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Aula 02 Princípios referentes ao

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SANTA TEREZINHA-FEST
PROF. TADEU ALVES BEZERRA JUNIOR
Mestrando em Desenvolvimento Regional. 
Especialista em Direito Público – LFG.
tadeujunior.adv@gmail.com
Direito Civil
Direito Civil	
6. 	CONSIDERAÇÕES INICIAIS E CONCEITOS . 
Segundo GAGLIANO, o conceito de Direito das Obrigações pode ser definido como: 
um conjunto de normas (regras e princípios jurídicos) reguladoras das relações patrimoniais entre um credor (sujeito ativo) e um devedor (sujeito passivo) a quem incumbe o dever de cumprir, espontânea ou coativamente, uma prestação de dar, fazer ou não fazer.
	
Direito Civil	
6. 	CONSIDERAÇÕES INICIAIS E CONCEITOS . 
Segundo Clóvis Beviláqua: 
“obrigação é a relação transitória de direito, que nos constrange a dar, fazer ou não fazer alguma coisa, em regra economicamente apreciável, em proveito de alguém que, por ato nosso ou de alguém conosco juridicamente relacionado, ou em virtude da lei, adquiriu o direito de exigir de nós essa ação ou omissão”.
	
Direito Civil	
6. 	CONSIDERAÇÕES INICIAIS E CONCEITOS . 
Washington de Barros Monteiro:
“obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio”.
A relação jurídica obrigacional não é integrada por qualquer espécie de direito subjetivo. Somente aqueles de conteúdo econômico (direitos de crédito), passíveis de circulação jurídica, poderão participar de relações obrigacionais, descartando o plano de direitos da personalidade.
	
Direito Civil	
7 DISTINÇÕES ENTRE DIREITOS PESSOAIS E REAIS. 
Quando falamos de direito obrigacional, tratamos acerca dos direitos pessoais, pois a relação jurídica é entre duas ou mais pessoas.
Já os direitos reais recaem diretamente sobre a coisa.
Porém, por ambos terem um conteúdo patrimonial, são objetos de dúvidas.
	
DIREITOSREAIS
DIREITOS PESSOAIS
Os direitos reais são dados pela lei.  (art. 1.225CC).
Os direitos pessoais são infinitos, não é possível determinar o número máximo de obrigações possíveis.
O direito real recaigeralmentesobreumobjeto corpóreo. É um direito absoluto oponível contra todos (ergaomnes).
Já odireito pessoal foca nas relações humanas, no devedor.É relativo, a prestação só pode ser exigida ao devedor.
No direito real o poder é exercido sobre o objeto de forma imediata e direta.
Odireito pessoal advém de uma cooperação: de um sujeito ativo, outro passivo e a prestação.
7 DISTINÇÕES ENTRE DIREITOS PESSOAIS E REAIS. 
É fácil ver uma relação obrigacional (direito pessoal) tendo como objeto um direito real (uma propriedade, por exemplo, em um contrato de compra e venda).
DIREITOSREAIS
DIREITOS PESSOAIS
O direito real concede a fruição de bens.
O direito pessoal concede o direito a uma prestação de uma pessoa.
O direito real tem caráter permanente.
O direito pessoal tem caráter temporário (ao fim da prestação se extingue a obrigação).
O direito real possui o direito de sequela: o titular pode exigir o exercício do seu poder a quem estiver com a coisa.
No direito pessoal isso não é admitido, além disso o credor - se recorrer à execução forçada - terá um garantia geral do patrimônio do devedor.
Direito Civil	
7 DISTINÇÕES ENTRE DIREITOS PESSOAIS E REAIS. 
Os direitos reais podem ser acessórios de direitos pessoais. 
Ex.: há uma obrigação que, se não for cumprida, fará com que o devedor perca um bem em garantia (a perda do bem corre a sorte da relação principal).
O direito pessoal pode estar vinculado a um direito real. Ex.: obrigações propter rem (por causa da coisa), alguém dá um bem por engano e o pede de volta (a relação obrigacional só existiu por conta do bem).
8 POSIÇÃO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES NO CÓDIGO CIVIL.
O Direito das Obrigações trata de direitos de índole patrimonial e constitui a matéria do Livro I da Parte Especial do Código Civil. O Direito obrigacional é ilustrado pela autonomia da vontade, sendo a parte mais teórica, racional e abstrata da legislação civil.
Uma vez conhecidos os princípios gerais, mormente atinentes ao negócio jurídico, à personalidade e à prescrição, tais princípios vão orientar toda a parte especial, assim tratada no Código. 
E o Direito das Obrigações, justamente pelos característicos apontados, que possui mais estreita relação com os conceitos fundamentais do Direito Civil.
9 PRINCÍPIOS REFERENTES AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES NO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
 O PRINCÍPIO DA ETICIDADE OU BOA FÉ
Este princípio nos trás a ideia que as relações de negócio devem ser regidas por valores e condutas de modo a desenvolver-se da forma mais honesta e correta. 
Quando um contrato prejudica uma das partes, uma ofensa é gerada ao princípio da boa-fé. A boa-fé pode ser entendida como o agir correto, leal e confiável conforme os padrões culturais de uma dada época e local.
O art. 422 do Código Civil dispõe que: 
“Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”.
9 PRINCÍPIOS REFERENTES AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES NO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
 O PRINCÍPIO DA ETICIDADE OU BOA FÉ
 Boa fé objetiva.
A boa-fé objetiva exige das partes contratantes uma regra de conduta pautada em padrões sociais de lisura, honestidade e correção.
A boa-fé objetiva produz uma série de efeitos, os chamados deveres laterais ou anexos: deveres de proteção, de cooperação e de informação.
Segundo GAGLIANO:
 “O Principio da Eticidade consiste na busca de compatibilização dos valores técnicos conquistados na vigência do código anterior, com a participação de valores éticos no ordenamento jurídico”.
9 PRINCÍPIOS REFERENTES AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES NO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
 O PRINCÍPIO DA SOCIALIDADE OU FUNÇÃO SOCIAL
No que diz respeito sobre a função social o art. 421 do Código Civil, nos revela o seguinte:
“A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”. 
“Pacta sunt servanda” (Os pactos devem ser respeitados).
9 PRINCÍPIOS REFERENTES AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES NO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
 O PRINCÍPIO DA SOCIALIDADE OU FUNÇÃO SOCIAL
A função social do contrato promove o equilíbrio entre a função individual e social do contrato, de modo a afastar o individualismo ou o coletivismo, atingindo o bem comum.
Apesar do contrato ser produto da autonomia da vontade, essa vontade não pode ser incontrolada, devendo haver uma correlação entre o valor do indivíduo e o valor da coletividade, uma vez que é na sociedade que será executado e receberá uma razão de equilíbrio e medida.
9 PRINCÍPIOS REFERENTES AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES NO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
 O PRINCÍPIO DA OPERABILIDADE
A ideia do equilíbrio unifica uma série de institutos destinados a impedir que relações obrigacionais sejam pontes para injustiça comutativa.
“O Principio da Operabilidade importa na concessão de maiores poderes hermenêuticos ao magistrado, verificando no caso concreto as efetivas necessidades a exigir a tutela jurisdicional.” (GAGLIANO).
9 PRINCÍPIOS REFERENTES AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES NO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
 O PRINCÍPIO DA OPERABILIDADE
Muitos são os exemplos relacionados à questão da operabilidade, princípio este que dá abertura para que o magistrado contemple as relações, ponderando-as a fim de promover a justiça ao caso concreto.
Um exemplo sobre esta concepção do equilíbrio encontra-se no artigo 944 do Código Civil: “se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização”.
9 PRINCÍPIOS REFERENTES AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES NO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
 PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA
Autonomia
privada vai além da autonomia da vontade. Esta se relaciona ao agir livre do sujeito, ligando-se à vontade interna, a autonomia privada diz respeito ao poder de criar normas para si. 
A função e o sentido da autonomia privada têm de ser buscados na Constituição Federal, artigo 1º, III, que trata da dignidade da pessoa humana, e no artigo 170, que funda a ordem econômica. 
Conforme o art. 1º e art. 170 da Constituição Federal assegura à autonomia privada um papel central no domínio econômico. Nesse contexto, afastar a autonomia privada, ou limitá-la a extremos, é contrário a esses critérios constitucionais.
9 PRINCÍPIOS REFERENTES AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES NO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
 PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA
No entanto esta autonomia não é absoluta.
 Limitações à autonomia privada: intervenção estatal
O Direito Civil regula as atividades individuais e coletivas de interesse privado, e com a evolução do homem e por tanto da sociedade, ultrapassa os interesses individuais, despertando a necessidade da intervenção do Estado, devido a sua grande importância no âmbito social.
O Estado criou normas proibindo a introdução de certas cláusulas, extinguindo outras, e até condicionando a validade de alguns contratos a sua autorização.
QUESTÕES DE CONCURSO.
Acerca do Direito Civil, assinale a opção correta.
a) O princípio da eticidade, paradigma do atual direito civil constitucional, funda-se no valor da pessoa humana como fonte de todos os demais valores, tendo por base a equidade, boa-fé, justa causa e demais critérios éticos, o que possibilita, por exemplo, a relativização do princípio do pacta sunt servanda, quando o contrato estabelecer vantagens exageradas para um contratante em detrimento do outro.
b) Cláusulas gerais, princípios e conceitos jurídicos indeterminados são expressões que designam o mesmo instituto jurídico.
c) A operacionalidade do direito civil está relacionada à solução de problemas abstratamente previstos, independentemente de sua expressão concreta e simplificada.
d) Na elaboração do Código Civil de 2002, o legislador adotou os paradigmas da socialidade, eticidade e operacionalidade, repudiando a adoção de cláusulas gerais, princípios e conceitos jurídicos indeterminados.
e) No Código Civil de 2002, o princípio da socialidade reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, razão pela qual o direito de propriedade individual, de matriz liberal, deve ceder lugar ao direito de propriedade coletiva, tal como preconizado no socialismo real.
QUESTÕES DE CONCURSO.
No moderno Direito Civil, devem ser aplicados os novos princípios que podem ser extraídos do atual Código Civil editado em 2002. Assim, deve ser considerado o princípio da:
a) autonomia da vontade
b) prevalência do credor
c) solidariedade/social
d) complexidade
e) ofensibilidade
QUESTÕES DE CONCURSO.
O Direito se classifca em Direito Natural e Direito Positivo, sendo o segundo subdividido em:
a) Direito Nacional e Direito Internacional, ambos subdivididos em Direito Público e Direito Privado.
b) Direito Público, Direito Privado, Direito Processual e Direito Constitucional.
c) Direito Penal e Direito Civil, sendo que o Direito Penal trata dos crimes contra a vida e o Direito Civil das relações entre as pessoas.
d) Direito Civil, Direito Penal, Direito Comercial, Direito do Trabalho e Direito Constitucional.

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