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CIVIL4

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Civil II
Aula 4
Com a teoria ultra vires, vemos que há uma relativização do artigo 47 do CC, no qual leva em consideração o terceiro contra
tante. A ponderação feita relativa a boa fé. Precisamos observar a evolução histórica do direito civil para entender isso. O
marco do Direito Civil era o Código de Napoleão, que representou a ascenção da burguesia, em uma situação liberal. No código
de Napoleão, retratado no CC de 1916, é essencialmente o liberalismo, na proteção do bem. 
A constituição de 1988 muda a taba axiológica, centrando os valores na constituição, retratado pelo código civil de 2002. Uma
das mudanças é a dignidade da pessoa humana, que não é algo abstrato, e sim real. Essa mudança se vê na caracterização do pró
digo, que dissipa o patrimônio para chegar a miséria, que necessitava também ter um conjuge e um descendente ou ascendente,
que não poderiam ser privados de herança. A finalidade não era proteger o pródigo, mas sim o patrimônio que o herdeiro iria
receber na medida em que o pródigo falesce. O código de 2002 já diz que o objetivo é proteger a pessoa.
A boa fé entra nisso, já que no passado ela era ligada à ausência de intenção, que é diferente da do direito penal. Quem ti
nha boa fé era quem sabia da realidade ou não tinha condições de saber. A boa fé do passado era subjetiva, não saber que o su
jeito não tinha poderes para agir ou não saber se o sujeito tinha poderes para agir. A boa fé do presente é a boa fé objetiva
, que se dirige à conduta, exigindo uma conduta transparente.
Na questão da ultra vires a boa fé tem que ser balizada. O terceiro de boa fé existirá pela natureza do negócio e os atos que
existem em relação a esse negócio; o valor do negócio, para saber se a conduta do terceiro deve ou não exigir ou não o ato
constitutivo.
A essa teoria, unimos outra teoria, a Teoria da Aparência, vendo se o caso concreto necessitava do ato constitutivo, olhando
além da natureza jurídica e dos costumes.
Vamos trabalhar agora um ponto que são os direitos da personalidade da pessoa jurídica. Existe um debate teórico se a pessoa
jurídica é ou não detentora de direitos da personalidade, que extende para se a pessoa jurídica tem direito a dano moral. O
Código Civil Brasileiro expressa que a pessoa jurídica tem direitos da personalidade, mas se omite no que diz respeito a da
no moral.
A pessoa jurídica tem direito a honra, mas apenas honra objetiva. O fato de agredir alguém pode gerar uma dor interna, ferir
sua honra subjetiva, o conceito que se tem sobre si próprio, por isso não há extensão da honra subjetiva a pessoa jurídica.
É essa a vertente seguida pelo STJ, admitindo isso também para pessoa jurídica do direito público.
Uma associação é uma pessoa jurídica do direito privado sem fins econômicos. A primeira coisa para se debater é se uma pessoa
jurídica sem fins econômicos pode ter lucro. Uma associação não tem finalidade lucrativa, mas não significa que ela não pode
dar lucro. Ela não pode distribuir o lucro que tem para os associados.
Para começarmos a falar da associação, temos que falar da constituição, que elenca as associações no artigo 5º, inciso XVII
a XXI. A primeira questão da asssociação é ser um direito individual que é exercido coletivamente. Baseado nisso, trabalhare
mos duas coisas, primeiro a liberdade de associação, que a constituição estabelece que a associação é criada de maneira livre
, independente de autorização estatal. Sendo assim, pode-se criar associação que se quiser, excluindo-se para fins ilícitos,
de caráter paramilitar. A medida que se tem liberdade de associação, também é livre a associação, podendo a pessoa se associ
ar e permanecer associado na medida da vontade individual.
Refletir sobre:
1 - Associações que ferem dignidade da pessoa humana.
2 - Associações de casas que alguém não queira contribuir.

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