia, não se restringe apenas a área ou 
extensão de um país, ou seja, a território nacional. 
Assistindo aos jornais televisivos, lendo revistas e jornais escritos, você tem 
informações da existência de conflitos territoriais dentro de um mesmo país. No 
Brasil, por exemplo, são freqüentes as informações sobre a presença de grupos 
indígenas em Brasília reivindicando a delimitação de áreas próprias, para garantir 
sua sobrevivência cultural e econômica. O que essas reivindicações têm a ver 
com o conceito de território, que estamos estudando aqui? 
Para pensarmos nesta questão, é necessário ir além dos aspectos que 
conceituam o território como base material de um país ou território nacional. É 
preciso considerá-lo como um campo de forças envolvendo relações de 
poder. 
Nesse sentido, é preciso considerar que o conceito de território se amplia, 
assume diferentes escalas, seus limites são flexíveis e pode haver sobreposição 
de territórios. Desse modo, então, podemos perceber a existência de territórios 
em nosso próprio espaço de vivência como, por exemplo, na sala de aula, na 
casa, na rua. 
Além disso, essa flexibilidade permite que você perceba e compreenda outras 
formas territoriais existentes no espaço geográfico mundial, construídas por 
relações de poder, como, por exemplo, o território da Comunidade Econômica 
Européia, que vai além do estado nacional de cada um dos seus integrantes. 
Nessa compreensão mais ampla, o conceito de território não se resume a um 
território nacional, território enquanto base material de um país, embora não o 
descarte. Pelos exemplos do nosso cotidiano você deve ter percebido que a 
produção do território não se restringe necessariamente às relações políticas do 
estado. Essas relações podem se dar entre indivíduos, grupos e classes sociais. 
Atividade 11 
Você já ouviu dizer que os animais têm seu território? Cada espécie de mamífero, 
por exemplo, tem uma forma própria de marcar seu território. O ser humano 
também delimita território. O significado de território para o animal é o mesmo 
para o ser humano? Qual a diferença do sentido de território, para um e para o 
outro? 
Antes de responder a essas perguntas, leia o texto seguinte e pense um pouco. 
Podemos analisar o conceito de território para a Geografia pensando naspalavras dos professores Milton Santos e Maria Laura Silveira: 
Por território entende-se geralmente a extensão apropriada e usada. Mas o sentido da 
palavra territorialidade como sinônimo de pertencer àquilo que nos pertence ... esse 
sentimento de exclusividade e limite ultrapassa a raça humana e prescinde da existência 
de Estado. Assim, essa idéia de territorialidade se estende aos próprios animais, como 
sinônimo de área de vivência e de reprodução. Mas a territorialidade humana pressupõe 
também a preocupação com o destino, a construção do futuro, o que , entre os seres vivos, 
é privilégio do homem. 
(Santos, M e Silveira, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. São Paulo: Record, 2001. p. 
19) 
Vamos pensar em um outro elemento importante para compreensão do território, 
conforme o texto acima nos mostra: a territorialidade. 
Tanto os homens como os animais têm sua territorialidade. Independente da 
existência do estado, os homens criam, apropriam e usam territórios, 
estabelecendo seus pertencimentos, suas territorialidades. Os travestis e as 
prostitutas, por exemplo, estabelecem seus territórios em determinadas ruas da 
cidade. Com isso criam territorialidades através de relações marcadas por 
pertencimentos e poder. 
O ser humano, individualmente ou no coletivo, estabelece territórios e traça 
fronteiras, disputa suas territorialidades com outros homens num jogo político e 
cultural. Nesse sentido o conceito de território está relacionado ao domínio 
material (apropriação no sentido restrito) e, também, ao domínio de influência, 
que se dá através de uma intervenção numa área, sem que se aproprie 
materialmente dela, como é o caso citado dos travestis e prostitutas em 
determinadas ruas da cidade. 
Atividade 12 
Leia o texto seguinte e responda as questões propostas. 
Aplausos no Jornal Nacional 
Eugênio Bucci 
Naquela noite o Jornal Nacional me pareceu naturalmente compungido, mas pouco mais 
verdadeiro. Falou da falência do poder público. Falou do que todos estamos cansados de 
saber, vá lá, mas finalmente falou. Falou das zonas urbanas que são territórios 
conflagrados pelo banditismo, onde autoridades não entram. Falou das favelas e dos 
pequenos bairros em que o tráfico é, ao mesmo tempo, o poder Legislativo, o Executivo e 
o Judiciário. Não esqueçamos que, segundo informações da polícia, Tim Lopes foi preso, 
julgado sumariamente, condenado à morte e executado pelos traficantes passando, 
portanto, por um processo tipicamente estatal. Isso nas palavras do jurista Miguel Reale 
Jr., atual ministro da justiça. O próprio ministro admite que "há um Estado paralelo 
instalado no Brasil". 
(Folha de S. Paulo, TV Folha. 16/06/2002. p. 2) 
A) Retire do texto argumentos (em frases ou palavras) que sustentam a 
afirmação: "há um Estado paralelo instalado no Brasil". 
B) Retire do texto argumentos que mostram como os grupos podem estabelecer 
territorialidades, no caso o grupo, ou grupos, do narcotráfico. 
C) Qual a diferença entre o território que faz parte do estado-nação e o território 
delimitado pelo banditismo? 
Você pode perceber assim que o território é uma construção humana. Analisar 
este conceito em suas várias nuances é fundamental para entender como se dá a 
convivência e a consciência das relações entre os homens em sociedade. 
Territórios e territorialidades são conceitos importantes que auxiliam a 
compreensão da realidade vivida, dos pertencimentos individuais ou coletivos e 
da realidade mais ampla. 
Atividade 13 
Estabeleça a relação entre os conceitos geográficos importantes que estudamos 
e suas respectivas definições, numerando a segunda coluna, de acordo com a 
primeira: 
(1) Espaço geográfico 
(2) Lugar 
(3) Paisagem 
(4) Território 
a ( ) é a expressão da relação entre identidade-habitante-lugar e tempo. Temos 
com ele relações de afetividade e envolvimento pessoal. 
b ( ) é o resultado das articulações e movimentos entre o trabalho humano das 
sociedades, realizado no passado e no presente, e a dinâmica da natureza. 
c ( ) é o resultado da ação de determinados atores, envolvidos em relações de 
poder, que se apropriam de um determinado espaço. Essas relações de poder 
não se resumem ao âmbito do estado. Os indivíduos, grupos e classes sociais 
também podem se apropriar ou exercer influência sobre um substrato material (a 
sala de aula, o quarto, a rua etc.), estabelecendo relações de pertencimento. 
d ( ) é a extensão espacial que nossa vista alcança. Através da observação, 
podemos perceber movimentos, sons, cheiros e todo o conjunto de objetos 
naturais e culturais de que se compõe. 
 
Fonte: GUIMARAES, Iara Vieira; GRECO, Fátima da Silveira . Os conceitos e os documentos 
estruturadores da Geografia escolar. In: SALGADO, M. U. C.; VASQUES, G.. (Org.). Veredas - Formação 
Superior de Professores. Belo Horizonte: Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais, 2003, v. 4, p. 62-
92. 
 
 
 
 
Centro de Referência Virtual do Professor – Secretaria de Educação de Minas Gerais

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