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OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS 201701

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SOCIEDADE PIAUIENSE DE ENSINO SUPERIOR LTDA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS PROF. CAMILLO FILHO 
BACHARELADO EM DIREITO. 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL II – OBRIGAÇÕES. 
PROFESSOR: DILSON REIS DA ROCHA. 
1º PERIODO DE 2017 / ENVIADO EM 24 DE MARÇO DE 2017. 
 
 
"o saber não está na ciência alheia, que se absorve, mas, 
principalmente, nas ideias próprias, que se geram dos 
conhecimentos absorvidos, mediante a transmutação, por que 
passam no espírito que os assimilam”. Rui Barbosa 
 
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS 
 
Pela análise do artigo 264 do Código Civil ocorre solidariedade quando na mesma 
obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com 
direito, ou obrigado pela dívida toda. 
 
Diante da pluralidade de devedores o credor poderá exigir de qualquer um o 
cumprimento da obrigação, se o devedor demandado cumprir a obrigação libera 
os demais. Porém o devedor que pagar a divida toda sub-roga-se, passando a ser 
credor dos demais codevedores na parte que corresponde a cada um. 
 
Exemplificando: José + Francisco 
 └ Pedro / credor 
 └ valor 5.000,00 
 
Portanto se José e Francisco forem devedores solidários de Pedro no valor de R$ 
5.000,00 Pedro pode cobrar os cinco mil reais de qualquer devedor, caso receba 
o valor total do devedor José este terá direito de cobrar de Francisco o valor de 
R$ 2.500,00 reais correspondente a sua parte. 
Confirma-se que o mecanismo da obrigação solidária impõe levar em 
consideração a existência de duas relações: uma interna, entre os devedores 
solidários; e outra externa, entre estes e o credor ou credores. Porém a 
solidariedade só existe na relação externa, isto porque internamente cada devedor 
paga somente a sua parte. 
 
As características das obrigações solidárias são: 
 
► Pluralidade de credores ou devedores, pois é imprescindível a ocorrência de 
mais de um credor ou devedor. 
► Multiplicidade de vínculos, podendo ser iguais ou diferentes. 
► Unicidade da prestação, visto que cada devedor responde pelo débito todo e 
cada credor pode exigi-lo por inteiro. 
► E a corresponsabilidade dos interessados, já que o pagamento da obrigação 
por um dos devedores extingue a dos demais. 
 
Diferenças entre solidariedade e indivisibilidade. 
 
Existe diferenças entre solidariedade e indivisibilidade, desta forma, cada 
devedor solidário pode ser obrigado a pagar a divida toda, por ser devedor do 
todo. Nas obrigações indivisíveis o codevedor deve somente a sua parte, sendo 
obrigado pelo cumprimento integral da obrigação em virtude da impossibilidade 
de fracionamento do objeto. 
 
A solidariedade assemelha-se à indivisibilidade por um único aspecto: em ambos 
os casos, o credor pode exigir de um só dos devedores o pagamento da 
totalidade do objeto devido. 
 
As obrigações solidárias diferem das obrigações indivisíveis nos seguintes pontos: 
► A causa da solidariedade é o titulo, e na indivisibilidade é normalmente a 
natureza da prestação; 
► Na solidariedade cada devedor é obrigado pela divida inteira, enquanto na 
indivisibilidade solve-se a totalidade, em razão de não poder repartir as cotas 
devidas. 
►A indivisibilidade se justifica pela própria natureza da prestação, mas na 
solidariedade é sempre de origem técnica, vale dizer, resulta de lei ou da vontade 
das partes. 
►A solidariedade continua mesmo quando convertida em perdas e danos, o que 
não ocorre na indivisibilidade. 
 
Princípios comuns à solidariedade 
 
Pela égide do Código Civil dois são os princípios comuns à solidariedade (artigos 
265 e 266). Senão vejamos: 
 
1. Não presunção da solidariedade – O artigo 265 não admite a solidariedade 
presumida, resulta de lei ou da vontade das partes, portanto não se admite a 
solidariedade que não esteja prevista em lei ou no contrato. É assim, pois a 
solidariedade consiste em instituto excepcional, e, como toda exceção, não pode 
ser presumida. 
 
Solidariedade legal 
 
Já mencionamos que a solidariedade pode ser estipulada pela vontade das partes 
ou pode derivar de expressa disposição de lei. Podemos citar alguns exemplos de 
solidariedade proveniente de lei, senão vejamos: 
 
O artigo 932 do Código Civil menciona vários exemplos de solidariedade legal. 
(pai/filhos menores, tutor/curador e empregado/empregador). 
 
O mesmo diploma legal em seu artigo 672 menciona a solidariedade entre 
advogados, quando constar o nome destes no instrumento procuratório na 
qualidade de outorgados (recebe os poderes). Já o artigo 680 do CC preceitua, 
que se o mandato for outorgado (quem autoriza) por duas ou mais pessoas para 
negócios comuns cada um deles é responsável solidário perante o mandatário 
(advogado). 
 
A Consolidação das Leis do Trabalho em seu artigo 2º estabelece 
responsabilidade solidaria do grupo empresarial pelos direitos trabalhistas de 
seus empregados. Dessa forma, se José trabalha no Armazém Paraíba, 
estabelecimento este que faz parte de um grupo empresarial, o grupo é 
responsável pelos direitos trabalhistas não pagos a José. 
 
Desta forma, quando da reclamação trabalhista a ação deverá ser proposta contra 
o Armazém Paraíba, devendo solicitar a solidariedade do grupo empresarial para 
que responda de forma solidária pelas dividas. 
 
O artigo 942 do Código Civil preceitua que se uma pessoa sofreu ofensas morais 
de duas pessoas, estas respondem de forma solidaria pela reparação do dano. 
 
O Estatuto do Idoso (Lei n° 10.741 de 1º/10/03), disciplina a partir do art. 11 os 
alimentos devidos aos idosos, atribuindo-lhes, expressamente, natureza solidária. 
O artigo 12 da referida lei dispõe: “A obrigação alimentar é solidária, podendo o 
idoso optar entre os prestadores”. 
 
É interessante ressaltamos que pela égide art. 1º do Estatuto, idoso são às pessoas 
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 
Caso os pais tenham idade inferir a 60 anos a ação alimentícia é regulada pelo 
Código Civil, desta forma, se os pais tiverem mais e um filho a ação deve ser 
proposta de forma pro rata, ou seja, por parte, não sendo portanto solidária. 
 
Outro caso de solidariedade prevista em lei pode visto no artigo 18 do Código 
de Defesa do Consumidor , isto porque , os fornecedores de produtos de consumo 
duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou 
quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se 
destinam ou lhes diminuam o valor. 
 
A Constituição Federal em seu artigo 37, § 6º assegura que as pessoas jurídicas 
de direito público e as de direito privado prestadoras de serviço público 
responderão pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, assegurado a 
ação regressiva diante de dolo ou culpa. 
 
Solidariedade contratual 
 
A solidariedade contratual é decorrente da vontade das partes. Para o nascimento 
da responsabilidade solidaria contratual não é necessário palavras solenes, a 
mesma resulta de expressões equivalentes, como por inteiro, pelo todo, “pro 
indiviso”, cada um por todos, um por todos, todos por um, etc. 
 
2. Princípio da variabilidade - Observe o artigo 266 do Código Civil para 
perceber que a obrigação pode ser diferente entre credores ou devedores. Desta 
forma a obrigação pode ser solidária entre os devedores, porém a data de 
vencimento da obrigação mesmo solidária pode ser diferente, vencendo para umno dia 10 e para outro dia 20, podendo também o vencimento ser em locais 
diferentes para cada devedor. 
 
Tendo em vista este princípio, percebe-se que a divida pode está vencida para um 
e não vencida para outros, então, quando da cobrança, o credor deve propor a 
ação contra o devedor que contenha o menor número de obstáculos, ou seja, 
deve reclamar o débito todo do devedor não atingido pelas cláusulas apostas na 
obrigação. 
 
Então, se a obrigação foi constituída com vencimentos diferentes, dias 10,15, e 
20, no dia 21 a dívida pode ser cobrada de qualquer devedor, porém no dia 11 só 
poderá ser cobrada daquele cujo vencimento da dívida ocorreu no dia 10. 
 
Enquanto pendente condição suspensiva estipulada para um dos devedores, o 
credor não poderá acioná-lo. No entanto, sendo titular de um direito eventual 
(tem o direito mais ainda não pode exercê-lo, art. 125 do CC) poderá praticar 
atos conservatórios do direito, como no caso de cobrar antecipadamente a divida 
diante da lapidação do patrimônio pelo devedor. 
 
Portanto se o credor só estiver autorizado a cobrar um devedor no dia 20 de 
maio de 2017, este é titular de um direito eventual, o direito real só ocorre na 
data do vencimento, se o devedor tiver se desfazendo do patrimônio que 
garante o pagamento, o titular de um direito eventual poderá cobrar a divida 
antes do vencimento. 
 
OBS: veja que o artigo 333 do Código Civil em algumas situações autoriza a 
cobrança da divida antes do vencimento. 
 
Lembre-se: O princípio da variabilidade é de suma importância quando da 
oposição das exceções ou matéria de defesa, quando o credor demandar um 
devedor solidário este poderá opor as exceções comuns e pessoais, as exceções 
pessoais nascem em grande parte da variabilidade das relações. 
 
É interessante ressaltarmos que, se existirem relações variáveis, como no caso 
de vencimentos diferentes, se o devedor pagar a divida toda este sub-roga nos 
direitos do credor porém só poderá exercer o direito de regresso em relação ao 
demais codevedores após o vencimento da divida. 
 
Portanto se existirem três devedores solidários com vencimentos para os dias 10, 
20 e 30 aquele que pagar no dia 10 sub-roga nos direitos do credor porém só 
poderá cobrar a parte dos demais nos respectivos dias de vencimento. 
 
Um exemplo irá facilitar o entendimento do princípio da variabilidade. Senão 
vejamos: 
 
Exemplo: José (dia 10), Pedro (dia 20) e Francisco (dia 30) / dev. solidários. 
 └ Paulo = credor 
 Dívida de R$ 3.000,00 
 
Veja que são três devedores solidários, com data de vencimento do débito em 
dias diferentes, vejamos então como se procede a cobrança: 
 
Considerando que a dívida vence no dia 10 de maio em relação a José, dia 20 
de maio em relação a Pedro e dia 30 de maio em relação a Francisco. No ato da 
cobrança Paulo deve observar a variabilidade de datas, podendo cobrar de cada 
um a dívida toda na respectiva data de vencimento. 
Veja que no dia 09 de maio Paulo não poderá efetuar a cobrança de nenhum 
devedor, pois não existe divida vencida. No dia 11 de maio ele poderá cobrar 
de José a divida toda. Se José pagar a divida toda no dia 11 de maio, ocorre a 
sub-rogação, porém só poderá cobrar a parte de cada codevedor na data de 
vencimento, portanto só poderá exercer o direito de regresso no dia 20 de maio 
em relação a Pedro e no dia 30 de maio em relação a Francisco. 
 
Se o credor cobrar o devedor Pedro no dia 11 de maio este terá como matéria de 
defesa o argumento de que é devedor solidário, porém beneficiado pelo princípio 
da variabilidade só poderá ser cobrado no dia 20. 
 
Veja que no dia 01 de junho o credor poderá cobrar a divida de qualquer um, 
pois todos já estarão em mora, não existindo mais a variabilidade. 
 
Espécies de obrigações solidárias 
 
1. A SOLIDARIEDADE ATIVA: 
 
Exemplo: José + Pedro + Paulo = credores solidários 
 └ Francisco = devedor 
 Divida de R$ 6.000,00 
 
A solidariedade ativa traduz um concurso de dois ou mais credores na mesma 
obrigação, cada um com direito de exigir a dívida por inteiro, bem como 
promover medidas assecuratórias do crédito, como a constituição do devedor em 
mora, podendo propor a consequente execução. 
 
Na solidariedade ativa há multiplicidade de credores, sendo que internamente são 
detentores de uma quota do crédito, como a obrigação é solidaria na relação 
externa cada credor poderá reclamar a divida por inteiro, porém o credor que 
receber deverá entregar a parte correspondente a cada cocredor. 
 
No mundo moderno praticamente não existe a solidariedade ativa, porém a 
vantagem é oferecer ao devedor à comodidade de pagar a qualquer dos credores a 
sua escolha. Diferente da obrigação indivisível com pluralidade de credores, na 
obrigação solidária o devedor poderá pagar a qualquer credor independente de 
caução de ratificação. 
 
A maioria dos doutrinadores mencionam como exemplo de solidariedade ativa a 
situação em que três irmãos proprietários de um imóvel alugam o mesmo para 
uma pessoa, se no contrato mencionar que são credores solidários qualquer um 
deles poderá reclamar o valor integral do aluguel, caso receba, responde 
internamente pela quota dos demais. 
 
Outro exemplo de solidariedade ativa seria a abertura de uma conta conjunta, 
então se José e Maria forem titulares de uma conta conjunta, neste caso existe a 
solidariedade ativa, podendo cada um movimentar a conta junto ao banco. Cada 
correntista na qualidade de credor, pode individualmente sacar todo o valor 
depositado, sem que o banco, devedor na condição de depositário, possa recusar 
o levantamento ou exigir a participação de todos. Porém mesmo sendo marido e 
mulher os titulares da conta conjunta, não são devedores solidários em relação a 
terceiros, desta forma se um deles emitir um cheque sem provimento de fundos 
responderá sozinho pela dívida. 
 
O mesmo não ocorre com a conta solidária, nesta, existe a responsabilidade 
solidária com relação a terceiros, desta forma se Maria e José forem detentores de 
conta solidaria e se o cheque desta conta for emitido em favor do credor 
Pedro. No caso do cheque não tiver fundos Pedro pode executar o valor de 
qualquer um, pois são devedores solidários perante terceiros. 
 
Efeitos jurídicos da solidariedade ativa: 
 
A solidariedade ativa caracteriza-se pela ocorrência de múltiplos titulares de 
um crédito em uma mesma relação obrigacional, cada um tendo direito a cobrar 
a dívida toda. Para entendermos os efeitos de uma relação jurídica solidaria é 
necessário a análise da relação pelo prisma interno e externo, senão vejamos: 
 
1. Efeitos nas relações externas. 
 
► Cada credor poderá exigir do devedor a prestação por inteiro. (art. 267) 
 
Não restam dúvidas que o credor solidário tem direito de cobrar a prestação por 
inteiro, caso receba, deverá repassar aos demais credores a parte de cada um. 
 
► Qualquer credor poderá promover medidas para conservação de seu 
crédito. 
 
Diante da inadimplência do devedor, qualquer credor poderá ingressar na justiça 
com a ação cabível visando o cumprimento da obrigação, porém a execução da 
sentença só pode ser feita pelo credor autor da ação. 
 
► Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem (entrar com 
uma ação) o devedor comum, este poderá pagar a qualquer um dos 
cocredores,porém se for proposta a ação de cobrança a divida só podera ser 
paga ao autor da mesma. (art. 268). 
 
Quando do cumprimento da obrigação o devedor poderá escolher qualquer credor 
para entregar o objeto devido. Portanto se José, Pedro e Paulo forem credores 
solidários de Francisco, este poderá pagar a divida toda a qualquer um deles. Se 
José propuser ação de cobrança contra Francisco a divida deverá ser paga para o 
autor da ação. 
 
Neste caso acontece o que o direito denomina de princípio da prevenção judicial, 
ou seja, vincula o credor demandante ao devedor demandado. Desta forma, o 
devedor perde a liberdade de pagar a qualquer um, devendo pagar somente aquele 
que propôs a ação, sob pena de pagar novamente. 
 
Exemplificando: José, Pedro e Paulo = credores. 
 └ Francisco = devedor 
 └ Dívida de R$ 6.000,00 
 
Antes de ser demandado (cobrado judicialmente) Francisco poderá escolher 
livremente a quem pagar, se o devedor tiver sido demandado por José, só paga 
bem se pagar ao credor demandante. Neste caso correu a prevenção, ou seja, a 
obrigatoriedade do pagamento ao credor José. 
 
Lembre-se: se o juiz julgar improcedente a ação proposta por José, cessa a 
prevenção e volta a liberdade do devedor, podendo Francisco pagar a qualquer 
credor a dívida toda. 
 
► O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a divida até o 
montante do valor pago (art. 269) 
 
 A regra traduz a essência da solidariedade. Se qualquer credor tem direito de 
exigir a dívida por inteiro, o pagamento que lhe faça, necessariamente, há de 
extinguir a dívida. Se o pagamento for parcial, a extinção é apenas da parte do 
débito que foi paga. Se total o pagamento, é plena a extinção, restando liberado o 
devedor. 
 
No caso de pagamento parcial a dívida continua solidaria pelo restante. Desta 
forma, se a divida for de R$ 6.000,00 e um dos credores aceitar receber R$ 
2.000,00 a dívida continua solidaria em R$ 4.000,00 reais, valor este que pode 
ser cobrado por qualquer credor. 
 
►Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes 
só terá direito a exigir e receber a quota crédito que corresponder ao seu 
quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível (art. 270). 
 
No caso de falecimento do credor solidário, devemos analisar o número de 
herdeiros, se for herdeiro único, este assume a exata posição do credor falecido, 
podendo cobrar a dívida toda. Se deixar mais de um herdeiro, cada um só terá o 
direito de exigir, individualmente, do devedor, a parcela do débito correspondente 
ao seu quinhão hereditário. 
 
Um exemplo facilitará o entendimento: 
 
 E F 
 └ ┘ 
Exemplo: A + B + C = credores solidários 
 └ D = devedor 
 └ Divida R$ 6.000,00 
 
Com o falecimento do credor “A” nada altera para os credores “B” e “C”, pois 
continuam com o direito de cobrar a divida toda. 
Com o falecimento do credor “A” a prestação poderá ser reclamada por inteiro se 
o falecido deixou um único herdeiro. Portanto se o credor “A” falecer deixando 
somente o herdeiro “E” este poderá cobrar de “D” o valor da divida toda, 
independente da mesma ser ou não indivisível. 
 
Se “A” vier a falecer deixando os herdeiros “E” e “F”, apenas poderão reclamar 
da quota do crédito do falecido (R$ 2.000,00), a metade relativa ao seu quinhão 
hereditário, assim “E” e “F” só poderão cobrar de forma individual o valor de R$ 
1.000,00 de “D”. 
 
Se agirem conjuntamente os herdeiros de “A” poderão cobrar o valor da dívida 
toda, ou seja, podem cobrar R$ 6.000,00. Também poderão cobrar a dívida toda 
se a obrigação for indivisível. 
 
►Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os 
efeitos da solidariedade. (271 do CC). 
 
Exemplificando: José, Pedro e Francisco = são credores solidários. 
 └ Paulo = devedor 
 └ Divida um animal. 
 
Qualquer credor poderá cobrar a dívida toda, não por ser indivisível e sim por 
ser solidária. Caso o cavalo venha a falecer por culpa do devedor a prestação se 
converte em perdas e danos. Digamos que o valor do cavalo foi liquidado em R$ 
6.000,00 (seis mil reais), desta forma este valor poderá ser cobrado por qualquer 
credor, isto porque a solidariedade subsiste mesmo quando resultar em perdas e 
danos. 
 
OBS. Liquidar a dívida é encontrar o valor devido, ou seja, o equivalente ao 
animal falecido. 
 
Lembre-se: que nas obrigações indivisíveis não solidárias quando a obrigação 
for convertida em perdas e danos, cada devedor só paga a sua parte. 
 
► O credor que perdoar a divida toda responderá perante os outros 
credores, que em virtude do perdão (remissão) poderão cobrar a divida do 
credor que perdoou e não mais do devedor que viu sua divida se extinguir 
(CC art. 272). 
 
O credor solidário é detentor do direito de cobrar a divida toda, podendo perdoar 
integral ou parcialmente a mesma. Então se A”, “B” e “C” são credores de “D”, 
na quantia de R$ 6.000,00 no caso de “A” perdoar a divida toda de “D”. “B” 
e “C” poderão cobrar de “A” seus respectivos créditos, ou seja, R$ 2.000,00. 
 
No caso de “A” perdoar somente a sua parte, ou seja, 2.000,00 a dívida continua 
solidária no valor de R$ 4.000,00, valor este que poderá ser cobrado por qualquer 
credor, inclusive o credor “A”. 
 
►A um dos credores solidários não pode o devedor opor exceções pessoais 
oponíveis aos outros (CC art. 273). 
 
A palavra ação é conceituada como um ataque, já a palavra exceção é considerada 
como defesa, então quando alguém entra com uma ação nasce para o demandado 
o direito de opor exceções, ou seja, os argumentos que comprovam o pagamento, 
o perdão ou a prescrição da divida. 
 
Opor exceção pessoal é matéria de defesa que só pode ser usada contra um 
credor. (art. 273 do CC). 
 
As matérias de defesa que podem ser opostas contra todos os credores são 
chamadas de comuns, já as que podem ser opostas somente contra um dos 
credores são chamadas de pessoais. 
 
Um exemplo facilitará entendimento das exceções pessoais: 
 
Exemplo: José (10), Pedro (20) e João (30) = credores solidários. 
 └ Francisco = devedor 
 └ Divida R$ 3.000,00. 
 
No exemplo acima podemos notar que existe variação nas datas em que cada 
credor poderá cobrar a dívida toda, se Pedro cobrar Francisco no dia 21, o 
devedor não poderá usar contra o credor demandante o argumento de que não 
vai pagar a divida, pois esta ainda não está vencida com relação ao credor João. 
 
Esta defesa/exceção não poderá ser alegada contra Pedro, isto porque, a divida 
com este credor venceu no dia 20, esta matéria de defesa seria cabível contra 
João, se este credor tivesse cobrado o devedor no dia 21. 
 
Veja que o devedor estava tentando se defender da ação de cobrança movida 
pelo credor Pedro, usando uma matéria de defesa pessoal, que só pode ser 
oponível/alegada contra outro credor. 
 
►O devedor demandado pode opor ao credor as exceções pessoais e as 
comuns a todos, não lhe aproveitando, porém as pessoais a outro credor. 
 
Já mencionamos que as exceções comuns podem ser alegadas contra todos oscredores, e as pessoais são situações especificas relacionadas a um credor. 
 
Um exemplo irá facilitar o entendimento sobre exceção comum. 
 
Exemplo: José (10), Pedro (20) e João (30) = credores solidários. 
 └ Francisco = devedor 
 └ Divida R$ 3.000,00. 
 
Veja que a existe variabilidade nas datas do vencimento da dívida. Desta forma 
se qualquer credor cobrar a divida no dia 09 o devedor poderá alegar como 
matéria de defesa que a dívida ainda não está vencida. Esta matéria de defesa 
pode ser oponível contra todos os credores que cobrarem a divida antes do dia 10, 
sendo, portanto uma exceção comum, ou seja, uma matéria de defesa que pode ser 
usada contra todos. 
 
Se no dia 15 o devedor for cobrado pelo credor José, o devedor não poderá 
apresentar como matéria de defesa o argumento de que a divida não está 
vencida para os demais, este argumento só poderá ser usado contra os demais 
credores, caso estes efetuem a cobrança no dia 15. 
 
►O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; 
o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o 
devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles (art. 274). 
 
Isto é o preceituado no artigo 274 do CC, para melhor entendimento podemos 
mencionar que: quando um credor demandar/acionar judicialmente um devedor e 
tiver a ação julgada improcedente não proíbe os demais credores de ingressarem 
na justiça. 
Exemplificando: A + B + C = credores 
 └ D = devedor 
 
Qualquer credor poderá cobrar a divida toda de “D”. No caso de “A” cobrar 
“D” e a ação for julgada improcedente tendo em vista que a dívida ainda não 
estava vencida, este julgamento contrário a “A” pode não afetar os demais 
credores, isto porque, perante os credores “B” e “C” a divida já poderá está 
vencida (principio da variabilidade) podendo os credores “B” e “C” cobrarem o 
devedor. 
 
Já o julgamento favorável ao credor “A” é aproveitado pelos demais, desde que 
o julgamento não tenha sido efetuado com base em exceção pessoal deste 
credor. 
 
Então se A”, “B” e “C” são credores de “D”, qualquer um pode cobrar “D”. No 
caso de “A” cobrar “D” e a ação for julgada procedente a regra é aproveitar a 
todos, ocorre que, pode não aproveitar para “B” e “C” tendo em vista que o 
julgamento foi favorável em virtude de uma característica pessoal pertencente ao 
credor “A”. (não agiu com dolo quando da feitura do contrato, sendo que os 
demais assim agiram). 
 
Concluindo: 
 
Quando o julgamento for contrário ao credor demandante, não podemos assegurar 
que também será contrario aos demais credores, isto porque temos que analisar a 
variabilidade na relação interna. 
 
Já o julgamento favorável em ação movida por um dos credores, em regra, 
aproveita aos demais. Porém pela nova redação do artigo 274 este julgamento 
favorável não exclui a possibilidade do devedor opor as exceções pessoais 
(apresentar matéria de defesa) contra os beneficiados pelo julgamento favorável. 
 
2. Efeitos nas relações internas. 
 
Neste caso deve ser analisada a relação entre os cocredores, portanto pela égide 
do artigo 272 se um dos credores receber ou perdoar a divida responderá 
perante os demais pela parte que lhes caiba. 
 
Direito de regresso - o pagamento integral feito a um dos credores extingui a 
relação jurídica externa e o coloca na condição de devedor da parte dos demais 
credores. Portanto o credor que receber o crédito transforma-se em devedor dos 
demais, na parte que cabe a cada um, podendo sofrer uma ação regressiva caso 
não repasse a parte dos demais credores. 
 
Portanto se A + B + C forem credores de “D”, e “A” cobrar e receber 
integralmente a divida de “D” a divida estará extinta, assim como estará extinta 
a relação externa. Desta forma, aquele que recebeu o crédito deverá repassar a 
quota de cada cocredor, não fazendo o repasse, os cocredores “B” e “C” não 
podem cobrar do devedor “D” isto porque ao pagar a divida toda para o credor 
“A” a relação externa se extingue independente de caução de ratificação. 
 
RESUMINDO SOLIDARIEDADE ATIVA 
 
 José + João + Pedro = credores 
 └ Francisco = devedor 
 └ 6.000,00 
 
►Cada um dos credores solidários pode exigir do devedor a prestação por 
inteiro. 
► Enquanto os credores solidários não ingressarem em juízo para receber o 
crédito do devedor comum, o devedor pode pagar a qualquer um deles 
independente de caução de ratificação. 
► Qualquer credor poderá ingressar em juízo e exercer a sua pretensão ao 
credito pela via executiva. Todavia se um dos credores se antecipar, acionando o 
devedor ao tempo do vencimento da obrigação, será premiado pelo fenômeno da 
prevenção (art. 268 do CC), neste caso para pagar bem o devedor deverá pagar 
ao credor demandante. 
► Realizado o pagamento integral a qualquer dos credores solidários, faz 
extinguir a divida. 
► No caso de falecimento de um dos credores solidários, os herdeiros só poderão 
exigir a quota parte que caiba a cada um, exceto se a obrigação for indivisível, ou 
se agirem em conjunto. 
► Se a obrigação for solidária caso exista pluralidade de credores, (solidariedade 
ativa) o credor que receber o pagamento responde perante os demais pelas 
parcelas de cada um. 
 
Extinção da obrigação solidária - Não custa lembrar que pela égide do artigo 
269 do Código Civil o pagamento feito a um dos cocredores solidários extingue a 
divida até o montante do que foi pago, desta forma, o pagamento feito a um dos 
cocredores produz a extinção do crédito para todos os demais. 
 
Lembre-se: somente o pagamento integral é que tem o poder de extinguir a 
divida e liberar o devedor. 
 
Lembre-se: o pagamento pode ser feito de forma direta (pagar com a coisa objeto 
da obrigação) ou pagamento indireto como no caso de pagar com coisa diversa 
desde que com anuência do credor. 
 
Lembre-se: que nas obrigações solidárias o pagamento pode ser feito pelo 
devedor a qualquer credor independente de caução de ratificação dos demais. 
 
Lembre-se: se o pagamento tiver sido parcial, a solidariedade permanece no 
restante, desta forma se “A” + ”B” + “C” forem credores solidários de “D” em 
divida de R$ 6.000,00 e “D” vem a pagar a quantia de R$ 3.000,00 ao credor 
“A”, a divida continua solidaria no resto, sendo que, o valor de R$ 3.000,00 
poderá ser cobrada por qualquer credor. 
 
Lembre-se: é de pouca ou nenhuma valia a solidariedade ativa, por depender da 
confiança entre os credores. Podemos citar como exemplo a conta corrente 
conjunta, onde os titulares são credores e o banco devedor dos valores 
depositados, de sorte que qualquer um dos correntistas pode sacar a totalidade 
dos numerários, não cabendo ao banco indagar qual é a quota parte de cada um. 
 
2. A SOLIDARIEDADE PASSIVA 
 
Exemplo: José + Pedro + Paulo = devedores solidários em R$ 6.000,00 
 └ Banco do Brasil = credor 
 
Existe a solidariedade passiva, quando na obrigação, concorrerem dois ou mais 
devedores, cada um com a responsabilidade pela dívida toda. Esta solidariedade 
pode ser derivada de lei ou da vontade das partes e cria a obrigação para o 
devedor pagar a dívida toda como se fosse o único responsável.Assim, estabelecida a solidariedade entre os codevedores, o credor passa a ter o 
direito de exigir de qualquer um deles a divida por inteiro, aumentando sua 
proteção contra os riscos da insolvência. 
 
A formação da solidariedade passiva não carece de muitas formalidades, basta a 
presença de mais de um devedor ficando cada um responsável pela divida toda, 
para que a obrigação seja solidária basta a presença no contrato de simples 
palavras, tais como: responsáveis pelo todo, devedores in solidum, todos por 
um, um por todos ou devedores solidários. 
 
A solidariedade passiva deve ser analisada na forma externa e interna. Quando se 
fala na forma externa deve ser analisada a relação entre os devedores e o credor. 
A forma interna é a relação entre os codevedores. Desta forma, quando um 
devedor pagar a divida toda, a relação externa fica extinta, ou seja, acaba a 
relação com o credor. Porém tem início a fase interna, onde o devedor que pagou 
a dívida toda pode cobrar dos demais devedores a parte que cada um devia ao 
credor originário. 
 
A solidariedade passiva pode ser derivada de um acordo entre as partes. Porém 
em muitos momentos a lei prevê a existência da solidariedade passiva, senão 
vejamos: 
 
► A solidariedade do pai pelos atos dos filhos (filho menor) / 932 do CC. 
► Entre patrão e empregado, (art. 932 do CC). 
► Solidariedade entre empresas do mesmo grupo (art. 2º da CLT). 
► Solidariedade entre devedor principal e fiador (artigo 828, II do CC). 
► Solidariedade entre Administração e seus agentes diante de prejuízos causados 
a terceiros (CF. art. 37 § 6º). 
► Solidariedade entre filhos no pagamento de pensão alimentícia (Lei 10.741/03 
– Estatuto do Idoso em seu artigo. 12. 
► Responsabilidade solidária de advogados/outorgantes (artigos 672 e 680 do 
CC). 
► Responsabilidade solidária de fornecedor/produtor (artigo 13, § único e artigo 
18) do Código de Defesa do Consumidor. 
 
2.1 Consequências jurídicas da solidariedade nas relações externas / Relação 
entre os codevedores solidários e o credor. 
 
►Direitos do credor. (275 do CC) 
 
Na solidariedade passiva unificam-se os devedores, possibilitando ao credor, para 
maior segurança do crédito, exigir e receber de qualquer deles o adimplemento, 
parcial ou total, da divida comum. 
 
O principal efeito da solidariedade passiva consiste no direito do credor de exigir 
de qualquer dos devedores o cumprimento integral da obrigação. Se o pagamento 
for integral exonera os devedores. Se for parcial e efetuado por um dos 
devedores, os outros ficarão liberados até o valor pago, permanecendo a 
solidariedade no valor restante. 
 
Portando se se o devedor acionado não efetuar o pagamento, poderá o credor 
agir contra os demais codevedores, conjunta ou individualmente (CC, art. 275 e 
parágrafo único). 
 
Se o devedor demandado pagar a divida integral, este sub-roga nos direitos do 
credor, podendo cobrar dos demais devedores a parte de cada um. 
 
Se o credor demandado não tiver como pagar integralmente a divida poderá 
chamar os demais devedores ao processo, com fundamento no artigo 130, III do 
Código de Processo Civil, não para que lhes auxiliem na defesa, mas também 
para que a eventual sentença condenatória valha como coisa julgada por ocasião 
do direito de regresso contra os codevedores. 
 
Um exemplo facilitará o entendimento: 
 
 Exemplo: José + Pedro + João 
 └ Francisco = credor. 
 └ Divida de R$ 6.000,00 
 
Diante da cobrança judicial efetuada pelo credor contra o devedor José, este tem 
a opção de: 
 
1) Pagar a prestação por inteiro e sub-rogar. 
2) Efetuar o chamamento ao processo dos devedores Pedro e João. A vantagem 
do chamamento ao processo é possibilitar que na mesma ação, caso o juiz 
julgue procedente o pedido do credor, mandar que o pagamento seja efetuado 
por todos os devedores. 
 
O chamamento ao processo é reservado ao processo de conhecimento, sendo 
vedado em sede de execução, pois pressupõe a existência de ação condenatória 
em andamento. Isto quer dizer, que só pode ser efetuado o chamamento ao 
processo antes da sentença final, se o juiz julgar procedente o pedido do credor e 
o devedor não cumprir a sentença este vai ser executado, portanto quando da 
execução da decisão judicial não mais poderá chamar os demais devedores ao 
processo. 
 
Concluindo: se a ação é movida contra o devedor José, este, em sua 
defesa/contestação poderá chamar Pedro e João ao processo. Veja que o processo 
está em andamento (fase de conhecimento). Caso não chame e o juiz julgar 
procedente o pedido de Francisco, e por conseguinte, atendendo pedido do 
credor mandar que José pague a divida, este deverá pagar sozinho, não podendo 
nesta fase (execução) chamar os demais ao processo. 
 
Lembre-se: A doutrina majoritária defende a tese de que o beneficiado com a 
renúncia da solidariedade não poderá ser chamado ao processo. 
 
Lembre-se: A doutrina majoritária defende a tese de que pode ocorrer o 
chamamento ao processo de apenas alguns dos codevedores, ou seja, não é 
necessário o chamamento de todos. 
 
Lembre-se: O chamamento ao processo é vedado no Código de Defesa do 
Consumidor (artigos 13, § único e 88). Assim havendo solidariedade passiva 
entre os fornecedores de produtos ou serviços que em virtude de acidente de 
consumo causar, danos patrimoniais e/ou morais ao consumidor, aquele 
fornecedor que for demandado não poderá chamar os demais ao processo. 
 
OBS Não poderá chamar ao processo, porém em caso de pagamento da divida 
poderá entrar com ação regressiva contra os demais devedores. 
 
►Efeitos da morte de um dos codevedores solidários. (276 e 1.792 do CC) 
 
Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum deles será 
obrigado, senão, a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a 
obrigação for indivisível. Quando divisível a divida se desmembra em relação a 
cada um dos herdeiros. 
Portanto, falecendo um dos devedores solidários, a obrigação divide-se entre os 
herdeiros, cada um destes só poderá ser exigido até o limite de seu quinhão 
hereditário, salvo se indivisível a obrigação. Verifica-se que a morte de um dos 
devedores solidários não rompe a solidariedade, que continua a onerar os 
demais codevedores. 
 
Para melhor entendimento: 
 
 “E” “F” 
 └ ┘ 
Exemplo: A + B + C = são devedores solidários 
 └ D = credor 
 └ Divida de R$ 300.000,00 
 
Se “B” vier a falecer deixando somente o herdeiro “E”, este poderá responder 
pela divida toda, desde que tenha recebido herança superior ao débito. 
 
Se “B” falecer deixando os filhos “E” e “F”. Neste caso cada um deles só 
estará obrigado a pagar a quota que corresponder a seu quinhão hereditário, isto é, 
a metade (1/2) da quota interna de “B” (100,000,00) o que equivale a R$ 
50.000,00. 
 
Para que não reste duvida o artigo 276 do Código Civil deve ser analisado 
da seguinte forma: 
 
a) Divida indivisível: diante do falecimento de “B” qualquer herdeiro, mesmo 
que individualmente, pode ser obrigado a pagar a divida toda (ex. no caso 
da divida ser um animal ). Então “D” poderá cobrar a divida toda de “A”, 
“C” , “E” e “F” pois não altera a solidariedade). 
 
b)Divida divisível: nesse caso, a situação varia, dependendo se o herdeiro 
for acionado individualmente ou reunido com os demais herdeiros. 
 
b.1) Acionado individualmente: qualquer herdeiro paga apenas sua 
quota parte, não podendo obviamente ultrapassar as forças da herança, 
mesmo que tenha patrimônio pessoal superior. (no caso deve ser acionado 
para pagar o valor de R$ 50.000,00 ou seja, metade da parte que 
internamente cabia ao devedor “B”) 
 
b.2) Acionamento coletivo dos herdeiros: somente reunidos, os herdeiros 
podem ser obrigados a pagar a divida toda, pois ocupam a posição do 
devedor falecido, neste caso se o credor cobrar “E” e “F” conjuntamente 
cobra a divida toda.. 
 
Lembre-se: no caso dos herdeiros serem acionados conjuntamente e pagarem a 
divida toda nasce para estes o direito de regresso frente ao demais devedores. 
Desta forma, quando falamos de divida toda é o valor de R$ 300.000,00 e não 
o valor de R$ 100.00,00 que é a quota que cabia internamente a “B”. 
 
Lembre-se: a garantia de que cada devedor quando cobrado individualmente 
só responde pelo seu quinhão hereditário está contido nos artigos 1.792 e 1.997 
do Código Civil. 
 
► Consequências do pagamento parcial e da remissão (277 do CC) 
 
O pagamento parcial feito por um dos codevedores, bem como a remissão por 
ele recebida, não aproveita aos demais, senão até o valor da quantia paga 
ou perdoada. Deduz-se que o pagamento parcial reduz o crédito, sendo assim, o 
credor só poderá cobrar do que pagou parcialmente, ou dos outros devedores só 
o saldo remanescente. 
 
O perdão pessoal dado pelo credor a um dos devedores solidários não extingue a 
solidariedade em relação aos demais devedores, acarretando a redução da divida 
no valor perdoado. Desta forma o credor pode cobrar seu crédito, desde que 
reduza a parte perdoada. 
 
Exemplo: José, Pedro e Francisco = são devedores solidários. 
 └ Joaquim = credor 
 └ Divida de R$ 3.000,00 
 
Se Pedro pagar R$ 1.000,00, reais (pagamento parcial), Joaquim poderá cobrar 
dos devedores a quantia de R$ 2.000,00. (continuando solidária no restante). 
 
Aproveitando o mesmo exemplo, caso Joaquim perdoe a parte correspondente 
a José (1.000,00) Joaquim pode cobrar de Pedro e Francisco a divida abatendo 
o valor perdoado, portanto pode cobrar o valor de 2.000,00. 
 
Lembre-se: o devedor solidário que efetua o pagamento parcial permanece 
obrigado pelo restante da divida, em solidariedade com seus consortes, a menos 
que o credor exonere-o de responsabilidade, pelos termos expressos na quitação. 
 
Lembre-se: o devedor que teve a sua divida perdoada fica liberado da divida, 
desta forma o credor só poderá cobrar dos demais abatendo do valor total a parte 
que foi perdoada. 
 
Discutiremos posteriormente se o devedor que teve sua parte perdoada está 
liberado definitivamente da divida ou se volta para responder pela parte do 
insolvente. 
 
Não esqueça: havendo pagamento parcial, ficam os demais devedores 
exonerados até o valor da quantia paga, mantendo-se a solidariedade sobre o 
resto. Assim se existirem três devedores solidários em R$ 6.000,00 o pagamento 
de R$ 2.000,00 não extingue a divida toda, permanecendo solidária em R$ 
4.000,00, sendo que este valor pode ser cobrado de qualquer devedor. 
 
►Cláusula condição adicional ( 278 do CC) 
 
Se existirem devedores solidários, qualquer cláusula, condição ou obrigação 
adicional, estipulada entre um dos codevedores solidários e o credor, não poderá 
agravar a posição dos outros devedores sem o consentimento destes. Desta forma 
nenhum dos devedores está autorizado a negociar com o credor, obrigação 
adicional que agrave a obrigação originária e piore a posição dos outros devedores 
sem o devido consentimento destes. 
 
O devedor pode negociar com o credor cláusulas sem o consentimento dos outros 
devedores, porém, esta obrigação torna-se pessoal cabendo somente ao devedor 
que negociar o pagamento desta obrigação adicional, não sendo portanto solidária 
com o demais. 
 
Assim, se a A+B+C forem devedores solidários de “D” na quantia de R$ 6.000,00 
e através de um negócio jurídico sem a anuência de “A” e “B” , “C” solicitou 
mais R$ 1.000,00 reais para “D”, o credor pode demandar “A” e “B” em R$ 
6.000,00 e demandar “C” em R$ 7.000,00 pois a cláusula adicional foi 
negociada entre “C” e “D” sem interveniência dos demais devedores. 
Nas obrigações solidarias ocorre a representação mútua, de sorte que cada 
devedor é representante de todos, ocorre que esta representação não é ilimitada 
isto porque nenhum dos devedores está autorizado a estipular com o credor 
cláusulas que agrave a obrigação originária dos representados sem o 
conhecimento destes. 
 
►Impossibilidade de prestação (279 do CC) 
 
Se ocorrer a impossibilidade de prestação por culpa de um dos devedores 
solidários, subsiste para todos, o encargo de pagar o equivalente. Porém as perdas 
e danos quem paga é o devedor culpado. 
 
Exemplificando: José + Pedro + João 
 └ Francisco = credor 
 └ Animal 
 
Se três amigos tomarem emprestado um animal e se ainda não estiverem em mora 
com relação à devolução do mesmo, não respondem pelo perecimento em virtude 
de força maior. 
 
Se o animal vier a perecer por culpa dos três devedores, responderão em conjunto 
pela obrigação, ou seja, o credor poderá cobrar de cada um o valor equivalente 
acrescido das perdas e danos. 
 
Aquele que pagar a divida integral sub-roga-se em relação aos demais 
codevedores. 
 
Se a impossibilidade é por culpa do devedor José, todos os demais responderão 
pelo valor do animal, porém as perdas e danos cabe ao culpado. Com efeito, 
tratando-se de culpa pessoal, não pode a sanção civil ultrapassar a pessoa do 
próprio negligente ou imprudente, considerando-se que ninguém pode ser 
responsabilizado por culpa alheia. 
 
O devedor não responde pelos prejuízos decorrentes de força maior ou caso 
fortuito, se não for por ele responsabilizado. Para que o devedor não tenha culpa, 
o fato deve ser inevitável, não ter culpa antecedente, ser irresistível a força do ser 
humano e não se encontrar em mora. 
 
Deve-se ressaltar que na solidariedade passiva o caso fortuito e a força maior só 
exonera os devedores se o evento atingir todos os codevedores. Portando se 
existirem três devedores e a força maior atingir somente dois deles aquele que 
não foi atingido responde pelo pagamento da divida toda. 
 
Lembre-se: quando o cumprimento torna-se impossível sem culpa, resolve-se a 
obrigação sem perdas e danos. Se decorrer de culpa de um devedor, este 
responde pelo valor em dinheiro mais perdas e danos. 
 
►Responsabilidade pelos juros (280 do CC) 
 
Juros moratórios serão devidos quando os devedores estiverem em atraso e a 
divida ainda interessar ao credor. 
 
 Exemplificando: José + Pedro + João = devedores solidários em R$ 3.000,00 
 └ Francisco = credor 
 
Se José, Pedro e João forem devedores solidários e estiverem em mora, a 
prestação acrescida dos juros de mora poderá ser cobrada de qualquer devedor, 
porém se a mora tiver ocorrido por culpa de Pedro (este recebeu o dinheiro dosdemais e não pagou no dia) este vai responder perante José e João pelo valor 
acrescido a título de juros de mora. Isto ocorre, porque a mora de um dos 
devedores não pode ser nociva aos demais. 
 
Na situação posta, se a obrigação não for cumprida no prazo determinado, todos 
os devedores respondem pelos juros da mora, ou seja, Francisco poderá cobrar 
os R$ 3.000,00, acrescido dos juros, de qualquer devedor. 
 
Então, se a culpa do atraso no cumprimento da obrigação foi do devedor Pedro 
a ação de cobrança poderá ser proposta contra qualquer devedor. Se José for 
demandado e pagar o valor integral da divida acrescida dos juros, este sub-
roga-se frente aos demais devedores, podendo cobrar do devedor João um 
terço da divida e do devedor Pedro (culpado) um terço da divida mais os juros, 
isto porque foi ele que deu causa a mora, portanto internamente responde 
sozinho pelos juros acrescidos. 
 
Se a divida, acrescida dos juros de mora for paga pelo devedor Pedro 
(culpado) este sub-roga-se, porém na ação regressiva só poderá cobrar de José e 
João o correspondente a R$ 1.000,00. 
 
►Meios de defesa dos devedores - (281 do CC) 
 
Já mencionamos, que os meios de defesa são as respostas dos devedores quando 
demandados judicialmente pelo credor, sendo cabível opor as exceções pessoais 
e as comuns a todos, sendo que, as pessoais só aproveitam para o devedor 
detentor do direito de opor esta exceção, portanto não pode ser aproveitada pelos 
demais codevedores. 
 
Lembre-se: já mencionamos que existem exceções comuns, sendo estas os 
argumentos de defesa que podem ser aproveitados por todos os codevedores. 
Porém quando um codevedor é demandado não pode aproveitar as exceções 
pessoais de outro codevedor. 
 
Quando um codevedor é demandado e alegar que a divida está prescrita, caso a 
obrigação tenha vencido no mesmo dia para todos os codevedores, estamos diante 
de uma exceção comum, desta forma aproveita a todos os codevedores. 
 
Se o devedor for cobrado antes do vencimento ou pendente condição suspensiva, 
este pode opor uma exceção pessoal (aproveita somente para ele). Neste caso se 
a divida vence no dia 18 e o devedor é cobrado no dia 10, este poderá alegar 
que a divida ainda não está vencida, nem o devedor está inserido nas condições 
do artigo 333 do Código Civil para ter a divida cobrada antecipadamente. 
 
Como matéria de defesa o demandado pode alegar ainda: 
 
1. Prescrição. 
2. Pagamento direto ou indireto. 
3. Perdão da divida. 
4. Compensação (alegar que também é credor). 
5. Renuncia da solidariedade para não pagar a divida toda. 
6. Impossibilidade sem culpa. 
7. Exceptio non adimpleti contractus (exceção do contrato não cumprido, ou 
seja, não pode exigir o cumprimento da obrigação quem não cumpriu a sua 
parte no contrato). 
8. Vícios de consentimento ou incapacidade quando da formação do contrato. 
9. Termo ou condição. 
10. Ilicitude do objeto. 
Traduzindo: A + B + C = Devedores solidários 
 └ D = Credor 
 
Se o credor acionar o devedor “A” e a decisão judicial a ele favorável for 
fundada em exceção pessoal e exclusiva a este devedor, não aproveita aos 
demais. Desta forma o credor não perde o direito de acionar os demais devedores. 
 
Se ao contrario, a decisão favorável ao devedor “A” se fundar em matéria 
comum a todos os devedores, é certo que os efeitos do julgado se estendem a 
todos os devedores solidários. 
 
De outro modo, o julgamento contrario ao devedor “A” pode não atingir os 
demais, isto porque a relação interna pode ser variável. 
 
►Renuncia da solidariedade (282 do CC) 
 
A renúncia diz respeito apenas à solidariedade, não a obrigação em si, que 
continua inalterada. O credor abre mão apenas do direito de exigir que a prestação 
seja paga pelo conjunto de devedores. 
 
Pela égide do artigo 282 do CC o credor pode renunciar a solidariedade em favor 
de um, de alguns ou de todos os devedores. Se renunciar em favor de um devedor 
a solidariedade subsiste nos demais. 
 
Pode ocorrer a renúncia em relação a todos os devedores, sendo que a partir deste 
momento cada devedor será responsável somente pela sua parte. Se ocorrer a 
renúncia em favor de um devedor, este continua devedor individual de sua parte. 
 
 
Exemplo: José, Pedro e Francisco = devedores solidários. 
 └ Joaquim = credor. 
 └ Divida de R$ 3.000,00. 
 
 
Se o credor renunciar a solidariedade em relação a um dos devedores, não está 
perdoando a divida, apenas o separa dos demais codevedores. 
 
Considerando que o credor renunciou a solidariedade em relação ao devedor 
José. Com a renúncia o credor poderá cobrar de forma solidária 2.000,00 reais de 
Pedro ou Francisco, porém só poderá cobrar de José a sua parte, no caso 
1.000,00 reais, isto porque o credor renunciou a solidariedade em seu benefício. 
Veja que renúncia da solidariedade é diferente de perdão da divida, na renúncia o 
beneficiado continua devedor, porém não mais da coisa toda, deve pagar somente 
a sua parte. 
 
Não há duvida, que a solidariedade dos devedores não exonerados, refere-se à 
divida reduzida, ou seja, com o abatimento da parte do devedor exonerado da 
solidariedade. 
 
Concluindo: se Joaquim perdoar a parte de José, passa a existir duas relações, 
ou seja: uma entre Joaquim e José no valor de R$ 1.000,00 e outra solidaria entre 
os codevedores Pedro e Francisco e o credor Joaquim, neste caso, o credor 
poderá cobrar de cada um valor de R$ 2.000,00. 
 
Veja outro exemplo de renuncia da solidariedade: 
 
 “A” + “B” + “C” 
 └ D = credor 
 
 “A”, “B” e “C são devedores solidários de “D” pela quantia de R$ 30.000,00. 
“D” renuncia a solidariedade em favor de “A”, perdendo, então o direito de 
exigir de “A” uma prestação acima de sua parte no débito, isto é, R$ 10.000,00: 
“B” e “C” responderão solidariamente por R$ 20.000,00, abatendo da divida 
inicial de R$ 30.000,00 a quota de “A” (R$ 10.000,00). Assim os R$ 10.000,00 
restantes só poderão ser reclamados daquele que se beneficiou com a renuncia 
da solidariedade. 
 
2.2 Relação dos codevedores entre si / relação interna 
 
Segundo o artigo 283 o devedor que pagar a divida por inteiro tem direito a exigir 
de cada um dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do 
insolvente, presumindo-se iguais as partes de todos os codevedores. 
 
Exemplo: José, Pedro e João = devedores solidários no valor de R$ 3.000,00 
 └ Joaquim = credor. 
 
Se José pagar a divida integral sub-roga-se nos direitos do credor, desta forma, 
como internamente a relação não é solidaria vai cobrar o valor de R$ 1.000,00 
dos demais codevedores. 
 
Lembre-se: que internamente os valores devidos podem ser variáveis, portando 
se frente ao credor principal cada um deve R$ 3.000,00, internamente um deles 
pode dever R$ 1.500,00, outro R$ 1.000,00 e o outro R$ 500,00. Isto interessa 
para efeitos da ação regressiva daquele que pagar a divida toda. 
 
Lembre-se: da divida de interesse exclusivo, neste caso se quem pagou é o 
interessado único nada pode cobrar dos demais. Se quem pagou não era o 
interessado pode cobrar do devedorexclusivo o valor total da divida. (art. 285). 
Um exemplo facilitará o entendimento: 
 
Exemplo: José, Pedro e João = devedores solidários. 
 └ Francisco = credor 
 └ Divida de R$ 3.000,00. 
 
Se internamente cada um dos devedores foi beneficiado com a quantia de R$ 
1.000,00 aquele que pagar sub-roga-se, podendo demandar os demais devedores 
por sua parte. 
 
Se José tiver solicitado R$ 3.000,00 junto ao credor, e os demais codevedores são 
avalistas, podemos assegurar que internamente José foi beneficiado com o valor 
total, caso pague a divida junto ao credor, os demais ficam liberados, pois neste 
caso não existe ação regressiva, isto porque José é devedor exclusivo. 
 
Mesmo José sendo devedor exclusivo a dívida poderá ser cobrada de Pedro, caso 
este pague a dívida toda, cobrará do devedor José o valor total do débito, se não 
receber deverá cobrar de João o valor de R$ 1.500,00. 
 
OBS. Posteriormente a divida de interesse exclusivo será melhor explicada 
quando da análise do artigo 285. 
 
►Insolvência de um dos codevedores solidários (284 do CC) 
 
A insolvência de um dos codevedores solidários impede o procedimento do rateio 
de forma igualitária, desta forma, será determinado o acréscimo da 
responsabilidade dos outros codevedores para cobrir a parte do insolvente. 
 
No caso do credor renunciar a solidariedade em favor de um dos codevedores 
solidários, se um dos que continuam solidários pelo resto ficar insolvente o 
devedor beneficiado com a renúncia volta a responder pela metade da parte do 
devedor insolvente. (Veja artigo 284 do CC.) 
 
Um exemplo irá facilitar o entendimento, senão vejamos: 
 
Exemplo: José, Pedro e Luciano = devedores solidários. 
 └ Raquel = credora 
 └ Divida de R$ 3.000,00. 
 
José, Pedro e Luciano são devedores solidários de Raquel na quantia de R$ 
3.000,00. Se Raquel renunciar a solidariedade em favor de José, esta poderá 
cobrar o valor de 2.000,00 de forma solidária dos devedores Pedro e Luciano, 
de José só poderá cobrar R$ 1.000,00. 
 
Se Raquel cobrar e receber de Pedro o valor de R$ 2.000,00. Pedro, em ação 
regressiva poderá cobrar de Luciano o valor de R$ 1.000,00. Se Luciano não 
pagar porque ficou insolvente , o José, mesmo exonerado da solidariedade, volta 
para a relação jurídica para responder pela metade do valor da divida do 
insolvente. 
 
Assim José responde por 500,00 reais que é o valor da metade da divida interna 
de Luciano, já Pedro fica responsável para pagar 1.500,00 que é o valor de sua 
parte mais 500,00 da parte de Luciano. 
 
O Código Civil em seu artigo 284 menciona claramente que o devedor que 
obteve a renúncia da solidariedade volta a responder pela parte do insolvente. 
 
Não esqueça: se um dos devedores solidários tornar-se insolvente quem sofre o 
prejuízo não é o credor, mas os outros devedores que podem ser chamados a 
solver a divida por inteiro. 
 
Lembre-se: aquele que foi beneficiado com a renúncia deixa de dever o todo, 
passando a dever somente a sua parte. Porém, mesmo beneficiado com a 
renúncia da solidariedade volta para a relação jurídica para responder pela parte 
do insolvente. 
 
► Efeitos do perdão parcial diante da insolvência de um codevedor 
 
Diante da omissão do Código Civil os doutrinadores discutem se o devedor que 
teve a sua parte da divida perdoada volta para a relação jurídica para dividir 
com os demais a parte correspondente a do insolvente. 
 
Um exemplo irá facilitar o entendimento, senão vejamos: 
 
Exemplo: Paulo, Francisco e Luciano / devedores solidários. 
 └ Rosa/credora 
 └ 6.000,00 
 
Se Rosa perdoar a parte correspondente a Paulo não cobra nada deste devedor, 
podendo cobrar de forma solidaria o valor de 4.000,00 dos devedores 
Francisco e Luciano. 
 
Se Rosa cobrar e receber de Luciano o valor de 4.000,00 a relação externa se 
extingue, nascendo o direito de Luciano cobrar de Francisco o valor de 2.000,00. 
Considerando que Francisco está insolvente, portanto incapacitado de pagar o 
valor de 2.000,00. Discute-se então, se Paulo que teve sua parte perdoada divide 
ou não com Luciano a parte do devedor insolvente. 
 
Se aquele que teve sua parte perdoada voltar para a relação jurídica deve pagar 
para Luciano o valor de R$ 1.000,00, valor corresponde a metade interna da 
divida do devedor insolvente. 
 
Alguns doutrinadores defendem a tese de que o devedor perdoado na parte que 
lhe cabe na dívida, fica exonerado totalmente da relação jurídica, não 
respondendo pela parte do insolvente. Maria Helena Diniz (2011.p. 203) cita o 
Enunciado 350 do Conselho da Justiça Federal, que defende que o perdoado fica 
liberado do vinculo obrigacional, inclusive no que tange a parte do insolvente. 
 
Outros autores, como é o caso de Flavio Tartuce (2006.p.100) defende a tese de 
que diante da insolvência de um dos devedores ocorrerá o rateio proporcional, 
por regra entre os devedores restantes, defendendo que o rateio da parte do 
insolvente atinge os que tiveram suas dividas perdoadas. 
 
Pabro Stolze (2011.p. 114) menciona que, se o credor perdoar a divida de um 
dos codevedores solidários, este volta a responder pela parte do insolvente. 
 
Carlos Roberto Gonçalves (2010.p.158) ao tratar da remissão obtida por um dos 
codevedores solidários, preceitua que altera a relação interna entre eles, visto 
que o perdoado se liberou de sua parte na divida, porém continua responsável 
somente pela quota de eventual insolvente. 
 
Cristiano Chaves (2014, pag. 281) menciona que a renúncia da solidariedade 
diferencia-se da remissão, em que o devedor fica inteiramente liberado do 
vínculo obrigacional, inclusive no que diz respeito ao rateio da quota do eventual 
codevedor insolvente. 
 
Gustavo Tepedino (Comentários ao Código Civil, 2008, pag. 153) defende que, 
se o credor perdoou o débito por liberalidade sua, não sendo razoável que os 
demais devedores arquem com o desfalque da insolvência. Sofre o credor as 
consequências de seu ato, sem que prejudique os demais devedores solidários. 
 
►Divida solidária de interesse exclusivo (285 do CC) 
 
Se a divida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá 
este por toda ela para aquele que pagar. O exposto é o mandamento legal do 
artigo 285 do Código Civil. 
 
Para facilitar o entendimento podemos mencionar o seguinte exemplo: 
 
 José + Pedro e Paulo = devedores solidários 
 └ Banco do Brasil 
 
José solicitou um empréstimo junto ao Banco do Brasil, sendo que o banco 
requereu a garantia de dois codevedores solidários. Para ajudar o amigo, Pedro e 
Paulo tornaram-se avalistas de José. Veja que a divida interessa somente a José 
pois este ficou com todo o dinheiro do empréstimo. 
 
Por ser divida solidária o banco pode cobrar o valor de qualquer um, porém se 
cobrar e receber a divida toda de José este não sub-roga em relação aos demais 
devedores, pois José é o único interessado na divida. 
 
Se o Banco do Brasil cobrar e receber a divida toda de Pedro ou Paulo estes 
poderão cobrar o valor integral da divida do verdadeiro devedor que é o José. 
 
Se Pedro pagar a divida e não recebero valor do devedor exclusivo, terá ação 
regressiva contra o devedor Paulo para cobrar metade da dívida. 
 
Veja que a condição de devedor exclusivo não altera a relação externa, podendo o 
banco cobrar o valor de qualquer um, muda a relação interna quando do exercício 
da ação regressiva. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE SOLIDARIEDADE 
 
A solidariedade passiva é bastante comum no mundo jurídico, os detentores do 
capital e os fornecedores de bens e serviços querem vender seus produtos, 
porém, querem ter a certeza de que irão receber de seus devedores, para tanto 
exigem garantias, podendo recair em bens ou em pessoas. Quando recai sobre 
pessoas estes podem ser devedores solidários (avalista) ou devedores subsidiários 
(fiadores). Caso avalize um empréstimo para um “amigo” fique de logo sabendo 
que você tornou-se devedor solidário e pode ser obrigado a pagar a divida toda. 
 
A regra geral é de que o fiador é devedor subsidiário, portanto é detentor do 
benefício de ordem, isto quer dizer que ao ser cobrado antes do devedor principal 
o fiador poderá alegar que não foi observado a ordem de cobrança. 
 
A fiança é uma garantia acessória ao contrato, o fiador participa e tem 
conhecimento de que está garantindo um débito, isto porque teve acesso ao 
procedimento que gerou a divida, tendo inclusive prestado a garantia juntamente 
com sua esposa, exceto quando casado sob o regime da separação de bens. 
 
Já o aval é uma garantia dada aos títulos de crédito, portanto para se tornar 
avalista não é necessário as formalidades da fiança, basta assinar o titulo como 
avalista para que a obrigação solidaria se concretize. 
 
Por ser devedor solidário o avalista não pode exercer o benefício de ordem, 
portanto pode ser cobrado pelo credor, sem que antes o credor tenha cobrado o 
devedor principal. 
 
Assim como a fiança, o aval deve ser precedido da outorga marital, ou seja, o 
consentimento de marido ou esposa. (artigos 1.647, 1.648, 1.649, 1.650 do CC). 
 
OBS para alguns doutrinadores a inexistência de outorga não invalida o ato, 
apenas exclui da responsabilidade patrimonial os bens de quem não assinou. 
 
Para que não restem duvidas entre solidariedade ativa e passiva passaremos a 
analisar um quadro comparativo com suas características, bem, como será 
analisado um quadro comparativo entre as diferenças entre solidariedade e 
indivisibilidade. 
 
 
 Diferenças entre solidariedade ativa e passiva 
 
 Solidariedade ativa Solidariedade passiva 
Se o devedor pagar parte da divida a 
um dos credores, mantém-se a 
solidariedade ativa quanto ao saldo 
devedor em favor dos credores(art.269) 
Se o devedor pagar parte da divida, 
remanesce a solidariedade passiva 
quanto ao resto da divida, para os 
demais codevedores (art. 275). 
Se um dos credores remitir ou receber a 
divida, responde perante os demais 
pela parte que lhes couber (art. 272). 
Se o credor remitir a divida em 
relação a um dos codevedores, os 
demais ficam responsáveis pelo 
saldo da divida (art. 277) 
 
Se um credor falece, os herdeiros só 
poderão exigir do devedora sua quota, 
salvo se a obrigação for indivisível 
(ex. cavalo) (art. 270). 
Se um dos devedores falece, os 
herdeiros só estarão obrigados 
por sua quota, salvo se a obrigação 
for indivisível. (art. 276). 
Convertendo-se a prestação em perdas e 
danos, subsiste, para todos os 
efeitos, a solidariedade (art. 271) 
Impossibilitada a prestação por 
dolo ou culpa de um dos devedores, 
todos são solidariamente obrigados 
ao pagamento do equivalente, mas 
por perdas e danos responde só 
o culpado. (art.279). 
O devedor não pode opor aos demais 
credores, as exceções pessoais 
oponíveis a um deles. (art. 272). 
O devedor demandado pode opor 
ao credor as exceções que lhe 
forem pessoais e as comuns; 
não lhe aproveitando as exceções 
pessoais a outro codevedor. 
 
 Diferenças entre obrigação solidária e obrigação indivisível 
 
 Solidariedade 
 (Entre sujeitos – ativos ou passivos) 
 Indivisibilidade 
 (do objeto) 
É decorrente da vontade das partes ou da 
lei. 
Decorre da natureza física ou 
jurídica da prestação 258 /CC 
O devedor paga o todo porque deve o 
todo. O credor recebe por inteiro porque 
é credor do todo. 
O devedor paga o todo porque 
não tem como ratear a coisa 
sem prejudicar lhe a natureza, 
não tem como repartir a coisa. 
Analisa-se o fenômeno da solidariedade 
sob o aspecto subjetivo, ou seja a 
vontade das partes. 
A situação é vista sob o ângulo 
objetivo (dos objetos). 
Visa facilitar o recebimento do crédito 
e o pagamento do débito. 
Assegura a unidade da prestação. 
Ex. cavalo, terreno. 
Cessa com a morte do credor e do 
devedor. 
Subsiste enquanto a prestação 
suportar (a morte do credor não 
encerra a natureza da coisa) 
As perdas e danos devidas em 
decorrência da solidariedade continuam 
com esse caráter 271/CC 
A indivisibilidade não acompanha 
as perdas e danos. Ela termina 
quando a obrigação se converte em 
perdas e danos. CC 263. 
 
 
RESUMINDO: 
 
1. Efeitos da solidariedade ativa 
 
Já comentamos que é muito difícil encontrarmos casos de solidariedade ativa, 
contudo é possível concluir enumerando alguns efeitos: 
 
Exemplo A + B + C = credores solidários 
 \ D = devedor 
 
► Enquanto um credor não ingressar em juízo com a ação de cobrança, a divida 
poderá ser paga a qualquer um. Portanto se um credor já ingressou em juízo 
com a devida ação, o devedor deve pagar ao credor demandante. (268) 
►O pagamento integral efetuado a qualquer credor extingue inteiramente a divida 
(269). Neste caso por ser uma obrigação solidaria não é necessário caução. 
► Falecendo um dos credores solidários deixando herdeiros, cada um só poderá 
receber sua quota parte, salvo se: a) o objeto da prestação for indivisível, b) 
existir apenas um herdeiro; c) todos agirem conjuntamente. 
►O credor que perdoar a divida responderá perante os outros credores, que em 
virtude do perdão (remissão), poderão cobrar a divida do credor que perdoou e 
não mais do devedor que viu sua divida se extinguir. (272) 
►Se a prestação, por impossibilidade, converter-se em perdas e danos, subsiste a 
solidariedade pelo equivalente. (271). 
 
2. Efeitos da solidariedade passiva 
 
Diferente da solidariedade ativa a passiva é bastante comum no direito moderno, 
sendo possível enumerar alguns efeitos: 
 
 Exemplo A + B + C = devedores solidários 
 \ D = credor 
 
2.1 Entre os devedores e o credor / relação externa. 
 
 
► O credor pode exigir de um ou alguns dos devedores a divida toda ou parte 
dela. (275) 
► O recebimento ou o perdão parcial da divida, pelo credor, faz com que a 
solidariedade persista pelo restante (277). 
► No caso de impossibilidade do cumprimento da prestação, a responsabilidade 
por perdas e danos é só do culpado, entretanto, todos os devedores respondem 
pelo equivalente de maneira solidária (279). 
► Se aquele que ficou incumbido de pagar, atrasar, todos respondemperante o 
credor pelos juros moratórios deste atraso, entretanto, o culpado pela mora 
responderá perante os outros devedores, reembolsando integralmente o valor dos 
juros pagos pelo outro ou pelos outros devedores (275). 
► Se o credor acionar um devedor e não conseguir receber, poderá, ingressar 
com ação contra outros(s) devedor(s) (275). 
► O devedor demandado (que sofrer a cobrança) poderá opor contra o credor as 
defesas (exceções) que também são comuns aos outros devedores (pagamento já 
efetuado, objeto ilícito, nulidade, prescrição etc) e as suas particulares (renúncia 
da solidariedade por exemplo), todavia não é possível utilizar as particulares de 
outros devedores. 
► Se o devedor falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar 
senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação 
for indivisível. 
► Se a divida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá 
este por toda ela para com aquele que pagar. 
► Qualquer alteração posterior ao contrato, estipulado entre um dos devedores 
solidários e o credor, que venha a agravar a situação dos demais só terá validade 
se for efetivada com a concordância destes. 
 
2.2 Entre os devedores / relação interna 
 
► Quitada a divida por um dos devedores, aquele que pagar estará autorizado a 
cobrar a quota parte de cada um dos codevedores, agora sem a solidariedade: Se 
algum deles cair em insolvência (não puder pagar), poderá o devedor que pagou 
ratear a quota deste insolvente entre os devedores remanescentes (283). 
► Mesmo aquele devedor que foi exonerado da solidariedade pelo credor deverá 
contribuir pelo rateio da parte do insolvente. 
► Se a divida for de interesse exclusivo de um devedor solidário, aquele que na 
qualidade de fiador pagar integralmente a divida, poderá cobrar a divida toda do 
devedor principal. (285). 
 
Lembre-se: diferente da solidariedade ativa, a passiva é de grande incidência e 
importância no mundo das relações obrigacionais, pois garante ao credor maior 
possibilidade de sucesso no recebimento da prestação acordada, tendo em vista a 
multiplicidade de devedores. 
 
Natureza jurídica 
 
Diante do que foi mencionando tanto da solidariedade ativa como solidariedade 
passiva podemos assegurar que a natureza jurídica da solidariedade representa 
um modo de assegurar o cumprimento da obrigação, reforçando e estimulando o 
pagamento do débito. 
 
Na solidariedade entre os credores, aquele que receber a prestação age na 
qualidade de representante dos demais, portanto o devedor pode pagar a qualquer 
credor independente de caução de garantia. Por sua vez também representa os 
demais aquele codevedor que pagar a prestação por inteiro, extinguindo a divida 
de todos frente ao credor. 
 
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
 
Se analisarmos as obrigações sob o aspecto subjetivo, a sua formação exige a 
presença de dois centros de interesses, ou seja, o polo ativo que é o credor e o 
polo passivo que é devedor. 
 
A transmissão das obrigações consiste na alteração dos sujeitos originários (polo 
ativo ou passivo), permitindo que o credor ou o devedor transmitam a terceiros a 
relação obrigacional, remetendo à uma ideia de permanência da obrigação, pois 
o direito adquirido pelo novo titular é exatamente o mesmo de quem lhe 
antecedeu. Portanto, toda forma de transmissão de obrigação se caracteriza pela 
conservação do negócio jurídico, que não sofre modificação em seu objeto por 
mais que ocorra sucessiva substituição de seus sujeitos. 
 
O direito moderno, admite sem maiores problemas a transmissão das obrigações 
por vontade das partes, tanto do lado ativo quanto passivo, podendo ser 
processada a tÍtulo gratuito ou oneroso, por ato inter vivos ou mortis causa, 
podendo englobar a transferência de um negócio jurídico que pode ser um 
direito, um dever, uma ação ou até mesmo um complexo de direitos, deveres e 
bens, não podendo porem ser cedidos direitos personalíssimos. 
 
A transmissão das obrigações só era processada por motivo de sucessão 
hereditária, isto porque, quando o credor falece os herdeiros passam a ter direito 
de exigir o cumprimento da obrigação, já os herdeiros do devedor estão 
obrigados ao cumprimento da obrigação até o limite da herança. 
 
O ato pelo qual se processa esta transmissão chama-se cessão, quem transmite 
é denominado cedente, quem recebe (adquirente) é denominado cessionário. 
São das seguintes espécies: cessão de crédito, cessão de débito e cessão de 
contrato. 
 
A cessão é um instituto importante e bastante utilizado na vida negocial moderna, 
como forma de potencializar e incrementar os negócios em geral. A relação 
jurídica nasce entre o sujeito ativo e o sujeito passivo. A posição do sujeito ativo 
pode ser transmitida a terceiro, assim também a posição do devedor. Nesses 
casos, quando o credor ou o devedor transmitirem suas posições a terceiros, 
haverá transmissão de créditos e débitos. 
 
O ato determinante dessa transmissibilidade denomina-se cessão, que vem a ser a 
transferência , a titulo gratuito ou oneroso de direitos e obrigações, de modo que 
quem adquire, (cessionário), passa a exercer posição jurídica igual à do cedente. 
 
Na verdade, a possibilidade da modificação do vínculo obrigacional pela troca de 
uma das partes, representa conquista moderna, isto porque, no direito romano 
privilegiava-se a noção individualista e personalista dos partícipes, sem qualquer 
possibilidade de serem substituídos, sob pena de extinção das obrigações. 
 
Com a substituição de um dos sujeitos da relação obrigacional, o direito ou a 
obrigação continua a existir como se não houvesse sofrido qualquer alteração. 
 
Há certas obrigações não podem ser transmitidas, porque resulta de expressa 
determinação legal, de ajustes entre as partes, ou da própria natureza das 
obrigações. Entre as obrigações intransmissíveis podemos mencionar as 
personalíssimas e o direito de preferencia. 
 
ESPÉCIES DE TRANSMISSÃO 
 
1. CESSÃO DE CRÉDITO / 286 do CC. 
 
É um negocio jurídico bilateral, gratuito ou oneroso pelo qual o credor de uma 
obrigação transfere a outra pessoa, no todo ou em parte, seus direitos na relação 
obrigacional, independente do consentimento do devedor. 
 
Ao transferir a terceiros os seus créditos, o vendedor antecipa futuras receitas, 
obtendo recursos que lhe permite de imediato acelerar o ciclo produtivo de sua 
atividade, realizando novas operações que só viriam a se tornar possíveis após o 
retorno do capital, o que só ocorreria depois de decorrido o prazo originalmente 
concedido ao comprador. 
 
Um exemplo facilitará o entendimento: 
 
 José (cedente) é credor de Pedro (cedido) no valor de R$ 400,00 
 └ Francisco (cessionário). 
 
José é credor de Pedro, tendo em vista que a dívida ainda vai vencer transfere o 
crédito para Francisco. O credor que transfere seus direitos denomina-se cedente. 
O terceiro a quem são transmitidos esses direitos denomina-se cessionário. O 
outro personagem, que é o devedor originário denomina-se cedido. 
 
Com relação ao cessionário o principal efeito decorre da aquisição da titularidade 
do crédito cedido com todas as garantias legais e contratuais, facultando-lhe 
inclusive exercer os atos conservatórios do direito cedido, independente do 
conhecimento da cessão pelo devedor. 
 
Ao transferir o crédito o credor quando necessita comunicar ao devedor, porém 
não é necessário a concordância deste.

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