Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cestódeos de importância em Medicina Veterinária Wendell Perinotto UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CCA 425 – PARASITOLOGIA VETERINÁRIA Cestoides – características • Corpo geralmente em forma de fita • São segmentados, providos anteriormente de um órgão de fixação (escólex) que apresenta estruturas adesivas (ex. ventosas) • Não apresentam tubo digestivo, são hermafroditas • Cada proglote possui um conjunto completo de órgãos reprodutivos • Apresenta crescimento contínuo: proglotes são destacadas e eliminadas com as fezes e novas se formam. Cestoides – características • Corpo muito alongado • Parte anterior – escólex com 4 ventosas com ou sem ganchos • Colo ou pescoço – origina as proglotes (zona de crescimento) • Estróbilo – cadeia de segmentos: proglotes jovens, maduras e grávidas Cestoides – características Taenia taeniformis • Escólex ou cabeça • Rostro ou rostelo (presente ou não) • Ganchos (presentes ou não) • Ventosas (podem variar) Cestoides – características • Escólex ou cabeça Anoplocephala magna Anoplocephala perfoliata Cestóides – proglote 1. Ovo 2. Útero 3. Canal deferente 4. Átrio (poro) genital 5. Vagina 6. Ovário 7. Canal excretor longitudinal 8. Vitelária 9. Canal excretor transversal 10.Testículos 11.Canal eferente 12.Receptáculo seminal 13.Oótipo 14.Glândulas de Mehlis • Os ovos contém no seu interior um embrião hexacanto (possuem 6 ganchos) ou oncosfera que está protegido por uma casca estriada, escura e espessa denominada embrióforo. Cestóides – ovos Ovo de Taenia • Larva cisticerco vesícula cheia de líquido contendo um único escólex invaginado fixado, às vezes denominado proto-escólex. • É a forma larvar encontrada de alguns gêneros de Taenia e ocorre apenas em hospedeiros vertebrados. Tipos de estágios larvais • Cisticercóide vesícula quase sem líquido com um único escólex invaginado. • Ocorre em hospedeiros invertebrados, é a forma larval de Moniezia e Anoplocephala. Tipos de estágios larvais •Larva cenuro semelhante a um cisticerco, mas com numerosos escólices invaginados que brotam da parede cística e permanecem invaginados. Ex. Multiceps multiceps Tipos de estágios larvais • Cisto hidático grande cisto cheio de líquido, revestido por epitélio germinativo, contém numerosas vesículas originadas por brotamento interno que formam escólex no seu interior. Estas vesículas prolígeras são denominadas de “areia hidática”. O cisto é coberto por uma cápsula fibrosa. Ocorre em hospedeiros vertebrados, é a larva característica do Echinococcus granulosus. Tipos de estágios larvais Nomenclatura dos cestóides Formas adultas e larvais Adulto Larva infectante Taenia pisiformis (cão) Cysticercus pisiformis (coelho) Taenia hydatigena (cão) Cysticercus tenuicollis (ovelha, bi, porco) Taenia krabbei (cão) Cysticercus tarandi (rena) Taenia solium (homem) Cysticercus cellulosae (porco, homem) Taenia ovis (cão) Cysticercus ovis (ovelha) Taenia saginata (homem) Cysticercus bovis (boi) Hydatigera taeniaeformis (gato) Cysticercus fasciolaris (roedores) Taenia multiceps (cão) Coenurus cerebralis (ovelha) Taenia serialis (cão) Coenurus serialis (coelho) Echinococcus granulosus (cão, lobo) Cisto hidático (homem, ovelha, e outros) Echinoccocus multilocularis (cão, gato, raposa) Hidátide alveolar (homem, rato silvestre, e outros) Classe Cestoda Fazem parte da Classe Cestoda quatro ordens: • Cyclophyllidea cestódeos com 4 ventosas parasitas do homem e dos animais domésticos, tem 5 famílias de interesse veterinário: • Taeniidae • Anoplocephalidae • Dilepididae • Davaineidae • Hymenolepididae • Pseudophyllidea cestódeos com 2 pseudobotrias, parasitos do homem e dos animais domésticos; tem uma família de interesse veterinário: Diphyllobothriidae • Tetraphyllidea cestódeos com 4 botrias, parasitos de peixes, anfíbios e répteis • Trypanoryncha cestódeos com 4 botrias e 4 tentáculos espiníferos, parasitos de peixes. Cestóides da família Taeniidae de importância médica veterinária ESPÉCIE HD LOCALIZAÇÃO MORFOLOGIA HI LOCALIZAÇÃO FORMA LARVAR Taenia saginata Homem Int. Delgado Até 15m Bovinos, ovinos caprinos,homem (raro) Musculatura Cysticercus bovis T. solium Homem Int. Delgado Até 8m Suínos, cão, gato bovinos, equino (raro) homem (zoonose) Musculatura SNC Cysticercus cellulosae T. multiceps Canídeos Int. Delgado 0,4 a 1m Bovino, ovino, caprino, suíno, homem (raro) Encéfalo Coenurus cerebralis T. hydatigena Canídeos Int. Delgado Até 5m Ovinos,bovinos, suínos Fígado,cav.peritoneal Pleura,pericárdio (raro) Cysticercus tenuicollis T. ovis Canídeos Int. Delgado Até 2m Ovinos Musculatura Cysticercus ovis T. pisiformis Canídeos Int. Delgado 0,3 a 1m Coelhos,lebres Ratos (raro) Fígado,cav.peritoneal Cysticercus pisiformis T. serialis Canídeos Int. Delgado Até 0,7m Coelhos Subcutâneo,tec.conjunti vo intermuscular Coenurus serialis T. taeniformis Gato Cão (raro) Int. Delgado 0,15 a 0,6m Ratos,camundongos Morcegos (raro) Fígado,cav.peritoneal Cysticercus fasciolaris Echinococcus granulosus Canídeos Int. Delgado Até 6mm Ovinos, bovinos, caprinos, cervideos, Primatas,suinos,coelho Pulmões,fígado Cav.peritoneal Hidátide ou Cisto hidático Taenia spp. Cestóides - Classificação Platyhelminthes Cestoda Cestodaria Eucestoda Classe Sub-classe Cyclophyllidea Ordem Taeniidae Taenia spp. Gênero Filo Echinococcus Taenia solium • Adultos medem 2 a 3 metros em média, podendo chegar a 8 metros. • Apresentam um escólex globoso, medindo 1 mm de diâmetro, rostelo com ganchos e 4 ventosas arredondadas. • Rostelo com duas fileiras concêntricas de ganchos. Taenia solium – morfologia Ventosas Rostelo com ganchos • O colo é curto e delgado, o estróbilo possui 700 a 900 proglotes • Apresenta cor branca de aspecto leitoso e a superfície é lisa e brilhante Taenia solium – morfologia • O útero do segmento grávido possui 7 a 12 ramos laterais e cada proglote tem cerca de 30.000 a 40.000 ovos. Taenia solium – morfologia • Hospedeiro definitivo: homem. • Hospedeiro intermediário: suíno e o próprio homem. • Localização: • Adultos intestino delgado do homem • Larvas (cisticercos) Cysticercus celullosae observado no tecido conjuntivo interfascicular dos músculos sublinguais, mastigadores, diafragma, músculo cardíaco e no cérebro. Taenia solium Taenia solium Verme adulto no Intestino delgado do homem Proglotes grávidas se destacam e passam pelas fezes Homem ingere carne suína crua ou mal passada Oncosfera se desenvolve em cisticerco no músculo Cisticerco no músculo Cisticerco se transforma em verme adulto Oncosfera no intestino migra para os músculos no suíno Ovo Após ingestão, oncosfera eclode, migra para algum sítio e se transforma em cisticerco Taenia solium • No hospedeiro intermediário • No trato digestivo o embrião hexacanto é liberado pela ação dos sucos gástricos e da bile • Há penetração ativa da larva na mucosa e circulação sanguínea • Há formação do cisticerco na musculatura Cisticercos isolados de carne No hospedeiro definitivo• No intestino, o cisticerco são liberados pela digestão da carne, o escólex desinvagina por ação da bile • As ventosas se fixam à mucosa e o rostro insinua-se entre as vilosidades • A vesícula atrofia-se e há o crescimento do estróbilo Taenia solium Particularidades do ciclo biológico: • O homem pode apresentar a teníase (parasitismo com vermes adultos) ou a cisticercose (presença de formas larvais formando cisticercose). • O homem pode desenvolver a cisticercose pela ingestão acidental de ovos de T. solium ou por retroperistaltismo até o estômago (auto-infecção) de oncosferas liberadas após a digestão de proglote grávida. • Após três meses da infecção: proglotes grávidas eliminadas nas fezes, geralmente em número de 3 a 6 por vez. • Os ovos podem permanecer viáveis no ambiente por até 12 meses. • O cisticerco demora 3 meses para se formar a partir da infecção do suíno. • Infecção crônica (após 8 meses): o cisticerco pode sofrer calcificação. Taenia solium • Hospedeiro definitivo: tênias adultas podem causar anorexia ou apetite exagerado, náuseas, vômitos, diarréias alternadas com constipação, dores abdominais, perda de peso, manifestações alérgicas e neurológicas. • Hospedeiro intermediário: • Suínos infectados com cisticerco os sinais clínicos são inaparentes • Cisticercose em humanos: forma larvar olhos, cérebro e tecido subcutâneo podendo levar a alterações patológicas como cegueira, nódulos no olho, transtornos neurológicos... Taenia solium - sintomas • Suínos podem se infectar com água, alimentos contaminados com ovos. • Tipos de infecção no homem: • Teníase – pela ingestão de carne crua ou mal passada contendo cisticercos • Cisticercose – pela ingestão de ovos presentes em alimentos contaminados com ovos, ou por re-infecção com a oncosfera por retroperistaltismo. Taenia solium - epidemiologia • Hospedeiro definitivo: Homem • Hospedeiro intermediário: Bovino, raramente ovinos e caprinos. Não há cisticercose no homem. • Localização: • Adulto: intestino delgado do homem • Larvas: Cysticercus bovis musculatura esquelética e cardíaca, pulmões e fígado do hospedeiro intermediário. Taenia saginata – introdução • Distribuição: mundial • Importância na Medicina Veterinária: • Cisticerco na musculatura do animal condenação parcial ou total da carcaça (prejuízo econômico). • Países em desenvolvimento: 30 a 60% de animais infectados detectados durante a inspeção das carcaças. • Países desenvolvidos: menos de 1% Taenia saginata – introdução • Adultos medem entre 5 a 12 m, o escólex é cuboide, SEM rostelo nem ganchos, o colo é longo e delgado. Taenia saginata – morfologia • O estróbilo é composto por 1.200 a 2.000 proglotes • Útero da proglote grávida tem 15 a 30 ramos laterais de cada lado. • Cada proglote grávida contém 80.000 a 250.000 ovos, que podem resistir por vários meses nas pastagens. Taenia saginata – morfologia • Quando os ovos são ingeridos pelo bovino há eclosão e ativação do embrião hexacanto pela ação dos sucos digestivos e da bile • A oncosfera penetra na mucosa intestinal atingindo a circulação sanguínea • Há desenvolvimento do cisticerco nos músculos esqueléticos e cardíaco Taenia saginata – biologia • O Cysticercus bovis, é branco-acinzentado de aproximadamente 1 cm de diâmetro, cheio de líquido, no qual pode-se encontrar o escólex. • Geralmente observado no coração, língua e músculos masseter e intercostais. Em infecções maciças pode acometer demais músculos esqueléticos. Taenia saginata – morfologia • Semelhante aos demais ciclos dos cestoides • Particularidades: • Proglotes grávidas destacam-se do estróbilo individualmente, possuem movimentos próprios, podem atingir o ânus e o exterior independentemente do ato da defecação. • O cisticerco somente é infectante ao homem após 12 semanas de seu desenvolvimento, quando atinge aproximadamente 1 cm de diâmetro. • O cisticerco pode continuar infectivo por semanas a anos no hospedeiro intermediário. • Após a infecção, o período de patência no homem inicia-se dentro de 2 a 3 meses. Taenia saginata – ciclo biológico Sintomas: • Semelhantes ao causados pela T. solium. Diagnóstico: • Hospedeiro definitivo: • Exame visual (presença de proglotes nas fezes, cama, roupas íntimas). • Exame parasitológico de fezes. • Hospedeiro intermediário: não é feito na prática in vivo • Necroscópico inspeção rotineira das carcaças. Taenia saginata Sintomas e diagnóstico • Hospedeiro definitivo: cão e canídeos silvestres • Hospedeiro intermediário: ruminantes, suínos • Forma larvar: Cysticercus tenuicollis, vulgarmente conhecido como "bolha d'água". • Localização: • Adulto: intestino delgado do cão • Forma larvar em fígado, cavidade peritoneal e mais raramente na pleura e no pericárdio do hospedeiro intermediário. • Importância na Medicina Veterinária: perdas econômicas pelo descarte das vísceras contendo cistos em abatedouros Taenia hydatigena – introdução • Adultos com até 5 m de comprimento. • Escólex com duas fileiras de acúleos de 1 mm de diâmetro, colo com a largura do escólex. Taenia hydatigena – morfologia • Típico de cestoides, com as seguintes particularidades: • Oncosferas migram pelo fígado por aproximadamente 4 semanas antes de emergirem e se fixarem no peritôneo. • Após a fixação, cada oncosfera se desenvolve em um cisticerco. Taenia hydatigena – ciclo biológico • Migração das oncosferas pode causar “hepatite cisticercosa”, que pode ser fatal. • A resposta imune do hospedeiro é capaz de destruir os cisticercos em desenvolvimento com a formação de nódulos esverdeados de aproximadamente 1 cm de diâmetro na superfície do órgão. Taenia hydatigena – ciclo biológico Taenia hydatigena – lesões Echinococcus granulosus • HD cão doméstico • HI ovino, homem (acidental) • O homem pode adquirir a infecção pela ingestão de oncosferas da pelagem dos cães ou de alimentos contaminados com fezes de cães hidatidose (zoonose). Os cistos hidáticos tem crescimento lento e só são percebidos alguns anos após a infecção. Há citações de cistos de vários litros de líquido em humanos. A ruptura pode causar choque anafilático e morte. • Ciclo silvestre entre canídeos e ruminantes selvagens, se baseia na predação ou ingestão de cadáveres. • Importância econômica: condenação nos abatedouros. Echinococcus granulosus Ciclo biológico Localização: • Adultos: intestino delgado do cão • Larvas (cistos hidáticos): fígado e pulmões (principalmente) do HI. Echinococcus granulosus • Adulto: tem cerca de 6 mm de comprimento, sendo uma das menores espécies de tenídeos conhecidas, quase invisível a olho nú. • Escólex típico de tenídeo de 0,3 mm de largura, com rostro e dupla coroa de acúleos, colo curto, estróbilo constituído por 3 ou 4 segmentos, sendo que o último é grávido e ocupa cerca de metade do seu comprimento, cada segmento possui uma única abertura genital. Echinococcus granulosus – morfologia • Cisto hidático ou hidátide: tem até 20 cm de diâmetro, presentes no fígado e pulmões ou cavidade abdominal. • Formado por membrana externa e epitélio germinativo interno, do qual se originam cápsula prolígeras. Echinococcus granulosus – morfologia Cisto hidático Cápsula fibrosa (origem do hospedeiro) Cápsula fibrosa(origem do parasita) Cápula prolígera Camada germinativa Protoescólex • O HD se infecta ao ingerir vísceras do HI com cisto hidático larvas adultos no tubo digestivo do cão (cerca de 7 semanas) as proglotes grávidas se destacam e vão para o meio ambiente com as fezes. • Os ovos se disseminam HI se infecta ingerindo ovos nas pastagens ou em alimentos contaminados larvas hexacanto sistema porta fígado ou pela circulação vão ao pulmão. • Oncosferas (embrião hexacanto) são resistentes e podem sobreviver no ambiente por cerca de 2 anos. • Cisto hidático ou hidátide atinge a maturidade em seis a doze meses. Echinococcus granulosus – ciclo biológico Echinococcus granulosus – ciclo biológico • Hospedeiro definitivo: geralmente é assintomático. Em infecções maciça pode ocorrer episódios de diarréia catarral hemorrágica. • Hospedeiro intermediário: sintomas relacionados ao local e ao tamanho da hidátide, pode ocorrer compressões de outros órgãos. • hidatidose hepática hiporexia, ruminação alterada, diarréia, emagrecimento progressivo e hepatomegalia. • hidatidose pulmonar tosse, pode ocorrer taquipnéia e dispnéia. • Se um cisto hidático se romper pode ocorrer choque anafilático e desenvolvimento de cistos secundários em outras regiões do corpo. Echinococcus granulosus – patogenia Echinococcus granulosus – lesões Echinococcus granulosus – lesões Cisto hidático em ovário de uma mulher. Echinococcus granulosus – lesões Dipylidium caninum • Pertence à família Dipylidiidae • Hospedeiro definitivo - cão e gato, raramente o homem • Hospedeiro intermediário - pulgas (Ctenocephalides felis e C. canis) e piolho (Trichodectes canis) • Forma larval - cisticercóide (vesícula rígida com escólex invaginado ) em pulgas (vários meses), piolho (30 dias). • Localização: • Forma adulta - duodeno (intestino delgado) • Forma larval - pulgas e piolhos • Distribuição geográfica: mundial • Mais comumente observado em cães que apresentam ectoparasitas • Cestóide mais comum em cães e gatos Dipylidium caninum – morfologia • Adulto com até 50 cm de comprimento • Escólex com rostelo retrátil contendo 4 ou 5 fileiras de ganchos; Dipylidium caninum - escólex Dipylidium caninum - morfologia • Proglote em formato de grão de arroz com aparelho genital duplo, com um poro se abrindo em cada borda. • As proglotes podem sair ativamente pelo ânus. Ovos - cápsula ovígera contendo grupos de cerca de 20 oncosferas Dipylidium caninum - morfologia Dipylidium caninum – ciclo biológico Ciclo biológico: • Adultos no intestino delgado do cão. Eliminação de proglotes grávidas nas fezes. • Proglotes e cápsulas ovígeras no ambiente e pelo. Ingestão por larvas de pulgas Dipylidium caninum – ciclo • Após ingestão pelo HI as oncosferas atingem a hemocele da larva da pulga ou piolho onde se desenvolvem em larva cisticercóide. larva cisticercóide Dipylidium caninum – ciclo biológico Ciclo biológico: • Ingestão do HI pelo HD • Período pré-patente – 14 a 21 dias Dipylidium caninum – sintomas • Sintomatologia geralmente só ocorre em infecções maciças, há inflamação da mucosa intestinal, diarreia, cólica, alteração do apetite e emagrecimento, podem ocorrer obstrução intestinal. • Como as proglotes grávidas saem ativamente pelo ânus, esta migração pode provocar prurido, e o cão passa a esfregar o ânus no chão. Anoplocephala e Paranoplocephala • Família Anoplocephalidae • Anoplocephala (A. magna e A perfoliata) • Paranoplocephala (P. mamillana). • Hospedeiro definitivo: equinos e asininos • Hospedeiro intermediário: ácaros de vida livre da família Oribatidae. • Forma larval: cisticercoide Ácaros do solo Anoplocephala e Paranoplocephala Localização: • Forma adulta no intestino • A. perfoliata: intestino delgado e grosso (íleo e ceco). • A. magna e Paranoplocephala mamillana: intestino delgado e eventualmente estômago. • Larva: hemocele do ácaros Anoplocephala perfoliata • Adultos: Medem 3 a 8 cm de comprimento por 1 a 2 cm de largura. • Colo é muito curto, o estróbilo se alarga rapidamente , as proglotes são espessas, mais largas que longas em toda a extensão do estróbilo. A. perfoliata Anoplocephala perfoliata • Escólex musculoso, desprovido de rostelo e acúleos, de forma quase cúbica, apresenta 4 apêndices (ventrais e dorsais) abaixo de cada uma das 4 ventosas. A. perfoliata em ceco de equino Anoplocephala perfoliata Anoplocephala magna • Identificação: Semelhante a A. perfoliata, mas muito mais longo, podendo atingir 80 cm, não possui apêndices no escólex. A. magna Paranoplocephala mamillana • Medem de 1 a 5 cm de comprimento por cerca de 5 mm de largura, escólex é grande, com as 4 ventosas com aberturas em fenda longitudinal, não apresenta rostelo ou ganchos • Proglotes se tornam mais largas que o escólex gradativamente, conservando-se largas até o final do estróbilo. • Considerada como pouco patogênica Proglotes grávidas Proglotes prontas para Serem liberadas Escolex Útero começa a ficar preenchido de ovos Maturação da genitália • Ovos: irregularmente esféricos ou triangulares, com diâmetro entre 50 e 80 m, contém embrião hexacanto cercado por um aparato quitinoso piriforme (projeção do embrióforo consistindo de dois espinhos que devem auxiliar no rompimento das membranas do ovo). Anoplocephala perfoliata Anoplocephala e Paranoplocephala Aparelho piriforme Anoplocephala e Paranoplocephala Ciclo biológico • Adultos presentes no intestino delgado • Liberação de proglotes grávidas nas fezes • Ácaros (HI) ingerem os ovos • Equino se alimenta de forragem e acaba ingerindo ácaros infestados • Estágio cisticercóide: 2 a 4 meses • Período pré-patente nos equinos geralmente é de 1 a 2 meses. Anoplocephala e Paranoplocephala Patogenia: • Anoplocephala perfoliata • Adultos geralmente ficam próximos da junção ileo-cecal ulceração da mucosa. • Ventosas causa intensa congestão local estrias de sangue nas fezes. • Parasitoses maciças obstrução intestinal e perfuração da parede intestinal. A. perfoliata em ceco de equino www.pfizerah.com www.pfizerah.com Danos à mucosa por A. perfoliata Anoplocephala e Paranoplocephala Patogenia: • Anoplocephala magna • Semelhante a A. perfoliata, mais comumente encontrado no jejuno, causando enterite catarral ou hemorrágica, além de obstrução e perfuração intestinal. • Paranoplocephala mamillana • Inaparente www.getrotationright.com Anoplocephala magna Moniezia • Família Anoplocephalidae • Cestoide mais comum de ruminantes • Moniezia expansa e Moniezia benedeni • Hospedeiro definitivo: • M. expansa: ovinos e caprinos • M. benedeni: bovinos • Hospedeiro intermediário: oribatídeos • Local: forma adulta no intestino delgado • Forma larval: cisticercoide Moniezia expansa • Adultos: medem de 1 a 5 metros ou mais por 1,5 cm de largura, escólex não possui rostelo e nem acúleos, mas possui ventosas. Moniezia expansa • Escólex : sem rostelo e nem acúleos, com ventosas. ventosas escolexMoniezia expansa • Estróbilo possui proglotes mais largas do que longas e contêm dois conjuntos de órgãos genitais visíveis ao longo da borda lateral de cada segmento. • Apresenta uma fileira de glândulas interproglotidianas na borda posterior de cada segmento que se estendem ao longo de toda a largura da proglote. Moniezia expansa Genitália Glândulas Moniezia expansa Moniezia benedeni • Muito semelhante à M. expansa, com as seguintes particularidades: possui até 2,5 cm de largura (mais largo que M.expansa), glândulas interproglotidianas se limitam a uma fileira curta próxima à parte central de segmento. Moniezia benedeni • Apresenta glândulas interproglotidianas que se limitam a uma fileira curta próxima à parte central de segmento. • Ovos: medem 55 a 75 m de diâmetro, forma irregularmente triangular, contendo o embrião, há aparelho piriforme definido Moniezia expansa • Ovos: formato quadrangular , contém o embrião no interior do aparelho piriforme. Moniezia benedeni Moniezia – Ciclo biológico • Hospedeiros definitivos contém vermes adultos no intestino (1) • Eliminação de proglotes grávidas pelas fezes (2) • Ingestão dos ovos (3) pelo HI (4) • Larvas cisticercóides (5) se desenvolvem no HI em 2 a 6 meses, dependendo das condições climáticas. • HI é ingerido pelo HD (6) • HD: cestóides vivem de 2 a 6 semanas quando são eliminados pelas fezes. Patogenia e sintomatologia clínica: • De pouca importância patogênica e clínica. • Infecções maciças: • Inflamação da mucosa intestinal e degeneração das vilosidades, anemia, diarreia. • Quadro final: caquexia, diarreia persistente, dificuldades de locomoção, anemia intensa e óbito. Moniezia Davainea proglottina • Pertence à família Davaeniidae • Hospedeiro definitivo: galináceos • Hospedeiro intermediário: lesmas e caramujos terrestres • Localização: • Forma adulta no duodeno • Forma larvar: cisticercoide • Distribuição geográfica mundial. Davainea proglottina • Forma adulta: Estróbilo pequeno (3 a 4 mm) com poucas proglotes, rostelo e ventosas com ganchos, aparelho genital simples, poro genital lateralmente, cápsula ovígera com 1 ovo no seu interior Davainea proglottina Ciclo biológico: • Adultos no intestino delgado da ave proglotes grávidas são eliminadas com as fezes. • Proglotes são ativas, se movimentam liberando as cápsulas ovígeras ingeridas pelo hospedeiro intermediário (molusco terrestre). • Desenvolvimento da larva cisticercoide no hospedeiro intermediário (3 semanas). • Molusco é ingerido: larva adulto. Davainea proglottina – importância • Cestoide mais patogênico de aves. • Cestoides adultos penetram profundamente na mucosa e submucosa intestinal. • Sintomas: enterite hemorrágica grave, diarreia sanguinolenta, emagrecimento, aves ficam com asas caídas, penas arrepiadas, prostração, caquexia intensa e podem vir à óbito. • Queda na produção prejuízos econômicos Davainea proglottina – epidemiologia • Mais comum em aves criadas de forma extensiva Raillietina spp. • Espécies: Raillietina tetragona, Raillietina cesticillus e Raillietina echinobothrida • Família: Davaineidae • Hospedeiro definitivo: galináceos • Hospedeiro intermediário: besouros, formigas e moscas • Local: forma adulta no duodeno • Forma larval: cisticercoide Raillietina spp. • Adultos: Podem atingir até 20 a 25 cm de comprimento. Proglotes em formato de trapézio, contém cápsulas ovígeras com 6 a 18 ovos, O rostelo pode apresentar uma ou duas fileiras de ganchos Raillietina spp Ciclo biológico • Importância Médica Veterinária: Há menor produtividade do plantel, menor ganho de peso perdas econômicos. Ocorre mais em criações industriais pela dificuldade de controlar moscas. Raillietina spp.
Compartilhar