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ARTIGO VIVIANY REFORMA PREVIDENCIARIA

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As reformas previdenciárias sob a ótica da expectativa de direito e do 
direito adquirido. 
O gasto com a Previdência Social no Brasil é uma conta que não para de 
crescer, especula-se que, com o envelhecimento da população, é certo que 
as despesas com pagamento de benefícios previdenciários devem dobrar 
nos próximos 20 anos. Esta é a justificativa do Governo para retomar a 
proposta de reforma da Previdência, sob o iminente risco dos valores 
disponíveis nos cofres do INSS somados as contribuições facultativas e 
obrigatórias serem insuficientes para pagarem aposentadorias futuras. 
Noutra quadra, discussões sobre quais mudanças seriam implantadas e o 
que modificaria a vida dos segurados da Previdência Social, sob o aspecto 
da expectativa de direito versus o direito adquirido, tornam-se perguntas 
frequentes. 
O direito adquirido. preconizado no art. 5º, inc. XXXVI, da Constituição 
Federal de 1988, estabelece que a lei não prejudicará o direito adquirido, 
explico: no implemento de uma nova lei, seus efeitos não poderão retirar do 
titular algo que já foi incorporado ao seu patrimônio. De efeito, as reformas 
previdenciárias não poderão modificar os benefícios já concedidos 
(aposentadorias, pensões, por ex.), bem como não poderá impedir aqueles 
que já implementaram todos os requisitos para a concessão de beneficio 
para se aposentarem. 
 
Vale reforçar que o direito adquirido tem imensa relevância para o Direito 
Previdenciário, principalmente no que concerne às aposentadorias, onde há 
geralmente as maiores mudanças normativas. Assim, podemos afirmar que o 
segurado adquire o direito à aposentadoria no momento em que reúne todos 
os critérios necessários para obtê-la, independentemente do seu efetivo 
exercício ou requerimento. Importante ainda mencionar que a aquisição do 
direito previdenciário não se confunde com o seu exercício, ou seja, o não 
exercício de um direito não tem a força de tirar-lhe o status de direito 
adquirido e as garantias que sobre ele recaem. 
 
Porém, a indagação resvala no seguinte tema: e aqueles que não 
preencheram todos os requisitos? Ou estão às vésperas de implementarem? 
Bom, neste caso não há direito adquirido, posto que o direito por si só não foi 
preenchido completamente. Isto é o que chamamos de “expectativa de 
direito”, vez que essas pessoas estão na iminência de se aposentarem (ou 
pleitearem qualquer outro amparo previdenciário), mas não o podem porque 
ainda lhes falta algum requisito (tempo de contribuição, idade, período de 
carência, etc.), restando frustrada suas intenções. 
 
Apesar da Constituição Republicana não contemplar a expectativa de direito, 
sempre que nos deparamos com novas normas previdenciárias, vemos a 
preocupação dos legisladores em resguardar essas pessoas que estão 
aguardando preencher todos os requisitos. E justamente é a partir daí que 
surgem as denominadas “regras de transição”. Essas regras são criadas 
para aqueles segurados, que estão na iminência de terem deferidos seus 
auxílios, não se sentirem tão lesionados com a aprovação de uma nova 
norma que poderia possivelmente delongar demasiadamente a concessão 
dessa aposentadoria. 
 
A exemplo disso, cito a Lei Federal nº 8.213/91, que ao ampliar o período de 
carência para a concessão da aposentadoria proporcional (por idade), foi 
criada, no artigo 142, uma tabela progressiva de idade e contribuição, a fim 
de que ao longo de vinte anos (1991 a 2011) fosse possível adequar a 
norma a essa expectativa gerada aos segurados. 
 
Assim, aos segurados que já preencheram todos os requisitos para se 
aposentarem mas, que ainda não requereram seu beneficio estão 
resguardados pelo direito adquirido. Já aqueles que estão sob a expectativa 
de direito terão que aguardar as regras de transição que poderão ser criadas, 
face as mudanças preteridas.

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