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1 Pesquisador, Professor Doutor em Endocrinologia, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP – Campinas (SP), Brasil. 2 Professor Associado de Cirurgia do Aparelho Digestivo; Chefe do Serviço de Cirurgia de Obesidade, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP – Campinas (SP), Brasil. Autor correspondente: Bruno Geloneze Neto - Rua Camargo Paes 251 - Jardim Guanabara - CEP 13073-350 - Campinas (SP), Brasil - Tel.: 19 3242-8384 - e-mail: bgeloneze@aol.com Mecanismos hormonais do controle de peso corporal e suas possíveis implicações para o tratamento da obesidade Hormonal mechanisms in body weight regulation and therapeutic implications Bruno Geloneze Neto 1 José Carlos Pareja 2 RESUMO O presente artigo analisa os mecanismos de controle do apetite, ou seja, central e periférico e as principais drogas em desenvolvi- mento para o tratamento da obesidade. Considerando a obesidade com uma doença neuro-química recidivante, somente tratamen- tos eficazes de longo prazo serão aceitáveis. Descritores: Obesidade/terapia; Depressores do apetite; Apetite; Peso corporal ABSTRACT The present paper deals with the mechanisms of apetite control, either central or peripheric and the main drugs that are being developed to treat obesity. Considering obesity as a neuro-chemical recidivant disease only treatments that are efficacious on the long term are acceptable. Keywords: Obesity/terapia; Appetite depressants; Appetit; Body weight INTRODUÇÃO Existe um dogma sobre a regulação dos mecanismos de fome e saciedade sendo gerados no sistema nervoso central (SNC). O tronco cerebral recebe mensagens do sistema nervoso intestinal e pela corrente sanguínea passando pela área postrema. O núcleo arqueado (ARC) do hipotálamo recebe estímulos de outras partes do cérebro e também da corrente sanguínea. No ARC existem dois grupos de neurônios: o primeiro com ações estimulantes (neuropeptídeo Y-NPY e proteína relacionada ao gene Agouti-AgRP), e com ações inibitórias (cocaine and amphetamine-regulated transcript-CART e propiomelanocortina-POMC). Estes neurônios penetram no núcleo paraventricular (PVN) regulando o consumo alimentar e o gasto energético por mecanismos não totalmente conhecidos. Este sistema é regulado por estímulos inibitórios da fome provenientes do tecido adiposo (leptina) e do tubo digestivo (PYY3-36 e glucagon-like peptide 1, o GLP-1), e por estímulos positivos vindos do estômago (grelina). A anorexia pós-prandial não pode ser explicado simplesmente pela distensão do trato digestório (TGI), tampouco pela absorção de nutrientes. Assim, sinais do TGI modulam a fome e chegam ao SNC tanto por nervos como pela circulação na forma de hormônios. CONTROLE CENTRAL DO APETITE O POMC é uma molécula precursora que modula a homeostasia energética gerando o peptídeo anorexí- geno, hormônio estimulador do MSH tipo alfa (a-MSH) um agonista dos receptores da melanocortina 3 (MC3) e 4 (MC4). A distribuição do POMC é limitada com apenas dois grupos de neurônios descritos: um no ARC conhecido como núcleo infundibular em humanos, e outro no núcleo do tracto solitário(1). O AgRP é um antagonista endógeno dos receptores MC3 e MC4. O a-MSH exerce uma ação tônica inibitória sobre o consumo calórico e estoques de energia. Animais transgênicos e humanos com ausência do gene do POMC ou com mutações no MC4 são hiperfágicos e obesos(2-3). Defeitos no receptor MC4 estão associa- dos com obesidade de início precoce em crianças(3). Em um estudo com 500 indivíduos obesos mórbidos, foram encontradas alterações no gene do MC4 em 6% dos casos(4). einstein. 2006; Supl 1: S18-S22 ASPECTOS CLÍNICOS Mecanismos hormonais do controle de peso corporal e suas possíveis implicações para o tratamento da obesidade O NPY é um membro de uma família de peptídeos composta de dois principais hormônios: o peptídeo YY (PYY) e polipeptídeo pancreático (PP). NPY, PYY e PP têm uma estrutura tri-dimensional comum. Existe quatro tipos de recptores funcionais Y em humanos: Y1, Y2, Y3, Y4 e Y5. O NPY, assim com o AgRP, é um potente agente orexígeno que estimu- lam o início e manutenção da alimentação via seus receptores hipotalâmicos. Estudos recentes mostram que o consumo de die- tas rico em gordura rapidamente reduz a sinalização hipotalâmica NPYérgica, como também reduzem o mRNA de POMC no ARC(5-6). As técnicas de produção de animais trangênicos e nocauteados (knock-out) para certos genes são ar- mas preciosas para o entendimento da função des- tes genes. Camundongos knock-out para o Y1 e Y5 são aparentemente normais, mas desenvolvem uma obesidade tardia, enquanto o knock-out para o Y4 apresenta uma baixa ingestão calórica e peso reduzido(7). Vários modelos são desenvolvidos e per- mitem observar que o NPY age na via de sinaliza- ção da leptina. A leptina parece exercer suas ações hipotalâmicas ao causar uma hiperpolarização dos neurônios NPY/ AgRP no ARC levando uma redução na liberação do ácido gama amino butírico (GABA), o que leva a uma desinibição dos neurônios POMC(8). Além disso, a leptina parece agir diretamente no sistema POMC ao despolarizar os neurônios POMC do ARC. Este me- canismo parece desempenhar o controle homeostáti- co de longo prazo. A regulação de curto prazo da fome e saciedade exercida pelos gastrintestinais é também mediada pelo ARC. O PYY3-36 age nos receptores Y2 dos neurônios NPY/AgRP inibindo seus disparos, e aumentando os disparos dos neurônios POMC(9). Recentemente, foi descrito que o PYY3-36 age mesmo na ausência de re- ceptores MC4 e POMC(10-11), sugerindo um efeito di- reto deste hormônio. Em contraste, os efeitos orexi- gênicos da grelina parecem ser o produto da inibição dos neurônios POMC, causada pela liberação do GABA pelos neurônios NPY/AgRP(12). O papel do tronco cerebral na regulação da fome tem sido valorizado recentemente(1). O tronco cere- bral recebe estímulos no nervo vago, da mesma for- ma que recebe ações de substâncias da corrente san- guínea via área postrema. É provável que o POMC exerça parte de sua ação via tronco cerebral. Traba- lhos recentes sugerem que a grelina e GLP-1 tem seus efeitos sobre a fome mediados pelo tronco ce- rebral, reforçando a importância desta região no controle do apetite(13-14). CONTROLE PERIFÉRICO DO APETITE: FATORES ADIPOSTÁTICOS Leptina A leptina é expressa e secretada pelo tecido adiposo branco circulando no plasma em concentrações propor- cionais à massa de gordura corporal. A administração central e periférica de leptina em roedores leva a uma redução na alimentação e aumento no gasto energético com redução no peso corporal(15). No SNC as ações neu- roendócrinas da leptina são mediadas pelo hipotála- mo. A leptina secretada na periferia entra no SNC por captação ativa ou simples difusão através da barreira hemato-encefálica. A leptina age no braço aferente da alça de regulação da gordura corporal(16). Recentemente, trabalhos sugerem que a leptina regula a atividade neuronal e liberação de NPY, e tam- bém, afeta a plasticidade de neurônios envolvidos na regulação da fome(17). A leptina exerce uma ação neurotrófica no hipotálamo nos núcleos paraventricular e arqueado. A hipótese é de que a desnutrição fetal possa levar a defeitos irreversíveis em hipotálamos de adultos por alterar a produção da leptina. Esta pode ser a base fisiopatológica das teorias de Baker(18). A estrutura e função do hipotálamo influenciadas pela leptina levariam ao desenvolvimento de um set-point hipotalâmico para o controle do peso corporal(19). Insulina A insulina pode agir de forma sincronizada com a leptina preenchendo a função de um sinal do grau de adiposidade existente. Os níveis basais de insulina têm boa correlação com os índices de adiposidade(20). A in- sulina é transportada através da barreira hemato-ence- fálica causando a expressão de genes nas áreas cerebrais de controle da fome. A infusãocentral de insulina re-Figura 1 - Controle da ingesta alimentar einstein. 2006; Supl 1: S18-S22 S19 duz a ingestão calórica em animais(21). Defeitos hipotalâmicos na sinalização de insulina, tal como com a leptina, causam um aumento no consumo alimentar e adiposidade(22). Estudos recentes mostram a existência de uma via de sinalização comum (cross-talk) entre os sinais hipotalâmicos da leptina e da insulina(21). CONTROLE PERIFÉRICO DO APETITE: HORMÔNIOS GASTRINTESTINAIS Grelina A grelina é o único hormônio produzido no TGI com ações orexígenas secretado predominantemente pelo estômago. A grelina estimula o consumo alimen- tar e a secreção de hormônio de crescimento (GH) após sua administração central e periférica(23). Os níveis de grelina são inversamente proporcionais ao peso corpo- ral e se elevam após a perda ponderal em humanos (24), com exceção quando a perda ponderal se faz pelo “bypass” gástrico em cirurgias bariátricas(25). O receptor de grelina (GHS-R) é fortemente expresso no hipotála- mo, incluindo o ARC, mas também no tronco cerebral, hipófise, TGI, tecido adiposo, etc. A grelina está rela- cionada ao início (desencadeamento) da alimentação(26). Os efeitos orexígenos da grelina periférica são me- diados via SNC. A administração periférica de grelina ativa neurônios no ARC e no PVM(27). Os dados atuais confirmam que a grelina periférica estimula a alimen- tação através de sua ação em neurônios NPY/AgRP e POMC da ARC(28) sendo que sua ação depende da presença do NPY e do AgRP. A administração crônica de grelina causa hiperfagia e obesidade em animais(29). Por outro lado, animais knock-out para a grelina ou para seu receptor GHS-R não exibem alteração de peso, provavelmente pela ati- vação compensatória de outras vias de sinalização pro- motoras do apetite(30). Peptídeo YY O PYY de cadeia longa se liga com grande afinida- de co todos os receptores Y. No entanto, a maioria do PYY estocado nas células é sob a forma de um peptí- deo de 34 aminoácidos gerado pela quebra de dois aminoácidos na porção N terminal. O PYY3-36 tem uma alta afinidade pelo receptor Y2, e uma menor afinida- de pelos receptores Y1 e Y5. A administração perifé- rica de PYY3-36 em doses que mimetizem a sua eleva- ção pós-prandial ativam os neurônios do ARC e ini- bem a ingestão alimentar em roedores e humanos. O consumo de alimentos e o peso corporal de animais cronicamente tratados estão reduzidos(10). O PYY ini- be o apetite através da inibição dos neurônios NPY estimuladores do apetite presentes no ARC. A inibi- ção do apetite induzida pelo stress ocorre por esta mesma via. Assim, animais com a fome inibida pelo estresse, não respondem ao PYY exógeno, pois a via de inibição já esta saturada(31). Recentemente foi demonstrado em humanos, o efeito de redução da ingestão de alimentos em volun- tários obesos e peso normal(32). Nesse trabalho, foram observados níveis reduzidos de PYY3-36 em obesos quan- do comparados aos controles magros. Isto sugere que a redução da produção de PYY3-36 pelo TGI possa es- tar relacionada à presença de obesidade em humanos. Polipeptídeo pancreático (PP) O PP se liga com grande afinidade aos receptores Y4 e Y5. O PP é encontrado predominantemente no pâncreas, e é liberado pelo consumo de alimentos, ten- do elevações pós-prandiais proporcionais ao total de calorias ingerido. A administração periférica do PP reduz a ingestão alimentar e o esvaziamento gástrico em roedores(33). No entanto, a administração central do PP aumenta a ingestão alimentar e o esvaziamento gástrico. Alguns autores sugerem que a ação do PP na redução da ali- mentação pode ser secundária aos seus efeitos no es- vaziamento gástrico(34). No entanto, a infusão intrave- nosa de PP em humanos reduz a ingestão alimentar sem afetar o esvaziamento gástrico(35). O PP periférico chega ao SNC e aumenta a expressão do NPY hipotalâmico, e também aumenta o consumo de oxi- gênio, estimula o sistema nervoso simpático, sugerin- do que o PP possa aumentar o gasto energético(34). GLP-1 e Oxintomodulina O GLP-1 e a oxintomodulina (OXM) são produzi- dos por um processo pós-translacional do gene do preproglucagon no SNC, no intestino delgado e no cólon. Os dois peptídeos são liberados na circulação em reposta ao consumo de nutrientes e parecem exer- cer funções de sinais da saciedade. Os receptores de GLP-1 são encontrados no tronco cerebral, no ARC e no PVN, além de vários outros lo- cais na periferia. O GLP-1 e a OXM quando injetados na periferia e no SNC inibem ou reduzem o consumo de alimentos(36-37). O bloqueio do receptor do GLP-1 ini- be a ação anorexígena da OXM, sugerindo uma ação dos dois hormônios pelo mesmo receptor. É possível que a OXM tenha um receptor próprio com caracterís- ticas muito semelhantes aos do receptor do GLP-1. A administração periférica de OXM ativa neurô- nios no ARC. O seu uso crônico causa uma redução Geloneze Neto B, Pareja JC einstein. 2006; Supl 1: S18-S22 S20 do ganho de peso em camundongos(38). A OXM pode reduzir a ingestão alimentar via ARC, enquanto o GLP- 1 age via área postrema no tronco cerebral(39). A administração intravenosa de GLP-1 em humanos causa uma redução significativa no apetite em concen- trações fisiológicas. No caso da OXM, este efeito apa- rece apenas quando suas concentrações atinjam níveis muito elevados(40). É interessante observar que a infu- são intra-peritonial de OXM reduz os níveis de grelina. No Quadro 1 temos um resumo das principais drogas em desenvolvimento para o tratamento da obesidade. CONCLUSÕES A regulação neuroendócrina do consumo alimentar é complexa e envolve a recepção pelo cérebro de impulsos gerados em neurônios do SNC e hormônios produzidos na periferia. Vários grupos de pesquisa acadêmicos e pri- vados têm trabalhado no entendimento da regulação central do apetite. A regulação exercida pelo trato digestório é intrigante e corresponde a um campo pro- missor no desenvolvimento de terapêuticas direcionadas para o tratamento da obesidade. Num futuro não muito distante estaremos caracterizando a produção e ação destes hormônios em um dado paciente e buscando uma tera- pêutica específica para o mesmo com um resultado po- tencialmente mais eficaz. Considerando a obesidade com uma doença neuro-química recidivante, somente trata- mentos eficazes de longo prazo serão aceitáveis. REFERÊNCIAS 1. Ellacott KL, Cone RD. The central melanocortin system and the integration of short and long-term regulators of energy homeostasis. Recent Prog Horm Res. 2004; 59:395-408. Review. 2. Farooqi IS, O´Rahilly S. Monogenic human obesity syndromes. Recent Prog Horm Res. 2004; 59:409-24. Review. 3. Yang YK, Harmon CM. Recent developments in our understanding of melanocortin system in the regulation of food intake. Obes Rev. 2003;4(4):239-48. 4. 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