Buscar

PORTIFOLIO PRONTO 2017 PARTICIPAÇÃO POPULAR NOS ESPAÇOS DE EXERCÍCIO DE CONTROLE SOCIAL NAS POLÍTICAS SOCIAIS.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
SERVIÇO SOCIAL 
ANA CLAUDIA SANTOS, ELIS ROSE RODRIGUES VALOES, IANA 
NASCIMENTO BACELAR SOUZA, JULIA DE BRITO SILVA, 
LUZINETE SANTOS VIANA, RAFAHELI SANTOS DE ARRUDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTICIPAÇÃO POPULAR NOS ESPAÇOS 
DE EXERCÍCIO DE CONTROLE SOCIAL 
NAS POLÍTICAS SOCIAIS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JEQUIÉ-BA 
2017 
2 
 
 
 
ANA CLAUDIA SANTOS, ELIS ROSE RODRIGUES VALOES, IANA 
NASCIMENTO BACELAR SOUZA, JULIA DE BRITO SILVA, 
LUZINETE SANTOS VIANA, RAFAHELI SANTOS DE ARRUDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTICIPAÇÃO POPULAR NOS ESPAÇOS 
DE EXERCÍCIO DE CONTROLE SOCIAL 
NAS POLÍTICAS SOCIAIS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Trabalho apresentado ao Curso Serviço Social da 
UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a 
disciplinas: Pesquisa Social e Oficina da Formação, 
Instrumentalidade em Serviço Social, Políticas 
Setoriais e Políticas Setoriais Contemporâneas, 
Movimentos Sociais, e Estágio em Serviço Social. 
 
Professores: Patrícia Soares Campos, Amanda Boza 
G. Carvalho, Maria Lucimar Pereira, Maria Angela 
Santini, Nelma S. A. Galli 
 
 
 
 
 
 
 
 JEQUIÉ-BA 
2017 
3 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 Introdução..........................................................................................................4 
2 Desenvolvimento...............................................................................................6 
2.1 Os Conselhos Gestores em Porto Alegre....................................................6 
2.2 Participação popular......................................................................................7 
2.3 O Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca), o Conselho da Criança e 
Adolescente e o Conselho Tutelar......................................................................8 
2.4 O Conselho Tutelar.........................................................................................9 
3.0 Conclusão........................................................................................................11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1-INTRODUÇÃO 
 
O conselho municipal de políticas públicas são canais institucionais, plurais, 
permanentes, autônomos, formados por representantes da sociedade civil e poder 
público, cuja atribuição é a de propor diretrizes das políticas públicas, fiscalizá-las, 
controlá-las e deliberar sobre elas, sendo órgãos de gestão pública vinculados à 
estrutura do Poder Executivo, ao qual cabe garantir a sua permanência. 
Mas, afinal, o que são os conselhos municipais? Esta é uma pergunta cuja 
resposta se torna essencial diante da atual controvérsia acerca da PNPS (Política 
Nacional de Participação Social). Para responder o questionamento apresentado 
no título, trazemos a definição de conselhos do Portal da Transparência: “Os 
conselhos gestores de políticas públicas são canais efetivos de participação, que 
permitem estabelecer uma sociedade na qual a cidadania deixe de ser apenas um 
direito, mas uma realidade. A importância dos conselhos está no seu papel de 
fortalecimento da participação democrática da população na formulação e 
implementação de políticas públicas”. A Constituição Federal de 1988 introduziu 
os princípios do controle social e da participação popular como instrumentos de 
efetivação de gestão político administrativa financeira e técnico-operativa, com 
caráter democrático e descentralizado, nas diversas políticas públicas. Com o 
advento desta Constituição ficou estabelecido que a Assistência Social é política 
pública, devendo ser gerida através das diretrizes democráticas da 
descentralização, municipalização, e participação. O artigo 204 da Constituição 
Federal e da Lei Orgânica da Assistência Social, em seu artigo 6°, dispõe: “as 
ações na área de Assistência Social são organizadas em sistema descentralizado 
e participativo constituído pelas entidades e organizações de Assistência Social 
(...) que articule meios, esforços, recursos, e por um conjunto de instâncias 
deliberativas compostas pelos diversos setores envolvidos na área” (LOAS, 1993). 
Neste marco histórico dois desafios estavam postos para a assistência social: 
consolidar-se como política pública – o que necessariamente demandaria a 
construção de estruturas públicas de serviços que acolhesse a sua demanda – e 
instituir um sistema de gestão democrático e participativo. Tais desafios tornavam-
se, à época, ainda maiores tanto no que concerne ao primeiro ponto (consolidação 
5 
 
como política pública), pois tal fato demandaria do Estado colocar-se como agente 
principal na instituição deste novo sistema e, nesta linha, cabe lembrar o modelo 
de Estado proposto para a década de 1990, sob a orientação de diminuição de 
gastos na área social e também a assistência social no Brasil, que não havia, até 
então, se configurado como política de proteção social. Quanto ao segundo 
aspecto - que definia a instalação desta política de forma democrática e 
participativa; os novos preceitos da gestão de políticas sociais e as mudanças de 
paradigmas no âmbito da sociedade civil que estava respirando, depois de longos 
anos, a democracia - a assistência social deveria construir um caminho de não 
apenas ampliar a proteção social mas a capacidade de organização de seu 
público usuário. 
No entanto, a expansão quantitativa dos conselhos gestores e mesmo o seu 
caráter deliberativo não significam necessariamente seu sucesso em superar os 
desafios a eles interpostos. Este aspecto qualitativo é, realmente, mais 
desalentador, como revelam relatos de experiências práticas: deficiências quanto 
à representatividade dos conselheiros e quanto à capacidade de deliberar e impor 
suas decisões ao governo são frequentemente apontadas na literatura. 
(CARVALHO, 1998; TEIXEIRA, 2000a). Assim, diante da importância desta nova 
institucionalidade, torna-se pertinente um trabalho destinado a estudar os limites e 
as possibilidades dos conselhos para alcançarem os objetivos propostos: a 
democratização da gestão das políticas públicas e maior eficiência no controle 
direto da sociedade sobre os governos. Este é precisamente o propósito deste 
estudo. 
 
 
 
 
6 
 
2-DESEMVOLVIMENTO 
2.1- Os Conselhos Gestores em Porto Alegre 
 
Os Conselhos Municipais em Porto Alegre estão presentes na estrutura da 
administração pública desde a década de 1930. Eles foram criados pelo artigo 101 
da Lei Orgânica do Município, regulamentados por meio da Lei Complementar nº 
267, de 16 de janeiro de 1992 e surgiram para ampliar o diálogo e a cooperação 
entre o Governo e a sociedade civil, propiciando um espaço de participação dos 
cidadãos na elaboração e na fiscalização das políticas públicas. São compostos 
por número ímpar de membros, observada a representatividade das entidades 
comunitárias de moradores, entidades de classe e da administração municipal. 
 Os primeiros Conselhos Municipais de Porto Alegre foram o de Contribuintes 
(1938), o do Plano Diretor (1939) e o de Serviços Públicos (1952). Na década de 
1970 a cidade chegou à casa dos oito conselhos municipais. Na década de 1990, 
foram implantados vários conselhos de composição tripartite, isto é, com a 
representação do executivo municipal, de instituições setoriais e das comunidades 
organizadas, que elegem seus membros. Que são: Casa dos conselhos 
municipais, Conselho municipal de alimentação escolar – CAE, Conselho 
municipalde agricultura e abastecimento – CMAA, Conselho municipal de 
assistência social – CMAS, Conselho municipal da cultura – CMC, Conselho 
municipal de desportos – CMD, Conselho municipal dos direitos da criança e do 
adolescente – CMDCA, Conselho municipal de direitos humanos – CMDH, 
Conselho municipal de desenvolvimento urbano e ambiental – CMDUA, Conselho 
municipal de educação – CME, Conselho municipal da juventude – CMJ, Conselho 
muni cipal de saúde – CMS, Conselho municipal dos direitos do povo NEGRO – 
CNEGRO, Conselho municipal sobre drogas – COMAD, Conselho municipal do 
meio ambiente – COMAM, Conselho municipal de acesso a terra e habitação – 
COMATHAB, Conselho municipal de ciência e tecnologia – COMCET, Conselho 
municipal dos direitos da mulher – COMDIM, Conselho municipal de justiça e 
segurança – COMJUS, Conselho municipal do patrimônio histórico e cultural – 
COMPAHC, Conselho municipal de segurança alimentar e nutricional sustentável 
de porto alegre – COMSANS, Conselho municipal de transporte urbano – COMTU, 
7 
 
Conselho municipal do idoso – COMUI, Conselho municipal de proteção e defesa 
dos direitos do consumidor –COMDECON, Conselho municipal dos direitos das 
pessoas com deficiência de porto alegre –COMDEPA, Conselho municipal de 
acompanhamento e controle social do fundo de manutenção e desenvolvimento 
da educação básica e de valorização dos profissionais da educação-FUNDEB 
 
 
 2.2-Participação popular 
 
 Dos 26 conselhos instituídos por lei, 25 estão em funcionamento, o que mostra a 
importância dos espaços para a participação popular na cidade. Esses conselhos 
são fundamentais para qualificar o espaço democrático e fortalecer o exercício da 
cidadania. 
 A partir de 2009, os Conselhos de Políticas Públicas decidiram organizar o Fórum 
dos Conselhos, instância com competência para encaminhar ao Executivo 
Municipal propostas de políticas públicas elaboradas conjuntamente pelos 
Conselhos Municipais e cujo conteúdo tenha uma abrangência transversal entre 
mais de dois Conselhos. O fórum foi criado em dezembro de 2010 e 
regulamentado em setembro de 2011. 
Em 2014, uma antiga reivindicação dos Conselhos foi atendida pela Prefeitura 
com a inauguração da Casa dos Conselhos. O espaço, localizado em uma antiga 
casa de dois andares que foi totalmente restaurada, conta com escritórios e um 
grande salão para realização das reuniões. 
 
 
 
8 
 
2.3-O Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca), o Conselho da Criança e 
Adolescente e o Conselho Tutelar 
 
No Brasil, em 1990 o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei federal 
normatizou a Doutrina de Proteção Integral que instaurou uma lógica em que a 
criança e o adolescente passam a ser vistos como sujeitos de direitos. 
O Estatuto assegura às crianças e adolescentes todos os direitos fundamentais 
inerentes à pessoa humana, (Direito à vida e à saúde, Direito à Liberdade, ao 
Respeito e à Dignidade, Direito à Convivência Familiar e Comunitária, Direito à 
Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer, Direito à Profissionalização e à 
Proteção no Trabalho) além de proteção integral visando a proporcionar o 
desenvolvimento físico, mental, moral e social em condições de liberdade e 
dignidade. O estatuto afirma a condição jurídica da C/A como sujeitos de direitos 
reconhecendo-lhe prioridade absoluta, bem como sua condição de pessoa 
humana em processo de desenvolvimento, destinando-lhe proteção integral, 
mantendo-os a salvo de toda e qualquer negligência, discriminação, violência, 
crueldade, opressão e exploração. 
O Estatuto reafirmando a importância da participação da sociedade civil na defesa 
da criança e adolescente cria três novas estruturas: Conselhos dos Direitos da 
Criança e do Adolescente, Fundos da Criança e do Adolescente vinculados aos 
respectivos conselhos (art.88, inciso II e IV) e o Conselho Tutelar (art.131). 
O Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente são "[...] órgãos 
deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a 
participação popular paritária, por meio de organizações representativas, segundo 
leis federais, estaduais e municipais" (BRASIL/1990). 
Os fundos são responsáveis pela administração das verbas destinadas à criança e 
ao adolescente e devem ser vinculados aos respectivos Conselhos dos Direitos, 
que definem o emprego da dotação orçamentária. 
E o Conselho Tutelar (art.136), cuja finalidade central é zelar pelo cumprimento 
dos direitos das crianças e dos adolescentes, conforme enunciados no ECA. 
Portanto, o Conselho Tutelar, o Conselho da Criança e do Adolescente, e o Fundo 
fazem parte de um todo que visa a garantir os direitos da criança e do adolescente 
9 
 
num novo paradigma que se estabelece a partir do ECA que é o da proteção 
integral. 
 
2.4- O Conselho Tutelar 
 
O Conselho Tutelar é um ente público, pertence às estruturas do Estado assim 
como os conselhos municipais. Da mesma forma, é permanente, isto é, independe 
da vontade de governos criá-los ou não. 
Surge no mesmo paradigma da criação dos conselhos municipais, na lógica de 
descentralização, da participação e da efetivação da cidadania, ensejadas na 
Constituição e detalhadas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 
Os conselhos tutelares, assim como os conselhos gestores, não se configuram 
enquanto entidades de atendimento (previstas no art. 90 do ECA). 
Tem por atribuição zelar pela garantia dos direitos da criança e adolescente 
expressos no ECA reafirmando a Doutrina da Proteção Integral. 
Para zelar por estes direitos, tem as suas atribuições definidas em lei, entre 
outras, aplicar medidas de proteção às crianças e adolescentes previstas no art. 
101, I a VII e medidas aplicáveis aos pais ou responsável elencadas no art. 129, I 
a VII. 
O Conselho Tutelar zela pelos direitos, mas não desempenha funções do 
assistente social, do pedagogo, do professor, do psicólogo, e tampouco substitui o 
papel dos pais. 
São instâncias de ordem pública, e que tem as suas finalidades e atribuições 
definidas em leis. Não é da competência do conselho determinar como devem as 
crianças e adolescentes serem educadas. Se sob esta ou aquela crença, esse ou 
aquele valor. Essas são atribuições que competem aos pais enquanto 
responsáveis pelos filhos. Os conselheiros não podem e não devem sobrepor-se a 
essa responsabilidade. Podem e devem intervir, sim, sempre que os direitos 
reconhecidos no ECA, forem ameaçados ou violados, pela sociedade, pelo 
Estado, pelos pais ou responsável, ou ainda em razão da própria conduta da 
criança e do adolescente. 
10 
 
Causa estranheza, portanto, quando em recente pesquisa realizada junto à 
conselheiros, mais de 70% apontam que a grande maioria das pessoas que 
buscam o conselho o fazem com a" intenção de provocar mudanças de 
comportamento" nas crianças e adolescentes. Esse dado nos leva a pensar que 
está havendo uma evidente transferência de responsabilidade dos pais e 
instituições para os conselheiros tutelares. Não é de estranhar, portanto, que a 
busca aos conselhos seja tão grande. O Conselho Tutelar não é um órgão punitivo 
ou repressor (nos moldes do antigo código de menores), e sim um órgão de 
defesa de direitos. 
É da competência do CT discutir a questão dos direitos humanos? A questão da 
redução da maioridade penal? Eu respondo que sim. E por quê? Porque discutir 
essas questões é estar em consonância com o paradigma que perpassa o ECA 
que é o da Proteção Integral e que disputa, na sociedade, instaurar-se enquanto 
paradigma hegemônico. Ainda mais, quando nos deparamos, cada vez mais com 
um retrocesso na defesa dos direitos humanos. 
Não existem verdades absolutase sim processos construídos historicamente que 
se fazem hegemônicos ou pela força (física, ideológica) ou pela persuasão, pelo 
convencimento, pela efetivação do bom debate e das boas práticas. 
A disputa pelo poder é uma luta legitima, quando instaurada pela disputa de um 
projeto, com vistas a torná-lo hegemônico. É preciso fazer a boa disputa 
explicitando os projetos, agindo na concretização desse projeto, conquistando 
aliados a esse projeto. 
As práticas autoritárias, clientelistas, patrimonialistas, de compadrio não se 
rompem apenas pela emergência de uma nova legislação, ou de um novo 
paradigma. A emergência de uma nova legislação é importante porque coloca na 
ordem do dia a discussão sobre o novo, o diferente. Ao mesmo tempo, instaurar 
novas práticas, novas atitudes consoantes com novos modos de pensar não se 
efetivam de uma hora para outra, ou mesmo em anos. São processos que 
dependem de disputa, de construção de hegemonia, onde forças adversas se 
confrontam e se antagonizam. 
11 
 
Na produção de conhecimento e na prática cotidiana do conselho e de toda a rede 
de proteção é onde se afirma, se consolida e se institui o Conselho Tutelar 
enquanto instância vinculada a PROTEÇÃO INTEGRAL. 
 
3.0- Conclusão 
 
A possibilidade de participação na administração pública no país foi evocada com 
a Constituição Federal de 1988 e, no nível local de cogestão pública, a 
importância dos Conselhos Gestores de Políticas Públicas é inegável. Atendendo 
às exigências do dispositivo constitucional e demais legislações, houve uma 
proliferação dos conselhos por todo o país, reforçando o papel descentralizador 
preconizado pelo Estado e permitindo a manifestação das demandas da 
população. Nos municípios, ente que ganhou maior relevância após a 
descentralização, os conselhos foram se estabelecendo, em função do repasse de 
recursos vindos da União e dos estados, mas também devido às forças 
mobilizatórias locais, que não tinham esse espaço e autonomia em épocas que 
antecederam a Constituição de 1988. 
Este portfólio não objetivou esgotar as discussões acerca dos conselhos gestores 
na esfera local, mas contribuir para a construção de diferentes análises, a partir de 
novos olhares. Agregando, assim, para ressaltar a importância dos conselhos, 
sobretudo aqueles que visam à proteção social. Além disso, apresentou-se como 
eles são determinantes para a legitimação da gestão social, vertente que se 
encontra em curso e em via de institucionalização mais ampla e que, diante de um 
processo dialético de construção, tem desafiado os resquícios deixados pelos 
modelos de gestão pública fundamentados na prática empresarial econômica. 
Finalizando é preciso reafirmar que tanto os Conselhos Tutelares quanto os 
Conselhos Gestores de Políticas Públicas são instâncias criadas pela pressão dos 
movimentos sociais, como objetivo de ampliar o controle social através da 
participação popular, democratizar as estruturas de poder e fortalecer uma cultura 
de defesa de direitos, de cidadania. A efetivação desses propósitos é o desafio, 
ainda hoje, posto a todos nós.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes