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Constitucional 2 Luiz Fernando Couto Aula 1 Nós mostramos que a sociedade moderna exige o constitucionalismo, se um país africano dá um golpe de estado este tem uma nor ma constitucional, que é vital para a sociedade humana. Vamos distinguir carta outorgada e carta promulgada, a primeira é aquela que é imposta a sociedade, já a promulgada é fruto de uma assembléia nacional constituinte. Há um marco do constitucionalismo sobre carta promulgada e assembléia nacional cons tituinte, que é a convocação dos Estados Gerais da França durante a revolução, que examinaram uma norma constitucional. Car ta promulgada é a oriunda de uma assembléia nacional constituida. A característica da promulgação é que ela é votada pelos constituintes e ninguém sanciona ou veta as normas constitucionais. Não há chefe do poder executivo ou qualquer um que se pronuncia a respeito das normas ali previstas, pois quem tem a soberania popular é o povo e, por conseguinte, o chefe do po der executivo não opina pela aprovação ou reprovação dos projetos da assembléia nacional constituinte. Isso também ocorre nas Propostas de Emenda á Constituição, que o chefe do executivo não sanciona ou veta a emenda constituci onal, já que este não faz parte do poder constitucional, não tem a competência para aprovar ou reprovar as normas constituci onais. A soberania popular é quem tem competência para elaborar a norma constitucional. Em uma PEC não há sanção ou veto do chefe do executivo pois esse não faz parte da soberania popular. Por isso que se diz que a Assembléia Nacional Constituinte não tem limitação, segundo o professor, pode fazer um "quadrado redondo", não tendo limitação para elaborar a carta constitu cional. O Brasil teve a primeira carta constitucional em 1824, outorgada, imposta por D. Pedro I, que tinha uma característica de que o poder moderador em que o imperador interfere em todos os outros poderes. A carta de 1824 é a primeira carta constitucional brasileira, outorgada após a dissolução de D. Pedro I da constituinte. A primeira carta promulgada é a de 1891, sendo inspira da no modelo americano e um grande intelectual formulador dessa norma constitucional foi Rui Barbosa. Nessa tinhamos os três poderes autonomos, independentes e soberanos entre si. Vimos que essa carta era federalista, seguindo o modelo americano. Foi alterada em 1921 e teve diminuido o seu federalismo. A carta de 1824 tinha caráter unitário. O federalismo brasileiro foi diferente do americano, já que o americano vem de provínci as e colônias americanas, independentes entre si. Após a guerra, as províncias, que eram subordinadas à Inglaterra e não ti nham poder político central, mantiveram suas independências. No Brasil, tinhamos um Estado unitário com poder central, quando fizemos o federalismo isso fortaleceu majoritariamente as oligarquias regionais. Isso gerou a necessidade de diminuir o poder federalista e dar um carater um pouco mais unitário. A constituição de 1934 é uma carta promulgada, importante para a sociedade brasileira. Pela primeira vez houve o voto femini no, incorporando a mulher ao cenário político brasileiro, além de criar a justiça eleitoral brasileira. A terceira é a de 1937, chamada de Polaca, inspirada na carta Polonesa, um estado fascista da Europa. Ela foi outorgada. Ela é fruto de um gol pe de Estado dado por Getúlio Vargas, baseado em um plano formulado pela divisão da política brasileira, o Plano Coen. As car tas de 34 e 37 têm uma característica em comum, o início da intervenção do Estado na economia e o surgimento dos direitos so ciais. As instituições jurídicas da carta em 37 não funcionou perfeitamente, pela falta de convocação de eleições do parlamen to, todo o aspecto de funcionamento das instituições democráticas não funcionou já que o grupo ditatorial não permitia o seu funcionamento. No entanto, ela dá os primeiros passos para os direitos sociais que já tinham sido levemente esboçados em 34 e acabam produzindo a CLT (consolidação das leis de trabalho), inspirada no fascismo italiano. A próxima carta é a de 1946, promulgada, fruto da nossa participação na guerra e da vitória dos aliados com a luta pela rede mocratização brasileira. O professor diz que é a carta da classe média, que tem como valor básico o sistema de débito, o sis tema numérico, da meritocracia. Ela era federalista e estabelecia cada vez mais a intervenção do Estado na economia, além de aperfeiçoar uma escola de serviços públicos com concursos. Ela dura até o golpe de estado de 64, quando começa-se a conviver com a consituição de 46 somada a atos institucionais, que são atos em que o poder revolucionário que derrubou a democracia criou normas que prevaleciam sobre a constituição quando estivessem em conflito com essa. A próxima constituição é a constituição outorgada de 1967. Os méritos para o professor dessa carta é acabar com a convivência entre atos institucionais e constituição, uma tentativa de redemocratizar o golpe militar. É uma constituição eminentemente autoritária, com união fortalecida, criando um sistema tributário fortificado em arrecadamento para a união e menor para os estados, enfraquecendo o poder judiciário para que as decisões do poder central não sejam enfraquecidas, além de diminuir o federalismo. Em 1968 há o AI5, modificando vários artigos da constituição de 67, culminando em uma nova constituição outorga da, de 1969, com o teor do AI5. A constituição de 69 alargava a competência da justiça militar para julgar civis em face da lei de segurança nacional.
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