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Aula 2 - Homem, Cultura e Sociedade - 2° semestre 2012 - engenharia

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FACULDADE PITÁGORAS– CAMPUS JUNDIAI
	CURSO DE GRADUAÇÃO 
	DISCIPLINA: Homem, Cultura e Sociedade
	2° Semestre 2012
	Professor: Paulo S. Ribeiro e-mail: paulosilvino@gmail.com
	Aula 02
	
4 - O pensamento cristão medieval
Várias transformações marcam o início da Idade Média, a exemplo do final do Império Romano do Ocidente no século V em 476 d.C. A época medieval segue até 1453, ano que marca a queda do Império Romano do Oriente.
O império romano teve seu esfacelamento graças a invasões bárbaras (Alanos, Suevos e Vândalos).
Estabelece-se o feudalismo como sistema de produção e a valorização da figura dos reis e dos senhores feudais do ponto de vista político.
A organização social seria caracterizada por uma sociedade estamental, formada por clero, nobres e plebeus. Predominava o trabalho servil, o qual era desempenhado por aqueles que dependiam dos senhores feudais, donos da terra.
Trata-se de um período marcado pela expansão da invasão árabe no ocidente, o que permitiria uma forte miscigenação cultural e desenvolvimento do comércio.
O que se precisa destacar é o surgimento da Igreja Católica como instituição religiosa, política e de poder ideológico. Nascida em pleno Império Romano, difundirá uma visão predominante do cristianismo ao longo da Idade Média.
Tendo como pano de fundo a expansão do cristianismo, promoveram-se as chamadas Cruzadas, verdadeiras expedições militares contra os não cristãos (como os árabes) que haviam se apropriado de locais santos. Contudo, é preciso dizer que as Cruzadas tinham também seus objetivos comerciais, fato que favoreceu a expansão do comercio entre Ocidente e Oriente.
A Filosofia Medieval é precedida pelo desenvolvimento da Patrística, a qual se inicia ao final do helenismo (período em que as culturas do oriente e gregas se cruzam).
A preocupação da Igreja se dava em difundir sua crença, lutar contra os hereges, garantir seu poder político e seu patrimônio. 
A Igreja vai resgatar um pensamento greco-latino que ficou ao longo de séculos esquecida. Surge uma produção intelectual nos mosteiros, com os chamados monges copistas.
Como veremos adiante, a grande questão discutida entre os intelectuais da Idade Média é a relação entre fé e razão, entre teologia e filosofia.
Costuma-se caracterizar este período medieval como um período das trevas, mas esta visão não faz justiça á produção existente à época. É preciso que se diga que ao longo da alta idade média (entre os séculos V e IX) houve realmente uma baixa atividade intelectual, artística e econômica. Porém, já na baixa idade média (entre os século IX e XV), o que se viu foi um período de realizações na literatura, nas artes e na filosofia, além do aumento das atividades comerciais. Caminhava-se para a Idade Moderna. 
Exemplo de uma produção de pensamento medieval seriam Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.
Tem-se o desenvolvimento da escolástica, no século IX, atingindo seu apogeu no século XIII com São Tomás de Aquino. 
Na Idade Média, “a igreja tornou-se a instituição detentora do saber, e a fé estabeleceu-se como padrão de conhecimento”. (MATTAR, 2010, p. 64). 
 4.1 – Agostinho (A revelação divina)
Já no século II, quando Roma começa sua decadência, surge a patrística. Tratava-se de uma filosofia dos Padres à época para defender o cristianismo, combater as heresias e os pagãos.
Nesta luta pela defesa do cristianismo desenvolvem a apologética. 
A aliança entre fé e razão estende-se por toda a Idade Média: a razão é auxiliar da fé e a ela subordinada. 
Os padres vão recorrer à teoria platônica, por intermédio do neoplatonismo de Plotino (204-270), realizando uma síntese com a Doutrina Cristã, adaptando o pensamento grego (pagão).
O principal nome é Santo Agostinho, o qual afirmava que: “Creio para que possa entender”.
Santo Agostinho nasce na África por volta de 354 d. C, sendo considerado o pensador mais importante depois de Platão e Aristóteles, principalmente para pensarmos o papel que o cristianismo teve na formação da cultura ocidental.
Ele faz a primeira síntese entre a filosofia grega e o cristianismo, surgindo o platonismo cristão. Estudou os neoplatônicos à exemplo de Plotino, aproximando este autor aos ensinamentos do apóstolo Paulo e do evangelho de João.
Ele retoma a divisão feita por Platão entre mundo do sensível (dos fenômenos) com mundo das idéias, mas considerará este último como mundo das idéias de Deus.
Segundo a teoria da iluminação, recebemos de Deus o conhecimento das verdades eternas. A Luz da sabedoria vem de Deus, ela ilumina a razão para que possamos pensar correto.
Assim, vai pautar por uma desvalorização do conhecimento do mundo pelo racional e científico, afirmando que a sabedoria do mundo é limitada.
Santo Agostinho vai se perguntar como pode a mente humana, mutável e falível, atingir a verdade eterna com certeza infalível. A iluminação divina será a resposta para tanto. A verdadeira ciência é a teologia, o conhecimento de Deus.
DEUS NOS DÁ O CONHECIMENTO PELA REVELAÇÃO
Agostinho elabora a teoria da iluminação divina, embasando-se na teoria platônica da reminiscência.
Ele supõe que o conhecimento não pode ser derivado inteiramente da apreensão do sensível (mundo dos fenômenos) ou da experiência, necessitando-se de um elemento prévio como ponto de partida.
Nosso conhecimento só se dá pela nossa capacidade interior em poder compreender o que se ouve pela linguagem , mas não é a linguagem quem ensina. A idéia da interioridade (desenvolvida por Sto Agostinho) é fundamental, pois ela será o lugar da verdade. 
Essa interioridade é dotada de capacidade para entender a verdade pela iluminação divina.
Enquanto filósofo, Sto Agostinho foi fundamental para o processo de cristianização da Europa, defendendo que a Igreja seria a guardiã eterna da chave da cidade de Deus, fato que justificaria a supremacia do poder espiritual sobre o temporal.
4.2 – Tomás de Aquino (Conciliação entre fé e razão)
Embora a filosofia neoplatônica-agostiniana tenha prevalecido por um bom tempo, surgirá no século XIII com Santo Tomás de Aquino (1224-1274) um resgate das idéias de Aristóteles, que servirá de como um “aprimoramento da escolástica”.
Seu contexto histórico é o do desmonte da ordem econômica e política feudal. Trata-se do período da Baixa Idade Média, quando alguns centros urbanos começam a surgir (a exemplo de algumas cidades-estados da Itália).
A obra de Aristóteles com sua preocupação científica, com seu conhecimento da realidade natural, vai se tornando muito adequada para um contexto no qual ocorre um período de desenvolvimento de universidades e da valorização do conhecimento e da escolarização.
Isso se explica pelas transformações sociais ao final da Idade Média, como o processo de urbanização e o desenvolvimento de uma atividade comercial já citados. 
Essa possível valorização da razão inerente ao pensamento Aristotélico certamente não era bem vista pela Igreja num primeiro momento, mesmo porque os árabes haviam reproduzido traduções de Aristóteles que poderiam ser perigosas à fé. (para ilustrar isso podemos pensar no filme “O nome da Rosa”, de 1986)
Contudo, São Tomás de Aquino, embora valorizasse a fé, não desconsideraria o conhecimento natural.
Também vai valorizar o ponto de vista de Aristóteles no que diz respeito a participação dos sentidos e do intelecto para a compreensão da realidade (a partir da apreensão da imagem, que é particular, elabora-se a ideia abstrata e universal.
A filosofia de São Tomás de Aquino fica conhecida como tomismo. 
Ele considera Aristóteles como ponto de partida para suas obras, dizendo que a filosofia deste pensador grego é compatível com o pensamento cristão, possibilitando a demonstração racional sobre Deus, articulando fé e razão.
Um argumento fundamental desenvolvido por ele é o das “Cinco vias da Prova da Existência de Deus”.Sua filosofia tinha como objetivo claro não contrariar a fé. De fato, a finalidade de sua filosofia era organizar um conjunto de argumentos para demonstrar as revelações do cristianismo.
Será em sua obra intitulada Suma Teológica que vai tratar de Deus por meio de uma argumentação lógica, racional.
Algumas das conclusões de São Tomás acerca de Deus:
Como não conhecemos diretamente a essência de Deus, Ele não é auto-evidente, precisando ser demonstrado através daquilo que conhecemos (realidade sensível)
Podemos demonstrar a existência de Deus, embora não conhecê-lo tal qual é em sua essência, tomando como ponto de partida os efeitos que nos são conhecidos.
A cinco vias para a compreensão da existência de Deus são:
Argumento do movimento: Deus é o primeiro motor, ato puro. 
Causa eficiente: Deus é o criador de todas as coisas, é a primeira causa eficiente.
Argumento cosmológico (ser necessário e ser contingente): Deus sempre existiu, sendo assim, absolutamente necessário, que não tem fora de si a causa da sua existência.
Os graus de perfeição: Entre todas as coisas existentes existem graus de perfeição. Deus é o mais perfeito, é máximo e pleno.
Argumento teleológico (noção de finalidade): Todas as coisas existente cumprem uma função. Deus é o ser inteligente que dirigi todas as coisas para que cumpram suas funções.
Assim, os escritos de São Tomas de Aquino buscam conciliar a revelação (que nos ensinam as escrituras) com a razão natural. Conhecemos Deus por sua criação, pela realidade da natureza.
� 
Faculdades Pitágoras - Campus JUNDIAÍ
R. São Bento, 41 – Centro
Telefone: (11) 4587-3993
Cep: 13201-033 - Jundiaí – SP
www.faculdadepitagoras.com.br/jundiai

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